Salmo Responsorial: Dan 3
R. Louvai o Senhor,
exaltai-O para sempre.
Obras do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Céus, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para sempre.
Anjos do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor, louvai-O
e exaltai-O para sempre.
Poderes do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Aleluia. Sê fiel até à morte, diz o Senhor, e dar-te-ei a coroa da
vida. Aleluia.
Evangelho (Lc 21,5-11): Naquele tempo, algumas
pessoas comentavam a respeito do templo, que era enfeitado com belas pedras e
com ofertas votivas. Jesus disse: «Admirais essas coisas? Dias virão em que não
ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído». Mas eles perguntaram: «Mestre,
quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?». Ele respondeu:
«Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo:
Sou eu! e ainda: O tempo está próximo. Não andeis atrás dessa gente! Quando
ouvirdes falar em guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que
essas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim? E Jesus continuou:
«Há de se levantar povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes
terremotos, fome e pestes em vários lugares; acontecerão coisas pavorosas, e
haverá grandes sinais no céu».
«Não ficará pedra sobre pedra»
+ Rev. D. Antoni ORIOL
i Tataret (Vic, Barcelona, Espanha)
Desde onde? Até onde? Ninguém sabe, nem pode saber, com exceção,
em última análise, de uma suposta matéria eterna que nega Deus, usurpando-o dos
Seus atributos. Como tentam fazer-nos comungar com rodas de moinho aqueles que
recusam comungar com a finitude e precariedade próprias da condição humana!
Nós, os discípulos do Filho de Deus feito homem, de Jesus,
escutamos as Suas palavras e, fazendo-as muito nossas, meditamos nelas. Eis que
nos diz: «Cuidado para não serdes enganados» (Lc 21,8). Quem no-lo diz é Aquele
que veio para dar testemunho da verdade, afirmando que aqueles que são da
verdade escutam a Sua voz.
E também nos garante: «Não será logo o fim» (Lc 21,9). O
que, por um lado, quer dizer que dispomos de um tempo de salvação e que nos
convém aproveitá-lo; e, por outro lado, que, de qualquer modo, o fim virá. Sim,
Jesus virá «julgar os vivos e os mortos», como professamos no Credo.
Leitores de Meditando o Evangelho de hoje, queridos irmãos e
amigos: em uns versículos mais adiante, do fragmento que agora comento, Jesus
anima-nos e consola-nos com estas palavras que, em Seu nome, vos repito: «É
pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida!» (Lc 21,19).
Respondendo com a energia de um hino cristão, exortamo-nos
uns aos outros: «Perseveremos, pois já tocamos o Céu com a mão!»
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 21,5-7:
Introdução ao Discurso Apocalíptico. Nos dias anteriores ao Discurso
Apocalíptico, Jesus tinha rompido com o Templo (Lc 19,45-48), com os sacerdotes
e os anciãos (Lc 20,1-26), com os saduceus (Lc 20,27-40), com os escribas que
exploravam as viúvas (Lc 20,41-47) e no fim, como vimos no evangelho de ontem,
terminou elogiando a viúva que deu em esmola tudo que possuía (Lc 21,1-4).
Agora, no evangelho de hoje, ouvindo como “algumas pessoas comentavam sobre o
Templo, enfeitado com pedras bonitas e com coisas dadas em promessa”, Jesus
responde anunciando a destruição total do Templo: "Vocês estão admirando
essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será
destruído." Ouvindo este comentário
de Jesus, os discípulos perguntam: "Mestre, quando vai acontecer isso?
Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?" Eles querem mais informação. O Discurso
Apocalíptico que segue é a resposta de Jesus a esta pergunta dos discípulos
sobre o quando e o como da destruição do Templo. O evangelho de Marcos informa
o seguinte sobre o contexto em que Jesus pronunciou este discurso. Ele diz que
Jesus tinha saído da cidade e estava sentado no Monte das Oliveiras (Mc
13,2-4). Lá do alto do Monte ele tinha uma visão majestosa sobre o Templo.
Marcos informa ainda que havia só quatro discípulos para escutar o último
discurso. No início da sua pregação, três anos antes, lá na Galileia, as
multidões iam atrás de Jesus para escutar suas palavras. Agora, no último
discurso, há apenas quatro ouvintes: Pedro, Tiago, João e André (Mc 13,3).
Eficiência e bom resultado nem sempre se medem pela quantidade!
* Lucas 21,8:
Objetivo do discurso: "Não se deixem enganar!" Os discípulos tinham perguntado: "Mestre,
quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para
acontecer?” Jesus começa a sua resposta com uma advertência: "Cuidado para
que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou
eu!' E ainda: 'O tempo já chegou'. Não sigam essa gente”. Em época de mudanças
e de confusão sempre aparecem pessoas que querem tirar proveito da situação enganando
os outros. Isto acontece hoje e estava acontecendo nos anos 80, época em que
Lucas escreve o seu evangelho. Diante dos desastres e guerras daqueles anos,
diante da destruição de Jerusalém do ano 70 e diante da perseguição dos
cristãos pelo império romano, muitos pensavam que o fim dos tempos estivesse
chegando. Havia até gente que dizia: “Deus já não controla mais os fatos!
Estamos perdidos!” Por isso, a preocupação principal dos discursos
apocalípticos é sempre a mesma: ajudar as comunidades a discernir melhor os
sinais dos tempos para não serem enganadas pelas conversas do povo sobre o fim
do mundo: "Cuidado para que vocês não sejam enganados!". Em seguida,
vem o discurso que oferece sinais para ajudá-los no discernimento e, assim,
aumentar neles a esperança.
3. Lucas 21,9-11: Sinais
para ajudar a ler os fatos. Depois desta breve introdução, começa o
discurso propriamente dito: “Quando vocês ouvirem falar de guerras e
revoluções, não fiquem apavorados. Primeiro, essas coisas devem acontecer, mas
não será logo o fim." E Jesus continuou: "Uma nação lutará contra
outra, um reino contra outro reino. Haverá grandes terremotos, fome e pestes em
vários lugares. Vão acontecer coisas pavorosas e grandes sinais vindos do
céu.". Para entender bem estas palavras, é bom lembrar o seguinte. Jesus
vivia e falava no ano 33. Os leitores de Lucas viviam e escutavam no ano 85.
Ora, nos cinquenta anos entre o ano 33 e o ano 85, a maioria das coisas
mencionadas por Jesus já tinham acontecido e eram do conhecimento de todos. Por
exemplo, em várias partes do mundo havia guerras, apareciam falsos messias,
surgiam doenças e pestes e, na Ásia Menor, os terremotos eram frequentes. Num
estilo bem apocalíptico, o discurso enumera todos estes acontecimentos, um
depois do outro, como sinais ou como etapas do projeto de Deus em andamento na
história do Povo de Deus, desde a época de Jesus até o fim dos tempos:
1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);
2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);
3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra
outro reino (Lc 21,10);
4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);
5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11);
Até aqui vai o evangelho de hoje. O evangelho de amanhã traz
mais um sinal: a perseguição das comunidades cristãs (Lc 21,12). O evangelho de
depois de amanhã traz mais dois sinais: a destruição de Jerusalém e o início da
desintegração da criação. Assim, por meio destes sinais do Discurso
Apocalíptico, as comunidades dos anos oitenta, época em que Lucas escreve o seu
evangelho, podiam calcular a que altura se encontrava a execução do plano de
Deus, e descobrir que a história não tinha escapado da mão de Deus. Tudo estava
conforme tinha sido previsto e anunciado por Jesus no Discurso Apocalíptico.
Para um confronto
pessoal
1. Qual o
sentimento que você teve durante a leitura deste evangelho de hoje? De medo ou
de paz?
2. Você acha que
o fim do mundo está próximo? O que responder aos que dizem que o fim do mundo
está próximo? O que, hoje, anima o povo a resistir e ter esperança?
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