S.
Rafael de São José (Kalinowski), Presbítero de nossa Ordem
S.Marcos Ji Tianxiang. leigo e mártir
Santa
Matilde de Helfta, virgem
1ª
Leitura (Prov 31,10-13.19-20.30-31): Quem poderá encontrar uma mulher
virtuosa? O seu valor é maior que o das pérolas. Nela confia o coração do
marido e jamais lhe falta coisa alguma. Ela dá-lhe bem-estar e não desventura,
em todos os dias da sua vida. Procura obter lã e linho e põe mãos ao trabalho
alegremente. Toma a roca em suas mãos, seus dedos manejam o fuso. Abre as mãos
ao pobre e estende os braços ao indigente. A graça é enganadora e vã a beleza;
a mulher que teme o Senhor é que será louvada. Dai-lhe o fruto das suas mãos e
suas obras a louvem às portas da cidade.
Salmo
Responsorial: 127
R. Ditoso o que segue o
caminho do Senhor.
Feliz de ti que temes o Senhor e
andas nos seus caminhos. Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo
te correrá bem.
Tua esposa será como videira
fecunda, no íntimo do teu lar; teus filhos serão como ramos de oliveira, ao
redor da tua mesa.
Assim será abençoado o homem que
teme o Senhor. De Sião te abençoe o Senhor: vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida.
2ª
Leitura (1Tes 5,1-6): Irmãos: Sobre o tempo e a ocasião, não precisais
que vos escreva, pois vós próprios sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem
como um ladrão noturno. E quando disserem: «Paz e segurança», é então que
subitamente cairá sobre eles a ruína, como as dores da mulher que está para ser
mãe, e não poderão escapar. Mas vós, irmãos, não andais nas trevas, de modo que
esse dia vos surpreenda como um ladrão, porque todos vós sois filhos da luz e
filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas. Por isso, não durmamos
como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios.
Aleluia. Permanecei em Mim e
Eu permanecerei em vós, diz o Senhor. Quem permanece em Mim dá fruto abundante.
Aleluia.
Evangelho
(Mt 25,14-30): Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: “O Reino dos
Céus é também como um homem que ia viajar para o estrangeiro. Chamou os seus
servos e lhes confiou os seus bens: a um, cinco talentos, a outro, dois e ao
terceiro, um -a cada qual de acordo com sua capacidade. Em seguida viajou. O
servo que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou
outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas
aquele que havia recebido um só, foi cavar um buraco na terra e escondeu o
dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, o senhor voltou e foi ajustar
contas com os servos. Aquele que havia recebido cinco talentos entregou-lhe
mais cinco, dizendo: Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais
cinco que lucrei. O senhor lhe disse: Parabéns, servo bom e fiel! Como te
mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem
participar da alegria do teu senhor! Chegou também o que havia recebido dois
talentos e disse: Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois
que lucrei. O senhor lhe disse: Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste
fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar
da alegria do teu senhor! Por fim, chegou aquele que havia recebido um só
talento, e disse: Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não
plantaste e ajuntas onde não semeaste. Por isso fiquei com medo e escondi o teu
talento no chão. Aqui tens o que te pertence. O senhor lhe respondeu: Servo mau
e preguiçoso! Sabias que eu colho onde não plantei e que ajunto onde não
semeei. Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar,
eu recebesse com juros o que me pertence. Em seguida, o senhor ordenou: Tirai
dele o talento e dai àquele que tem dez! Pois a todo aquele que tem será dado
mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será
tirado. E quanto a este servo inútil, lançai-o fora, nas trevas. Ali haverá
choro e ranger de dentes!».
«A todo aquele que tem será
dado mais, e terá em abundância»
P. Antoni POU OSB Monge de
Montserrat (Montserrat, Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus narra-nos outra
parábola do juízo. Aproximamo-nos da festa do Advento e, portanto, está próximo
o fim do ano litúrgico.
Deus, ao dar-nos a vida,
entregou-nos também umas possibilidades -maiores ou mais pequenas- de
desenvolvimento pessoal, ético e religioso. Não importa se cada um tem muito ou
pouco, o importante é que temos de fazer render o que recebemos. O homem da nossa
parábola, que esconde o seu talento por medo do seu senhor, não soube arriscar:
«Aquele que havia recebido um só, foi cavar um buraco na terra e escondeu o
dinheiro do seu senhor» (Mt 25,18). Talvez seja este o núcleo da parábola:
temos que ter a percepção de um Deus que nos faz sair de nós próprios, que nos
anima a viver a liberdade pelo Reino de Deus.
A palavra talento desta parábola
-que não é mais do que uma medida de peso que representa 30 kg de prata- fez
tanto sucesso, que até já se emprega na linguagem popular para designar as
qualidades duma pessoa. Porém, a parábola não exclui que os talentos que Deus
nos deu não sejam somente as nossas possibilidades, mas também as nossas
limitações. O que somos e o que temos, esse é o material com que Deus quer
fazer de nós uma nova realidade.
A frase «a todo aquele que tem
será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem
lhe será tirado» (Mt 25,29), não é, naturalmente, uma máxima para animar ao
consumo, antes só se pode entender em relação ao amor e a generosidade.
Efetivamente, se correspondemos aos dons de Deus, confiando na sua ajuda, então
experimentaremos que Ele é que dá o incremento: «As histórias de tantas pessoas
simples, bondosas, a quem a fé fez boas, demonstram que a fé produz efeitos
muito positivos (...). E, pelo contrário, também temos de constatar que a
sociedade, com a evaporação da fé, se tornou mais dura... » (Bento XVI).
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«É necessário, meus irmãos, que
tenhais o maior cuidado na guarda da caridade, em cada uma das ações que
tenhais que realizar» (S. Gregório Magno)
«Vivamos para o Senhor e baseemos
a nossa vida no seu amor, como o fez o próprio Jesus: poderemos saborear a
verdadeira alegria, e a nossa vida não será estéril, mas fecunda» (Francisco)
«As testemunhas que nos
precederam no Reino (...) Elas contemplam a Deus, louvam-no e não cessam de
tomar a seu cuidado os que deixaram na terra. Tendo entrado «na alegria» do seu
Senhor, foram «estabelecidas à frente de muita coisa» (31). A sua intercessão é
o mais alto serviço que prestam ao desígnio de Deus. Podemos e devemos pedir-lhes
que intercedam por nós e por todo o mundo» (Catecismo da Igreja Católica, nº
2.683)
"Servos bons e
fiéis"
Bento XVI, Angelus, Novembro 2008
A Palavra de Deus deste domingo,
o penúltimo do ano litúrgico, convida-nos a ser vigilantes e empreendedores, à
espera da volta do Senhor Jesus no fim dos tempos. A página evangélica narra a
célebre parábola dos talentos, citada por São Mateus (cf. 25, 14-30). O
"talento" era uma antiga moeda romana, de grande valor, e
precisamente por causa da popularidade desta parábola tornou-se sinónimo de
dote pessoal, que cada um é chamado a fazer frutificar.
Na realidade, o texto fala de
"um homem que, ao partir para uma viagem, chamou os seus servos e lhes
confiou os seus bens" (Mt 25, 14). O homem da parábola representa o
próprio Cristo, os servos são os discípulos e os talentos são os dons que Jesus
lhes confia. Por isso tais dons, mais do que as qualidades naturais,
representam as riquezas que o Senhor Jesus nos deixou em herança, para que as
fecundemos: a sua Palavra, depositada no Santo Evangelho; o Baptismo, que nos
renova no Espírito Santo; a oração do "Pai-Nosso" que elevamos a Deus
como filhos unidos no Filho; o seu perdão, que Ele ordenou de levar a todos; o
sacramento do seu Corpo imolado e do seu Sangue derramado. Em síntese: o Reino
de Deus, que é Ele mesmo, presente e vivo no meio de nós.
Este é o tesouro que Jesus
confiou aos seus amigos, no final da sua breve existência terrena. A parábola
insiste na atitude interior com que acolher e valorizar este dom.
A atitude errada é a do receio: o
servo que tem medo do seu senhor e teme o seu retorno, esconde a moeda debaixo
da terra e ela não produz qualquer fruto. Isto acontece por exemplo com quem,
tendo recebido o Baptismo, a Comunhão e a Crisma, depois enterra tais dons
debaixo de uma camada de preconceitos, sob uma falsa imagem de Deus que
paralisa a fé e as obras, a ponto de atraiçoar as expectativas do Senhor.
Mas a parábola põe em maior
evidência os bons frutos produzidos pelos discípulos que, felizes pelo dom
recebido, não o conservaram escondido, com receio e inveja, mas fizeram-no
frutificar, compartilhando-o, comunicando-o. Sim, o que Cristo nos concedeu multiplica-se
quando é doado! É um tesouro feito para ser despendido, investido,
compartilhado com todos, como nos ensina aquele grande administrador dos
talentos de Jesus, que é o Apóstolo Paulo.
O ensinamento evangélico, que
hoje a liturgia nos oferece, incidiu também no plano histórico-social,
promovendo nas populações cristãs uma mentalidade ativa e empreendedora. No
entanto, a mensagem central diz respeito ao espírito de responsabilidade com
que acolher o Reino de Deus: responsabilidade em relação a Deus e à humanidade.
Encarna perfeitamente esta
atitude do coração a Virgem Maria que, recebendo o mais precioso dos dons, o
próprio Jesus, ofereceu-O ao mundo com imenso amor. A Ela peçamos-lhe que nos
ajude a ser "servos bons e fiéis", para que possamos um dia participar
"na alegria do nosso Senhor".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO