Beato Pio IX, Papa e “Confrade Carmelita”
Salmo Responsorial: 131
R. Levantai-Vos,
Senhor, e entrai no vosso santuário.
Ouvimos dizer que a arca estava em Éfrata, encontrámo-la nas
campinas de Iaar. Entremos no seu santuário, prostremo-nos a seus pés.
Levantai-Vos, Senhor, e entrai no vosso repouso, Vós e a
arca da vossa majestade. Revistam-se de justiça os vossos sacerdotes, exultem
de alegria os vossos fiéis. Por amor de David, vosso servo, não afasteis o
rosto do vosso Ungido.
Aleluia. Jesus proclamava o Evangelho do reino e curava todas as
doenças entre o povo. Aleluia.
Evangelho (Mc 6,53-56): Tendo atravessado o lago,
foram para Genesaré e atracaram. Logo que desceram do barco, as pessoas
reconheceram Jesus. Percorriam toda a região e começaram a levar os doentes,
deitados em suas macas, para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E, em
toda parte onde chegava, povoados, cidades ou sítios do campo, traziam os
doentes para as praças e suplicavam-lhe para que pudessem ao menos tocar a
franja de seu manto. E todos os que tocavam ficavam curados.
«Todos os a tocavam [a franja de seu manto] ficavam salvados »
Fr. John GRIECO (Chicago,
Estados Unidos)
Esta passagem pode nos ajudar a meditar como estamos
recebendo ao Nosso Senhor na Sagrada Comunhão. Comungamos com fé de que este
contato com Cristo pode obrar milagres em nossas vidas? Mais que um simples
tocar «a franja de seu manto», nós recebemos realmente o Corpo de Cristo em
nossos corpos. Mais que uma simples cura de nossas doenças físicas, a Comunhão
cura nossas almas e lhes garanta a participação na própria vida de Deus. São
Inácio de Antioquia, assim, considerava à Eucaristia como a «medicina da
imortalidade e o antídoto para prevenir-nos da morte, de modo que produz o que eternamente
nós devemos viver em Jesus Cristo».
O aproveitamento desta «medicina da imortalidade» consiste
em ser curados de todos aqueles que nos separa de Deus e dos outros. Ser
curados por Cristo na Eucaristia, por tanto, implica superar nosso ensimesmamento.
Tal como ensina Bento XVI, «Nutrir-se de Cristo é o caminho para não permanecer
alheios ou indiferentes diante da sorte dos irmãos (...). Uma espiritualidade
eucarística, então, é um autêntico antídoto diante o individualismo e o egoísmo
que com frequência caracterizam a vida cotidiana, levam ao redescobrimento da
gratuidade, da centralidade das relações, a partir da família, com particular
atenção em aliviar as feridas de aquelas desintegradas».
Igual que aqueles que foram curados de suas doenças tocando
seus vestidos, nós também podemos ser curados de nosso egoísmo e de nosso
isolamento dos outros mediante a recepção de Nosso Senhor com fé.
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Cristo é tudo para nós. Se você é oprimido pela injustiça,
Ele é justiça; se você precisar de ajuda, Ele é a força; se você tem medo da
morte, Ele é vida; se você quer o céu, Ele é o caminho; se você está nas
trevas, Ele é a luz» (Santo Ambrósio de Milão)
«Deus, depois de ter acabado a criação, não se “retirou”:
ainda pode agir. Ele ainda é o Criador e, por isso, sempre tem a possibilidade
de "intervir". Deus ainda é Deus!» (Bento XVI)
«Cristo convida os seus discípulos a continuarem com ele,
cada um com sua cruz. Seguindo-o, adquirem uma nova visão sobre a doença e
sobre os enfermos. Jesus os associa com sua vida pobre e humilde. Ele os faz
participar do seu ministério de compaixão e cura (...)» (Catecismo da Igreja
Católica, n. 1.506)
«Logo que desceram do barco, as pessoas reconheceram Jesus»
Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart (Tarragona, Espanha)
Quando se trata de uma “enfermidade” da alma (habitualmente,
palpável externamente), como pode ser que um filho, um irmão, um parente não
assista à Missa aos domingos, além de rezar convém falar do remédio, talvez lhe
transmitindo a palavra algum pensamento ou alguma orientação motivadora que nós
mesmos possamos extrair do Magistério (por exemplo, da Carta apostólica O dia
do Senhor de João Paulo II, ou de algum dos pontos do Catecismo da Igreja).
Se o irmão “enfermo” é alguém constituído em pública
autoridade que justifica ou mantém uma lei injusta — como pode ser a falta de
penalização do aborto —, não duvidemos — além de orar — em buscar a oportunidade
para transmitir-lhe — de palavra ou por escrito — nosso testemunho sobre a
verdade.
«Nós não podemos deixar de anunciar o que vimos e ouvimos» (At
4,20). Todas as pessoas têm necessidade do Salvador. Quando não atendem ao seu
chamado é porque ainda não o reconheceram, talvez porque nós ainda não soubemos
anunciar-lhe. O fato é que, enquanto o reconheciam, «colocavam os enfermos nas
praças e lhe pediam que tocara somente um pedacinho do seu manto» (Mc 6,56).
Jesus curava tanto mais quanto havia alguns que «colocavam» (punham ao alcance
do Senhor) aos que mais urgentemente necessitavam remédio.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Marcos 6,53-56. A
busca do povo. - “Acabando de
atravessar, chegaram à terra, em Genesaré, e amarraram a barca. Logo que
desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus”. O povo vai em
massa atrás de Jesus. Eles vêm de todos os lados, carregando seus doentes. O
que chama a atenção é o entusiasmo do povo que reconheceu Jesus e vai atrás
dele. O que o move nesta busca de Jesus não é só o desejo de encontrar-se com
ele, de estar com ele, mas também o desejo de obter a cura das suas doenças. “Iam
de toda a região, levando os doentes deitados em suas camas para o lugar onde
ouviam falar que Jesus estava. E onde ele chegava, tanto nos povoados como nas
cidades ou nos campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao
menos tocar a barra da roupa de Jesus. E todos os que tocaram, ficaram
curados”. O evangelho de Mateus comenta e ilumina este fato citando a figura do
Servo de Javé, do qual Isaías diz: “Carregou sobre si as nossas enfermidades”
(Is 53,4 e Mt 8,16-17)
* Ensinar e curar,
curar e ensinar. Desde o começo da sua atividade apostólica, Jesus anda por
todos os povoados da Galileia para falar ao povo sobre o Reino de Deus que
estava chegando (Mc 1,14-15). Onde encontra gente para escutá-lo, ele fala e
transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas
sinagogas durante a celebração da Palavra nos sábados (Mc 1,21; 3,1; 6,2); em
reuniões informais nas casas de amigos (Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando
pelo caminho com os discípulos (Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num
barco (Mc 4,1); no deserto para onde se refugiou e onde o povo o procurava (Mc
1,45; 6,32-34); na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1);
nas praças das aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (Mc
6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem
medo (Mc 14,49)! Curar e ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia
(Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc 10,1). O povo ficava admirado
(Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e o procurava em massa.
* Na raiz deste
grande entusiasmo do povo estava, de um lado, a pessoa de Jesus que chamava e
atraía, e, de outro lado, o abandono do povo que era como ovelha sem pastor
(cf. Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação daquilo que o animava por dentro!
Ele não só falava sobre Deus, mas também o revelava. Comunicava algo do que ele
mesmo vivia e experimentava. Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino. Ele
mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do Reino. Nele aparecia aquilo que
acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida. O que
vale não são só as palavras, mas também e sobretudo o testemunho, o gesto
concreto. Esta é a Boa Nova do Reino que atrai!
Para um confronto
pessoal
1. O entusiasmo
do povo em busca de Jesus, em busca de um sentido para a vida e uma solução
para os seus males. Onde existe isto hoje? Existe em você, existe em mim?
2. O que chama a atenção é a atitude carinhosa de Jesus para com os pobres e abandonados. E eu, como me comporto com as pessoas excluídas da sociedade?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO