São
Francisco de Assis, diácono
1ª
Leitura (Gal 1,13-24): Irmãos: Certamente ouvistes falar do meu proceder
outrora no judaísmo e como perseguia terrivelmente a Igreja de Deus e procurava
destruí-la. Fazia mais progressos no judaísmo do que muitos dos meus
compatriotas da mesma idade, por ser extremamente zeloso das tradições dos meus
pais. Mas quando Aquele que me destinou desde o seio materno e me chamou pela
sua graça, se dignou revelar em mim o seu Filho para que eu O anunciasse aos
gentios, decididamente não consultei a carne e o sangue, nem subi a Jerusalém
para ir ter com os que foram Apóstolos antes de mim; mas retirei-me para a
Arábia e depois voltei novamente a Damasco. Três anos mais tarde, subi a
Jerusalém para ir conhecer Pedro e fiquei junto dele quinze dias. Não vi mais
nenhum dos Apóstolos, a não ser Tiago, irmão do Senhor. – O que vos escrevo,
diante de Deus o afirmo: não estou a mentir –. A seguir fui às regiões da Síria
e da Cilícia. Eu era pessoalmente desconhecido das Igrejas da Judeia que estão
em Cristo. Só tinham ouvido dizer: «Aquele que outrora nos perseguia anuncia
agora a fé que então combatia». E davam glória a Deus a respeito de mim.
Salmo Responsorial: 138
R. Conduzi-me, Senhor, pelo caminho da eternidade.
Senhor, Vós conheceis o íntimo do meu ser: sabeis quando me sento e quando me levanto. De longe penetrais o meu pensamento, observais todos os meus passos.
Vós formastes as entranhas do meu corpo e me criastes no seio de minha mãe. Dou-Vos graças por me terdes feito tão maravilhosamente: admiráveis são as vossas obras.
Vós conhecíeis já a minha alma e nada do meu ser Vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas profundidades da terra.
Aleluia. Felizes os que ouvem
a palavra de Deus e a põem em prática. Aleluia.
«Marta, Marta! Preocupas-te e
andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária»
Rev. D. Josep RIBOT i Margarit (Tarragona,
Espanha)
Hoje, como em cada dia, podemos
aprender do Evangelho. Jesus, convidado na casa de Betânia, dá-nos uma lição de
humanidade: Ele, que amava as pessoas, deixa-se amar, porque as duas coisas são
importantes. Rejeitar as demonstrações de afeto, de Deus e dos outros, seria um
erro grave, de consequências nefastas para a santidade.
Marta ou Maria? Mas..., por que
confrontar aqueles que tanto se queriam, e que tanto queriam a Deus? Jesus
amava Marta e Maria, e o seu irmão Lázaro, e ama-nos a cada um de nós.
No caminho da santidade não há
duas almas iguais. Todos procuramos amar a Deus, mas com um estilo e
personalidade próprios, sem imitar ninguém. O nosso modelo está em Cristo e na
Virgem. Incomoda-nos a maneira como os outros se relacionam com Deus? Tentemos
aprender da sua piedade pessoal.
«Marta, Marta, preocupas-te e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária» (Lc 10,41-42). Não percamos a paz, nem o bom humor. E para isso, cuidemos a presença de Deus. «Ficai a saber: escondido nas situações mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir (…);ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente ou nunca O encontraremos» (São Josemaria).
«Maria escolheu a melhor parte, e essa não lhe será tirada» (Lc 10,42). Deus quer-nos felizes. Que a nossa Mãe do Céu nos ajude a experimentar a alegria da entrega.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«A alma, embalada pela contemplação, viverá com maior perfeição a vida ativa» (São Gregório o Grande)
«O espírito de oração restaura o tempo a Deus; escapa à obsessão de uma vida à qual sempre falta tempo; reencontra a paz das coisas necessárias e descobre a alegria de dons inesperados. Bons guias para este facto são as duas irmãs, Marta e Maria, que aprenderam de Deus a harmonia dos ritmos familiares» (Francisco)
«(...) O lar é, assim, a primeira escola de vida cristã e “uma escola de enriquecimento humano”. É aqui que se aprende a tenacidade e a alegria no trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e sempre renovado, e, sobretudo, o culto divino, pela oração e pelo oferecimento da própria vida» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.657)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje traz o
episódio de Marta e Maria, as duas irmãs de Lázaro. Maria, sentada aos pés
de Jesus escutava a sua palavra. Marta, na cozinha, ocupada nos afazeres
domésticos. Esta família amiga de Jesus é mencionada somente nos evangelhos de
Lucas (Lc 10,38-41) e de João (Jo 11,1-39; 12,2).
* Lucas 10,38: A casa amiga em
Betânia, “Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de
nome Marta, o recebeu em sua casa”.
Jesus está a caminho para Jerusalém, onde será preso e morto. Ele chega
na casa de Marta que o recebe. Lucas não diz que a casa de Marta ficava em
Betânia. É João que nos faz saber que a casa de Marta ficava em Betânia, perto
de Jerusalém. A palavra Betânia significa Casa da Pobreza. Era um povoado pobre
no alto do Monte das Oliveiras, perto de Jerusalém. Quando ia a Jerusalém Jesus
costumava passar na casa de Marta, Maria e Lázaro (Jo 12,2)
* É impressionante verificar como Jesus entrava
e vivia nas casas do povo: na casa de Pedro (Mt 8,14), de Mateus (Mt 9,10), de
Jairo (Mt 9,23), de Simão o fariseu (Lc 7,36), de Simão o leproso (Mc 14,3), de
Zaqueu (Lc 19,5). O oficial reconhece: “Não sou digno de que entres em minha
casa” (Mt 8,8). O povo procurava Jesus na casa dele (Mt 9,28; Mc 1,33; 2,1;
3,20). Os quatro amigos do paralítico tiram o telhado para fazer baixar o
doente dentro da casa onde Jesus estava ensinando o povo (Mc 2,4). Quando ia a
Jerusalém, Jesus parava em Betânia na casa de Marta, Maria e Lázaro (12,2). No
envio dos discípulos e discípulas a missão deles é entrar nas casas do povo e
levar a paz (Mt 10,12-14; Mc 6,10; Lc 10,1-9).
* Lucas 10,41-42: A resposta de Jesus. "Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada." Marta queria que Maria sacrificasse sua atenção à palavra para ajudá-la no serviço da mesa. Mas não se pode sacrificar uma atitude em favor da outra. O que é preciso é alcançar o equilíbrio. Não se trata de escolher entre vida contemplativa e vida ativa, como se aquela fosse melhor que esta. Trata-se de encontrar a justa distribuição das tarefas apostólicas e dos ministérios dentro da comunidade. Baseando-se nesta palavra de Jesus, os apóstolos pediram à comunidade que escolhesse sete diáconos (servidores). O serviço das mesas foi entregue aos diáconos e assim os apóstolos podiam continuar a sua atividade pastoral: “dedicar-se inteiramente à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,4). Não se trata de encontrar nesta palavra de Jesus um argumento para dizer que a vida contemplativa nos mosteiros é superior à vida ativa dos que labutam na pastoral. As duas atividades têm a ver com o anúncio da Palavra de Deus. Marta não pode exigir que Maria sacrifique a atenção à palavra. Bonita é a interpretação do místico medieval, o frade dominicano Mestre Eckhart que dizia: Marta já sabia trabalhar e servir às mesas sem prejudicar em nada sua atenção à presença e à palavra de Deus. Maria, assim ele diz, ainda estava aprendendo junto de Jesus. Por isso, ela não podia ser interrompida. Maria escolheu o que para ela era a melhor parte. A descrição da atitude de Maria diante de Jesus evoca a outra Maria, da qual Jesus dizia: “Felizes os que ouvem a Palavra e a colocam em prática” (Lc 11,27).
Para um confronto pessoal
1) Como você equilibra na sua vida o desejo de Maria e a preocupação de Marta?
2) À luz da resposta de Jesus para Marta, os apóstolos souberam encontrar uma solução para o problema da comunidade de Jerusalém. A meditação das palavras e gestos de Jesus me ajuda a iluminar os problemas da minha vida?
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