ORAÇÂO
Senhor, todo poderoso e
infinitamente perfeito, de quem procede todo ser e para quem todas as criaturas
devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que
em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em
honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade,
recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para
mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os
benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos,
guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio,
pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (Si 35,1-12): Cumprir a lei equivale a muitas oferendas, ser
fiel aos mandamentos é um sacrifício de salvação. Dar graças é uma oblação de
flor de farinha e a esmola é um sacrifício de louvor. O que mais agrada ao
Senhor é desviar-se do mal, afastar-se da injustiça é um sacrifício de
expiação. Não te apresentes diante do Senhor de mãos vazias, todos estes
sacrifícios se oferecem porque são mandados por Deus. A oferenda do justo
enriquece o altar e o seu agradável perfume sobe à presença do Altíssimo. O
sacrifício do justo é agradável ao Senhor e o seu memorial não será esquecido.
Dá glória ao Senhor com generosidade e não sejas mesquinho nas primícias que ofereces. Em
todas as tuas oferendas mostra um rosto alegre e consagra o dízimo de boa
vontade. Dá ao Altíssimo conforme Ele te deu, com generosidade, segundo as tuas
posses. Porque o Senhor sabe retribuir e te dará sete vezes mais. Não tentes suborná-lo
com presentes, porque não os aceitará. Nem confies num sacrifício injusto,
porque o Senhor é juiz e não faz acepção de pessoas.
Salmo
Responsorial: 49
R. A quem segue o caminho reto
darei a salvação de Deus.
Reuni os meus fiéis, que selaram
a minha aliança com um sacrifício. – Os céus proclamam a sua justiça: o próprio
Deus vem julgar.
Ouve, meu povo, que Eu vou falar,
contra ti vou testemunhar: Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo, os teus
holocaustos estão sempre na minha presença.
Oferece a Deus sacrifícios de
louvor e cumpre os votos feitos ao Altíssimo. Honra-Me quem Me oferece um
sacrifício de louvor, a quem segue o caminho reto darei a salvação de Deus.
Aleluia. Bendito sejais, ó
Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelastes aos pequeninos os mistérios do
reino. Aleluia.
Evangelho
(Mc 10,28-31): Pedro começou a dizer-lhe: «Olha, nós deixamos tudo e te
seguimos». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa,
irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do Evangelho,
recebe cem vezes mais agora, durante esta vida — casas, irmãos, irmãs, mães,
filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, vida eterna. Muitos,
porém, que são primeiros, serão últimos; e muitos que são últimos serão
primeiros».
«Todo aquele que deixa casa,
por causa de mim e do Evangelho, recebe cem vezes mais agora, durante esta vida
,e, no mundo futuro, vida eterna»
Rev. D. Jordi SOTORRA i Garriga (Sabadell,
Barcelona, Espanha)
Hoje, como aquele amo que ia
todas as manhãs à praça procurar trabalhadores para a sua vinha, o Senhor
procura discípulos, seguidores, amigos. A sua chamada é universal. É uma oferta
fascinante! O Senhor dá-nos confiança. Mas põe uma condição para ser seus
discípulos, condição essa que nos pode desanimar: temos que deixar «casa,
irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do evangelho» (Mc
10,29).
Não há contrapartida? Não haverá
recompensa? Isto aporta algum benefício? Pedro, em nome dos Apóstolos, recorda
ao Maestro: «Nós deixamos tudo e te seguimos» (Mc 10,28), como querendo dizer:
que ganharemos com tudo isto?
A promessa do Senhor é generosa:
«recebe cem vezes mais agora, durante esta vida (…); e, no mundo futuro, vida
eterna» (Mc 10,30). Ele não se deixa ganhar em generosidade. Mas acrescenta:
«com perseguições». Jesus é realista e não quer enganar. Ser seu discípulo, se
o formos de verdade, nos trarão dificuldades, problemas. Mas Jesus considera as
perseguições e as dificuldades como um prêmio, pois nos fazem crescer, se as
soubermos aceitar e vive-las como uma ocasião para ganhar maturidade e
responsabilidade. Tudo aquilo que é motivo de sacrifício assemelha-nos a Jesus
Cristo que nos salva pela sua morte em Cruz.
Estamos sempre a tempo para
revisar a nossa vida e aproximar-nos mais de Jesus Cristo. Estes tempos, todo o
tempo permitem-nos —através da oração e dos sacramentos— averiguar se entre os
discípulos que Ele procura estamos nós, e veremos também qual deve ser a nossa
resposta a esta chamada. Ao lado de respostas radicais (como a dos Apóstolos)
há outras. Para muitos, «deixar casa, irmãos, irmãs, mãe…» significará deixar
tudo aquilo que nos impeça de viver em profundidade a amizade de Jesus Cristo
e, como consequência, ser-lhe seus testemunhos perante o mundo. E isso é
urgente, não achas?
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«‘Bem, eu vos garanto que não há
ninguém...’. Isso não significa que abandonemos aos nossos pais, deixando-os
sem ajuda, ou que nos separemos das nossas esposas, mas antes que prefiramos a
honra de Deus a tudo o que é perecível» (Santa Beda, o Venerável)
«Não há dúvida de que as formas
concretas de seguir a Cristo estão graduadas por Ele próprio segundo as
condições, as possibilidades, as missões, os carismas das pessoas e dos grupos»
(São João Paulo II)
«Porque são membros do Corpo cuja
cabeça é Cristo (cf. Ef 1,22), os cristãos contribuem, pela constância das suas
convicções e dos seus costumes, para a edificação da Igreja. A Igreja cresce,
aumenta e desenvolve-se pela santidade dos seus fiéis, ‘até ao estado do homem
perfeito, à medida da estatura de Cristo na sua plenitude’ (Fé 4, 13)»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 2.045)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* No evangelho de ontem, Jesus falava da
conversão que deve ocorrer no relacionamento dos discípulos com os bens
materiais: desapegar-se das coisas, vender tudo, dar para os pobres e seguir
Jesus. Ou seja, como Jesus, devem viver na total gratuidade, entregando sua
vida na mão de Deus e servindo aos irmãos e irmãs (Mc 10,17-27). No evangelho
de hoje Jesus explica melhor como deve ser esta vida de gratuidade e de serviço
dos que abandonam tudo por causa dele, Jesus, e do Evangelho (Mc 10,28-31).
* Marcos 10,28-31: Cem vezes mais desde agora,
mas com perseguições. Pedro observa: "Eis que nós deixamos tudo e te
seguimos". É como se dissesse: “Fizemos o que o senhor pediu ao jovem
rico. Deixamos tudo e te seguimos. Explica para nós como deve ser esta nossa
vida?” Pedro quer que Jesus explicite um pouco mais o novo modo de viver no
serviço e na gratuidade. A resposta de Jesus é bonita, profunda e simbólica:
"Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, filhos,
campos, por causa de mim e do Evangelho, vai receber cem vezes mais. Agora,
durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mãe, filhos e campos,
junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna”. O tipo
de vida que resulta da entrega de tudo é a amostra do Reino que Jesus quer
realizar: (1)
Alarga a família e cria comunidade, pois aumenta cem vezes o número de
irmãos e irmãs. (2) Provoca a partilha dos bens, pois todos terão cem
vezes mais casas e campos. A providência divina se encarna e passa pela
organização fraterna, onde tudo é de todos e já não haverá mais necessitados.
Eles realizam a lei de Deus que pede “entre vocês não pode haver pobres” (De
15,4-11). Foi o que fizeram os primeiros cristãos (At 2,42-45). É a vivência
perfeita do serviço e da gratuidade. (3) Não devem esperar nenhuma vantagem em troca, nem
segurança, nem promoção de nada. Pelo contrário, nesta vida terão tudo isto,
mas com perseguições. Pois os que, neste nosso mundo organizado a partir do
egoísmo e dos interesses de grupos e pessoas, vivem a partir do amor gratuito e
da entrega de si, estes, como Jesus, serão crucificados. (4) Serão
perseguidos neste mundo, mas, no mundo futuro terão a vida eterna de que falava
o jovem rico.
Jesus e a opção pelos pobres.
* Um duplo cativeiro
marcava a situação do povo na época de Jesus: o cativeiro da política de
Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem-organizado
de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantida pelas
autoridades religiosas da época. Por causa disso, o clã, a família, a
comunidade, estava sendo desintegrada e uma grande parte do povo vivia
excluída, marginalizada, sem lugar, nem na religião, nem na sociedade. Por
isso, havia vários movimentos que, como Jesus, procuravam uma nova maneira de
viver e conviver em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes.
Dentro da comunidade de Jesus, porém, havia algo novo que a diferenciava dos
outros grupos. Era a atitude frente aos pobres e excluídos. As comunidades dos
fariseus viviam separadas. A palavra “fariseu” quer dizer “separado”. Viviam
separadas do povo impuro. Muitos dos fariseus consideravam o povo como
ignorante e maldito (Jo 7,49), cheio de pecado (Jo 9,34). Jesus e a sua
comunidade, ao contrário, viviam misturados com as pessoas excluídas,
consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16;
1,41; Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt
11,25-26; Lc 21,1-4). Proclama-os felizes, porque o Reino é deles, dos pobres
(Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos
pobres” (Lc 4, 18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada para si, nem
mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer segui-lo para
conviver com ele, manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda
fazer opção pelos pobres! (Mc 10,21) A pobreza, que caracterizava a vida de
Jesus e dos discípulos, caracterizava também a missão. Ao contrário dos outros
missionários (Mt 23,15), os discípulos e as discípulas de Jesus não podiam
levar nada, nem ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem sacola, nem sandálias
(Mt 10,9-10). Deviam confiar é na hospitalidade (Lc 9,4; 10,5-6). E caso fossem
acolhidos pelo povo, deviam trabalhar como todo mundo e viver do que receberiam
em troca (Lc 10,7-8). Além disso, deviam tratar dos doentes e necessitados (Lc
10,9; Mt 10,8). Então podiam dizer ao povo: “O Reino chegou!” (Lc 10,9).
Para um confronto pessoal
1) Como você, na sua vida,
realiza a proposta de Pedro: “Deixamos tudo e te seguimos”?
2) Partilha, gratuidade,
serviço, acolhida aos excluídos são sinais do Reino. Como as vivo hoje?
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do
Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como
vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse
período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser
sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha
fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel
e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o
coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de
nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
...
Deus Espírito Santo Paráclito,
...
Santíssima Trindade, que sois
um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,...
Santa Virgem das virgens,...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança,...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada,...
Mãe sempre virgem,...
Mãe amável,...
Mãe admirável,...
Mãe do bom conselho,...
Mãe do Criador,...
Mãe do Salvador,...
Virgem prudentíssima,...
Virgem digna de honra,...
Virgem digna de louvor,...
Virgem poderosa,...
Virgem clemente,...
Virgem fiel,...
Espelho de justiça,...
Sede da sabedoria,...
Causa da nossa alegria,...
Templo do Espírito Santo,...
Tabernáculo da eterna glória,...
Moradia consagrada a Deus,...
Rosa mística,...
Torre de Davi,...
Fortaleza inexpugnável,...
Santuário da divina presença,...
Arca da Aliança,...
Porta do Céu,...
Estrela da Manhã,...
Saúde dos enfermos,...
Refúgio dos pecadores,...
Conforto dos migrantes,...
Consoladora dos aflitos,...
Auxílio dos cristãos,...
Rainha dos anjos,...
Rainha dos patriarcas,...
Rainha dos profetas,...
Rainha dos apóstolos,...
Rainha dos mártires,...
Rainha dos confessores da fé,...
Rainha das virgens,...
Rainha de todos os santos,...
Rainha concebida sem
pecado,...
Rainha assunta ao céu,...
Rainha do sacratíssimo
Rosário,...
Rainha das famílias,...
Rainha da paz,...
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados
do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. Rogai por nós, santa Mãe de
Deus.
R. Para que sejamos dignos
das promessas de Cristo.
“LEMBRAI-VOS”
DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima
Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm
recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido
por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e,
gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das
virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas
ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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