Beato Bartolomeu Fanti, Presbítero de nossa Ordem
Salmo Responsorial: 125
R. Grandes maravilhas
fez por nós o Senhor: por isso exultamos de alegria.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho. Da nossa boca brotavam expressões de alegria e de
nossos lábios cânticos de júbilo.
Diziam então os pagãos: «O Senhor fez por eles grandes
coisas». Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de
alegria.
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos, como as
torrentes do deserto. Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria.
À ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a
cantar, trazendo os molhos de espigas.
2ª Leitura (Flp 1,4-6.8-11): Irmãos: Em todas as
minhas orações, peço sempre com alegria por todos vós, recordando-me da parte
que tomastes na causa do Evangelho, desde o primeiro dia até ao presente. Tenho
plena confiança de que Aquele que começou em vós tão boa obra há de levá-la a
bom termo até ao dia de Cristo Jesus. Deus é testemunha de que vos amo a todos
no coração de Cristo Jesus. Por isso Lhe peço que a vossa caridade cresça cada
vez mais em ciência e discernimento, para que possais distinguir o que é melhor
e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, na plenitude dos
frutos de justiça que se obtêm por Jesus Cristo, para louvor e glória de Deus.
Aleluia. Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas e
toda a criatura verá a salvação de Deus.
Evangelho (Lc 3,1-6): No décimo quinto ano do
império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia,
Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da Ituréia e da
Traconítide, e Lisânias, tetrarca de Abilene, enquanto Anás e Caifás eram sumos
sacerdotes, a Palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no
deserto. Ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de
conversão para o perdão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do
profeta Isaías: «Voz de quem clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as veredas para ele. Todo vale será aterrado; toda montanha e colina
serão rebaixadas; as passagens tortuosas serão endireitadas, e os caminhos
esburacados, aplanados. E todos verão a salvação que vem de Deus».
«No ano décimo quinto do reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia…"
P. Maciej SLYZ
Missionário de Fidei Donum (Bialystok, Polônia)
Hoje, Deus dirige a sua palavra também a mim. Fá-lo
pessoalmente - como a João Baptista -, ou através dos seus emissários. O meu
rio Jordão pode ser a Eucaristia dominical, pode ser o tweet do Papa Francisco,
que nos recorda que «o cristão não é testemunha de uma teoria, mas de uma
pessoa: de Cristo Ressuscitado, vivo, único Salvador de todos». Deus entrou na
história da minha vida porque Cristo não é uma teoria. Ele é a prática
salvadora, a Caridade, a Misericórdia.
Mas este mesmo Deus necessita, por sua vez, do nosso pobre
esforço: que enchamos os vales da nossa desconfiança até ao seu Amor; que
nivelemos os cerros e colinas da nossa soberba, que nos impede de O ver e
receber a sua ajuda; que endireitemos e aplanemos as veredas retorcidas que
fazem do percurso para o nosso coração um labirinto…
Hoje é o segundo Domingo do Advento, que tem como objetivo
principal que eu possa encontrar Deus no caminho da minha vida. Já não somente
um Recém-Nascido, mas sobretudo o Misericordiosíssimo Salvador, para ver o
sorriso de Deus, quando todo o homem verá a salvação de Deus (cf. Lc 3,6). E é assim!
Ensinava-o S. Gregório Nazianzeno, «Nada alegra tanto Deus como a conversão e
salvação do homem».
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Nada dá tanta alegria a Deus como a conversão e a salvação
do homem» (São Gregório Nazianzeno)
«O evangelista destaca a figura de João Batista, que foi o
percursor do Messias, e traça com grande precisão as coordenadas
espaço-temporais da sua predicação. O evangelista quere mostrar que o Evangelho
não é uma lenda, mas a narração de uma história real; da qual Jesus de Nazaré é
o personagem» (Benedito XVI)
«Apareceu um homem, enviado por Deus, que tinha o nome de
João» (Jo 1, 6). João é «cheio do Espírito Santo já desde o seio materno» (Lc
1, 15) (81), pelo próprio Cristo que a Virgem acabava de conceber por obra e graça
do Espírito Santo. A «visitação» de Maria a Isabel tornou-se, assim, «visita de
Deus ao seu povo» (catecismo da Igreja Católica, nº 717)
«E todos verão a salvação que vem de Deus»
+ Rev. D. Josep VALL i
Mundó (Barcelona, Espanha)
Temos muitas depressões para encher, muitos caminhos para
aplanar, muitas montanhas para trasladar. Quiçá são tempos difíceis, mas não
nos faltarão os meios se contamos com a graça de Deus. Seremos precursores na
medida em que vivamos perto do Senhor e então se cumprirão aquelas palavras da
Carta a Diogneto: «O que é a alma para o corpo, assim são os cristãos no meio
do mundo». Naturalmente, temos de amar de todo o coração este mundo em que
vivemos, como dizia um personagem duma novela de Dostoiewski: «Amai toda a
criação no seu conjunto e nos seus elementos, cada folha, cada raio, os
animais, as plantas. E amando compreendereis o mistério divino das coisas. E
uma vez compreendido acabareis por amar o mundo inteiro com um amor universal».
São Justinho afirmava: «Todas as coisas nobremente humanas
pertencem-nos». E desde as entranhas do mundo –no meio do trabalho, da família,
do ambiente social- seremos precursores preparando os caminhos da salvação que
vem de Deus. Com o exemplo e a palavra «sacudiremos a preguiça dos que nos são
mais próximo, abrindo-lhes largos horizontes ante sua existência egoísta e
aburguesada, complicando-lhes a vida, fazendo que se esqueçam de eles mesmos e
os levaremos à alegria e à paz», como São Josemaria Escrivá descreveu o
trabalho apostólico dos cristãos no meio do mundo.
«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas »
Rev. D. Antoni CAROL i
Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Vemos a seguir que a oração, segundo Jesus, é um tratamento
do tipo “pai-filho”. Quer dizer, é um assunto familiar baseado numa relação de
familiaridade e amor. A imagem de Deus como pai nos fala de uma relação baseada
no afeto e na intimidade e, não na de autoridade e poder
Rezar como cristãos supõe pôr-nos numa situação onde vemos a
Deus como pai e lhe falamos como seus filhos: «Você me escreveu: ‘Orar é falar
com Deus. Mas, de que?. — De que? Dele, de você: alegrias, tristezas, sucessos
e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas! e fazimentos
de graças e petições: e amor e desagravo. Em duas palavras: Conhecê-lo e
conhecer-se. Tratar-se!» (São Josemaria).
Quando os filhos falam com os pais prestam atenção em uma
coisa: Transmitir em palavras e linguajem corporal o que sentem no coração.
Somos melhores mulheres e homens de oração quando nosso tratamento com Deus se
faz mais íntimo, como o do pai com seu filho. Disso nos deixou exemplo o mesmo
Jesus. Ele é o caminho.
E, se você acode à Virgem, Mestra de oração, que fácil será!
De fato, «a contemplação de Cristo tem em Maria seu modelo insuperável. O rosto
do Filho lhe pertence de uma maneira especial (...). Ninguém tem se dedicado
com a assiduidade de Maria à contemplação do rosto de Cristo» (João Paulo II).
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