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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Via Sacra com os Santos Carmelitas

 Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém.
 
Comentário inicial: Estamos reunidos em nome do Senhor. Ele está aqui conosco, como prometeu. Vamos percorrer na fé o trajeto que Jesus fez desde o Pretório de Pôncio Pilatos até ao cimo do Calvário, onde Ele deu a vida pela salvação do mundo. Conosco está também a Virgem Santa Maria. Ela esteve no cimo do Gólgota. Mulher da dor, Mãe de misericórdia, Ela inclina-Se sobre os seus filhos, para ver os seus sofrimentos, para levar conforto e reavivar a esperança.
 
1ª Estação: Jesus é condenado à morte
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15,14-15): Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?». Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!». Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado.
 
Quando a alma chega a não prestar atenção aos louvores, cada vez menos presta atenção às críticas. A crítica fortalece a alma, a qual vai adquirindo um particular e terno amor cada vez maior para com os seus perseguidores. (Santa Teresa de Jesus).
 
Senhor, a minha alma está diante de ti. Tu conheces-me profundamente, sabes tudo sobre mim, lês o mais profundo da minha intimidade. Tu recolhes cada lágrima e respondes aos meus sorrisos. Na minha vida não há nenhum espaço ou tempo que tu não visites com o teu amor e com a tua amizade. Dou-te graças por tudo isto, meu Deus. O meu caminho nesta vida está já decidido: quero estar contigo em cada momento, na alegria e no cansaço, na paz e na incompreensão, na companhia e na solidão. A tua presença, ó Jesus, fortalece a minha alma, mesmo na debilidade.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
2ª Estação: Jesus carrega com a cruz
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15, 20): Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Depois o levaram dali, para o crucificarem.
 
Jesus prodigaliza as suas cruzes como o sinal mais seguro da sua ternura, porque deseja fazer-te semelhante a Ele. Por que ter medo de não ser capaz de levar a cruz sem desfalecer?  (Santa Teresa do Menino Jesus).
 
Senhor, muitas vezes na minha vida experimentei a tua ternura, sobretudo nos momentos de dor, quando não encontrei palavras para pronunciar, quando me era impossível orar, quando sozinho se fazia presente a noite… Tu estavas a meu lado, talvez no silêncio, com um toque apenas perceptível. Ó Jesus, muitas vezes te vi assim e pude olhar-te nos olhos. Quando voltava para a luz, quando as lágrimas tinham secado, sentia-me um pouco mais igual a ti.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez sob o peso da cruz
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do livro do Profeta Isaías (53, 4-6): Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o Senhor carregou sobre ele todos os nossos crimes.
 
A coragem em sofrer muito ou sofrer pouco está sempre na proporção do amor. (Santa Teresa de Jesus).
 
Senhor, sei que não te conheço como deveria nem como desejaria. Sei que me falta muito caminho por andar indo atrás de ti, seguindo as tuas pisadas à sombra da cruz. Do que unicamente posso presumir é das minhas debilidades e dos meus erros. Humanamente falando, ó Jesus, sou pouca coisa, mas tendo-te a ti no coração e na vida, sinto-me rico e feliz. Não quero esconder-me de ti; abro as minhas mãos e o meu coração para que possas entrar na minha pobreza com a verdadeira riqueza, que é a tua Cruz. Sim, meu Salvador, este é o sinal do Amor.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
4ª Estação: Jesus encontra sua Mãe
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Lucas (2, 34-35.51): Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão de revelar-se os pensamentos de muitos corações». Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.
 
Na Sagrada Escritura encontramos poucas palavras da Virgem, mas são como grãos de ouro puro: se os fundirmos com o fogo de uma amorosa contemplação, serão suficientes para irradiar sobre toda a nossa vida o esplendor luminoso das virtudes de Maria. (Santa Teresa Benedita da Cruz).
 
Senhor, neste momento eu também quero permanecer em silêncio, para captar o intercâmbio de amor infinito que te une à tua Mãe e a tua Mãe a ti. Ó Jesus, levanto os olhos e vejo-te, continuo a olhar o teu rosto, teus olhos de Filho, que refletem a figura da tua Mãe. Tu não falas, mas ofereces a tua Presença: entregas-te a ti mesmo e entregas a tua Mãe. Eu a recebo como minha Senhora, como minha Mãe dulcíssima.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
5ª Estação: O Cireneu ajuda Jesus a levar a cruz
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15 21-22): Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. E conduziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer “lugar do Crânio”.
 
Breve momento de silêncio.
 
Cada um tem a cruz que deve levar, ainda que cada cruz seja diferente das outras. Quem quiser conquistar a liberdade de espírito e não sentir-se continuamente atribulado, deve começar por não espantar-se da cruz. Então verá como o Senhor o ajuda a levá-la (S. João da Cruz).
 
Senhor, tenho medo. Desejaria fugir perante qualquer dor ou provação. Sobretudo, espanta-me e bloqueia-me a solidão. Cada vez que aparece na minha vida a sombra da cruz, custa-me continuar a esperar. Sinto-me cansado, ó Jesus. Não obstante, desejo aproximar-me do teu coração. Estendo a minha mão e tomo a tua; ofereço-te a pouca força que tenho, o nada que sou. Somente contigo poderei levar também a cruz.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
6ª Estação: A Verônica enxuga o rosto de Jesus
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do livro do Profeta Isaías (53, 2-3): O servo cresceu diante do Senhor como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente, desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
 
Ao longo do caminho da cruz Jesus não está só. Hoje, como então, estão não só os adversários como também as pessoas que o ajudam. Representando a quantos o amam e desejam ajudá-lo está a Verônica. (Santa Teresa Benedita da Cruz).
 
Senhor, tenho um desejo no coração: ser teu amigo, caminhar contigo, compartilhar a vida contigo. Sei que estás a sofrer ao percorrer o caminho da dor. Vejo muitas pessoas à tua volta. Também eu te procuro, aproximo-me o mais que posso. Quero amar-te; já nada mais me importa. Junto à Verônica procuro o teu rosto, pois tu és a minha Luz.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Livro das Lamentações (3, 1-2.9.16): Eu sou o homem que conheceu a miséria, sob a vara da sua ira. Conduziu-me e fez-me caminhar nas trevas e não na luz. Bloqueou-me o caminho com pedras, fez-me seguir por estrada errada. Quebrou-me os dentes com uma pedra, e mergulhou-me na cinza.
 
Quando caminhas na noite escura e no vazio da pobreza espiritual, pensas que te falta tudo e todos – inclusivamente Deus -. Contudo não te falta nada (S. João da Cruz).
 
Faltas-me, Senhor! Como podes dizer que estás perto de mim, que compartilhas tudo comigo? Sinto a solidão, a dor, a angústia. Também tu caíste sob o peso de um infinito sofrimento. Como poderei encontrar-te de novo, meu Pastor? Eu, ovelha tresmalhada, tenho necessidade de ti. Levanta-te, aparece de novo, ó bom Pastor! Então seguir-te-ei todos os dias da minha vida.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
8ª Estação: Jesus consola as filhas de Jerusalém
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Lucas (23, 28-31): Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois dias virão em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram’. Hão de, então, dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!’. E às colinas: ‘Cobri-nos!’. Porque se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?».
 
Ó Jesus, deixa que eu chore por mim mesmo, pois não sou senão uma árvore seca que só serve para ser lançada ao fogo. Porém tu dás nova vida à árvore seca enxertando-a na árvore da cruz (Beato Tito Brandsma).
 
Tu, Senhor, és o meu Fogo. Como árvore pobre e sem vida, só desejo lançar-me nos teus braços. Recebe-me, rogo-te. Não importa que isto signifique que terei de me abraçar à cruz da tua dor. Só contigo posso novamente ser feliz. As nossas lágrimas unir-se-ão num canto de alegria.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Livro de Isaías (53, 6-7): Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o Senhor carregou sobre ele todos os nossos crimes. Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro, ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.
 
Ainda que caias cem vezes, levanta-te cada vez mais com maior presteza, demonstrando assim o teu amor por Ele (Santa Teresa do Menino Jesus).
 
Senhor, tenho vergonha de mim mesmo; caio e volto a cair, perco-me, afasto-me, encerro-me. Quando estou assim, no chão e sem forças, entendo que a única coisa que há que fazer, o único passo a dar, é voltar a entrar em mim mesmo, como o filho pródigo, e ali, no fundo da alma, voltar a descobrir o teu amor por mim. Agarrado a ele poderei ressurgir, movido somente por uma infinita confiança na tua ternura de Amigo, ó meu Salvador.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
10ª Estação: Jesus é despojado das suas vestes
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15, 24): Depois, O crucificaram e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um.
 
A alma despojada de si mesma e revestida de Jesus Cristo não tem de temer nada do mundo exterior. Por isso, renuncio cada dia a mim mesma, a fim de que Cristo possa crescer em mim. (Sta Isabel da Trindade).
 
Senhor, muitas vezes senti-me despojado do que considerava valioso, indispensável para viver. Muitas experiências no mundo ajudaram-me a entender que no fim nada permanece, senão unicamente a tua presença, o teu amor fiel. Então pensei abandonar muitas coisas inúteis, inclusivamente muitas companhias que não me conduziam a ti. Aos poucos fui-me despojando e revesti-me do vestido mais formoso que és tu, ó Jesus.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
11ª Estação: Jesus é cravado na cruz
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15, 25-27): Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram. Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus.» Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda.
 
Decidi permanecer em espírito aos pés da cruz para receber aí o orvalho divino, o sangue que caía no chão, sem que ninguém se apressasse a recolhê-lo. Então compreendi que devia derramá-lo sobre as almas. (Santa Teresa do Menino Jesus).
 
Senhor, pela tua graça cheguei até aqui, até aos pés da tua cruz. Contemplo-te cravado no madeiro, cravado sobretudo à dor, ao amor, à vontade de nos salvar. Cada gota do teu sangue que cai é uma promessa de vida nova para cada um de nós, teus filhos, espalhados pelo mundo inteiro, ao longo da nossa pobre história humana. Como teu irmão, ó Jesus, desejo aprender em cada dia a recolher as gotas preciosas da tua palavra e quero entregá-la depois a quantos encontro no meu caminho, sem a guardar para mim.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
12ª Estação: Jesus morre na cruz
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15, 33-34.37.39): Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?». (…) Mas Jesus, com um grito forte, expirou. (…) O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!».
 
A morte não pode resultar amarga para a alma que ama, já que nela encontra toda a doçura e o deleite do amor. A alma goza da morte como se estivesse a pensar no seu noivado ou no seu matrimonio, por isso deseja o dia e a hora da sua morte. (S. João da Cruz).
 
Senhor, a tua morte é para mim uma grande escola; nela posso aprender a amar, a viver de verdade; nela posso encontrar sentido para a minha vida. Diante de ti, Crucificado, descubro que o amor e a dor são uma mesma coisa e que por isso a morte foi anulada, e a partir de agora jamais poderá triunfar. Junto a ti, toda a pequena morte, converte-se em doce experiência de vida, porque agora sei que na dor posso encontrar o amor. Obrigado, Senhor Jesus.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
13ª Estação: Jesus é descido da cruz
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15, 42-43.46): Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado, José de Arimateia, respeitável membro do Conselho, que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.(…) Depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro.
 
Seguindo os teus caminhos não poderás chegar aonde desejas, nem sequer através da mais alta contemplação, mas somente através de uma grande humildade e de uma total disponibilidade do coração. (Santa Teresa do Menino Jesus).
 
Senhor, eu sei que não tenho nada de grande, vistoso e importante para te oferecer. Não tenho nada, unicamente o meu coração. Depois deste longo caminho seguindo os teus passos na prova e na dor da cruz, somente desejo entregar-te o meu coração, o meu amor, a minha vida. Entrego-me ao teu abraço sabendo que me acolhes tal como sou.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.
 
14ª Estação: o corpo de Jesus é colocado no túmulo
 

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho de S. Marcos (15, 46-47): José de Arimateia, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro. Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.
 
Parece-me que o bom Deus lhe pede um abandono e confiança sem limites nas horas dolorosas em que sente esses terríveis vazios. Pense que, nessa altura, Ele está a escavar na sua alma maiores capacidades para O receber, de algum modo infinitas como Ele mesmo. Tente, então, pela vontade, ficar inteiramente feliz, mesmo sob a mão que a crucifica; dir-lhe-ei até que encare cada sofrimento, cada provação “como uma prova de amor”, que lhe vem diretamente da parte do bom Deus, para se unir a Ele. (Sta Isabel da Trindade).
 
Senhor, o último passo é uma descida profunda, é entrar na obscuridade do túmulo. Ao chegar ao cimo eu esperava ver uma luz mais clara, receber os benéficos raios do sol. No entanto, ainda não é o tempo. Quero permanecer contigo, baixar também até à solidão tenebrosa do túmulo. Não tenho medo, pois creio que o teu amor é mais forte; sei que ressuscitarás e também me farás viver.
 
C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.
 
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

CONCLUSÃO.

L. Senhor Jesus, assim refizemos os vossos passos para alimentar o nosso amor por vós! De fato, a nossa fé se fortalece cada vez que revivemos todo o percurso de sofrimento que vós experimentastes! Muito obrigado por terdes nos ensinado a nos levantar mesmo nas quedas mais violentas de nossa vida! Queremos pedir, também, as bênçãos e proteção de Maria, que se fez presente durante todo o trajeto de dor da Via Crucis, sofrendo as mesmas dores de seu Filho!

T - Bendita e louvada seja a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e as dores de sua Mãe Santíssima aos pés da Cruz. Amém!

MÊS DE SÃO JOSÉ - Quarta-feira de Cinzas

Sta Inês de Praga, Virgem

ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA

1ª Leitura (Joel 2,12-18): Agora, diz o Senhor: "voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo". Quem sabe, se ele se volta para vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção, oblação e libação para o Senhor, vosso Deus? Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; congregai o povo, realizai cerimônias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu aposento, e a esposa, seu leito. Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os ministros sagrados do Senhor, e digam: "Perdoa, Senhor, a teu povo, e não deixes que esta tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem". Por que se haveria de dizer entre os povos: "Onde está o Deus deles?" Então o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo.

Salmo Responsorial: 50

R. Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão do vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!

2ª Leitura (2Cor 5:20–6,2): Irmãos: Somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus. Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: "No momento favorável, eu te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri". É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba!

Evangelho (Mt 6,1-6.16-18): «Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente».

«Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles»

Pbro. D. Luis A. GALA Rodríguez (Campeche, México)

Hoje começamos o nosso recorrido à Páscoa, e o Evangelho nos lembra os deveres fundamentais do cristão, não só como preparação a um tempo litúrgico, mas em preparação à Páscoa Eterna: «Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus» (Mt 6,1). A justiça da que Jesus nos fala consiste em viver conforme aos princípios evangélicos, sem esquecer que «Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus» (Mt 5,20).

A justiça nos leva ao amor, manifestado na esmola e em obras de misericórdia: «Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita» (Mt 6,3). Não é que se devam ocultar as obras boas, mas que não se deve pensar em elogio humano ao fazê-lo, sem desejar nenhum outro bem superior e celestial. Em outras palavras, devo dar esmola de tal modo que nem eu tenha a sensação de estar fazendo uma boa ação, que merece uma recompensa por parte de Deus e elogio por parte dos homens.

Bento XVI insistia em que socorrer aos necessitados é um dever de justiça, mesmo antes que um ato de caridade: «A caridade supera a justiça (…), mas nunca existe sem a justiça, que induz a dar ao outro o que é "dele", o que lhe pertence em razão de seu ser e do seu agir». Não devemos esquecer que não somos proprietários absolutos dos bens que possuímos, e sim administradores. Cristo nos ensinou que a autêntica caridade é aquela que não se limita a "dar" esmola, e sim que o leva a "dar" a própria pessoa, a oferecer-se a Deus como culto espiritual (cf. Rom 12,1) esse seria o verdadeiro gesto de justiça e caridade cristã, «de modo que tua esmola fique escondida. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa» (Mt 6,4).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Nestes dias, deve-se dar uma atenção especial no cuidado e na devoção ao cumprimento das coisas que os cristãos devem fazer em todos os momentos: assim viveremos, em santo jejum, esta Quaresma de instituição apostólica» (S. Leão Magno)

«Sabemos que este mundo cada vez mais artificial nos leva a viver uma cultura do "fazer", do "útil", onde inadvertidamente Igreja excluímos Deus do nosso horizonte. A Quaresma chama-nos a "despertarmos" para nos lembrarmos simplesmente que não somos Deus» (Francisco)

«A Lei nova pratica os atos da religião: a esmola, a oração, o jejum, ordenando-os para “o Pai que vê no segredo”, ao contrário do desejo “de ser visto pelos homens”» (Catecismo da Igreja Católica, 1.969)

Reflexão

Mt 6,1: A chave geral para entender o ensinamento que se segue. - Jesus disse: 'Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. A justiça de que Jesus fala consiste em chegar ao lugar onde Deus nos quer. O caminho para chegar a ela está expresso na lei de Deus. Jesus adverte que não se deve observar a lei com o objetivo de ser elogiado pelos homens. Anteriormente ele havia dito: "Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus." (Mt 5,20) Ao ler esta frase, não devemos apenas pensar só nos fariseus do tempo de Jesus, mas sobretudo no fariseu que dorme em cada um de nós. Se José, esposo de Maria, tivesse seguido a justiça da lei dos fariseus, ele teria denunciado Maria. Mas ele era "justo" (Mt 1,19), já vivia a nova justiça anunciada por Jesus. Por isso transgrediu a antiga lei e salvou a vida de Maria e de Jesus. A nova justiça proclamada por Jesus está alicerçada sobre uma base diferente, provém de outra fonte. Precisamos construir a nossa segurança de dentro, não naquilo que fazemos para Deus, mas naquilo Deus faz por nós. Esta é a chave geral para a compreensão do ensinamento de Jesus sobre as obras de misericórdia. No que se segue, Mateus aplica este princípio geral à prática da esmola, da oração e do jejum. Do ponto de vista didático, primeiro diz como não deve ser, e logo em seguida ensina como deve ser.

Mt 6,2: Como não dar esmolas. - A maneira errada, seja naquele tempo como hoje, é dar esmolas para ser visto e aclamado pelos outros. Muitas vezes se pode ver em bancos de igrejas escritas estas palavras: "Presente da família tal." Na televisão, os políticos gostam de se mostrar como grandes benfeitores da humanidade nas inaugurações de obras públicas para servir a comunidade. Jesus diz: Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa (Mt 6,2).

Mt 6,3-4: Como dar esmolas. - A maneira correta de fazer isso é caridade: "quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita". Ou seja, devo dar esmolas de tal forma que nem mesmo eu tenho a sensação de estar fazendo algo bom ou que mereça uma recompensa de Deus e elogios dos outros. A esmola é uma obrigação. É uma forma de compartilhar algo, que possuo, com aqueles que nada têm. Numa família, o que é de um é todos. Jesus elogia o exemplo da viúva que deu mesmo o que lhe era necessário (Mc 12,44).

Mt 6,5: Como não rezar. - Falando de uma maneira errada de orar, Jesus cita alguns hábitos e costumes estranhos da época. Quando era tocada a trombeta para a oração da manhã, do meio-dia e da tarde, havia pessoas que procuravam ficar no meio da rua para orar solenemente de braços abertos para que todos a vissem, e assim serem consideradas como as pessoas piedosas. Outros na sinagoga assumiam atitudes extravagantes para chamar a atenção da comunidade.

Mt 6,6: Como orar. - Para não deixar nenhuma dúvida, Jesus exagera sobre como orar. Ele diz que devemos orar em segredo, apenas diante de Deus Pai. Ninguém vai vê-lo. Talvez para os outros, você vai ser uma pessoa que não reza. Não importa! Mesmo de Jesus disseram: "Não é de Deus!" E isso porque Jesus rezava muito à noite e não se importava com a opinião dos outros. O que importa é ter a paz de consciência e ter a certeza de que Deus é o Pai que me acolhe, e não a partir do que eu faço para Deus ou da satisfação que eu tenho ao ser apreciado como uma pessoa piedosa e que reza.

Mt 06,16: Como não fazer jejum. - Jesus critica as práticas erradas de jejum. Havia pessoas que ficavam com rosto tristes, não se lavavam, usavam roupas rasgadas, não se penteavam, para que todos pudessem ver que elas estavam jejuando e de uma forma perfeita.

Mt 6,17-18: Como fazer o jejum. - Jesus recomenda o contrário: Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto.

Como dissemos antes, esta é uma nova forma de acesso ao coração de Deus que se abre diante de nós. Jesus, para garantir interiormente, não pergunta o que fazemos para Deus, mas o que Deus faz por nós. A esmola, a oração e o jejum não são dinheiro para comprar o favor de Deus, mas a resposta de gratidão para com o amor recebido e experimentado.

Para um confronto pessoal

a) Qual é o ponto do texto que mexeu mais ou que você gostou mais?
b) Como entender o alerta feito por Jesus?
c) O que Jesus critica e o que ensina sobre a esmola? Faça um resumo para você.
d) O que Jesus critica e o que ensina sobre a oração? Faça um resumo para você.
e) O que Jesus critica e o que ensina sobre o jejum? Faça um resumo para você.

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.

Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...

Santa Maria, rogai por nós.

São José,
Ilustre filho de Davi, 
Luz dos Patriarcas, 
Esposo da Mãe de Deus, 
Guardião do Redentor, 
Guarda da puríssima Virgem, 
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

MÊS DE SÃO JOSÉ - Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum

ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA

1ª Leitura (1Pe 1,10-16): Caríssimos: A salvação das almas foi objeto das investigações e meditações dos Profetas que predisseram a graça a vós destinada. Procuravam descobrir a que tempo e circunstâncias se referia o Espírito de Cristo que estava neles, quando predizia os sofrimentos de Cristo e as glórias que se lhes haviam de seguir. Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós, que no seu ministério transmitiam essa mensagem. É essa mensagem que agora vos anunciam aqueles que, movidos pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos pregam o Evangelho, o qual os próprios Anjos desejam contemplar. Por isso, tende o vosso espírito alerta e sede vigilantes; ponde toda a vossa esperança na graça que vos será concedida, quando Jesus Cristo Se manifestar. Como filhos obedientes, não vos conformeis com os desejos de outrora, quando vivíeis na ignorância. Mas, à semelhança do Deus santo que vos chamou, sede santos, vós também, em todas as vossas ações, como está escrito: «Sede santos, porque Eu sou santo».

Salmo Responsorial: 97

R. O Senhor revelou a sua salvação.

Cantai ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e cantai.

Aleluia. Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Aleluia.

Evangelho (Mc 10,28-31): Pedro começou a dizer-lhe: «Olha, nós deixamos tudo e te seguimos». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do Evangelho, recebe cem vezes mais agora, durante esta vida — casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, vida eterna. Muitos, porém, que são primeiros, serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros».

«Todo aquele que deixa casa, por causa de mim e do Evangelho, recebe cem vezes mais agora, durante esta vida ,e, no mundo futuro, vida eterna»

Rev. D. Jordi SOTORRA i Garriga (Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje, como aquele amo que ia todas as manhãs à praça procurar trabalhadores para a sua vinha, o Senhor procura discípulos, seguidores, amigos. A sua chamada é universal. É uma oferta fascinante! O Senhor dá-nos confiança. Mas põe uma condição para ser seus discípulos, condição essa que nos pode desanimar: temos que deixar «casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do evangelho» (Mc 10,29).

Não há contrapartida? Não haverá recompensa? Isto aporta algum benefício? Pedro, em nome dos Apóstolos, recorda ao Maestro: «Nós deixamos tudo e te seguimos» (Mc 10,28), como querendo dizer: que ganharemos com tudo isto?

A promessa do Senhor é generosa: «recebe cem vezes mais agora, durante esta vida (…); e, no mundo futuro, vida eterna» (Mc 10,30). Ele não se deixa ganhar em generosidade. Mas acrescenta: «com perseguições». Jesus é realista e não quer enganar. Ser seu discípulo, se o formos de verdade, nos trarão dificuldades, problemas. Mas Jesus considera as perseguições e as dificuldades como um prêmio, pois nos fazem crescer, se as soubermos aceitar e vive-las como uma ocasião para ganhar maturidade e responsabilidade. Tudo aquilo que é motivo de sacrifício assemelha-nos a Jesus Cristo que nos salva pela sua morte em Cruz.

Estamos sempre a tempo para revisar a nossa vida e aproximar-nos mais de Jesus Cristo. Estes tempos, todo o tempo permitem-nos —através da oração e dos sacramentos— averiguar se entre os discípulos que Ele procura estamos nós, e veremos também qual deve ser a nossa resposta a esta chamada. Ao lado de respostas radicais (como a dos Apóstolos) há outras. Para muitos, «deixar casa, irmãos, irmãs, mãe…» significará deixar tudo aquilo que nos impeça de viver em profundidade a amizade de Jesus Cristo e, como consequência, ser-lhe seus testemunhos perante o mundo. E isso é urgente, não achas?

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«‘Bem, eu vos garanto que não há ninguém...’. Isso não significa que abandonemos aos nossos pais, deixando-os sem ajuda, ou que nos separemos das nossas esposas, mas antes que prefiramos a honra de Deus a tudo o que é perecível» (Santa Beda, o Venerável)

«Não há dúvida de que as formas concretas de seguir a Cristo estão graduadas por Ele próprio segundo as condições, as possibilidades, as missões, os carismas das pessoas e dos grupos» (São João Paulo II)

«Porque são membros do Corpo cuja cabeça é Cristo (cf. Ef 1,22), os cristãos contribuem, pela constância das suas convicções e dos seus costumes, para a edificação da Igreja. A Igreja cresce, aumenta e desenvolve-se pela santidade dos seus fiéis, ‘até ao estado do homem perfeito, à medida da estatura de Cristo na sua plenitude’ (Ef 4, 13)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.045)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

*  No evangelho de ontem, Jesus falava da conversão que deve ocorrer no relacionamento dos discípulos com os bens materiais: desapegar-se das coisas, vender tudo, dar para os pobres e seguir Jesus. Ou seja, como Jesus, devem viver na total gratuidade, entregando sua vida na mão de Deus e servindo aos irmãos e irmãs (Mc 10,17-27). No evangelho de hoje Jesus explica melhor como deve ser esta vida de gratuidade e de serviço dos que abandonam tudo por causa dele, Jesus, e do Evangelho (Mc 10,28-31).

*  Marcos 10,28-31: Cem vezes mais desde agora, mas com perseguições. - Pedro observa: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos". É como se dissesse: “Fizemos o que o senhor pediu ao jovem rico. Deixamos tudo e te seguimos. Explica para nós como deve ser esta nossa vida?” Pedro quer que Jesus explicite um pouco mais o novo modo de viver no serviço e na gratuidade. A resposta de Jesus é bonita, profunda e simbólica: "Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, vai receber cem vezes mais. Agora, durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mãe, filhos e campos, junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna”. O tipo de vida que resulta da entrega de tudo é a amostra do Reino que Jesus quer realizar: (1) Alarga a família e cria comunidade, pois aumenta cem vezes o número de irmãos e irmãs. (2) Provoca a partilha dos bens, pois todos terão cem vezes mais casas e campos. A providência divina se encarna e passa pela organização fraterna, onde tudo é de todos e já não haverá mais necessitados. Eles realizam a lei de Deus que pede “entre vocês não pode haver pobres” (Dt 15,4-11). Foi o que fizeram os primeiros cristãos (At 2,42-45). É a vivência perfeita do serviço e da gratuidade. (3) Não devem esperar nenhuma vantagem em troca, nem segurança, nem promoção de nada. Pelo contrário, nesta vida terão tudo isto, mas com perseguições. Pois os que, neste nosso mundo organizado a partir do egoísmo e dos interesses de grupos e pessoas, vivem a partir do amor gratuito e da entrega de si, estes, como Jesus, serão crucificados. (4) Serão perseguidos neste mundo, mas, no mundo futuro terão a vida eterna de que falava o jovem rico.

Jesus e a opção pelos pobres - Um duplo cativeiro marcava a situação do povo na época de Jesus: o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem-organizado de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época. Por causa disso, o clã, a família, a comunidade, estava sendo desintegrada e uma grande parte do povo vivia excluída, marginalizada, sem lugar, nem na religião, nem na sociedade. Por isso, havia vários movimentos que, como Jesus, procuravam uma nova maneira de viver e conviver em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes. Dentro da comunidade de Jesus, porém, havia algo novo que a diferenciava dos outros grupos. Era a atitude frente aos pobres e excluídos. As comunidades dos fariseus viviam separadas. A palavra “fariseu” quer dizer “separado”. Viviam separadas do povo impuro. Muitos dos fariseus consideravam o povo como ignorante e maldito (Jo 7,49), cheio de pecado (Jo 9,34). Jesus e a sua comunidade, ao contrário, viviam misturados com as pessoas excluídas, consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16; 1,41; Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt 11,25-26; Lc 21,1-4). Proclama-os felizes, porque o Reino é deles, dos pobres (Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer segui-lo para conviver com ele, manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda fazer opção pelos pobres! (Mc 10,21) A pobreza, que caracterizava a vida de Jesus e dos discípulos, caracterizava também a missão. Ao contrário dos outros missionários (Mt 23,15), os discípulos e as discípulas de Jesus não podiam levar nada, nem ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem sacola, nem sandálias (Mt 10,9-10). Deviam confiar é na hospitalidade (Lc 9,4; 10,5-6). E caso fossem acolhidos pelo povo, deviam trabalhar como todo mundo e viver do que receberiam em troca (Lc 10,7-8). Além disso, deviam tratar dos doentes e necessitados (Lc 10,9; Mt 10,8). Então podiam dizer ao povo: “O Reino chegou!” (Lc 10,9).

Para um confronto pessoal

1) Como você, na sua vida, realiza a proposta de Pedro: “Deixamos tudo e te seguimos”?

2) Partilha, gratuidade, serviço, acolhida aos excluídos são sinais do Reino. Como as vivo hoje?

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.

Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...

Santa Maria, rogai por nós.

São José,
Ilustre filho de Davi, 
Luz dos Patriarcas, 
Esposo da Mãe de Deus, 
Guardião do Redentor, 
Guarda da puríssima Virgem, 
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.