Sta.
Teresa de Jesus dos Andes, Virgem de nossa Ordem
Sto.
Henrique, Imperador e Oblato Beneditino
1ª
Leitura (Is 10,5-7.13-16): Assim fala o Senhor: «Ai da Assíria, vara da
minha ira e bastão da minha cólera! Enviei-a contra uma nação ímpia, mandei-a
contra um povo que provoca o meu furor, para o saquear e levar os despojos,
para o pisar como a lama das ruas. Mas a Assíria não pensava desse modo, o seu
coração não tinha esse plano. O que ela pretendia era aniquilar, exterminar o
maior número de nações. Porque ela diz: ‘Eu agi pela força do meu braço, atuei
com a minha sabedoria, porque sou inteligente. Mudei as fronteiras dos povos,
saqueei os seus tesouros, como um herói, derrubei os seus chefes. Como quem
mete a mão num ninho, assim me apoderei da riqueza dos povos e, como se apanham
ovos abandonados, assim eu apanhei a terra inteira, sem que houvesse um bater
de asas, nem um pio sequer’. Porventura gloria-se o machado contra quem o
empunha? Ou levanta-se a serra contra aquele que a maneja? Como se o bastão
pudesse manejar quem o levanta ou o cajado pudesse levantar quem não é de
madeira como ele! Por isso, o Senhor Deus do Universo fará definhar os mais
robustos da Assíria e debaixo da sua glória acender-se-á um braseiro, um fogo
devorador».
Salmo Responsorial: 93
R. O Senhor não abandona o seu povo.
Eles esmagam, Senhor, o vosso povo e oprimem a vossa herança. Matam a viúva e o estrangeiro e tiram a vida aos órfãos.
E dizem: «O Senhor não vê, o Deus de Jacob não presta atenção». Ó gente estulta, reflete; e vós, insensatos, quando sereis prudentes?
Quem fez o ouvido não ouvirá? Quem fez os olhos não verá? Não poderá castigar quem educa as nações, quem ensina aos homens a ciência?
O Senhor não rejeita o seu povo nem abandona a sua herança. Mas há de julgar com justiça e hão de segui-la todos os corações retos.
Aleluia. Bendito, sejais, ó
Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelastes aos pequeninos os mistérios do
reino. Aleluia.
«Escondeste estas coisas aos
sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos»
P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP (San
Domenico de Fiesole, Florença, Itália)
Hoje, o Evangelho nos oferece a
oportunidade de aprofundar, na estrutura da mesma divina sabedoria. Há entre
nós quem não deseje conhecer os mistérios revelados desta vida? Mas há enigmas
que nem a melhor equipe de procuradores do mundo jamais chegará nem sequer a
decifrar. No entanto, há Um ante o qual «De fato, nada há de escondido que não
venha a ser descoberto; e nada acontece em segredo que não venha a se tornar
público» (Mc 4,22). É aquele a quem se dá assim mesmo o nome de Filho do Homem,
pois diz de si mesmo: «Todas as coisas me foram dadas por meu Pai» (Mt 11,27).
Sua natureza humana por meio da união hipostática tem sido assumida pela Pessoa
do Verbo de Deus: é, numa palavra, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade,
diante da qual não há trevas e pela qual a noite é mais luminosa que o pleno
dia.
Um provérbio árabe diz assim: «Se
numa noite preta uma formiga preta sobe por uma parede preta, Deus a estará
vendo». Para Deus não há segredos nem mistérios. Há mistérios para nós, mas não
para Deus, ante o qual o passado, o presente e futuro estarão abertos e
esquadrinhados até a última vírgula.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Sou uma alma muito pequena que só pode oferecer a Deus coisas muito pequenas» (Santa Teresa de Lisieux)
«Faz parte do mistério de Deus agir com discrição. Deus não atropela com poder externo, mas dá liberdade» (Bento XVI)
«Um coração humilde e confiante que nos faça voltar ao estado de crianças; porque é ‘aos pequeninos’ que o Pai Se revela (Mt 11, 25)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.785)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* Hoje o evangelho mostra a ternura com que
Jesus acolhia os pequenos. Ele queria que os pobres encontrassem descanso e
paz. Por causa disso, Jesus foi muito criticado e perseguido. Sofreu muito! O
mesmo acontece hoje. Os pobres não recebem da parte dos cristãos a mesma
ternura que, naquele tempo, recebiam de Jesus. Por exemplo, todo o continente
africano, o mais pobre de todos, é abandonado pelos países ricos da Europa e da
América do Norte que se dizem cristãos.
O contexto em que aparece este
texto no capítulo 11 do evangelho de Mateus é esclarecedor. Nele transparece a
contradição que a ação de Jesus ia provocando. João Batista, que olhava Jesus
com os olhos do passado, não conseguiu entendê-lo (Mt 11,1-15). O povo, que
olhava para Jesus com finalidade interesseira, não foi capaz de entendê-lo (Mt
11,16-19). As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus
e viram seus milagres, não quiseram abrir-se para a sua mensagem (Mt 11,20-24).
Os sábios e doutores, que julgavam tudo a partir da sua própria ciência, não
foram capazes de entender a pregação de Jesus (Mt 11,25). Nem os parentes o
entendem (Mt 12,46-50). Só os pequenos o entendem e aceitam a Boa Nova do Reino
(Mt 11,25-30).
* Mateus 11,27: A origem da nova Lei: O Filho conhece o Pai. Jesus, o Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás, entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o entregou a Jesus, e Jesus o revela aos pequenos, porque estes se abrem para a sua mensagem. Hoje também, Jesus está ensinando muita coisa aos pobres e pequenos. Os sábios e inteligentes fazem bem em fazer-se alunos dos pequenos! Não é Deus que despreza ou exclui os sábios, mas são eles mesmos que se fecham diante da mensagem de Jesus.
Para um confronto pessoal
1. Para você, a comunidade é fonte de paz ou de tensão? O que causa a tensão e o que traz a paz? Qual o fardo que hoje cansa o povo e qual o fardo que hoje alivia o povo?
2. Na primeira parte (vv.25-27), Jesus fala ao Pai. Quais os motivos que levam Jesus a dar louvor ao Pai? Como e quando você louva o Pai?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO