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sexta-feira, 3 de maio de 2024

MÊS DE MARIA – Domingo VI da Pascua

Sto. Ângelo de Jerusalém, presbítero, protomártir de nossa Ordem
 
ORAÇÂO
Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (At 10,25-26.34-35.44-48): Naqueles dias, Pedro chegou a casa de Cornélio. Este veio-lhe ao encontro e prostrou-se a seus pés. Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou um simples homem». Pedro disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável». Ainda Pedro falava, quando o Espírito desceu sobre todos os que estavam a ouvir a palavra. E todos os fiéis convertidos do judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus. Pedro então declarou: «Poderá alguém recusar a água do Baptismo aos que receberam o Espírito Santo, como nós?». E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, pediram-Lhe que ficasse alguns dias com eles.
 
Salmo Responsorial: 97
R. O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.
 
Cantai ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a vitória.
 
O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
 
Os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e cantai.
 
2ª Leitura (1Jo 4,7-10): Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
 
Aleluia. Se alguém Me ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada. Aleluia.
 
Evangelho (Jo 15,9-17): Naquele tempo, Jesus falou assim aos seus discípulos: «Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vos sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros».
 
«Eu vos chamo amigos»
 
Rev. D. Francesc CATARINEU i Vilageliu (Sabadell, Barcelona, Espanha)
 
Hoje, celebramos o último Domingo antes das solenidades da Ascensão e Pentecostes, que encerram a Páscoa. Se, ao longo destes Domingos, Jesus ressuscitado se manifestou como o Bom Pastor e a videira a quem há que estar unido como os sarmentos, hoje abre-nos de par em par o seu Coração.
 
Naturalmente, no seu Coração só encontramos amor. O que constitui o mistério mais profundo de Deus é que é Amor. Tudo o que fez desde a criação até a redenção é por amor. Tudo o que espera de nós como resposta à sua acção é amor. Por isso, as suas palavras ressoam hoje: «Permanecei no meu amor» (Jo 15,9). O amor pede reciprocidade, é como um diálogo que nos faz corresponder com um amor crescente ao seu amor primeiro.
 
Um fruto do amor é a alegria: «Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós» (Jo 15,11). Se nossa vida não reflecte a alegria de acreditar, se nos deixamos afogar pelas contrariedades sem ver que o Senhor também está aí presente e nos consola, é porque não conhecemos Jesus suficientemente.
 
Deus sempre toma a iniciativa. Dizemo-lo expressamente ao afirmar que «fui eu que vos escolhi» (Jo 15,16). Sentimos a tentação de pensar que escolhemos, mas não fizemos nada mais que responder a um chamamento. Escolheu-nos gratuitamente para sermos amigos: «Já não vos chamo servos, (...); Chamo-vos amigos» (Jo 15,15).
 
Nos começos, Deus fala com Adão como um amigo fala com seu amigo. Cristo, novo Adão, recuperou-nos não apenas a amizade anterior, mas a intimidade com Deus, já que Deus é Amor.
 
Tudo se resume nesta palavra: “amar”. Recorda-nos Sto. Agostinho: «O Mestre bom recomenda-nos tão frequentemente a caridade como o único mandamento possível. Sem a caridade todas as outras boas qualidades não servem para nada. A caridade, em efeito, conduz o homem necessariamente a todas as outras virtudes que o fazem bom».
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Esforcemo-nos por sermos como Cristo, pois Cristo também se fez como nós: tentemos ser deuses por seu intermédio, pois Ele próprio fez-se homem por nós. Ele suportou o pior para nos dar o melhor» (São Gregório de Nanzianzeno)
 
«O verdadeiro fruto é o amor que passou pela cruz, pelas purificações de Deus» (Bento XVI)
 
«E os discípulos, amando-se uns aos outros, imitam o amor de Jesus, amor que eles recebem também em si. É por isso que Jesus diz: Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor´ (Jo 15, 9). E ainda: É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei´ (Jo 15, 12)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.823)
 
“Amai-vos, como eu vos amei.”
 
Pe. Nuno Ventura Martins, missionário passionista
 
* O texto evangélico que hoje escutamos insere-se no discurso de despedida de Jesus.
Na véspera da sua paixão e morte de Cruz, Jesus, “que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo” (Jo 13, 1), reuniu-se com os seus discípulos numa ceia de despedida. Nesta ceia, todos os gestos e palavras de Jesus estão repletos do seu amor e são tidos como o testamento de Jesus. Na verdade, o discurso de despedida de Jesus é uma apresentação do essencial da mensagem de Cristo e da missão dos seus discípulos.
 
* Como já foi referido, o tema do evangelho deste domingo é o do amor. Jesus começa por referir que “Assim como o Pai me amou, também eu vos amei”. Tal afirmação de Jesus leva-nos a afirmar que a primeira qualidade do amor é uma qualidade teológica. O Amor é um dom de Deus. Há alguém que nos ama primeiro. É esse amor de Deus que quase numa genealogia vai passando de geração em geração: O Pai ama o Filho e o Filho ama-nos e nós devemos amar-nos uns aos outros.
 
* Na verdade, e esta é outra das características do amor que o evangelho de hoje nos apresenta, é a relação que há entre amor e mandamento: “Se guardardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor … é este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei”. Assim sendo, o amor cristão não é um sentimento genérico e espontâneo, mas um empenho total. O amor cristão é um amor “mandado”. O amor cristão é a única, mas mais difícil e englobante lei do cristianismo. Na verdade, o amor é algo abrangente, porque “tudo crê, tudo espera, tudo suporta e nunca termina” (1 Cor 23, 7-8). Uma religião regulada por várias leis torna-se menos árdua que uma religião que tem o amor como sua única lei. Jesus ultrapassa a contradição entre lei e amor. Na verdade, o amor e a obediência estão relacionados porque Jesus propõe como lei o amor, não numa medida qualquer, mas como Ele nos amou. E todos sabemos que Ele nos amou até ao extremo, até dar a sua vida por nós na cruz. É este o mandamento novo de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Assim sendo, o amor que Jesus nos manda não se reduz a sentimentalismos e a pieguices mas é um compromisso sério, um empenho total de nos darmos, de nos entregarmos, de nos gastarmos para que os outros tenham mais vida.
 
* É aqui que reside a novidade do mandamento novo de Jesus. Que nos devíamos amar uns aos outros já o Antigo Testamento o dizia (Lev 19, 18). Agora que esse amor tenha de ser infinito, perfeito total e supremo, à imagem do amor de Jesus por cada um de nós, é a novidade aportada por Jesus. O amor que Jesus nos manda é o amor com que Ele nos ama, o amor total e absoluto até ao extremo: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida”.
 
* A terceira característica que o amor cristão possui é a intimidade: “Já não vos chamo servos … mas amigos”. É o amor de Deus que nos gera como seus filhos e amigos e nos permite viver a intimidade própria dos filhos e dos amigos de Deus. O amor de Cristo derruba todas as barreiras e distâncias e cria comunhão e intimidade. Assim sendo, a nossa religiosidade, a nossa maneira de nos relacionarmos com Deus não deve ser a da escravidão, da ignorância e da distância abismal entre Deus e a sua criatura mas a da amizade e da familiaridade. São bem diferentes as relações que se estabelecem entre o patrão e o seu empregado e entre dois amigos. Nós não somos escravos mas amigos de Cristo!
 
* A quarta característica do amor que o evangelho de hoje nos oferece é a da missão. Na verdade, toda a vocação nasce do amor de Deus. “As vocações são dom do Amor de Deus” (Bento XVI). É Deus que nos escolhe, porque escolhidos e elegidos no Novo Testamento são todos os cristãos e não só alguns (cf. Col 3, 12; 1 Pe 2,4), e nos envia para produzirmos os frutos do amor: “Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto”. O amor com que somos amados por Deus não pode ser conservado egoisticamente, mas tem de ser transmitido a todo o mundo. O amor com que somos amados tem de se traduzir na caridade atuante e no anúncio do evangelho da salvação.
 
* É esta dinâmica missionária que nasce do amor que nos relata a primeira leitura deste dia, retirada dos Atos dos Apóstolos. O apóstolo Pedro anuncia a salvação de Jesus Cristo ao centurião Cornélio e este e toda a sua família se convertem. Esta é uma página importante do livro dos Atos dos Apóstolos porque Cornélio é o primeiro pagão que é admitido na comunidade dos discípulos de Jesus. Assim sendo, a leitura dos Atos dos Apóstolos deste dia mostra-nos que o amor de Deus não conhece fronteiras. Deus a todos ama e a todos quer oferecer a salvação. Na verdade, Deus também concedeu o dom do Espírito ao pagão Cornélio. O amor de Deus é um amor universal porque “Deus não faz acepção de pessoas”. Assim sendo, os discípulos de Jesus, testemunhas qualificadas do amor de Deus, devem vencer todas as fronteiras geográficas, étnicas, culturais… e a todos levar o amor salvífico de Deus.
 
* Que a celebração deste VI Domingo da Páscoa, que tanto fala de amor, nos submerja no mar do infinito amor de Deus: um amor que é o próprio ser de Deus, um amor que é um dom, um amor que exige um sério empenho, um amor que cria intimidade e um amor que se torna missão.
 
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
 
LADAINHA DE NOSSA SENHORA

 
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
 
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
 
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
 
Santa Maria,  rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,...
Santa Virgem das virgens,...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança,...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada,...
Mãe sempre virgem,...
Mãe amável,...
Mãe admirável,...
Mãe do bom conselho,...
Mãe do Criador,...
Mãe do Salvador,...
Virgem prudentíssima,...
Virgem digna de honra,...
Virgem digna de louvor,...
Virgem poderosa,...
Virgem clemente,...
Virgem fiel,...
Espelho de justiça,...
Sede da sabedoria,...
Causa da nossa alegria,...
Templo do Espírito Santo,...
Tabernáculo da eterna glória,...
Moradia consagrada a Deus,...
Rosa mística,...
Torre de Davi,...
Fortaleza inexpugnável,...
Santuário da divina presença,...
Arca da Aliança,...
Porta do Céu,...
Estrela da Manhã,...
Saúde dos enfermos,...
Refúgio dos pecadores,...
Conforto dos migrantes,...
Consoladora dos aflitos,...
Auxílio dos cristãos,...
Rainha dos anjos,...
Rainha dos patriarcas,...
Rainha dos profetas,...
Rainha dos apóstolos,...
Rainha dos mártires,...
Rainha dos confessores da fé,...
Rainha das virgens,...
Rainha de todos os santos,...
Rainha concebida sem pecado,...
Rainha assunta ao céu,...
Rainha do sacratíssimo Rosário,...
Rainha das famílias,...
Rainha da paz,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
 
V. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
 
“LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.

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