ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me
à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes
louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no
Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço
por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração
da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e
pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras.
Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (2Re 17,5-8.13-15a.18): Naqueles dias, Salmanasar, rei da
Assíria, invadiu todo o país e pôs cerco a Samaria, durante três anos. No nono
ano do reinado de Oseias, o rei da Assíria tomou Samaria e deportou os filhos
de Israel para a Assíria, estabelecendo-os em Halá, nas margens do Habor, rio
de Gozã, e nas cidades da Média. Isto aconteceu, porque os filhos de Israel
pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera sair da terra do Egito,
libertando-os do poder do faraó, rei do Egito. Prestaram culto a outros deuses
e seguiram os costumes das nações que o Senhor expulsara diante deles, e os
costumes que os reis de Israel tinham introduzido. No entanto, o Senhor tinha
advertido Israel e Judá, por meio dos seus profetas e videntes, dizendo:
«Convertei-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e
preceitos, conforme toda a Lei que prescrevi aos vossos pais e vos comuniquei
por meio dos meus servos, os profetas». Mas eles não quiseram obedecer e
tornaram-se ainda mais endurecidos que seus pais, que não tinham acreditado no
Senhor, seu Deus. Desprezaram os preceitos do Senhor, bem como a aliança que
firmara com seus pais e as advertências que lhes tinha feito. Então o Senhor
indignou-Se tanto contra Israel que o afastou para longe da sua presença. Ficou
apenas a tribo de Judá.
Salmo
Responsorial: 59
R. Ajudai-nos, Senhor, com a
vossa direita e salvai-nos.
Vós nos rejeitastes, ó Deus, e
nos pusestes em debandada; acendeu-se a vossa ira, mas voltai-Vos para nós.
Abalastes a terra e a enchestes
de fendas; reparai as suas brechas, que ameaça ruína. sujeitastes o vosso povo
a rude prova, destes-nos a beber um vinho inebriante.
Quem nos conduzirá senão Vós, que
nos rejeitastes? Quem senão Vós, que já não saís com os nossos exércitos?
Prestai-nos auxílio contra o inimigo, porque nada vale o socorro humano.
A palavra de Deus é viva e
eficaz: conhece os pensamentos e intenções do coração. Aleluia.
Evangelho
(Mt 7,1-5): «Não julgueis, e não sereis julgados. Pois com o mesmo
julgamento com que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que
usardes para os outros servirá para vós. Por que observas o cisco no olho do
teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou, como podes
dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens
uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então
enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão».
«Com o mesmo julgamento com
que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que usardes para os
outros servirá para vós»
Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant
Jordi Desvalls, Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho recordou-me as
palavras da Mariscala em O cavaleiro da Rosa, de Hug von Hofmansthal: «Como é
grande a diferença». Como mudar uma coisa mudará muito o resultado em muitos
aspectos da nossa vida, sobretudo, a espiritual.
Jesus disse: «Não julgueis, e não
sereis julgados» (Mt 7,1). Mas, Jesus também tinha dito que temos de corrigir o
irmão que está em pecado, e para isso é necessário ter feito antes algum tipo
de juízo. O próprio São Paulo nos seus escritos julga a comunidade de Corinto e
São Pedro condena Ananias e a sua esposa por falsidade. Por causa disso, São
João Crisóstomo justifica: «Jesus não disse que não temos de evitar que um
pecador deixe de pecar, temos que o corrigir sim, mas não como um inimigo que
busca a vingança, mas como o médico que aplica um remédio». O juízo, pois,
parece que deveria fazer-se, sobretudo com ânimo de corrigir, nunca com ânimo
de vingança.
Ainda mais interessante é o que
diz Santo Agostinho: «O Senhor previne-nos de julgar rápida e injustamente
(...). Pensemos primeiro, se nós não tivemos também algum pecado semelhante;
pensemos que somos homens frágeis, e [julguemos] sempre com a intenção de
servir a Deus e não a nós». Se quando vemos os pecados dos irmãos pensamos em
nós, não nos passará, como diz o Evangelho, que com uma trave no olho queiramos
tirar o cisco do olho do nosso irmão (cf Mt 7,3).
Se estivermos bem formados,
veremos as coisas boas e as más dos outros, quase de maneira inconsciente:
disso faremos juízo. Mas o fato de ver as faltas dos outros desde os pontos de
vista citados nos ajudará na forma como julgamos: ajudará a não julgar por
julgar, ou por dizer alguma coisa, ou para cobrir as nossas deficiências ou,
simplesmente, porque toda a gente o faz. E, para terminar, sobretudo tenhamos
em conta as palavras de Jesus: «a mesma medida que usardes para os outros
servirá para vós» (Mt 7,2).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Os homens sem remédio são aqueles que deixam de prestar atenção aos seus próprios pecados, fixando a sua atenção nos dos outros. Não procuram o que corrigir, mas o que podem criticar» (Santo Agostinho)
«Não se pode corrigir uma pessoa sem amor e sem caridade. A
caridade é como uma anestesia que ajuda a receber a cura e a aceitar a
correção» (Francisco)
«Os frutos da caridade são: a alegria, a paz e a
misericórdia; exige a prática do bem e a correção fraterna; é benevolente;
suscita a reciprocidade, é desinteressada e liberal: é amizade e comunhão»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 1.829)
«Os homens sem remédio são aqueles que deixam de prestar atenção aos seus próprios pecados, fixando a sua atenção nos dos outros. Não procuram o que corrigir, mas o que podem criticar» (Santo Agostinho)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* No evangelho de hoje
continuamos a meditação sobre o Sermão da Montanha que se encontra nos
capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus. Nas duas semanas anteriores, vimos os
capítulos 5 e 6. Nesta semana, veremos o capítulo 7. Estes três capítulos 5, 6
e 7 oferecem uma ideia de como era a catequese nas comunidades dos judeus
convertidos na segunda metade do primeiro século lá na Galileia e Síria. Mateus
juntou e organizou as palavras de Jesus para ensinar como devia ser a nova
maneira de viver a Lei de Deus.
* Depois de ter explicado
como restabelecer a justiça (Mt 5,17 a 6,18) e como restaurar a ordem da
criação (Mt 6,19-34), Jesus ensina como deve ser a vida em comunidade (Mt
7,1-12). No fim, ele traz algumas recomendações e conselhos finais (Mt
7,13-27). Aqui segue um esquema de todo o sermão da Montanha:
Mateus 5,1-12: As
Bem-aventuranças: solene abertura da nova Lei
Mateus 5,13-16: A nova presença
no mundo: Sal da terra e Luz do mundo
Mateus 5,17-19: A nova prática da
justiça: relacionamento com a antiga lei
Mateus 5,20-48: A nova prática da
justiça: observando a nova Lei.
Mateus 6,1-4: A nova prática das
obras de piedade: a esmola
Mateus 6,5-15: A nova prática das
obras de piedade: a oração
Mateus 6,16-18: A nova prática
das obras de piedade: o jejum
Mateus 6,19-21: Novo
relacionamento com os bens materiais: não acumular
Mateus 6,22-23: Novo
relacionamento com os bens materiais: visão correta
Mateus 6,24: Novo relacionamento
com os bens materiais: Deus ou dinheiro
Mateus 6,25-34: Novo
relacionamento com os bens materiais: confiar na providência
Mateus 7,1-5: Nova convivência
comunitária: não julgar
Mateus 7,6: Nova convivência
comunitária: não desprezar a comunidade
Mateus 7,7-11: Nova convivência comunitária:
confiança em Deus gera partilha
Mateus 7,12: Nova convivência
comunitária: a Regra de Ouro
Mateus 7,13-14: Recomendações
finais: escolher o caminho certo
Mateus 7,15-20: Recomendações
finais: o profeta se conhece pelos frutos
Mateus 7,21-23: Recomendações
finais: não só falar, também praticar
Mateus 7,24-27: Recomendações
finais: construir a casa na rocha
* A vivência comunitária do
evangelho (Mt 7,1-12) é a pedra de toque. É onde se define a seriedade do
compromisso. A nova proposta da vida em comunidade aborda vários aspectos: não
reparar no cisco que está no olho do irmão (Mt 7,1-5), não jogar as pérolas aos
porcos (Mt 7,6), não ter medo de pedir as coisas a Deus (Mt 7,7-11). Estes
conselhos vão culminar na Regra de Ouro: fazer ao outro aquilo que você
gostaria que o outro fizesse a você (Mt 7,12). O evangelho de hoje traz a
primeira parte: Mateus 7,1-5.
* Mateus 7,1-2: Não julguem, e
vocês não serão julgados. A primeira condição para uma boa convivência
comunitária é não julgar o irmão ou a irmã, ou seja, eliminar os preconceitos
que impedem a convivência transparente. O que significa isto no concreto? O
evangelho de João dá um exemplo de como Jesus vivia em comunidade com os
discípulos. Jesus diz: “Eu não chamo vocês de empregados, pois o empregado não
sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque comuniquei a vocês
tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). Jesus é um livro aberto os para os seus
companheiros. Esta transparência nasce da sua total confiança nos irmãos e
irmãs e tem a raiz na sua intimidade com o Pai que lhe dá a força para abrir-se
totalmente aos outros. Quem assim convive com os irmãos e as irmãs, aceita o
outro do jeito que o outro é, sem preconceitos, sem impor-lhe condições
prévias, sem julgá-lo. Aceitação mútua sem fingimento e total transparência!
Este é o ideal da nova vida comunitária, nascida da Boa Nova que Jesus nos
trouxe de que Deus é Pai/Mãe e que, portanto, todos somos irmãos e irmãs uns
dos outros. É um ideal tão difícil e tão bonito e atraente como aquele outro:
”Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).
* Mateus 7.3-5: Vê o cisco e
não percebe a trave. Em seguida, Jesus dá um exemplo: “Por que você fica olhando
o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção à trave que está no seu
próprio olho? Ou, como você se atreve a dizer ao irmão: 'deixe-me tirar o cisco
do seu olho', quando você mesmo tem uma trave no seu? Hipócrita, tire primeiro
a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do
olho do seu irmão". Ao ouvir esta frase, costumamos pensar logo nos
fariseus que desprezavam o povo como ignorante e se consideravam a si mesmos
melhores que os outros (cf. Jo 7,49; 9,34). Na realidade, a frase de Jesus
serve para todos nós. Por exemplo, hoje, muitos de nós católicos pensamos que
somos melhores que os outros cristãos. Achamos até que os outros são menos
fiéis ao evangelho do que nós católicos. Olhamos o cisco no olho dos nossos irmãos
e não enxergamos a enorme trave de orgulho prepotente coletivo nos nossos
olhos. Esta trave é a causa porque, hoje, muita gente tem dificuldade de crer
na Boa Nova de Jesus.
Para um confronto pessoal
1) Não julgar o outro e
eliminar os preconceitos: qual a experiência pessoal que eu tenho neste ponto?
2) Cisco e trave: qual a
trave em mim que dificulta minha participação na vida em família e em
comunidade?
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de
nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende
piedade de nós.
Deus Espírito Santo Paráclito, tende
piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um
só Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho do Pai
Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo
Espírito Santo no seio da Virgem Mãe,...
Coração de Jesus, unido
substancialmente ao Verbo de Deus,...
Coração de Jesus, de majestade
infinita,...
Coração de Jesus, templo santo de
Deus,...
Coração de Jesus, tabernáculo do
Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e
porta do céu,...
Coração de Jesus, fornalha
ardente de caridade,...
Coração de Jesus, receptáculo de
justiça e amor,...
Coração de Jesus, abismo de todas
as virtudes,...
Coração de Jesus, digníssimo de
todo o louvor,...
Coração de Jesus, rei e centro de
todos os corações,...
Coração de Jesus, no qual estão
todos os tesouros da sabedoria e ciência,...
Coração de Jesus, no qual habita
toda a plenitude da divindade,...
Coração de Jesus, no qual o Pai
celeste põe as suas complacências,...
Coração de Jesus, de cuja plenitude
nós todos participamos,...
Coração de Jesus, desejo das
colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e
misericordioso,...
Coração de Jesus, rico para todos
os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e
santidade,...
Coração de Jesus, propiciação
para os nossos pecados,...
Coração de Jesus, saturado de
sofrimentos,...
Coração de Jesus, atribulado por
causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente
até a morte,...
Coração de Jesus, atravessado
pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a
consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e
ressurreição,...
Coração de Jesus, nossa paz e
reconciliação,...
Coração de Jesus, vítima dos
pecadores,...
Coração de Jesus, salvação dos
que em vós esperam,...
Coração de Jesus, esperança dos
que em vós expiram,...
Coração de Jesus, delícia de
todos os Santos,...
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e humilde de
coração,
R. — Fazei o nosso coração
semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai
para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que
ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa
misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso
Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os
séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO
AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(nome), dou e consagro ao
Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida,
minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser,
senão para honrá-lo, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável -
pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não
for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de
meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha
fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro
na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus,
vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho
em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia,
mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa
desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu
coração, que eu não possa jamais me esquecer, nem me separar de Vós. Suplico-vos,
também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero
fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer
convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.
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