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sexta-feira, 11 de março de 2022

MÊS DE SÃO JOSÉ - Domingo da 2ª semana da Quaresma


ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA

1ª Leitura (Gen 15,5-12.17-18): Naqueles dias, Deus levou Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar». E acrescentou: «Assim será a tua descendência». Abraão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como justiça. Disse-lhe Deus: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur dos caldeus, para te dar a posse desta terra». Abraão perguntou: «Senhor, meu Deus, como saberei que a vou possuir?». O Senhor respondeu-lhe: «Toma uma vitela de três anos, uma cabra de três anos e um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho». Abraão foi buscar todos esses animais, cortou-os ao meio e pôs cada metade em frente da outra metade; mas não cortou as aves. Os abutres desceram sobre os cadáveres, mas Abraão pô-los em fuga. Ao pôr do sol, apoderou-se de Abraão um sono profundo, enquanto o assaltava um grande e escuro terror. Quando o sol desapareceu e caíram as trevas, um brasido fumegante e um archote de fogo passaram entre os animais cortados. Nesse dia, o Senhor estabeleceu com Abraão uma aliança, dizendo: «Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates».

Salmo Responsorial: 26

R. O Senhor é a minha luz e a minha salvação.

O Senhor é minha luz e salvação: a quem hei de temer? O Senhor é protetor da minha vida: de quem hei de ter medo?

Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica, tende compaixão de mim e atendei-me. Diz-me o coração: «Procurai a sua face». A vossa face, Senhor, eu procuro.

Não escondais de mim o vosso rosto, nem afasteis com ira o vosso servo. Não me rejeiteis nem me abandoneis, meu Deus e meu Salvador.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê forte. Tem coragem e confia no Senhor.

2ª Leitura (Flp 3,17—4,1): Irmãos: Sede meus imitadores e ponde os olhos naqueles que procedem segundo o modelo que tendes em nós. Porque há muitos, de quem tenho falado várias vezes e agora falo a chorar, que procedem como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre, orgulham-se da sua vergonha e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto, meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor.

No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

Evangelho (Lc 9,28-36): Uns oito dias depois destas palavras, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias. Apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E enquanto esses homens iam se afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias». Nem sabia o que estava dizendo. Estava ainda falando, quando desceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Ao entrarem na nuvem, os discípulos ficaram cheios de temor. E da nuvem saiu uma voz que dizia: «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!». Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Os discípulos ficaram calados e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.

«Jesus subiu à montanha para orar»

Rev. D. Jaume GONZÁLEZ i Padrós (Barcelona, Espanha)

Hoje, segundo Domingo da Quaresma, a liturgia da palavra traz-nos invariavelmente o episódio evangélico da Transfiguração do Senhor. Este ano, com os matizes próprios de São Lucas.

O terceiro evangelista é quem mais salienta o Jesus orante, o Filho que está permanentemente unido ao Pai através da oração pessoal, às vezes íntima, escondida, outras vezes na presença dos Seus discípulos, cheia da alegria do Espírito Santo.

Consideremos, então, que Lucas é o único dos sinópticos que começa a narração deste relato assim: «Jesus (...) subiu à montanha para orar» (Lc 9,28), e que, portanto, também é o que especifica que a transfiguração do Mestre se produziu «Enquanto orava» (Lc 9,29). Este não é um fato de importância secundária.

A oração é apresentada como o contexto, natural, para a visão da glória de Cristo: quando Pedro, João e Tiago acordaram, «viram a glória de Jesus» (Lc 9,32). Não só a glória dele, mas também a glória que Deus já manifestara na Lei e nos Profetas; estes —diz o evangelista— «Apareceram revestidos de glória» (Lc 9,31). Efetivamente, também eles encontram o próprio esplendor quando o Filho fala ao Pai no amor do Espírito. Assim, no coração da Trindade, a Páscoa de Jesus, «a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém» (Lc 9,31) é o sinal que manifesta o desígnio de Deus desde sempre, levado a cabo no seio da história de Israel, até ao seu cumprimento definitivo na plenitude dos tempos, na morte e ressurreição de Jesus, o Filho encarnado.

Convém-nos recordar, nesta Quaresma e sempre, que só deixando aflorar o Espírito de piedade na nossa vida, estabelecendo com o Senhor uma relação familiar, inseparável, poderemos gozar a contemplação da sua glória. É urgente deixarmo-nos impressionar pela visão do rosto do Transfigurado. À nossa vivência cristã, talvez sobrem palavras e falte espanto, aquele que fez de Pedro e dos seus companheiros testemunhas autênticas do Cristo vivo.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Que ninguém se envergonhe da cruz de Cristo, graças à qual o mundo foi remido. O Senhor lançou sobre si toda a fraqueza da nossa condição e, se permanecermos no seu amor, venceremos o que ele venceu e receberemos o que ele prometeu» (São Leão Magno)

«Jesus decide mostrar a Pedro, Tiago e João uma antecipação da sua glória, aquela que terá depois da Ressurreição, para os confirmar na fé e encorajá-los a segui-lo no caminho da prova, no caminho da Cruz» (Francisco)

«Por um momento, Jesus mostra a sua glória divina, confirmando assim a confissão de Pedro. Mostra também que, para ‘entrar na sua glória’ (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém. Moisés e Elias tinham visto a glória de Deus sobre a montanha; a Lei e os Profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A paixão de Jesus é da vontade do Pai: o Filho age como Servo de Deus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 555)

Jesus transfigurou-se diante dos apóstolos

Do site Domus Iesu

O fato da Transfiguração de Jesus é apresentado nos três ciclos do segundo domingos da Quaresma; da mesma forma que o episódio das tentações é apresentado no primeiro domingo de todos os ciclos. Ora bem, para  compreendermos o melhor possível esta espécie de intervalo na caminhada de Jesus e dos seus apóstolos para Jerusalém, onde o Mestre vai ser entregue e morto, é bom não esquecer que, logo a seguir à confissão de fé em Jesus como Filho de Deus do apóstolo Pedro (capítulo 16 de Mateus), os discípulos ficam confusos e desanimados com a «notícia» do fim que O esperava: a morte na cidade de Jerusalém. A Transfiguração é, então, uma espécie de antecipação sobre o que é a real natureza de Jesus. E a Transfiguração deve servir-nos a nós também para sermos capazes de ultrapassar com coragem os momentos mais difíceis da vida, ao pensarmos que, afinal, o mal (a paixão e morte) não são a última palavra, mas a última palavra é a vitória sobre o mal (transfiguração/ressurreição).

Ao exigir que os discípulos não contem nada do que tinham visto sobre o monte, Jesus dá a entender que não quer que interpretem a sua missão como a de um Messias terreno e milagreiro. E, com efeito, a sua missão só será compreendida corretamente depois da sua morte e ressurreição.

A fé é um risco contínuo

Segundo a visão bíblica, após o primeiro pecado, a humanidade vai-se desviando do «projeto original» de forma generalizada. E a situação torna-se de tal maneira caótica que, depois da descrença total, teve que ser sanada pela aliança concluída com Noé (cf. Gn 9,8-17), depois do dilúvio. Mas, mesmo depois disso, a humanidade continua a afastar-se de Deus. No fundo, é esta a realidade simbolizada pela narrativa da Torre de Babel (cf. Gn 11). E a história do afastamento sistemático do homem repete-se. Mas Deus não desiste do homem e toma sempre a iniciativa de dele se aproximar novamente. Ora, é esta a constatação que podemos verificar, por exemplo, no chamamento dum específico homem, Abraão, que é convidado a deixar tudo como condição para pôr em marcha uma missão especial (1ª leitura).

O que Deus exige dele é o risco da fé com todas as suas consequências. A fé, nesse sentido, representa um compromisso, antes de mais, por parte de quem toma a iniciativa de se «manifestar» ao outro. Mas é também ao mesmo tempo resposta do outro a essa iniciativa. Revelar-se a alguém comporta um ato de confiança, mas também um risco, pois como que, ao conceder a esse alguém hospedagem na própria interioridade, se abrem as portas à «devassa» e ao possível desrespeito da mesma. Com efeito, mesmo em termos puramente humanos, revelar-se implica, de alguma forma, pôr em jogo, pelo menos parcialmente, a própria identidade, e permitir que outrem possa intervir (por vezes, vitalmente) no próprio íntimo. Ora bem, algo de parecido se pode dizer, embora assumindo uma linguagem antropomórfica, da revelação de Deus ao homem. Ou seja, Deus «expõe-se» ao perigo de ser mal interpretado e até rejeitado. Mas isso significa e implica também, e de maneira radical, que o homem tenha a possibilidade de se deixar moldar pelo plano de Deus.

A fé, em palavras pobres, é isso mesmo: é a decisão de partilhar a própria vida com a vida de alguém, como acontece na amizade, no matrimónio. A fé é assim algo que mexe com toda a vida das pessoas e que, por isso mesmo, representa um risco contínuo. Mais do que uma série de coisas ou de verdades que há que acatar, é a aposta que se faz e se assume continuamente de ver a vida sob uma perspectiva diferente, porque se aceita a intervenção de alguém nas próprias decisões íntimas.

Um homem deixa a sua terra

A vocação de Abraão é o exemplo desta resposta ao apelo de Deus; é a opção de fundo sem tergiversações às suas propostas, com a consequente aceitação de todos os riscos a isso inerentes. Com Abraão e na sua pessoa, Deus prossegue a iniciativa do diálogo com os homens. E a proposta de Deus, embora difícil, radical e também absurda em termos humanos, são deixa de ser susceptível de ser posta em prática por Abraão. É que, apesar de tudo, está enquadrada no âmbito das possibilidades humanas, mas exige deste homem concreto uma resposta total e radicalmente abrangente.

Na resposta de Abraão, se comparada com a atitude do primeiro homem, Adão, há uma mudança de rota. Há um processo de mudança que passa da possessão da terra à renúncia, da desconfiança na palavra de Deus à fé nas suas promessas, da segurança da terra ao risco generoso de seguir a Deus para uma terra «que lhe será indicada mais tarde». Abraão «fia-se» de Deus e parte em direção ao desconhecido.

Mas, na minha maneira de ver, esse partir ao desconhecido só é caminhada rumo ao desconhecido humanamente falando. É que, na verdade, Abraão intui – embora o não saiba verbalizar – que não parte para um salto no vazio, mas sim para entrar por uma estrada cuja meta desconhece, é certo, mas que sabe que desemboca na plenitude infinita. Abandona o centro das seguranças humanas para entrar no centro da graça (utilizando a linguagem clássica). Por outras palavras, Abraão aposta tudo em Deus e é nisso que consiste a sua decisão radical. Como consequência, a maldição, de que Adão fora alvo, transforma-se em bênção, à qual todas as nações podem aceder.

Um convite a todos os homens

Também hoje, a cada homem, a cada grupo eclesial, é renovada a mesma proposta: partir da sua terra, ou seja, de tudo aquilo que é constituído pelas garantias terrenas, para seguir os caminhos sugeridos pela Palavra que o guia, iluminando-o com a promessa de bênçãos como plenitude de todos os bens.

Mas não basta partir. É absolutamente necessário prosseguir viagem. É preciso caminhar, não segundo o programa que cada um de nós pretende e projeta, mas sempre segundo a Palavra de Deus. Portanto, à partida, nada é definitivo; pode haver mudanças de rumo a cada encruzilhada do caminho, a fim de não perder de vista a meta que interessa e que é a apontada por Deus. Para descobrir o projeto de Deus a cada instante, é necessário como que «deixar-se levar», no bom sentido do termo; o que poderá significar confiar na nossa capacidade de inventar no Espírito coisas novas, na humildade e abertura de coração, na coragem de seguir um caminho que não sabemos bem para onde nos leva no passo seguinte, até encontrar finalmente, numa outra dimensão, a luz e a realização final das promessas do Senhor.

Um parêntese de luz

Seja como for, por mais radical que seja a nossa opção de fundo, durante a nossa peregrinação por esta terra, problematizar as nossas convicções, pôr em dúvida as nossas certezas, sacrificar as nossas próprias seguranças e garantias, nunca chega a ser uma decisão total, pelo simples motivo de que somos limitados e sujeitos a falhar. Da terra que se habitava fica sempre, no fundo, a nostalgia e a recordação. Nisso não somos diferentes de Abraão nem dos Apóstolos. Tanto estes como Abraão tiveram dúvidas pelo caminho e, por conseguinte, provas que superar. Mas as suas apostas deram certo. Não devem ser, pois, essas contingências que devem impedir-nos de prosseguir.

Nos Apóstolos, chamados radicalmente a seguir a Cristo, fica sempre a incógnita de quem Ele será realmente Aquele que eles escutaram e pelo qual abandonaram tudo: a terra, o trabalho, os amigos, a família, tudo. É que, bem-vistas as coisas, no plano humano, a vida de Jesus, tirando alguns momentos excecionais, era absolutamente normal. O seu messianismo era muito diferente daquilo que eles imaginavam e, na óptica deles, ficava muito aquém das suas expetativas. Além do mais, as contrariedades a que Ele estava sujeito, como qualquer outro mortal, não pareciam dar garantias nenhumas. Antes pelo contrário, no plano meramente humano, deixavam um fundo de incerteza que podia converter-se em desânimo e frustração. E a prova mais evidente desse estado de espírito foi a debandada geral por parte deles quando chegou a «hora da verdade» (ainda no Jardim das Oliveiras).

Jesus, à semelhança das manifestações de Deus Pai no Antigo Testamento, uma vez (Transfiguração), toma a iniciativa de se manifestar sob uma outra forma, fora do normal, revelando o seu verdadeiro ser, a sua majestade divina. Nesse momento, concede aos Apóstolos um parêntese de luz e a possibilidade de contemplar o fim a que Ele está destinado (e eles também). É o episódio da transfiguração (leitura evangélica). Assim, os Apóstolos podem ver que o «Servo de Javé», descrito como rejeitado e incompreendido, é o mesmo que é apresentado por Daniel como «Filho do homem». Este é um parêntese de luz que os irá ajudar a compreender que a condição de fragilidade humana é só um momento passageiro e que, depois, a situação definitiva será uma situação de glorificação.

A «cidade do futuro»

A Transfiguração no Tabor faz antever aos Apóstolos como será a «cidade do futuro». Essa cidade é também perspectivada em relação a todos os que, por intermédio dos Apóstolos, acreditarem no «Filho do homem». Mas não se trata duma cidade do futuro de cariz nem exclusivamente nem sobretudo humano. É um erro que se comete com facilidade pretender que a essência dessa cidade se esgote na dimensão terrena.

Por isso, essa cidade futura não tem a ver com a expressão «aldeia global». Quando os futurólogos falam de «aldeia global», veiculam um outro conceito de «cidadania», que se exaure na dimensão humana. No fundo, com essa expressão, eles pretendem indicar duas realidades completamente distintas. Alguns – os optimistas – falam de novas possibilidades nas relações entre os povos, de maneira que, num futuro mais ou menos próximo, todas as nações e todas as raças poderão conviver em harmonia, porque tudo se tornará comum a todos. Ao contrário, outros – os pessimistas ou apocalípticos – falam de uma amálgama catastrófica, em que o crescimento demográfico crescente e cada vez mais acelerado fará deste nosso mundo um imenso formigueiro de insetos que se devoram uns aos outros.

Este enquadramento, em todo o caso, pode servir de termo comparativo para fazer uma ideia do que não será a cidade do futuro no sentido bíblico. Quando, no contexto que nos interessa, se põe o problema do futuro, as comparações não podem ser senão aproximativas. Ou seja, a realização futura, quer a nível desta dimensão, quer a nível da outra dimensão, é um assunto cuja definição radica na profundidade do desconhecido. Por outras palavras, mesmo considerando o plano meramente humano, estamos perante um devir muito mais obscuro e misterioso do que se possa imaginar. E, no que se refere ao futuro, até a nível de convicção cristã, parece reinar a incerteza, e até a fé vacila.

A fé, de resto, não é nenhum instrumento de análise do futuro no sentido comum do termo. O seu campo de ação não é a futurologia em sentido científico e mecanicístico. Eu disse que a fé é sobretudo o risco de confiar na palavra de alguém. Como é evidente, estou a referir-me também à fé puramente humana, que não só à fé divina. E é essa a única certeza para poder afirmar que o futuro – não o futuro mais ou menos imediato, mas o futuro definitivo – existe.

O cristão decide viver este risco, sem esperar, todavia, que a obscuridade desta existência desapareça como que por encanto. Ele, como qualquer outro, experimenta essa incerteza na construção do presente, mas não se atemoriza e não desespera perante o desconhecido. Não tem medo, porque vê qual é a meta: Cristo transfigurado.

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.

Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...

Santa Maria, rogai por nós.

São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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