São Pedro Celestino V, Papa
Santo Ivo, presbítero
Senhor, todo poderoso e
infinitamente perfeito, de quem procede todo ser e para quem todas as criaturas
devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que
em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em
honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade,
recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para
mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os
benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos,
guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio,
pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
MISSA
DA VIGÍLIA
Evangelho
(Jo 7,37-39): No último dia, o mais solene dia da festa, Jesus
colocou-se em pé e clamou em pranto: «Se alguém tem sede, deixai-o vir a mim
para que beba. Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, ‘do seu interior
fluirão rios de água viva’». Mas Ele se referiu ao Espírito que, mais tarde,
receberiam os que nele cressem; pois o Espírito Santo até aquele momento não
fora concedido, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
«Do seu interior correrão rios
de água viva»
Rev. D. Joan MARTÍNEZ Porcel (Barcelona,
Espanha)
Hoje contemplamos Jesus no último
dia da festa dos Tabernáculos, quando de pé gritou: «Se alguém tem sede, venha
a mim, e beba quem crê em mim, conforme a Escritura: ‘Do seu interior correrão
rios de água viva’» (Jo 7,37-38). Referia-se ao Espírito. A vinda do Espírito é
um teofania na que o vento e o fogo nos lembram a transcendência de Deus.
Depois de receber ao Espírito, os discípulos falam sem medo. Na Eucaristia da
vigília vemos ao Espírito como usualmente referimo-nos ao papel do Espírito em
relação individual, porém hoje a palavra de Deus remarca sua ação na comunidade
cristã: «Ele disse isso falando do Espírito que haviam de receber os que
acreditassem nele» (Jo 7,39). O Espírito constitui a unidade firme e sólida que
transforma a comunidade em um corpo só, o corpo de Cristo. Também, ele mesmo é
a origem da diversidade de dons e carismas que nos diferenciam a todos e a cada
um de nós.
A unidade é signo claro da
presença do Espírito nas nossas comunidades. O mais importante da Igreja é
invisível e, é precisamente a presença do Espírito que a vivifica. Quando
olhamos a Igreja unicamente com olhos humanos, sem fazê-la objeto de fé, erramos,
porque deixamos de perceber nela a força do Espírito. Na normal tensão entre
unidade e diversidade, entre igreja universal e local, entre comunhão
sobrenatural e comunidade de irmãos, necessitamos saborear a presença do Reino
de Deus na sua Igreja peregrina. Na oração coleta da celebração eucarística da
vigília pedimos a Deus que «os povos divididos (...) se congreguem por meio do
teu Espírito e, reunidos, confessem teu nome na diversidade de suas línguas».
Agora devemos pedir a Deus saber
descobrir o Espírito como alma de nossa alma e alma da Igreja.
MISSA
DO DIA
1ª
Leitura (At 2,1-11): Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos
estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu,
um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se
encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam
dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que
se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as
nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e
ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar?
Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? Partos,
medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto
e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha
de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes,
ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».
Salmo
Responsorial: 103
R. Enviai, Senhor, o vosso
Espírito e renovai a face da terra.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande! Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.
Se lhes tirais o alento, morrem e
voltam ao pó donde vieram. Se mandais o vosso espírito, retomam a vida e
renovais a face da terra.
Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras. Grato Lhe seja o meu canto e eu terei alegria
no Senhor.
2ª
Leitura (1Cor 12,3b-7.12-13): Irmãos: Ninguém pode dizer «Jesus é o
Senhor» a não ser pela ação do Espírito Santo. De facto, há diversidade de dons
espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o
Senhor é o mesmo. Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em
todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. Assim
como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros, apesar de
numerosos, constituem um só corpo, assim também sucede com Cristo. Na verdade,
todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só
Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos nos foi dado a beber um
único Espírito.
SEQUÊNCIA:
Vinde, ó santo Espírito, vinde, Amor ardente, acendei na terra vossa luz
fulgente. Vinde, Pai dos pobres: na dor e aflições, vinde encher de gozo nossos
corações. Benfeitor supremo em todo o momento, habitando em nós sois o nosso
alento. Descanso na luta e na paz encanto, no calor sois brisa, conforto no
pranto. Luz de santidade, que no Céu ardeis, abrasai as almas dos vossos fiéis.
Sem a vossa força e favor clemente, nada há no homem que seja inocente. Lavai
nossas manchas, a aridez regai, sarai os enfermos e a todos salvai. Abrandai
durezas para os caminhantes, animai os tristes, guiai os errantes. Vossos sete
dons concedei à alma do que em Vós confia: Virtude na vida, amparo na morte, no
Céu alegria.
Aleluia. Vinde, Espírito
Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso
amor. Aleluia.
Evangelho
(Jo 20,19-23): Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os
discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus
entrou e pôs-se no meio deles. Disse: «A paz esteja convosco». Dito isso,
mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o
Senhor. Jesus disse de novo: «A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou
também eu vos envio». Então, soprou sobre eles e falou: «Recebei o Espírito
Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão
retidos».
«Recebei o Espírito Santo»
Mons. José Ángel SAIZ Meneses,
Arcebispo de Sevilha (Sevilla, Espanha)
Hoje, no dia de Pentecostes se
realiza o cumprimento da promessa que Cristo fez aos Apóstolos. Na tarde do dia
de Páscoa soprou sobre eles e lhes disse: «Recebei o Espírito Santo» (Jo
20,22). A vinda do Espírito Santo o dia de Pentecostes renova e leva à
plenitude esse dom de um modo solene e com manifestações externas. Assim
culmina o mistério pascal.
O Espírito que Jesus comunica
cria no discípulo uma nova condição humana e produz unidade. Quando o orgulho
do homem lhe leva a desafiar a Deus construindo a torre de Babel, Deus confunde
as suas línguas e não podem se entender. Em Pentecostes acontece o contrário:
por graça do Espírito Santo, os Apóstolos são entendidos por pessoas das mais
diversas procedências e línguas.
O Espírito Santo é o Mestre
interior que guia ao discípulo até a verdade, que lhe move a obrar o bem, que o
consola na dor, que o transforma interiormente, dando-lhe uma força, uma
capacidade nova.
O primeiro dia de Pentecostes da
era cristã, os apóstolos estavam reunidos em companhia de Maria e, estavam em
oração. O recolhimento, a atitude orante é imprescindível para receber o
Espírito. «De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento
impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma
espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles»
(At 2,2-3).
Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e, puseram-se a predicar valentemente. Aqueles homens atemorizados tinham
sido transformados em valentes predicadores que não temiam o cárcere, nem a
tortura, nem o martírio. Não é estranho; a força do Espírito estava neles.
O Espírito Santo, Terceira Pessoa
da Santíssima Trindade, é a alma da minha alma, a vida da minha vida, o ser de
meu ser; é o meu santificador, o hóspede do meu interior mais profundo. Para
chegar à maturação na vida de fé é preciso que a relação com Ele seja cada vez
mais consciente, mais pessoal. Nesta celebração de Pentecostes abramos as
portas de nosso interior de par em par.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Onde está a Igreja, está também
o Espírito de Deus; e onde está o Espírito de Deus, está também a Igreja e toda
a graça» (Santo Irineu de Lyon)
«O sacramento da Penitência,
nasce diretamente do mistério pascal. O perdão não é fruto dos nossos esforços,
mas é um dom, um dom do Espírito Santo, que nos enche com o banho da
misericórdia e da graça que flui sem parar do coração aberto de Cristo crucificado
e ressuscitado» (Francisco)
«O Símbolo dos Apóstolos liga a
fé no perdão dos pecados à fé no Espírito Santo, mas também à fé na Igreja e na
comunhão dos santos. Foi ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos que Cristo
ressuscitado lhes transmitiu o seu próprio poder divino de perdoar os pecados»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 976)
«Recebei o Espírito Santo: àqueles
a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os
retiverdes, serão retidos».
Fr. Pedro Bravo, ocarm
* 19 (vv. 19-23: Mc 14,14-18;
Lc 24,36-43). O texto de hoje narra a primeira aparição de Jesus ressuscitado
aos apóstolos, em Jerusalém. Já foi lido na oitava de Páscoa, mas repete-se
no Pentecostes, termo das festas pascais, para sublinhar que: a) a Páscoa
cristã não é uma data, mas um acontecimento, sendo o Tempo pascal um só dia (S.
Atanásio, Ep. fest. 1: IGMR, NGALC, 22), “o dia que o Senhor fez” e que jamais
terá ocaso (S. Agostinho, Serm. 258,1; 254,8; cf. Sl 118,24), Jesus Cristo,
nossa Páscoa (1Cor 5,7); b) o Pentecostes é a meta da Páscoa. Para os judeus, o
dia a seguir ao primeiro dia dos Ázimos (16 nisan), é o Dia das Primícias (Yom
HaBikkurim: Lv 23,9-12), que neste caso coincidiu com o primeiro dia da semana
(1Cor 15,20), o Domingo da Ressurreição do Senhor. Nesse dia começa o ‘omer (Lv
23,10: “feixe”), a contagem decrescente (de 49 a 1) dos dias que faltam até ao
Pentecostes, para sublinhar a necessidade de um tempo de maturação e mostrar
que o Pentecostes é o objetivo e a realização da Páscoa; 3) é através do dom do
Espírito Santo, derramado no dia de Pentecostes, que Cristo ressuscitado se
torna efetivamente presente e atuante na sua Igreja.
* O “primeiro dia da semana”
evoca o início da criação (Gn 1,3ss). Jesus ressuscitado é as primícias, o
princípio da nova criação. Inseguros e desamparados, os apóstolos tinham-se
trancado, com “medo dos judeus” (9,22), no cenáculo, situado a uns 50 m do
palácio de Caifás (18,24).
* Ressuscitado, Jesus “veio”
(Ap 5,6s) ter com eles para com eles ficar para sempre (14,18s).
Apresenta-se “de pé” (v. 26; 21,4; Lc 24,36; cf. Lc 6,8; Nm 17,13),
ressuscitado, vitorioso, como estando já ali, entre os seus. “No meio” (v. 26),
não tem determinativo: Jesus é o Mediador entre Deus e os homens (1Tm 2,5), o
centro de comunhão, o fator de união, a referência central, o ponto de
convergência e a fonte de irradiação dos discípulos.
* Jesus saúda-os com a fórmula
tradicional: “Paz convosco” (he. shalôm alechem, 3x: vv. 21.26; Gn 43,23;
Sl 122,8; Tb 12,17; Jr 4,10; Dn 3,31; 1Pd 5,14). De mero augúrio, a saudação
converte-se agora no dom efetivo da paz que Jesus tinha anunciado (14,27) e que
na sua humanidade glorificada alcançou, a paz messiânica, definitiva, plenitude
dos bens prometidos por Deus (Sl 85,9.11; 122,6; Mq 5,5; Is 9,7; 26,12; 32,17;
52,7; 66,12), que só Jesus pode dar, através do Espírito Santo (Is 53,5; 2Ts
3,16; Rm 5,1; Cl 1,20; Gl 5,22; Ef 2,14ss). Jesus repete a saudação no v. 21,
confirmando o que diz.
* v. 20. Só depois de ter
falado, é que Jesus se dá a conhecer. De facto, o encontro com o
Ressuscitado só é possível na fé, a qual nasce da escuta da Palavra (Rm 10,17;
Gl 3,2.5). Por isso, é só depois de terem escutado Jesus e acreditado nele que
os discípulos o veem (v. 16; cf. 1,50).
* Jesus não se deixa ver
totalmente (pois é impossível abarcar o Ressuscitado), mas mostra apenas os
“sinais” de que é Ele, o Crucificado, que está ali, vivo, com eles: as mãos
perfuradas pelos cravos, sinal da sua obra (v. 25; Lc 24,40); e o lado
traspassado pela lança, manifestação do seu amor. Só João refere a chaga do
lado (19,34). Ao apresentar as chagas como sinal distintivo da sua nova
condição de ressuscitado (Ap 5,6), Jesus sublinha a realidade da sua
ressurreição corporal e a eficácia perene da sua morte na cruz, fonte de vida eterna
para os que nele creem (3,14ss).
* Os discípulos alegram-se ao
“verem o Senhor” (v. 18). É a alegria escatológica, imperecedoura,
anunciada pelos profetas (Is 66,10-14; Jr 31, 10‑14; 38,14; Sf 3,14s; Zc 10,7),
prometida por Jesus (16,20.22) e agora por Ele conferida, alegria esta que
brota da comunhão com Ele
ressuscitado e, nele, com o Pai e os irmãos
(14,28; 15,11; 17,13; 1Jo 1,4; cf. Gl 5,22). “O Senhor”:
as aparições de Jesus
ressuscitado são teofanias (“manifestações divinas”:
21,1) em que Ele Se revela, não
apenas como ressuscitado na sua humanidade glorificada, mas também como “o
Senhor” (gr. Kyriós, he. Adonai, o título divino reservado no AT para evitar
pronunciar o nome sagrado Iahveh: v. 18; 1Cor 12, 3; Fl 2,11), ou seja, como
Deus (v. 28).
* v. 21: 17,18. João junta num
só dia (o Dia que Jesus ressuscitado é), a comunicação dos dons messiânicos da
nova aliança. Por isso, é só após o encontro com Ele ressuscitado e o dom
da sua paz que Jesus envia (gr. apostellô) os apóstolos (e, neles, a Igreja)
como continuadores da Sua missão, a missão que o Pai lhe deu, para que a levem
a cabo do mesmo modo que Ele o fez. Para isso é necessário o Espírito Santo
(1,32s; 15,26s).
* v. 22. João compendia os
dons de Cristo ressuscitado num único dom, o dom messiânico por excelência: o
Espírito Santo (7,39). João realça assim a unidade das Pessoas divinas e da
Sua ação (4,24; 10,30; 17,11.21s), fonte da unidade da Igreja. Como sempre o
dom do Espírito Santo é acompanhado pelo símbolo que exprime a sua ação. Neste
caso é o sopro. Jesus “sopra” (gr. emfusaô). Este verbo evoca: a) Gn 2,7, a
criação do homem por Deus como “ser vivente”; b) Ez 37,9, o dom de uma vida
nova, dada por Deus ao seu povo, pelo Espírito; c) Sb 15,11, o dom criador do
Espírito vital.
* O termo “espírito” em
hebraico (ruah) e em grego (pneuma) designa também o “sopro” e o “vento”.
“O Espírito Santo” (nome que no AT só aparece em em Sl 51,13; Is 63,10.11; Sb
1,6; 9,17; 7,22) é o princípio de vida que Deus infunde no homem (Jb 7,7; Sl
144,4; Sb 15,11), neste caso, princípio de vida nova, através do qual Deus
comunica com ele (At 1,2), age no mundo e manifesta o seu poder, levando a cabo
a sua obra criadora (Gn 1,2), vivificante (Jb 33,4) e regeneradora (3,5-8).
Para o receber, há que esvaziar-se de si mesmo, aceitar Jesus como o Senhor e
dele aspirar o dom do Espírito Santo, pela fé, em íntima comunhão de oração.
* Não se trata, porém, já do
dom pleno do Espírito, pois o verbo “soprar” não tem complemento (cf. Sb 15,11;
1Rs 17,21). Jesus ressuscitado (7,30), comunica a vida que alcançou,
legando o Espírito Santo como princípio de vida nova à Igreja, por Ele gerada
na cruz (cf. 19,30), Igreja aqui representada por estes dez discípulos. De
facto, dos “Doze” (6,67.70s), faltam Tomé, que está ausente (v. 24), e Judas
Iscariotes, que se matou (Mt 27,5; At 1,15ss). No AT, “dez” simboliza a
totalidade, sendo o número mínimo de adultos necessário para que a sinagoga se
possa reunir para o culto (o minyan: Gn 18,32; Nm 13,2.26; 14,6.27; bMeg 23b;
jMeg 4,4). Jesus comunica o Espírito Santo como fonte de vida nova ao “povo que
vai nascer” (Sl 22,31), indicando que a Igreja sucederá à Sinagoga como novo
Povo de Deus. Entretanto, o dom da plenitude do Espírito Santo só é concedido
no dia de Pentecostes, quando Ele se infunde pessoalmente em cada crente
(1,33), regenerando-o (3,5s; Tt 3,5), e fazendo assim nascer (“vir à luz”) a
Igreja.
* v. 23: Mt 18,18. Pelo
Espírito Santo, Jesus comunica à Igreja, na pessoa dos Dez: a) a missão b) e o
poder que o Pai lhe deu (cf. At 1,8). a) Tal como na pregação de João Batista (1,29-34), a
missão de Jesus é resumida no dom messiânico por excelência, o Espírito Santo
(Lc 24,47; Jr 31,33s; 33,8s; Ez 36,22-29; At 2,38; 5,31; 10,43; 13,38s; 26,18),
que sela o dom da nova Aliança, sintetizada na “remissão dos pecados” (Mt
26,28), remissão dos pecados que é o Espírito Santo, infundido como dom, uma
vez que é Ele que restabelece a comunhão do homem com Deus e com os irmãos que
o pecado rompeu. b) O poder divino
(gr. exousía) de perdoar os pecados é conferido por Cristo à sua Igreja, na
pessoa dos apóstolos (cf. Mt 9,6ss; 18,18), para que esta continue a sua
missão, levando a Sua salvação a todos os homens, por Ele resgatados com o seu
Sangue derramado na sua paixão e morte de cruz (cf. Ef 1,7; Cl 1,14.20; 1Pd
1,18s; 1Jo 1,7; Ap 5,9).
MEDITAÇÃO
1) Jesus é a fonte e
centro da minha vida, o meu modelo e projeto, o meu ponto de referência, aquele
com quem me identifico?
2) Sinto necessidade da
presença e da ação do Espírito Santo em mim e através de mim? Invoco-o, peço a
sua vinda? Escuto a sua voz? Entrego-lhe a direção da minha vida? Confio na sua
ajuda?
3) Que testemunho damos
aos outros de Jesus: de vida nova, união, paz, reconciliação e cooperação?
Somos testemunhas e instrumentos do seu amor e do seu perdão neste mundo?
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do
Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como
vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse
período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser
sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha
fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel
e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o
coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA, TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de
nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, TENDE
PIEDADE DE NÓS.
Deus Filho, Redentor do mundo,
...
Deus Espírito Santo Paráclito,
...
Santíssima Trindade, que sois um
só Deus, ...
Santa Maria, ROGAI POR NÓS.
Imaculada Esposa do Espírito
Santo,
Puríssima Esposa do Espírito
Santo,
Devotíssima Esposa do Espírito
Santo,
Piedosíssima Esposa do Espírito
Santo,
Benigníssima Esposa do Espírito
Santo,
Amabilíssima Esposa do Espírito
Santo,
Amadíssima Esposa do Espírito
Santo,
Esposa eleita do Espírito Santo,
Esposa formosíssima do Espírito
Santo,
Esposa graciosíssima do Espírito
Santo,
Esposa santíssima do Espírito
Santo,
Esposa ilibada do Espírito Santo,
Esposa admirabilíssima do
Espírito Santo,
Esposa humilíssima do Espírito
Santo,
Verdadeiro Templo do Espírito
Santo,
Modelo da alma agradável a Deus,
Exemplo maravilhoso de vida
piedosa,
Bendita entre todos os
descendentes de Eva,
Mãe cheia de graça,
Virgem coberta com a sombra do
Espírito Santo,
Virgem repleta do Espírito Santo,
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, tende piedade de nós!
V. Rogai por nós, ó Maria, Esposa
do Espírito Santo!
R. Para que sejamos dignos
das promessas de Cristo!
ORAÇÃO
– Deus Todo Poderoso, que enviastes o Espírito Santo sobre os Apóstolos,
reunidos em oração com Maria, Mãe de Jesus, concedei, por intercessão da Virgem
Santíssima, que nos consagremos fielmente ao Vosso serviço e proclamemos a
glória do Vosso Nome em palavras e obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
“LEMBRAI-VOS”
DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima
Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm
recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido
por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e,
gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das
virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas
ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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