ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos,
ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança
aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em
vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja
agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria,
vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Jer 31,31-34): Dias
virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de
Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no
dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto, aliança que eles
violaram, embora Eu tivesse domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança
que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei-de
imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu
serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos
outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos
eles Me conhecerão, desde o maior ao menor, diz o Senhor. Porque vou perdoar os
seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.
Salmo Responsorial: 50
R. Dai-me, Senhor, um coração puro.
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela
vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a
iniquidade e purificai-me de todas as faltas.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro
de mim um espírito firme. Não queirais repelir-me da vossa presença e não
retireis de mim o vosso espírito de santidade.
Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me
com espírito generoso. Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos e os
transviados hão de voltar para Vós.
2ª Leitura (Hb 5,7-9): Nos
dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores
e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua
piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo
atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem, causa de
salvação eterna.
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, diz o Senhor, e
onde Eu estiver, ali estará também o meu servo.
Evangelho (Jo 12,20-33): Havia
alguns gregos entre os que tinham subida a Jerusalém para adorar durante a
festa. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e
disseram: «Senhor, queremos ver Jesus». Filipe conversou com André, e os dois
foram falar com Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do
Homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo
que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se
apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há
de guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu
estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o
honrará. Sinto agora grande angústia. E
que direi? ‘Pai, livra-me desta hora’? Mas foi precisamente para esta hora que
eu vim. Pai glorifica o teu nome!» Veio, então, uma voz do céu: «Eu já o
glorifiquei, e o glorificarei de novo». A multidão que ali estava e ouviu,
dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um anjo que falou com
ele». Jesus respondeu: «Esta voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por
vossa causa. É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai
ser expulso, e quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim». Ele falava
assim para indicar de que morte iria morrer.
«Se alguém quer me servir, siga-me»
Fr. Vimal MSUSAI (Ranchi, Jharkhand, Índia)
Hoje escutamos uma passagem evangélica cujas palavras —da
mão do discípulo amado— deveram transmitir uma forte coragem no caminho da fé
durante as perseguições que sofreram os primeiros cristãos. Naqueles dias das
festas judias, alguns gregos foram a Jerusalém para prestar culto e quiseram
ver Jesus. Pediram ajuda aos discípulos.
“Ver Jesus” não significa simplesmente olhar para ele, coisa
que provavelmente pretendiam aqueles gregos. “Ver Jesus” é entrar totalmente em
seu modo de pensar; significa entender porque Ele tinha que sofrer e morrer
para ressuscitar. Como o grão de trigo, Jesus Cristo tem que deixar tudo,
inclusive sua própria vida, para poder trazer vida para Ele e para muitos
outros.
Se não captamos isto como o núcleo da vida de Cristo, então
não o vemos realmente. Em palavras de são Atanásio, só podemos ver Jesus
através da morte mediante a Cruz com a qual Ele traz muitos frutos para todos
os séculos. “Ver Jesus” quer dizer render-se diante de uma não merecida morte
que traz os dons da fé e da salvação para a humanidade (cf. Jn 12,25-26).
Mahatma Gandhi reflete a mesma ideia dizendo que «o melhor caminho para se
encontrar com si mesmo é perder-se no serviço aos demais».
As palavras de Jesus lembram aos seus discípulos que devem
seguir seus passos, inclusive até a morte. O grão, realmente não more, ele se
transforma em algo completamente novo: raízes, folhas e frutos (a Páscoa). De
maneira similar, a lagarta deixa de ser lagarta para se transformar em algo
diferente-e ao mesmo tempo — frequentemente muito mais bonito (uma borboleta).
E, se nós queremos “ver Jesus”, temos que andar seu caminho.
«Se alguém me serve, que me siga, e onde eu estiver, ali estará também meu
servidor» (Jn 12,26). Isto supõe percorrer com Jesus Cristo e com Maria todo o
caminho do Calvário, onde quer que esteja cada um de nós. Jesus, que deixou
todas as coisas por nós, nos chama a estar com Ele todo o percurso, imitando
sua entrega e procurando que se cumpra a vontade de seu Pai.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
* «Desprezaram crer em Cristo, precisamente porque a
sua impiedade o desprezava morto, riu dele, assassinado, mas essa mesma morte
era a do grão que havia de multiplicar-se, e a elevação daquele que arrasta
tudo atrás de si» (Santo Agostinho)
* «Ele mesmo é o grão de trigo que vem de Deus, que
se deixa cair no chão, que se deixa romper na morte e, precisamente assim, se
abre e pode frutificar em todo o mundo» (Bento XVI)
* «(…) Ele realizará a vinda do seu Reino sobretudo
através de (…) a sua morte na Cruz e a sua ressurreição. ‘E Eu, uma vez elevado
da Terra, atrairei todos a Mim’ (Jo 12, 32). Todos os homens são chamados a
esta união com Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 542)
“Senhor, queremos ver Jesus”
Do site Ordem do Carmo em Portugal
* O contexto - Estamos no final do “livro dos sinais”
que é a chave interpretativa que João usa no seu Evangelho, e já se está
perfilando o encontro mortal entre a classe dirigente e Jesus. Esta passagem é
como um elo entre o que até agora João contou e se conclui com esta aparição
das “gentes” (assinaladas por estes “gregos”), e o que está para suceder. João
subdivide os próximos acontecimentos em dois âmbitos. O primeiro âmbito é o
diálogo unicamente com os discípulos no contexto da ceia pascal (cc 13-17), e o
outro âmbito é a cena pública da paixão e depois a aparição do ressuscitado (cc
18-21).
Este episódio, talvez não de todo real, quer assinalar que a
abertura às gentes começou já com o próprio Jesus. Não se trata tanto de andar
a convencer os outros acerca de qualquer coisa, mas de acolher sobretudo a sua
busca e levá-la à maturidade. E esta maturidade não se alcança senão com a
colaboração dos outros e com um diálogo com Jesus. Não se diz se Jesus falou a
estes “gregos”: o texto parece abreviar a narração, fazendo levar de imediato à
evidência de que “tipo de Jesus” se devem acercar aqueles que o procuram.
Trata-se do Jesus que oferece a vida, que dá frutos através da morte. Não,
portanto, um Jesus “filósofo”, “sábio”, mas sobretudo aquele que não está
agarrado à própria vida, mas a doou e se colocou ao serviço da vida de todos. O
que se diz nos versículos 27-33 em que se manifesta a angústia e a perturbação
de Jesus diante da morte iminente, é chamado também o “Getsêmani do IV
Evangelho”, em paralelo com a narração dos Sinópticos sobre a vigília dolorosa
de Jesus no Getsêmani. Como acontece com o trigo, que só se rompendo e morrendo
pode libertar toda a sua vitalidade, do mesmo modo Jesus morrendo mostrará todo
o seu amor que dá vida. A história da semente é a história de Jesus e de todo o
discípulo que o quer servir e ter vida n'Ele.
* “Senhor, queremos ver Jesus” - Trata-se de uma
pergunta que fazem alguns “gregos” a Filipe. Deles diz-se que “tinham vindo a
Jerusalém para adorar nos dias da Festa”. Provavelmente são aqueles “tementes a
Deus” de que se fala frequentemente nos textos neotestamentários, simpatizantes
da religião hebraica, ainda que não sejam verdadeiramente judeus. Podiam ser
somente de origem sírio-fenícia, como indica Marcos com a mesma palavra (Mc 7,
26) quando fala da mulher que pede a cura da filha. No pedido que fazem podemos
encontrar somente curiosidade de se aproximarem de uma personagem famosa e
discutida. Mas o contexto em que são apresentados por João, esta procura indica
pelo contrário que procuravam verdadeiramente e com coração aberto. E é mesmo
assim que são imediatamente apresentados como foi dito: “Olhai como toda a
gente foi com Ele” (Jo 12, 19).
E logo a notícia é comentada por Jesus como o “chegar a hora
do Filho do Homem”. O facto de se terem dirigido a Filipe, e este os orientar
para André, é devido ao facto de os dois serem de Betsaida, uma cidade onde as
pessoas estavam misturadas e tinham necessidade de se entenderem em diferentes
idiomas. As duas personagens representam de qualquer modo duas sensibilidades:
Filipe é mais tradicionalista (como se vê pela frase que disse depois de ter
conhecido Jesus (Jo 1, 45)), enquanto André, que já tinha participado no
movimento de João Baptista, era de carácter mais aberto à novidade (Jo 1, 41),
para indicar que a comunidade que se abre aos pagãos, que acolhe a solicitude
de quem procura com um coração curioso, é uma comunidade que vive na
diversidade de sensibilidades.
* “Se o grão de
trigo não cai na terra...” A resposta de Jesus parece menos dirigida aos
“gregos”, que desejavam vê-lo, e mais orientada para todos, discípulos e
“gregos”. Ele vê abrirem-se as fronteiras, sente a tumultuosa adesão das
gentes, mas quer chamar a atenção que esta fama que o rodeia, esta “glória” que
quiseram conhecer de perto, é de outro género da que eles talvez esperassem.
Trata-se de uma vida que está para ser destruída, de uma palavra que é
“silenciada”, esmagada até à morte, sepultada nas entranhas do ódio e da terra,
para a fazer desaparecer. E em vez de verem uma glória ao estilo humano, estão
perante uma “glória” que se revela através do sofrimento e da morte. Vale para
eles como vale para toda a comunidade cristã que se quer abrir aos “gregos”.
Deve “consultar” este Senhor, ou seja, deve estar em contacto com este rosto,
com esta morte para a vida, deve dar a própria contemplação do mistério e não
só aportar noções. Deve viver o verdadeiro despojo das seguranças e das
gratificações humanas, para poder servir o Senhor e receber também ele a honra
do Pai. O apego à própria vida e à sabedoria humana - e no mundo grego estes
eram valores muito considerados - é o verdadeiro obstáculo ao autêntico
“conhecimento de Jesus”. Servir o nome do Senhor, acolher a solicitude de quem
o procura, levá-los a Jesus, mas sem viver ao estilo do Senhor, sem dar
sobretudo testemunho de compartilhar a mesma escolha de vida, o mesmo dom da
vida, não serve para nada.
* “Agora a minha alma está perturbada” - Esta
“agitação” de Jesus é um elemento muito interessante. Não é fácil sofrer, a
carne revolta-se, a inclinação natural faz fugir do sofrimento. Também Jesus
sentiu esta repugnância, sentiu horror, diante da morte que se perfilava
dolorosa e humilhante. Na sua pergunta “que vou dizer?”, podemos sentir este
calafrio, este medo, esta tentação de subtrair-se a uma tal morte. João coloca
este momento difícil antes da Última Ceia; os Sinópticos, pelo contrário,
colocam-no na oração do Getsêmani, antes da prisão (Mc 14, 32-42; Mt 26, 36-46;
Lc 22, 39-46). Em todo o caso, todos coincidem em sublinhar em Jesus este temor
e fadiga que o torna semelhante a nós, frágil e cheio de medo.
Mas Ele enfrente esta angústia “confiando-se” ao Pai,
reclamando para si mesmo que este é o seu projeto, que toda a sua vida tende
precisamente para esta hora, que se revela e se assume. O tema da hora -
sabemo-lo bem - é muito importante para João: veja-se a primeira afirmação nas
bodas de Caná (Jo 2, 4) e depois mais frequentemente (Jo 4, 21; 7, 6.8.30; 8,
20; 11, 9; 13, 1; 17, 1). Trata-se não somente de um tempo determinado, mas
também de uma circunstância decisiva, para a qual tudo se orienta.
* “Atrairei todos a mim” - Excluído pela violência
homicida dos que se sentiam ameaçados, a suspensão da cruz converte-se numa
verdadeira entronização, ou seja, a exposição de quem é para todos salvação e
bênção. Da violência que o queria marginalizar e eliminar, passa-se à força centrípeta
exercida por aquela imagem de entronização. Trata-se de “um atrair” que se gera
não por curiosidade, mas por amor. Será suscitador de discipulado, de adesão em
todos aqueles que saibam ir para além do facto físico, e verão n'Ele a
gratuitidade feita totalidade. Não será a morte ignominiosa que afastará, mas
que se converterá em fonte de atracção misteriosa, gramática que abre novos
sentidos para a vida. Uma vida entregue que gera vida; uma vida sacrificada que
gera esperança e nova solidariedade, nova comunhão, nova liberdade.
ORAÇÃO - Ó
glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste
mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem
as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons
preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos
criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer
que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem
ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO:
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