S. José de Anchieta, presbítero, Apóstolo do Brasil
ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à
divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes
louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no
Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço
por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração
da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e
pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras.
Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (Tob 11,5-17): Naqueles dias, Ana, mulher de Tobit, estava
sentada, percorrendo com a vista o caminho por onde seu filho Tobias devia
voltar. Quando verificou que ele estava a chegar, disse a Tobit: «O teu filho
está a chegar com o homem que o acompanhou». O Anjo Rafael tinha dito a Tobias,
antes de que ele se aproximasse do pai: «Estou certo de que se abrirão os olhos
de teu pai. Unta-lhe os olhos com o fel de peixe: o remédio fará que as manchas
se reduzam e desapareçam dos seus olhos. Teu pai vai recuperar a vista e verá a
luz». Ana correu a lançar-se ao pescoço de seu filho e disse-lhe: «Já te vejo,
meu filho. Agora posso morrer». E começou a chorar. Tobit levantou-se e, embora
tropeçando, conseguiu sair pela porta do pátio. Tobias foi ao seu encontro, com
o fel de peixe na mão; soprou-lhe nos olhos, segurou-o e disse-lhe: «Coragem,
pai!». Depois aplicou-lhe o remédio e, com ambas as mãos, tirou-lhe uma espécie
de pele dos cantos dos olhos. Então Tobit lançou-se-lhe ao pescoço e chorou,
dizendo: «Já te vejo, meu filho, luz dos meus olhos». E exclamou: «Bendito seja
Deus, bendito seja o seu santo nome. Benditos sejam os seus santos Anjos por
todos os séculos. Porque Deus tinha-me ferido, mas compadeceu-Se de mim, e
agora vejo meu filho Tobias».
Salmo
Responsorial: 145
R. Ó minha alma, louva o
Senhor.
Louva, minha alma, o Senhor.
Louvarei o Senhor toda a minha vida, cantarei ao meu Deus enquanto viver.
O Senhor faz justiça aos
oprimidos, dá pão aos que têm fome e a liberdade aos cativos.
O Senhor ilumina os olhos dos
cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos.
O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva e entrava o caminho aos pecadores.
O Senhor reina eternamente. O teu
Deus, ó Sião, é Rei por todas as gerações.
Aleluia. Se alguém Me ama,
guardará a minha palavra, diz o Senhor: meu Pai O amará e faremos nele a nossa
morada. Aleluia.
Evangelho
(Mc 12,35-37): Então Jesus tomou a palavra e ensinava, no templo: «Por
que os escribas dizem que o Cristo é filho de Davi? O próprio Davi, movido pelo
Espírito Santo, falou: ‘Disse o Senhor ao meu senhor: Senta-te à minha direita,
até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés’. Se o próprio Davi o chama
de ‘senhor’, como então ele pode ser seu filho?». E a grande multidão o
escutava com prazer.
«Se o próprio Davi o chama de
‘senhor’»
P. Josep LAPLANA OSB Monje de
Montserrat (Montserrat, Barcelona, Espanha)
Hoje, o judaísmo ainda sabe que o
Messias tem de ser “o filho de Davi” e deve inaugurar uma nova era do reinado de
Deus. Os cristãos “sabemos” que o Messias filho de Davi é Jesus Cristo, e que
este reino tem começado já incoativamente –como semente que nasce e cresce- e
se fará realidade visível e radiante quando Jesus volte no final dos tempos.
Mas agora já Jesus é o filho de Davi e nos permite viver “na esperança” os bens
do reino messiânico.
O título “Filho de Davi” aplicado
a Jesus Cristo forma parte da medula do Evangelho. Na Anunciação, a Virgem
recebeu esta mensagem: «Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o
Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de
Jacó» (Lc 1,32-33). Os pobres que pediam a sanação a Jesus clamavam: «Filho de
Davi, tem compaixão de mim!» (Mc 10,48). Na sua entrada solene em Jerusalém,
Jesus foi aclamado: «O Bendito o Rei que vai começar, o reino de Davi, nosso
pai!» (Mc 11,10). O antiquíssimo livro da Didaké agradece a Deus «a vinha santa
de Davi, teu servo, que nos tem dado a conhecer por meio de Jesus, teu servo».
Mas Jesus não é só filho de Davi,
senão também Senhor. Jesus o afirma solenemente ao citar o Salmo davídico 110,
cita incompreensível para os judeus: pois resulta impossível que o filho de
Davi seja “Senhor” de seu pai. São Pedro, testemunha da ressurreição de Jesus,
viu claramente que Jesus tinha sido constituído “Senhor de Davi”, porque «Davi
morreu e foi sepultado, seu sepulcro ainda se conserva entre nós (...). A este
Jesus Deus o tem ressuscitado, e disso somos testemunha todos nós» (Ac 2,14).
Jesus Cristo, «nosso Senhor,
descendente de Davi quanto à carne, que, segundo o Espírito de santidade, foi
estabelecido Filho de Deus no poder por sua ressurreição dos mortos» como diz
São Paulo (Rm 1,3-4), tem se convertido no foco que atrai o coração de todos os
homens, e assim, mediante a sua atração suave, exerce seu senhorio entre todos
os homens que se dirigem a Ele como amor e confiança.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
« Se queremos pedir que o reino
de Deus desça sobre nós, pedimo-lo com o poder da Palavra: que eu possa ser afastado
da corrupção, que eu possa ser libertado da morte e das cadeias do erro» (São
Gregório de Nissa)
«Em disputa com os fariseus, o
próprio Jesus dá ao Salmo 110 uma nova interpretação. O verdadeiro Messias não
é o filho de David, mas o `Senhor de David´; ele não se senta no trono de
David, mas no trono de Deus» (Bento XVI)
«O próprio Jesus confirma que Deus
é o único Senhor´, e que é necessário amá-Lo com todo o coração, com toda a
alma, com todo o entendimento e com todas as forças. Ao mesmo tempo, dá a
entender que Ele próprio é o Senhor´. Confessar que Jesus é o Senhor´ é próprio
da fé cristã. Isso não vai contra a fé num Deus Único (...)» (Catecismo da
Igreja Católica, nº 202)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* No evangelho de anteontem, Jesus criticou a
doutrina dos saduceus (Mc 12,24-27). No evangelho de hoje, ele critica o
ensinamento dos doutores da lei. E desta vez, sua crítica não visa a
incoerência da vida deles, mas sim o ensinamento que eles transmitem ao povo.
Numa outra ocasião, Jesus tinha criticado a incoerência deles e tinha dito ao
povo: “Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei
de Moisés. Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas
não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam” (Mt 23,2-3). Agora, ele
mostra uma reserva com relação ao que eles ensinam a respeito da esperança
messiânica, e ele baseia a sua crítica em argumentos tirados da Bíblia.
* Marcos 12,35-36: O ensinamento dos doutores
da Lei sobre o Messias. A propaganda oficial tanto do governo como dos
doutores da Lei dizia que o Messias viria como Filho de Davi. Era a maneira de
ensinar que o Messias seria um rei glorioso, forte e dominador. Assim foi o
grito do povo no Domingo de Ramos: "Bendito o Reino que vem do nosso pai
Davi!" (Mc 11,10). Assim também gritou o cego de Jericó: "Jesus,
filho de Davi, tem dó de mim!" (Mc 10,47).
* Marcos 12,37: Jesus questiona o ensinamento
dos doutores sobre o Messias. Jesus questiona este ensinamento dos
doutores. Ele cita um salmo de Davi: “O Senhor disse ao meu senhor: senta-te à
minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés!” (Sl
110,1) E Jesus acrescenta: “Se o próprio Davi o chama de meu Senhor, como é que
o messias pode ser filho dele?” Isto significa que Jesus não concordava muito
com esta ideia de um messias Senhor Glorioso, que viria como rei poderoso para
dominar e se impor sobre todos os inimigos. Marcos acrescenta que o povo gostou
da crítica de Jesus. De fato, a história informa que os “pobres de Javé “
(anawim) esperavam o messias não como dominador, mas sim como servidor de Deus
para a humanidade.
* As várias formas de esperança messiânica.
Ao longo dos séculos, a esperança messiânica foi crescendo, tomando várias
formas. Quase todos os grupos e movimentos da época de Jesus esperavam a chegada
do Reino, mas cada um do seu jeito: fariseus, escribas, essênios, zelotes,
herodianos, saduceus, os profetas populares, os discípulos de João Batista, os
pobres de Javé. Pode-se distinguir três tendências na esperança messiânica do
povo no tempo de Jesus.
1. Messias como enviado
pessoal de Deus: Para uns, o futuro Reino devia chegar através de um
enviado de Deus, chamado Messias ou Cristo. Ele seria ungido para poder
realizar esta missão (Is 61,1). Alguns esperavam que ele fosse um profeta;
outros, que fosse um rei, um discípulo ou um sacerdote. Malaquias, por exemplo,
espera o profeta Elias (Mal 3,23-24). O Salmo 72 espera um rei ideal, um Novo
Davi. Isaías ora espera um discípulo (Is 50,4), ora um profeta (Is 61,1). O
espírito impuro gritava: "Eu sei quem tu és o Santo de Deus! (Mc 1, 24).
Sinal de que também havia gente que esperava um messias que fosse sacerdote
(Santo ou Santificado). Os pobres de Javé (anawim) esperavam o Messias como o
“Servo de Deus”, anunciado por Isaías.
2. Messianismo sem messias.
Para outros, o futuro chegaria de repente, sem mediação nem ajuda de ninguém. O
próprio Deus viria em pessoa para realizar as profecias. Não haveria um messias
propriamente dito. Seria um messianismo sem messias. Isto já se percebe no
livro de Isaías, onde o próprio Deus vem chegando trazendo a vitória na mão (Is
40,9-10; 52,7-8).
3. O Messias já chegou.
Também havia grupos que já não esperavam o messias. Para eles a situação
presente devia continuar como estava, pois achavam que o futuro já tinha chegado.
Estes grupos não eram populares. Por exemplo, os saduceus não esperavam o
messias. O herodianos achavam que Herodes fosse o rei messiânico.
4. A luz da ressurreição.
A Ressurreição de Jesus é a luz que, de repente, iluminou todo o passado. À luz
da ressurreição, os cristãos começaram a reler o Antigo Testamento e
descobriram nele sentidos novos que antes não podiam ser descobertos, porque
faltava a luz (cf 2Cor 3,15-16). É no AT que eles buscavam as palavras para
expressar a nova vida que estavam vivendo em Cristo. É lá que encontraram a
maior parte dos títulos de Jesus: Messias (Sl 2,2), Filho do Homem (Dn 7,13; Ez
2,1), Filho de Deus (Sl 2,7; 2 Sm 7,13), Servo de Javé (Is 42,1; 41,8),
Redentor (Is 41,14; Sl 19,15; Rt 4,15), Senhor (LXX) (quase 6000 vezes!). Todos
os grandes temas do AT desembocam em Jesus e encontram nele a sua plena
realização. Na ressurreição de Jesus desabrochou a semente e, no dizer dos Pais
da Igreja, todo o Antigo Testamento se tornou Novo Testamento.
Para um confronto pessoal
1) Qual é a sua esperança
para o futuro do mundo de hoje em que vivemos?
2) A fé na Ressurreição
tem alguma influência na maneira de você viver sua vida?
LADAINHA
DO SAGRADO CORAÇÃO
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de
nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende
piedade de nós.
Deus Espírito Santo Paráclito, tende
piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um
só Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho do Pai
Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo
Espírito Santo no seio da Virgem Mãe,...
Coração de Jesus, unido
substancialmente ao Verbo de Deus,...
Coração de Jesus, de majestade
infinita,...
Coração de Jesus, templo santo de
Deus,...
Coração de Jesus, tabernáculo do
Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta
do céu,...
Coração de Jesus, fornalha
ardente de caridade,...
Coração de Jesus, receptáculo de
justiça e amor,...
Coração de Jesus, abismo de todas
as virtudes,...
Coração de Jesus, digníssimo de
todo o louvor,...
Coração de Jesus, rei e centro de
todos os corações,...
Coração de Jesus, no qual estão
todos os tesouros da sabedoria e ciência,...
Coração de Jesus, no qual habita
toda a plenitude da divindade,...
Coração de Jesus, no qual o Pai
celeste põe as suas complacências,...
Coração de Jesus, de cuja
plenitude nós todos participamos,...
Coração de Jesus, desejo das
colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e
misericordioso,...
Coração de Jesus, rico para todos
os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e
santidade,...
Coração de Jesus, propiciação
para os nossos pecados,...
Coração de Jesus, saturado de
sofrimentos,...
Coração de Jesus, atribulado por
causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente
até a morte,...
Coração de Jesus, atravessado
pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a
consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e
ressurreição,...
Coração de Jesus, nossa paz e
reconciliação,...
Coração de Jesus, vítima dos
pecadores,...
Coração de Jesus, salvação dos
que em vós esperam,...
Coração de Jesus, esperança dos
que em vós expiram,...
Coração de Jesus, delícia de
todos os Santos,...
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e humilde de
coração,
R. — Fazei o nosso coração
semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai
para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que
ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa
misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso
Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os
séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO
AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(nome), dou e consagro ao
Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida,
minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser,
senão para honrá-lo, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável -
pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não
for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de
meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha
fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro
na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus,
vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho
em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia,
mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa
desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu
coração, que eu não possa jamais me esquecer, nem me separar de Vós. Suplico-vos,
também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero
fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer
convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.
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