Salmo Responsorial: 97
R. Cantai ao Senhor
um cântico novo: o Senhor fez maravilhas.
Cantai ao Senhor um cântico novo, pelas maravilhas que Ele
operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das
nações a sua justiça. Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa
de Israel.
Os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e cantai.
2ª Leitura (Ef 1,3-6.11-12): Leitura da Epístola
do apóstolo São Paulo aos Efésios Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo, que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos
espirituais em Cristo. N’Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença. Ele nos
predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus
filhos adoptivos, por Jesus Cristo, para louvor da sua glória e da graça que
derramou sobre nós, por seu amado Filho. Em Cristo fomos constituídos herdeiros,
por termos sido predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza
conforme a decisão da sua vontade, para sermos um hino de louvor da sua glória,
nós que desde o começo esperámos em Cristo.
Aleluia. Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois
Vós entre as mulheres. Aleluia.
Evangelho (Lc 1,26-38): Quando Isabel estava no
sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia,
chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da
casa de Davi. A virgem se chamava Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse:
«Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo». Ela perturbou-se com estas
palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo,
então, disse: «Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus.
Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será
grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de
Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu
reino não terá fim». Maria, então, perguntou ao anjo: «Como acontecerá isso, se
eu não conheço homem?» O anjo respondeu: «O Espírito Santo descerá sobre ti, e
o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai
nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu
um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril,
pois para Deus nada é impossível». Maria disse: «Eis aqui a serva do Senhor!
Faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se».
«Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo»
Rev. D. David COMPTE i Verdaguer (Manlleu, Barcelona, Espanha)
Um projeto. Maria, uma mulher «prometida em casamento a um
homem de nome José, da casa de Davi» (Lc 1,28). Maria tem um projeto.
Evidentemente, de proporções humanas. Porém, Deus irrompe na sua vida para
apresentar-lhe outro projeto... de proporções divinas. Também hoje, quer entrar
em nossa vida e dar proporções divinas ao nosso dia-a-dia humano.
Uma presença. «Não tenhas medo, Maria!» (Lc 1,30). Não
construamos de qualquer jeito! Não seja que a adição ao “fazer” esconda um
vazio. O matrimônio, a vida de serviço, a profissão não têm de ser uma fuga
para diante. «Cheia de graça! O Senhor está contigo» (Lc 1,28). Presença que
acompanha e dá sentido. Confiança em Deus, que — por conseguinte— nos leva à
confiança com os outros. Amizade com Deus que revigora a amizade com os outros.
Formar-nos. Hoje, recebemos tantos estímulos muitas vezes
opostos, que é preciso dar forma e unidade à nossa vida. Maria, diz São Luís
Maria Grignion, «é o molde vivo de Deus». Existem duas maneiras de fazer uma
escultura, expõe Grignion: uma, a mais difícil, à base de batidas de cinzel. A
outra, usando um molde. Esta é mais simples do que a primeira. Mas o sucesso
depende de que a matéria seja maleável e o molde desenhe com perfeição a
imagem. Maria é o molde perfeito. Procuramo-la, sendo matéria maleável?
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Deus é o Pai das coisas criadas; e Maria é a Mãe das cosas
recriadas. Pois Deus engendrou àquele por quem tudo foi feito; e Maria deu a
luz àquele por quem tudo foi salvo» (São Anselmo)
«O cumprimento do anjo está entretecido com os fios do
Antigo Testamento. Maria é o rebento que, na escura noite invernal da história,
floresce do tronco abatido de David: de Ela germina a árvore da redenção. Deus
não tem fracassado, como podia parecer no início da história: Deus salvou e
salva o seu povo» (Bento XVI)
«Este esplendor de uma santidade de todo singular, com que
foi enriquecida desde o primeiro instante da sua conceição (141), vem-lhe
totalmente de Cristo: foi remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos
de seu Filho (142)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 492)
Solenidade da Imaculada Conceição
Pe. Antonio Rivero,
L.C.
Em primeiro lugar, aprofundemos o mistério. A pobre razão
humana dos teólogos, mesmo iluminada pela fé, levou muitos séculos para
encontrar uma maneira de harmonizar o dogma da Imaculada Conceição, com a
redenção universal de Cristo, que inclui todos os seres humanos, sem exceção,
nem sequer a Mãe de Deus. Os cristãos, porém, que ignoram os tratados
científicos, mas têm o sentido da fé que vem do mesmo Espírito Santo, já
aceitavam alegremente, desde muitos séculos, a doutrina da Imaculada Conceição
de Maria, e não davam ouvidos as objeções e as dificuldades que os estudiosos
colocavam na mesma. Por outro lado, louvavam com alegria as razões de
conveniência, embora não satisfizessem os teólogos, que preenchiam
completamente o coração e a piedade dos fiéis. E repetiam, convencidos de que,
se Deus pudesse fazer imaculada a Maria, e era conveniente que a fizesse, não há
dúvida que assim o fez. Era impossível que a Rainha dos anjos, que iria esmagar
a cabeça de Satanás (primeira leitura), estivesse sob seu controle, mesmo que
fosse só por um momento. Também não era concebível que a mediadora necessária
para a reconciliação do mundo com Deus, tivesse sido sua inimiga, nem sequer
por um instante. Era impensável que Maria, por meio da qual a salvação veio a
nós, dando-nos Cristo, tivesse sido concebida em pecado. Não podia ser possível
que o sangue redentor de Cristo brotasse de uma fonte manchada por culpa.
Em segundo lugar, façamos um percorrido histórico pelo
Oriente e Ocidente, sempre perguntando sobre este maravilhoso mistério. Esta
festa foi celebrada pela primeira vez em algumas igrejas do Oriente, a partir
do século VIII, na Irlanda desde o IX e na Inglaterra desde o século XI. Em
seguida, ela se espalhou pela Espanha, França e Alemanha. Apesar de vários
teólogos medievais questionarem ou terem negado o privilégio da Virgem, pelo
que dissemos (Cristo redimiu todos), a Igreja proclamou oficialmente o dogma no
século XIX, com o Papa Pio IX, esta doutrina que estava em sintonia com o senso
sobrenatural do coração do cristão, continuou a se espalhar por todo o mundo.
Assim, Maria não foi redimida se não pecou? A resposta dada pela Igreja e a
teologia a este mistério é esta: Maria recebeu a graça preventiva que era para
ser a Mãe do Redentor. A graça preventiva é mais sublime do que a graça
redentora; esta supõe que existia uma mancha que Deus deveria ter limpado. Em
Maria não aconteceu isto. Por isso, o anjo a chamou: “cheia de graça”
(evangelho).
Finalmente, esta Solenidade nos compromete, se somos
realmente filhos de Maria e criaturas remidas pelo sangue de Cristo, para
sermos santos e irrepreensíveis diante dele pelo amor (segunda leitura). Em
cada Eucaristia o Verbo Encarnado descerá junto a nós, de maneira análoga ao
modo em que desceu ao puro ventre de Maria na Encarnação. Esperemos que o
encontre limpo e puro.
Para refletir: Luto
por reconquistar a pureza perdida pelo pecado? Que meios estão ao meu alcance
para limpar a minha alma das consequências do pecado? Ao me olhar pode Deus se
alegrar, como com Maria?
Qualquer sugestão ou dúvida entre em contato com o Padre
Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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