Bto
João Soreth, presbítero de nossa Ordem e fundador das Ordens II e III
Btas Maria Pilar de São Francisco de Borja, Teresa do Menino Jesus e Maria de São José, virgens e mártires de nossa Ordem
Bta. Mª das Mercês do Sagrado Coração Prat, virgem e mártir da Companhia de Santa Teresa
1ª
Leitura (Ex 14,5-18): Naqueles dias, quando anunciaram ao rei do Egipto
que o povo israelita fugira, mudou-se o coração do faraó e dos seus servos
contra o povo e disseram: «Que fizemos nós, deixando partir Israel, que não
mais nos servirá?». O faraó mandou atrelar o carro e tomou a sua gente consigo.
Prepararam seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egipto, cada qual
com os seus combatentes. O Senhor permitiu que se endurecesse o coração do
faraó, rei do Egipto, o qual perseguiu os filhos de Israel, que partiram de mão
erguida. Os egípcios perseguiram-nos, – com os cavalos e carros do faraó, com
os seus cavaleiros e o seu exército – e alcançaram-nos, quando eles estavam
acampados junto ao mar, junto de Piairot, em frente de Baalsefon. Quando o
faraó se aproximava, os filhos de Israel levantaram os olhos e viram que os
egípcios vinham atrás deles. Cheios de pavor, os filhos de Israel clamaram ao
Senhor e disseram a Moisés: «Foi por falta de túmulos no Egipto que nos
trouxeste para morrermos no deserto? Que nos fizeste, tirando-nos do Egipto?
Não era isto que te dizíamos no Egipto: ‘Deixa-nos servir em paz os egípcios;
mais vale servir os egípcios que morrer no deserto’?». Então Moisés disse ao
povo: «Não temais. Permanecei firmes e vereis a salvação que o Senhor nos dará
neste dia, pois aqueles egípcios que hoje vedes, nunca mais os vereis. O Senhor
combaterá por vós e vós nada tereis que fazer». O Senhor disse a Moisés: «Por que
estás a bradar por Mim? Diz aos filhos de Israel que se ponham em marcha. E tu
ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de
Israel entrem nele a pé enxuto. Entretanto vou permitir que se endureça o
coração dos egípcios, que hão de perseguir os filhos de Israel. Manifestarei
então a minha glória, triunfando do faraó, de todo o seu exército, dos seus
carros e dos seus cavaleiros. Os egípcios reconhecerão que Eu sou o Senhor,
quando Eu manifestar a minha glória, vencendo o faraó, os seus carros e os seus
cavaleiros».
Salmo
Responsorial: 15
R. Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
Cantarei ao Senhor, que fez
brilhar a sua glória: precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro. O Senhor é a
minha força e a minha proteção: a Ele devo a minha liberdade.
Ele é o meu Deus: eu O exalto;
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico. O Senhor é um guerreiro, Omnipotente é
o seu nome; precipitou no mar os carros do Faraó e o seu exército.
Os seus melhores combatentes
afogaram-se no Mar Vermelho, foram engolidos pelas ondas, caíram como pedra no
abismo. A vossa mão direita, Senhor, revelou a sua força, a vossa mão direita,
Senhor, destroçou o inimigo.
Evangelho
(Mt 12,38-42): Naquele tempo, alguns escribas e fariseus disseram a
Jesus: «Mestre, queremos ver um sinal da tua parte». Ele respondeu-lhes: «Uma
geração perversa e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a
não ser o sinal do profeta Jonas. De fato, assim como Jonas esteve três dias e
três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias
e três noites no seio da terra. No dia do Juízo, os habitantes de Nínive se
levantarão juntamente com esta geração e a condenarão, pois eles mostraram
arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas.
No dia do Juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a
condenará; pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão».
Hoje, Jesus é colocado à prova,
por «alguns escribas e fariseus» (Mt 12,38; cf. Mc 10,12), estes sentem-se
ameaçados pela pessoa de Jesus, não por razões de fé, mas sim de poder. Com
medo de perder o seu poder, procuram descredibilizar Jesus, provocando-O. Estes
“alguns”, somos muitas vezes nós, quando procuramos seguir os nossos egoísmos e
interesses individuais; quando olhamos para a Igreja como uma realidade
meramente humana e não como projeto de amor de Deus por e para cada um de nós.
A resposta de Jesus é clara:
«Nenhum sinal lhe será dado» (cf. Mt 12,39), não por ter medo, mas para centrar
e recordar que os “sinais” são relação de comunhão e amor entre Deus e a
humanidade e não de interesses e poderes individuais. Jesus recorda que há
muitos sinais dados por Deus, não é provocando ou chantageando Deus, que se
consegue chegar a Ele.
Jesus é o sinal maior. Neste dia
a Palavra é um convite para que cada um de nós compreenda, com humildade, que
só um coração convertido, voltado para Deus, pode acolher, interpretar e viver
este sinal que é Jesus. A humildade é a realidade que nos aproxima não só de
Deus, mas também da humanidade. Pela humildade reconhecemos as nossas
limitações e virtudes, mas sobretudo vemos os outros como irmãos e Deus como
Pai.
Como nos recorda o Papa
Francisco: «O Senhor é deveras paciente para conosco! Não se cansa de recomeçar
de novo, cada vez que caímos». Por isso, apesar das nossas faltas e
provocações, o Senhor está de braços abertos para nos acolher e recomeçar. Que
procuremos que na nossa vida, e hoje em particular, esta palavra ganhe vida em
nós. A alegria do cristão está em ser reconhecido pelo amor que se vê na sua
vida, amor que brota de Jesus.
Hoje, no Evangelho, contemplamos
alguns mestres da Lei e fariseus que pretendem que Jesus demonstre a sua origem
divina através de um sinal prodigioso (cf. Mt 12,38). Ele já havia realizado
muitos, mais do que os necessários para provar que não só vinha de Deus, mas
que Ele próprio era Deus. Porém, apesar de tantos milagres que realizara, tal
não fora suficiente: por mais que fizesse, não teriam acreditado.
Jesus, servindo-se de um sinal
prodigioso do Antigo Testamento, anuncia, em tom profético, a sua morte,
sepultura e ressurreição: «De fato, assim como Jonas esteve três dias e três
noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e
três noites no seio da terra» (Mt 12,40), e daí sairá cheio de vida.
O povo de Nínive recuperou a
amizade com Deus, mediante a conversão e a penitência. Também nós, através da
conversão, da penitência e do Batismo, fomos sepultados com Cristo e vivemos com
Ele e por Ele, agora e para sempre, tendo dado um verdadeiro passo pascal: da
morte para a vida, do pecado para a graça. Libertos da escravidão do demônio,
tornamo-nos filhos de Deus. É o grande prodígio, que ilumina a nossa fé e a
esperança de vivermos amando como Deus manda, possuindo Deus Amor em plenitude.
Grandes prodígios, tanto o da
Páscoa de Jesus, como o da nossa através do Batismo. Ninguém os viu, já que
Jesus saiu do sepulcro, cheio de vida, e nós saímos do pecado, cheios de vida
divina. Assim o cremos e vivemos evitando cair na incredulidade daqueles que
querem ver para crer, ou dos que gostariam de ver a Igreja sem a opacidade dos
homens que a formam. Que o mistério pascal de Cristo, que tão profundamente
repercute em toda a humanidade e em toda a criação, nos baste, pois ele é a
causa de tantos “milagres da graça”.
A Virgem Maria confiou na Palavra
de Deus, e não teve que correr até ao sepulcro para embalsamar o corpo de seu
Filho e para comprovar que o sepulcro estava vazio: ela simplesmente acreditou
e “viu”.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Deus não impediu que a morte separasse a alma do corpo do Filho, de acordo com a ordem necessária da natureza. Mas ele uniu-os novamente através da Ressurreição, para que o próprio Filho pudesse ser o ponto de encontro da morte e da vida» (São Gregório de Nicéia)
«O sinal que Jesus promete é o
seu perdão através da Sua morte e da Sua ressurreição. O sinal que Jesus
promete é a Sua misericórdia. Assim, o verdadeiro sinal de Jonas é o que nos dá
a confiança de sermos salvos pelo sangue de Cristo"» (Francisco)
«O Batismo, cujo sinal original e
pleno é a imersão, significa eficazmente a descida ao túmulo, por parte do
cristão que morre para o pecado com Cristo, com vista a uma vida nova (...)»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 628)
* O evangelho de hoje traz
mais uma discussão entre Jesus e as autoridades religiosas da época. Desta
vez são os doutores da lei e os fariseus que pedem que Jesus faça um sinal para
eles. Jesus já tinha realizado muitos sinais: curou o leproso (Mt 8,1-4), curou
o empregado do centurião (Mt 8,5-13), a sogra de Pedro (Mt 8,14-15), os doentes
e possessos da cidade (Mt 8,16), acalmou a tempestade (Mt 8,23-27), expulsou os
demônios (Mt 8,28-34) e tantos outros milagres. O povo, vendo os sinais
reconheceu em Jesus o Servo de Javé (Mt 8,17; 12,17-21). Mas os doutores e os
fariseus não foram capazes de perceber o significado de tantos sinais que Jesus
já tinha realizado. Eles queriam algo diferente.
* Mateus 12,38: O pedido de doutores e fariseus
por um sinal. Os fariseus chegam e dizem a Jesus: "Mestre, queremos
ver um sinal realizado por ti".
Querem que Jesus realize para eles um sinal, um milagre, para que eles
possam examinar e verificar se Jesus é ou não o enviado por Deus conforme eles
o imaginavam e esperavam. Querem prová-lo. Querem que se Jesus se submeta aos
critérios deles, para que possam enquadrá-lo dentro do esquema do messianismo
deles. Não há neles abertura para uma possível conversão. Não tinham entendido
nada de tudo que Jesus tinha feito.
* Mateus 12,39: A resposta de Jesus: o sinal de
Jonas. Jesus não se submete ao pedido das autoridades religiosas, pois não
há sinceridade no pedido deles. "Uma geração má e adúltera busca um sinal,
mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas”. Estas
palavras proferem um julgamento muito forte a respeito dos doutores e fariseus.
Elas evocam o oráculo de Oséias que denunciava o povo como esposa infiel e
adúltera (Os 2,4). O evangelho de Marcos diz que Jesus, diante do pedido dos
fariseus, soltou um profundo suspiro (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de
tristeza diante de tão grande cegueira. Pois não adianta mostrar uma pintura
bonita a quem não quer abrir os olhos. Quem fecha os olhos não pode ver! O
único sinal que lhe será dado é o sinal de Jonas.
* Mateus 12,41: Aqui está mais do que Jonas. Jesus
aponta para o futuro: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no
ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites
no seio da terra”. Ou seja, o único sinal será a ressurreição de Jesus que se
prolongará na ressurreição de seus seguidores. Este é o sinal que, futuramente,
vai ser dado aos doutores e fariseus. Eles serão confrontados com o fato de que
Jesus, por eles condenado à morte de cruz, será ressuscitado por Deus e
continuará ressuscitando de muitas maneiras naqueles que nele acreditarem, por
exemplo, ele ressuscitará no testemunho dos apóstolos “pessoas iletradas” que
terão a coragem de enfrentar as autoridades anunciando a ressurreição de Jesus
(At 4,13). O que converte é o testemunho! Não os milagres. “No dia do
julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e
a condenarão. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar”. O
povo de Nínive se converteu diante do testemunho da pregação de Jonas e vai
denunciar a incredulidade dos doutores e dos fariseus. Pois “aqui está quem é
maior do que Jonas”.
* Mateus 12,42: Aqui está mais do que Salomão. A
alusão à conversão do povo de Nínive associou e fez lembrar o episódio da
Rainha de Sabá: “No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra esta
geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a
sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão". Esta
evocação quase ocasional do episódio da Rainha de Sabá que reconheceu a
sabedoria de Salomão, mostra como se usava a Bíblia naquele tempo. Era por
associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se explica
pela Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a
interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura Orante da Palavra de Deus.
Para um confronto pessoal
1) Converter-se é mudar não só de comportamento moral, mas também de ideias e de modo de pensar. Moralista é quem muda de comportamento, mas mantém seu modo de pensar inalterável. E eu, quem sou?
2) Diante da atual renovação da Igreja, sou fariseu que pede mais um sinal ou sou como o povo que reconhece que este é o caminho que Deus quer?
Btas Maria Pilar de São Francisco de Borja, Teresa do Menino Jesus e Maria de São José, virgens e mártires de nossa Ordem
Bta. Mª das Mercês do Sagrado Coração Prat, virgem e mártir da Companhia de Santa Teresa
R. Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
Aleluia. Se hoje ouvirdes a
voz do Senhor, não fecheis os vossos corações. Aleluia.
«Mestre, queremos ver um sinal
da tua parte»
Pe. Joel PIRES Teixeira (Faro,
Portugal)
«Mestre, queremos ver um sinal
da tua parte»
Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué (Manresa,
Barcelona, Espanha)
«Deus não impediu que a morte separasse a alma do corpo do Filho, de acordo com a ordem necessária da natureza. Mas ele uniu-os novamente através da Ressurreição, para que o próprio Filho pudesse ser o ponto de encontro da morte e da vida» (São Gregório de Nicéia)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
1) Converter-se é mudar não só de comportamento moral, mas também de ideias e de modo de pensar. Moralista é quem muda de comportamento, mas mantém seu modo de pensar inalterável. E eu, quem sou?
2) Diante da atual renovação da Igreja, sou fariseu que pede mais um sinal ou sou como o povo que reconhece que este é o caminho que Deus quer?
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