S. José Gabriel do Rosario
Brochero, presbítero
ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos,
ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança
aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em
vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja
agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria,
vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Jer 11,18-20): Quando
o Senhor me avisou, eu compreendi; vi então as maquinações dos meus inimigos.
Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro e ignorava a conjura que
tramavam contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor, arranquemo-la
da terra dos vivos, para não mais se falar no seu nome». Senhor do Universo,
que julgais com justiça e sondais os sentimentos e o coração, seja eu
testemunha do castigo que haveis de aplicar- lhes, pois a Vós confio a minha
causa.
Salmo Responsorial: 7
R. Senhor, meu Deus, em Vós espero.
Senhor, meu Deus, em Vós me refugio, livrai-me de quantos me
perseguem e salvai-me. Não me arrebatem como o leão e me dilacerem sem ter quem
me salve.
Julgai-me, Senhor, segundo a minha justiça, segundo a minha
inocência. Acabe a malícia dos ímpios e confortai o justo, Vós, Deus de
justiça, que sondais o íntimo dos corações.
A minha proteção está em Deus, que salva os homens retos de
coração. Deus é o juiz justo, um Deus que pode castigar todos os dias.
Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração
sincero e generoso e produzem fruto pela perseverança.
Evangelho (Jo 7,40-53): Ouvindo
estas palavras, alguns da multidão afirmavam: «Verdadeiramente, ele é o
profeta!». Outros diziam: «Ele é o Cristo!» Mas outros discordavam: “O Cristo
pode vir da Galileia? Não está na Escritura que o Cristo será da descendência
de Davi e virá de Belém, o povoado de Davi?». Surgiu, assim, uma divisão entre
o povo por causa dele. Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos.
Os guardas então voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes
perguntaram: «Por que não o trouxestes?». Responderam: «Ninguém jamais falou
como este homem». Os fariseus disseram a eles: «Vós também vos deixastes
iludir? Acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? Mas essa gente
que não conhece a Lei são uns malditos!». Nicodemos, porém, um dos fariseus,
aquele que tinha ido a Jesus anteriormente, disse: «Será que a nossa Lei julga
alguém antes de ouvir ou saber o que ele fez?». Eles responderam: «Tu também és
da Galileia? Examina as Escrituras, e verás que da Galileia não surge profeta».
Depois que cada um voltou para sua casa.
«Ninguém jamais falou como este homem»
Abbé Fernand ARÉVALO (Bruxelles, Bélgica)
Hoje o Evangelho nos apresenta as diferentes reações que
produziam as palavras de nosso Senhor. Este texto de João não nos oferece
nenhuma palavra do Mestre, mas sim as consequências do que ele dizia. Uns
pensavam que era um profeta; outros diziam «Ele é o Cristo» (Jo 7,41).
Verdadeiramente, Jesus Cristo é esse “sinal de contradição”
que Simeão havia anunciado a Maria (cf. Lc 2,34). Jesus não deixava
indiferentes aos que lhe escutavam, até o ponto em que nesta ocasião e em
muitas outras «surgiu uma divisão entre o povo por causa dele» (Jo 7,46). A
resposta dos guardas, que pretendiam prender o Senhor, centraliza a questão e
nos mostra a força das palavras de Cristo: «Ninguém jamais falou como este
homem» (Jo 7,46). É como dizer: suas palavras são diferentes; não são palavras
ocas, cheias de soberba e falsidade. Ele é a “Verdade” e seu modo de falar
reflete este fato.
E se isto acontecia com relação aos seus ouvintes, com maior
razão suas obras provocavam muitas vezes o assombro, a admiração; e, também, a
crítica, a murmuração, o ódio… Jesus falava a “linguagem da caridade”: suas
obras e palavras manifestavam o profundo amor que sentia por todos os homens,
especialmente pelos mais necessitados.
Hoje como então, os cristãos somos —temos de ser— “sinal de
contradição”, porque não falamos e atuamos como os demais. Nós, imitando e
seguindo a Jesus Cristo, temos de empregar igualmente “a linguagem da caridade
e do carinho”, linguagem necessária que, definitivamente, todos são capazes de
compreender. Como escreveu o Santo Padre Bento XVI na sua encíclica Deus
caritas est, «o amor —caritas— sempre será necessário, mesmo na sociedade mais
justa (…). Quem quer desfazer-se do amor, prepara-se para se desfazer do homem
enquanto homem».
«Ninguém jamais falou como este homem»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Hoje notamos como se “complica” o ambiente ao redor do
Senhor, poucos dias antes da Paixão ocorrida em Jerusalém. Por causa Dele se
gera todo tipo de discussão e controvérsia. Não podia ser de outro modo:
«Pensais que eu vim trazer a paz à terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim
trazer a divisão» (Lc 12,51).
E não é que o Redentor deseje a controvérsia e a divisão, e
sim que ante Deus não valem as “meias tintas”: «Quem não está comigo é contra
mim; e quem não recolhe comigo, espalha»(Lc 11,23). É inevitável! Diante Dele
não há nenhuma postura neutra: ou existe, ou não existe; é meu Senhor, ou não é
meu Senhor. Ninguém pode servir a dois senhores (cf. Mt 6,24).
São João Paulo II considerava que ante Deus temos que optar.
A fé simples que nosso bom Deus nos pede implica uma opção. Devemos optar
porque Ele não que nos impor; veio à Terra de maneira discreta; morreu
humilhado, sem chamar a atenção de sua condição divina (Flp 2,6). É o que
expressa maravilhosamente são Tomás de Aquino no Adoro Te devote: «Na cruz se
escondia só a divindade, aqui [na Eucaristia] se esconde também a humanidade».
Devemos optar! Deus não se impõe; se oferece. E fica para
nós a decisão de optar a favor Dele ou de não fazê-lo. É uma questão pessoal
que cada um —com a ajuda do Espírito Santo— há de se resolver. De nada servem
os milagres, se as disposições do homem não são de humildade e de simplicidade.
Diante dos mesmos fatos, vemos aos judeus divididos. E é que em questões de
amor não se pode dar uma resposta morna, pela metade: a vocação cristã comporta
uma resposta radical, tão radical como foi o testemunho de entrega e obediência
de Cristo na Cruz.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
* «O Verbo de Deus se fez homem e o Filho de Deus se fez
Filho do homem para que o homem, intimamente unido à Palavra de Deus, pudesse
se tornar filho de Deus por adoção» (Santo Irineu de Lyon)
* «Na raiz do mistério da salvação está, de fato, a vontade
de um Deus misericordioso, que não quer se entregar à incompreensão, à culpa e
à miséria do homem» (Francisco)
* . «Entre as autoridades religiosas de Jerusalém, não
somente se encontravam o fariseu Nicodemos e o notável José de Arimateia,
discípulos ocultos de Jesus, mas também, durante muito tempo, houve dissensões
a respeito d'Ele ao ponto de, na própria véspera da paixão, João poder dizer
deles que ‘um bom número acreditou n' Ele’, embora de modo assaz imperfeito (Jo
12, 42); o que não é nada de admirar, tendo-se presente que, no dia seguinte ao
de Pentecostes, ‘um grande número de sacerdotes se submetia à fé’ (At 6, 7) e
‘alguns homens do partido dos fariseus tinham abraçado a fé’ (…)» (Catecismo da
Igreja Católica, nº 595)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* No capítulo 7, João constata que havia várias opiniões
e muita confusão a respeito de Jesus no meio do povo. Os parentes pensavam
de um jeito (Jo 7,2-5), o povo pensava de outro jeito (Jo 7,12). Uns diziam:
"Ele é o profeta!" (Jo 7,40). Outros diziam: "Ele engana o
povo!" (Jo 7,12) Uns elogiavam: "Ele é bom!" (Jo 7,12). Outros
criticavam: "Ele não estudou!" (Jo 7,15) Muitas opiniões! Cada um
tinha os seus argumentos, tirados da Bíblia ou da Tradição. Mas ninguém se
lembrava do messias Servo, anunciado por Isaías (Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9;
52,13-53,12; 61,1-2). Hoje também há muita discussão sobre religião, e cada um
tira os seus argumentos da Bíblia. Como no tempo, assim também hoje, acontece
muitas vezes que os pequenos são enganados pelo discurso dos grandes e, às
vezes, até pelo discurso do pessoal da igreja.
* João 7,40-44: A confusão no meio do povo. A reação
do povo é a mais variada possível. Uns dizem: é o profeta. Outros: é o Messias,
o Cristo. Outros rebatem: não pode ser, porque o messias virá de Belém e esse
aí vem da Galileia! Estas várias ideias sobre o Messias provocavam divisão e
briga. Havia até gente que queria prendê-lo, mas não o fizeram. Provavelmente,
porque tinham medo do povo (cf. Mc 14,2).
* João 7,45-49: Os argumentos das autoridades.
Anteriormente, diante das reações do povo favoráveis a Jesus, os fariseus
tinham mandado guardas para prendê-lo (Jo 7,32). Mas os guardas voltaram ao
quartel sem Jesus. Tinham ficado impressionados com a fala tão bonita:
"Ninguém jamais falou como esse homem!" Os fariseus reagiram:
"Até vocês se deixaram enganar!" Para os fariseus, só mesmo
"esse povinho que não conhece a lei" se deixar enganar por Jesus. É
como se dissessem: "Nós, os chefes, conhecemos melhor as coisas e não nos
deixamos enganar!" Eles chamam o povo de "maldito"! As
autoridades religiosas da época tratavam o povo com muito desprezo.
* João 7,50-52: A defesa de Jesus por Nicodemos.
Diante deste argumento estúpido, a honestidade de Nicodemos se revolta e ele
levanta a voz para defender Jesus: "Desde quando a nossa lei condena
alguém sem primeiro ouvi-lo para saber o que fez?" A reação dos outros é
de deboche: "Até você, Nicodemos, virou Galileu, hein!? Dê uma olhada na
Bíblia e verá que da Galileia não pode vir nenhum profeta!" Eles estão
seguros! Com o livrinho do passado na mão se defendem contra o futuro que chega
incomodando. Assim muita gente faz até hoje! Só aceito o novo se ele estiver de
acordo com as ideias deles que são do passado.
Para um confronto pessoal
1. Quais são hoje as diferentes opiniões sobre Jesus
que existem no meio do povo? E na sua comunidade, existem diferentes opiniões
que geram confusão? Quais? Conte.
2. Há pessoas que só aceitam o novo se ele estiver de
acordo com as ideias deles que são do passado. E eu?
ORAÇÃO - Ó
glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste
mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem
as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons
preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos
criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer
que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem
ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus,
que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São
José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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