Santos Timóteo e Tito, bispos
Salmo Responsorial: 88
R. A minha aliança
com ele será eterna.
Concluí uma aliança com o meu eleito, fiz um juramento a
David, meu servo: «Conservarei a tua descendência para sempre, estabelecerei o
teu trono por todas as gerações».
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai, meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito, o mais alto entre os reis da terra.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor, a minha aliança
com ele será irrevogável. Conservarei a sua descendência eternamente e o seu trono
terá a duração dos céus.
Aleluia. A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo: quem O
encontra permanece para sempre. Aleluia.
Evangelho (Mc 4,1-20): Outra vez, à beira-mar,
Jesus começou a ensinar, e uma grande multidão se ajuntou ao seu redor. Por
isso, entrou num barco e sentou-se, enquanto toda a multidão ficava em terra, à
beira-mar. Ele se pôs a ensinar-lhes muitas coisas em parábolas. No seu
ensinamento, dizia-lhes: «Escutai! O semeador saiu a semear. Ao semear, uma
parte caiu à beira do caminho, e os passarinhos vieram e comeram. Outra parte
caiu em terreno cheio de pedras, onde não havia muita terra; brotou logo,
porque a terra não era profunda, mas quando o sol saiu, a semente se queimou e
secou, porque não tinha raízes. Outra parte caiu no meio dos espinhos; estes
cresceram e a sufocaram, e por isso não deu fruto. E outras sementes caíram em
terra boa; brotaram, cresceram e deram frutos: trinta, sessenta e até cem por
um. E acrescentou: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!». Quando ficaram a sós,
os que estavam com ele junto com os Doze faziam perguntas sobre as parábolas.
Ele dizia-lhes: «A vós é confiado o mistério do Reino de Deus. Para aqueles que
estão fora tudo é apresentado em parábolas, de modo que, por mais que olhem,
não enxergam, por mais que escutem, não entendem, e não se convertem, nem são
perdoados». Jesus então perguntou-lhes: «Não compreendeis esta parábola? Como
então, compreendereis todas as outras parábolas? O semeador semeia a palavra.
Os da beira do caminho onde é semeada a palavra são os que a ouvem, mas logo
vem Satanás e arranca a palavra semeada neles. Os do terreno cheio de pedras
são aqueles que, ao ouvirem a palavra, imediatamente a recebem com alegria, mas
não têm raízes em si mesmos, são de momento; chegando tribulação ou perseguição
por causa da palavra, desistem logo. Outros ainda são os que foram semeados
entre os espinhos: são os que ouvem a palavra, mas quando surgem as
preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e os outros desejos, a palavra é
sufocada e fica sem fruto. E os que foram semeados em terra boa são os que
ouvem a palavra e a acolhem, e produzem frutos: trinta, sessenta e cem por um».
«O semeador semeia a palavra»
Rev. D. Antoni CAROL i
Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
O mar, a barca e as praias são substituídos por estádios,
telas e modernos meios de comunicação e de transporte. Mas Jesus é hoje o mesmo
de ontem. O homem não mudou, nem a sua necessidade de ensinar a amar. Também
hoje há quem — por graça e gratuita escolha divina: é um mistério! — recebe e
entende mais diretamente a Palavra. Como também há muitas almas que necessitam
uma explicação mais descritiva e mais pausada da Revelação.
Em todo caso, a uns e outros, Deus nos pede frutos de
santidade. O Espírito Santo nos ajuda a isso, mas não prescinde de nossa
colaboração. Em primeiro lugar, é necessária a diligência. Se nós respondemos a
meias, quer dizer, se nós mantemos na “fronteira” do caminho sem entrar
plenamente nele, seremos vítima fácil de Satanás.
Segundo, a constância na oração — o diálogo—, para
aprofundar no conhecimento e amor a Jesus Cristo: «Santo sem oração...? — “Não
acredito nessa santidade» (São Josémaria).
Finalmente, o espírito de pobreza e desprendimento evitará
que nos “afoguemos” pelo caminho. As coisas esclarecidas: «Ninguém pode servir
a dois senhores... » (Mt 6,24).
Em Santa Maria encontramos o melhor modelo de
correspondência à chamada de Deus.
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«O cuidado da nossa alma é muito semelhante ao cultivo da
terra: arrancar o que é mau e plantar o que é bom; desarraigar o orgulho e
plantar a humildade; deitar fora a avareza e guardar a misericórdia; desprezar
a impureza e cuidar a castidade» (São Cesário de Aries)
«Semear é um gesto de confiança e de esperança; é necessário
o trabalho do homem, mas, depois, entra-se no período de gestação sabendo bem
que muitos fatores determinarão o êxito da colheita e que sempre se corre o
risco do fracasso. Não obstante isto, o camponês, ano após ano, lança as suas
sementes» (Benedito XVI)
«(…) Um cristão deve querer meditar com regularidade; doutro
modo, torna-se semelhante aos três primeiros terrenos da parábola do semeador.
Mas um método não passa de um guia; o importante é avançar, com o Espírito
Santo, no caminho único da oração: Cristo Jesus» (Catecismo da Igreja Católica,
nº 2.707).
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* Por meio das
parábolas, Jesus ajudava o povo a perceber a presença misteriosa do Reino nas
coisas da vida. Uma parábola é uma comparação. Ela usa as coisas conhecidas
e visíveis da vida para explicar as coisas invisíveis e desconhecidas do Reino
de Deus. Por exemplo, o povo da Galileia entendia de semente, de terreno,
chuva, sol, sal, flores, colheita, pescaria, etc. Ora, são exatamente estas
coisas conhecidas do povo que Jesus usa nas parábolas para explicar o mistério
do Reino.
* A parábola da
semente retrata a vida do camponês. Naquele tempo, não era fácil viver da
agricultura. O terreno tinha muita pedra. Muito mato. Pouca chuva, muito sol.
Além disso, muitas vezes, o povo encurtava estrada e, passando no meio do
campo, pisava nas plantas (Mc 2,23). Mesmo assim, apesar de tudo isso, todo
ano, o agricultor semeava e plantava, confiando na força da semente, na
generosidade da natureza.
* Quem tem ouvidos
para ouvir, ouça! Jesus começou a parábola dizendo: “Escutem!” (Mc 4,3).
Agora, no fim, ele termina dizendo: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” O
caminho para chegar ao entendimento da parábola é a busca: “Tratem de
entender!” A parábola não entrega tudo pronto, mas leva a pensar e faz
descobrir a partir da própria experiência que os ouvintes têm da semente.
Provoca a criatividade e a participação. Não é uma doutrina que já vem pronta
para ser ensinada e decorada. A Parábola não dá água engarrafada, mas entrega a
fonte. O agricultor que escutou, diz: “Semente no terreno, eu sei o que é! Mas
Jesus diz que isso tem a ver com o Reino de Deus. O que seria?” E aí você pode
imaginar as longas conversas do povo! A parábola mexe com o povo e leva a
escutar a natureza e a pensar na vida.
* Jesus explica a
parábola aos discípulos. Em casa, a sós com Jesus, os discípulos querem
saber o significado da parábola. Eles não entenderam. Jesus estranhou a
ignorância deles (Mc 4,13) e respondeu por meio de uma frase difícil e
misteriosa. Ele diz aos discípulos: “A vocês foi dado o mistério do Reino de
Deus. Aos de fora, porém, tudo acontece em parábolas, para que vendo não vejam,
ouvindo não ouçam e para que não se convertam e não sejam salvos!”. Esta frase
faz a gente se perguntar: Afinal, a parábola serve para que? Para esclarecer ou
para esconder? Será que Jesus usa parábolas, para que o povo continue na
ignorância e não chegue a se converter? Certamente que não! Pois em outro lugar
Marcos diz que Jesus usava parábolas “conforme a capacidade dos ouvintes” (Mc
4,33)
* Parábola revela e
esconde ao mesmo tempo! Revela para “os de dentro”, que aceitam Jesus como
Messias Servidor. Esconde para os que insistem em ver nele o Messias, Rei
grandioso. Estes entendem as imagens da parábola, mas não chegam a entender o
seu significado.
* A explicação da
parábola, parte por parte. Uma por uma, Jesus explica as partes da
parábola, desde a semente e o terreno até a colheita. Alguns estudiosos acham
que esta explicação foi acrescentada depois. Ela seria de alguma comunidade. É
bem possível. Pois dentro do botão da parábola está a flor da explicação. Botão
e flor, ambos têm a mesma origem que é Jesus. Por isso, nós também podemos
continuar a reflexão e descobrir outras coisas bonitas dentro da parábola.
Certa vez, alguém perguntou numa comunidade: “Jesus falou que devemos ser sal.
Para que serve o sal?” Discutiram e, no fim, encontraram mais de dez
finalidades diferentes para o sal! Aí foram aplicar tudo isto à vida da
comunidade e descobriram que ser sal é difícil e exigente. A parábola funcionou!
O mesmo vale para a semente. Todo mundo tem alguma experiência de semente.
Para um confronto
pessoal
1) Qual a
experiência que você tem de semente? Como ela te ajuda a entender melhor a Boa
Nova
2) Que terreno eu
sou?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO