S.
Alberto, Patriarca de Jerusalém e Legislador de nossa Ordem
DIA DA FAMÍLIA CARMELITA
São Roberto Belarmino, bispo e
doutor da Igreja
Santa Hildegarda, virgem e doutora da Igreja
Santa Hildegarda, virgem,
1ª
Leitura (Si 27,33—28,9): O rancor e a ira são coisas detestáveis, e o
pecador é mestre nelas. Quem se vinga sofrerá a vingança do Senhor, que pedirá
minuciosa conta de seus pecados. Perdoa a ofensa do teu próximo e, quando o
pedires, as tuas ofensas serão perdoadas. Um homem guarda rancor contra outro e
pede a Deus que o cure? Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para
os seus próprios pecados? Se ele, que é um ser de carne, guarda rancor, quem
lhe alcançará o perdão das suas faltas? Lembra-te do teu fim e deixa de ter ódio;
pensa na corrupção e na morte, e guarda os mandamentos. Recorda os mandamentos
e não tenhas rancor ao próximo; pensa na aliança do Altíssimo e não repares nas
ofensas que te fazem.
Salmo
Responsorial: 102
R. O Senhor é clemente e
compassivo, paciente e cheio de bondade.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e
todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não
esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades. Salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e
misericórdia.
Não está sempre a repreender, nem
guarda ressentimento. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos
castigou segundo as nossas culpas.
Como a distância da terra aos
céus, assim é grande a sua misericórdia para os que O temem.
Como o Oriente dista do Ocidente,
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
2ª
Leitura (Rom 14,7-9): Irmãos: Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum
de nós morre para si mesmo. Se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos,
morremos para o Senhor. Portanto, quer vivamos quer morramos, pertencemos ao
Senhor. Na verdade, Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e
dos mortos.
Aleluia. Dou-vos um mandamento
novo, diz o Senhor: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Aleluia.
Evangelho
(Mt 18,21-35): Pedro dirigiu-se a Jesus perguntando: «Senhor, quantas
vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» Jesus
respondeu: «Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. O
Reino dos Céus é, portanto, como um rei que resolveu ajustar contas com seus
servos. Quando começou o ajuste, trouxeram-lhe um que lhe devia uma fortuna
inimaginável. Como o servo não tivesse com que pagar, o senhor mandou que fosse
vendido como escravo, junto com a mulher, os filhos e tudo o que possuía, para
pagar a dívida. O servo, porém, prostrou-se diante dele pedindo: ‘Tem paciência
comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o senhor teve compaixão, soltou o
servo e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali aquele servo encontrou um dos seus
companheiros que lhe devia uma quantia irrisória. Ele o agarrou e começou a
sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. O companheiro, caindo aos pés dele,
suplicava: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei’. Mas o servo não quis saber.
Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que estava devendo. Quando
viram o que havia acontecido, os outros servos ficaram muito sentidos,
procuraram o senhor e lhe contaram tudo. Então o senhor mandou chamar aquele
servo e lhe disse: ‘Servo malvado, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me
suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive
compaixão de ti? O senhor se irritou e mandou entregar aquele servo aos
carrascos, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que o meu Pai que está
nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão».
«Senhor, quantas vezes devo
perdoar, se meu irmão pecar contra mim?»
Rev. P. Anastasio URQUIZA
Fernández MCIU (Monterrey, México)
Hoje, no Evangelho, Pedro
consulta Jesus sobre um tema muito concreto que continua guardando no coração
de muitas pessoas: pergunta pelo limite do perdão. A resposta é que esse limite
não existe: «Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes» (Mt
18,22). Para explicar esta realidade, Jesus utiliza uma parábola. A pergunta do
rei centra o tema da parábola: «Não devias tu também ter compaixão do teu
companheiro, como eu tive compaixão de ti?» (Mt 18,33).
O perdão é um dom, uma graça que
procede do amor e da misericórdia de Deus. Para Jesus, o perdão não tem
limites, sempre e quando o arrependimento seja sincero e veraz. Mas exige abrir
o coração à conversão, quer dizer, obrar com os outros segundo os critérios de
Deus.
O pecado grave afasta-nos de Deus
(cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1470). O veículo ordinário para receber o
perdão desse pecado grave da parte de Deus é o sacramento da penitência, e o
ato do penitente que o coroa é a sua satisfação. As obras próprias que
manifestam essa satisfação são o signo do compromisso pessoal —que o cristão
assumiu perante Deus— de começar uma existência nova, reparando, na medida do
possível, os danos causados ao próximo.
Não pode haver perdão do pecado
sem algum tipo de satisfação, cujo fim é: 1. Evitar deslizar-se a outros
pecados mais graves; 2. Recusar o pecado (pois as penas satisfatórias são como
o feno e tornam o penitente mais cauto e vigilante); 3. Tirar com os atos
virtuosos os maus hábitos contraídos pelo mau viver; 4. Assemelhar-nos a
Cristo.
Como explicou S. Tomás de Aquino,
o homem é devedor perante Deus, tanto pelos benefícios recebidos, como pelos
pecados cometidos. Pelos primeiros deve tributar-lhe adoração e ação de graças;
e pelo segundo, satisfação. O homem da parábola não esteve disposto a realizar
o segundo, pelo que se tornou incapaz de receber o perdão.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«O perdão atesta que no mundo
está presente o amor mais forte que o pecado» (São João Paulo II)
«Perante a gravidade do pecado,
Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do
que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que
perdoa» (Francisco)
«(…) É aí, de facto, «no fundo do
coração», que tudo se ata e desata. Não está no nosso poder deixar de sentir e
esquecer a ofensa; mas o coração que se entrega ao Espírito Santo muda a ferida
em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 2.843)
Perdoar é uma decisão
Do site da Canção Nova (Brasil)
O evangelho de hoje nos faz
refletir muito sobre um aspecto de nossa vida que está bastante presente no
nosso dia a dia: O PERDÃO.
Várias vezes por dia, e com
diversas pessoas, nós sentimos a necessidade de pedir perdão. Isto acontece
principalmente quando nossas atitudes magoam as pessoas que amamos e/ou quando
vemos nos rostos destas pessoas a tristeza que causamos. Esse pedido de perdão
nem sempre é tão simples, principalmente se temos o orgulho latente em nós e
não queremos reconhecer o erro. Quando as pessoas magoadas não são as que
amamos, esta atitude de humildade torna-se ainda mais difícil.
Mas apesar de tudo saiba que perdoar
é uma decisão. Ora veja!
Então Pedro, aproximando-se dele,
disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe
perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até
setenta vezes sete. Há pessoas que dizem que é difícil perdoar. No entanto, creio
que esta afirmação surge porque muita gente não sabe ao certo o que é perdoar.
Neste ensinamento de Jesus
aprendemos que devemos perdoar setenta vezes sete. mas, então, o que é perdoar?
Perdoar não é um sentimento. Perdoar não é esquecer tudo, ou melhor, não é ter
uma amnésia!
Perdoar é uma decisão. O que
sente não interessa, porque a decisão de perdoar está no seu coração e você
está livre. Você pode perdoar e continuar a sentir-se incomodado, aborrecido
com a pessoa, mas pela Palavra de Deus, podemos ver que perdoar é fácil: não é
um sentimento, é uma decisão.
Há pessoas que se recusaram a
perdoar a outros e acabaram doentes ou paralisadas, sem que nada funcionasse na
sua vida. Você sabia que a falta do perdão pode causar doenças terríveis em
nós? Muitas doenças estão relacionadas com a falta de perdão. Você tem que
perdoar a esposa, ao marido, ao seu vizinho, ao colega, ao patrão, seja a quem
for. Senão é você que vai ficar mal na vida, pois se não perdoarmos os nossos
pecados uns dos outros, também Deus não nos perdoará os nossos.
Em Mateus 18:33-35, Jesus disse
que se nós não perdoarmos do coração, cada um ao seu irmão, as suas ofensas,
Deus também não nos perdoaria as nossas ofensas e até nos deixaria nas mãos dos
atormentadores que são demônios. Deus perdoou-nos as nossas maiores ofensas e
nos deu salvação. Nós não temos o direito de não perdoar aos outros.
Veja este exemplo: Você também
pode ter que acordar cedo para ir trabalhar e não lhe apetecer, mas você sabe
que tem que ir, por isso, levanta-se não porque lhe apeteça, mas porque é uma
obrigação. Quando tiver que perdoar alguém o faça quer sinta ou não. Diga a
Deus: Oh Deus, eu perdoo aquela pessoa que me magoou e partir de agora não
guardo nada no meu coração contra ela. Mesmo que no dia seguinte você se sinta
ainda magoado, o que interessa é a sua decisão feita na véspera e a pessoa está
perdoada e o seu coração está limpo. Se a outra pessoa não quiser perdoar o
problema é dela, já não é seu.
Ouvimos a pouco que certo homem
devia muito dinheiro ao rei, e quando foram fazer contas, o rei teve
misericórdia, e perdoou-lhe toda a dívida. Quando este homem saiu da presença
do rei foi ter com aqueles que lhe deviam pequenas quantias, e como não lhe
podiam pagar, lançou-os na prisão. Quando o rei soube disto entregou este homem
aos carrascos, confiscou todos os seus bens, e toda a sua família foi vendida
como escravos, até que pagasse toda a dívida.
E, indignado, o seu senhor o
entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará,
também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um, a seu irmão,
as ofensas.
Algumas pessoas dizem: Eu perdôo,
mas não posso esquecer. Mas, quando Deus lhe perdoa alguma falta, você fica
como se nunca tivesse pecado. Ele não se lembra mais disso. Nós também temos
que fazer o mesmo, i.é., perdoar e esquecer o mal que nos fizeram; é apagar de
coração as ofensas cometidas contra si.
A razão de algumas pessoas
sofrerem de artrite, úlceras no estômago e até esgotamentos cerebrais, noites
sem dormir, etc., é porque elas se recusam a perdoar. E porque não perdoam Deus
também não lhes pode perdoar; por conseguinte, sofrem as maldições que o diabo
lhes quiser pôr.
Se alguém o ofender perdoe-lhe
nesse mesmo instante, não deixe passar um dia sem perdoar. Por quê? Porque está
a dar lugar ao diabo, que virá a si com pensamentos errados acerca dessa
pessoa. E à medida que o tempo passa, rancor começa brotar do seu coração e a
sua comunhão com Deus fica cortada.
Quando Jesus ensinou que nos
devemos perdoar 70 vezes sete, estava a dizer que, se for necessário devemos
perdoar 490 vezes por dia, isto é perdoar sempre sem esmorecer, porque é assim
que Deus faz também. Portanto, trata-se de tomar uma decisão. Perdoar é uma
decisão hoje aqui e agora! Decida-se!
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