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sexta-feira, 6 de maio de 2022

MÊS DE MARIA – Domingo IV da Páscoa

Bto. Luís Rabatá, presbítero de nossa Ordem.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.

LECTIO DIVINA

1ª Leitura (At 13,14.43-52): Naqueles dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Terminada a reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, que nas suas conversas com eles os exortavam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem estas palavras, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé e a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus, instigando algumas senhoras piedosas mais distintas e os homens principais da cidade, desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, seguiram para Icônico. Entretanto, os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

Salmo Responsorial: 99
R. Nós somos o povo de Deus, somos as ovelhas do seu rebanho.

Aclamai o Senhor, terra inteira, servi o Senhor com alegria, vinde a Ele com cânticos de júbilo.

Sabei que o Senhor é Deus, Ele nos fez, a Ele pertencemos, somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

O Senhor é bom, eterna é a sua misericórdia, a sua fidelidade estende-se de geração em geração.

2ª Leitura (Ap 7,9.14b-17): Eu, João, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos tomou a palavra para me dizer: «Estes são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite no seu templo. Aquele que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. Nunca mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles. O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».

Aleluia. Eu sou o bom pastor, diz o Senhor: conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-Me. Aleluia.

Evangelho (Jo 10,27-30): «As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna. Por isso, elas nunca se perderão e ninguém vai arrancá-las da minha mão. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior do que todos, e ninguém pode arrancá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um».

«As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço»

P. Josep LAPLANA OSB Monge de Montserrat (Montserrat, Barcelona, Espanha)

Hoje, a atenção de Jesus sobre os homens é a atenção do bom pastor, que toma sob sua responsabilidade as ovelhas que lhe são confiadas e se ocupa de cada uma delas. Entre Ele e elas existe um vínculo, um instinto de conhecimento e de fidelidade: «As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem» (Jo 10,27). A voz do Bom Pastor é sempre um chamado a segui-lo, a entrar no círculo magnético de influência.

Cristo nos ganhou não somente com seu exemplo e com sua doutrina, e sim com o preço do seu Sangue. Nós tivemos um preço muito alto, e por isso Ele não quer que nenhum dos seus se perca. E, como toda evidência se impõe: uns seguem o chamado do Bom Pastor e outros não. O anúncio do Evangelho a uns lhes produz raiva e a outros, alegria. O que será que têm uns, e que não têm outros? Santo Agostinho, ante o mistério abismal da escolha divina, respondia: «Deus não te deixa, se tu não o deixas»; não te abandonará, se tu não o abandonas. Não ponha, portanto, a culpa em Deus, nem na Igreja, nem nos outros, porque o problema de tua fidelidade é teu. Deus não nega suas graças a ninguém, e esta é a nossa força: agarremo-nos bem forte a graça de Deus. Não é nenhum mérito nosso; simplesmente, fomos “agraciados”.

A fé entra pelo ouvido, pela audição da Palavra do Senhor, e o maior perigo que temos é a surdez, não ouvir a voz do Bom Pastor, porque temos a cabeça cheia de ruídos e de outras vozes discordantes, ou o que é ainda mais grave, aquilo que os Exercícios de Santo Inácio dizem «fingir-se que é surdo», saber que Deus te chama e não se dar por aludido. Aquele que se nega ao chamado de Deus conscientemente, reiteradamente, perde a sintonia com Jesus e perderá a alegria de ser cristão para ir a outras pastagens que não saciam nem dão a vida eterna. No entanto, Ele é o único que pode dizer: «Eu lhes dou a vida eterna. Por isso, elas nunca se perderão e ninguém vai arrancá-las da minha mão» (Jo 10,28).

Pensamentos para o Evangelho de hoje
«”Se alguém entrar por Mim, será salvo", poderá entrar e sair e encontrará pastagem abundante. De facto, entrará, efetivamente, abrindo-se à fé; sairá ao passar da fé à visão e à contemplação, e encontrará pasto abundante no banquete eterno» (São Gregório Magno)

«Esta é precisamente a grande diferença entre o verdadeiro pastor e o ladrão: para o ladrão, para os ideólogos e ditadores, as pessoas são apenas coisas que se podem possuir. Mas para o verdadeiro pastor, pelo contrário, eles são seres livres com o objetivo de alcançar a verdade e o amor» (Benedito XVI)

«A participação na celebração comum da Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e fidelidade a Cristo e à sua Igreja. Os fiéis atestam desse modo a sua comunhão na fé e na caridade. Juntos, dão testemunho da santidade de Deus e da sua esperança na salvação. E reconfortam-se mutuamente, sob a ação do Espírito Santo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.182)

O Pai e Eu somos Um.

Escrito por P. Américo – no site Domus Iesu

* Eu conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-me. Este trecho do Evangelho de João é a terceira e última parte da parábola do Bom Pastor, que, por sinal, se lê fragmentada nos três anos litúrgicos, precisamente no IV Domingo de Páscoa, em que se assinala também o Dia Mundial das Vocações. Como se sabe, este domingo é conhecido como «Domingo do Bom Pastor». A passagem é curta, mas densa de significado. A meu ver, mais uma vez, se fala do universalismo da salvação. Uma segunda ideia - que talvez esteja a ser um pouco o contraponto àquilo que parece ser algum pessimismo quanto aos efeitos da salvação - é que, pelo que depende de Jesus, certamente os seus discípulos alcançarão a salvação («dar-lhes-ei a vida e nunca hão de morrer»). Isso leva-me a pensar que, por vezes, ainda hoje, não confiamos muito na vontade que Jesus tem de salvar os seus e na sua capacidade de o fazer efetivamente. Sim, até dá a impressão de que nos esquecemos que Ele e o Pai são um e que não foi em vão que Ele passou pela experiência humana para nos reconduzir ao Pai. E também não foi por mero gozo turístico que Ele entregou a sua vida terrena para nada. Como diz João noutro local do seu livro, Deus não mandou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas sim para que, crendo n'Ele, o mundo seja salvo (cf. Jo 3,17).

A fé pode nascer – e nasce tantas vezes – também nessas condições, mas não está essencialmente (e muito menos exclusivamente) ligada a elas. A fé agora – na ótica de Paulo – está ligada somente a Jesus Cristo. Só Ele é, agora, o Caminho, a Verdade e a Vida. Só Ele é o Pastor capaz de dar a vida eterna às suas ovelhas. Como conclusão, pois, insiste-se na necessidade de O conhecer.

* «Conhecer para amar» - Ninguém pode tentar compreender uma pessoa sem provar por ela alguma simpatia, por mais elementar que seja (pelo menos alguma empatia). Esta é uma verdade que o quarto evangelista põe em relevo constantemente. Aqueles que procuram, com toda a sinceridade e na procura da verdade, um conhecimento de Jesus e uma adesão às suas palavras e às suas obras, acabarão por acreditar, por amar, por ter a «prova» ou demonstração desse amor. Claro que isso não se pode deduzir de simples premissas de lógica humana, pois estamos situados noutro campo. E é, todavia, uma demonstração segura, como segura é a Palavra de Deus.

Se os judeus tivessem querido aceitar, não teriam tido dificuldades em acreditar nele. Mas, como O procuravam apenas «para O pôr à prova», com preconceitos e ideias fixas (que os excluíam da realidade escondida de Jesus), não foram capazes de O aceitar. Os testemunhos, as provas, que Ele deu, nunca chegaram a convencê-los, pois não satisfaziam as exigências dum «racionalismo religioso», como é o que realmente caracterizava o comportamento deles. O mesmo se dá hoje, como se dá em todos os tempos: para ter acesso, digamos assim, à salvação é preciso procurar a Deus e o seu enviado sem preconceitos e sem ideias fixas. Um dos preconceitos ou  ideias fixas parece-me a incapacidade de olhar para Ele senão como um outro qualquer. Ou seja, recusar essa hipótese é barrar o caminho ao conhecimento do Jesus apresentado nos Evangelhos. É que Ele, para além de verdadeiramente Homem, é também ao mesmo tempo verdadeiramente Deus; como se aprende na catequese.

* Como ovelhas sem pastor - Sem pretender fazer um juízo de valor sobre a sociedade atual, não se pode, no entanto, deixar de relevar que o homem de hoje se sente cada vez mais solitário, mas rebaixado como pessoa e como centro de interesse. Amofina-o sobretudo uma espécie de clima de anonimato, típico da nossa civilização, o sentido oprimente da massificação que o torna um número numa série incolor de muitos outros números.

Ele é sujeito de toda a espécie de massificação, a começar pela publicitária, toda a espécie de manipulação política da opinião pública. Não será difícil entender qual seja a finalidade dos detentores da autoridade, podendo-se dizer que, no fundo (embora não isso seja admitido), é a sede do ganho e do poder. Mas o contacto realmente humano vai-se perdendo. E talvez não só na civilização política (se a expressão se pode utilizar). Quiçá a Igreja não tenha também de bater no peito, neste capítulo, na medida em que tomou demasiado à letra o simbolismo do «rebanho» como massificação e anonimato!

Mas não é esse o sentido da figura de Jesus como «Cordeiro/Pastor». Também os nomes podem ser - e são - simbólicos, por vezes. Como Pastor, Jesus inaugura um relacionamento pessoal com cada um de nós: Ele «conhece-nos» e nós devemos também «conhecê-lo» a Ele. Como Cordeiro, Jesus recorda-nos que a sua lógica é a lógica da doação e do serviço (de resto, é Ele próprio quem o diz, quando afirma que não veio para ser servido, mas sim para servir e dar a vida por todos). A lógica de Jesus não é, pois, a lógica da exploração e do poder. A sua lógica é a lógica do respeito por cada um como ser irrepetível.

* Dar a vida pelas «ovelhas» - Esperando que tenha alguma relevância e para finalizar, seja-me permitido partilhar consigo um texto de J. Moingt: «Nós imaginamos a Deus rico e todo poderoso. E é-o certamente, mas não da maneira como nós pensamos. A sua riqueza não consiste em possuir, mas em dar e em empobrecer-se. E não faz uso do seu poder para se impor, mas para se fazer aceitar».

«A magnanimidade do Filho manifesta como é o Pai, feito pobre no excesso da sua riqueza. Cheio de uma vida que não guarda para Si, mas que oferece com liberalidade através de Jesus Cristo. De facto, "Ele doa o seu Espírito sem medida" (cf. Jo 3,34). Como exemplo da sua generosidade, Paulo escreveu: "Ele, que não poupou o seu próprio Filho, mas O sacrificou por todos nós, como não nos há de conceder também com Ele todas as coisas?" (Rm 8,32). Se Deus não duvida sacrificar o que tem de mais querido, o próprio Filho, deve-se compreender que também não se poupa a si mesmo; enfim, como que se despoja do seu próprio ser e da sua própria vida; como que se nos dá a Si mesmo, ao dar-nos o seu Filho».

ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.

LADAINHA DE NOSSA SENHORA

Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós

Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.

Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...

Santa Maria,  rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,...
Santa Virgem das virgens,...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança,...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada,...
Mãe sempre virgem,...
Mãe amável,...
Mãe admirável,...
Mãe do bom conselho,...
Mãe do Criador,...
Mãe do Salvador,...
Virgem prudentíssima,...
Virgem digna de honra,...
Virgem digna de louvor,...
Virgem poderosa,...
Virgem clemente,...
Virgem fiel,...
Espelho de justiça,...
Sede da sabedoria,...
Causa da nossa alegria,...
Templo do Espírito Santo,...
Tabernáculo da eterna glória,...
Moradia consagrada a Deus,...
Rosa mística,...
Torre de Davi,...
Fortaleza inexpugnável,...
Santuário da divina presença,...
Arca da Aliança,...
Porta do Céu,...
Estrela da Manhã,...
Saúde dos enfermos,...
Refúgio dos pecadores,...
Conforto dos migrantes,...
Consoladora dos aflitos,...
Auxílio dos cristãos,...
Rainha dos anjos,...
Rainha dos patriarcas,...
Rainha dos profetas,...
Rainha dos apóstolos,...
Rainha dos mártires,...
Rainha dos confessores da fé,...
Rainha das virgens,...
Rainha de todos os santos,...
Rainha concebida sem pecado,...
Rainha assunta ao céu,...
Rainha do sacratíssimo Rosário,...
Rainha das famílias,...
Rainha da paz,...

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

V. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
 
Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

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