Salmo Responsorial: 24
R. Para Vós, Senhor,
elevo a minha alma.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas
veredas. Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu
Salvador.
O Senhor é bom e reto, ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.
Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade para os
que guardam a sua aliança e os seus preceitos. O Senhor trata com familiaridade
os que O temem e dá-lhes a conhecer a sua aliança.
2ª Leitura (1Tes 3,12—4,2): Irmãos: O Senhor vos
faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal
como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa
santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus,
nosso Senhor, com todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e
recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como
deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis
progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor
Jesus.
Aleluia. Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa
salvação.
Evangelho (Lc 21,25-28.34-36): Naquele tempo,
disse Jesus aos discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na
terra, as nações ficarão angustiadas, apavoradas com o bramido do mar e das
ondas. As pessoas vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao
mundo, porque as potências celestes serão abaladas. Então, verão o Filho do
Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas
começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima”. Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados
por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia
não caia de repente sobre vós, pois cairá como uma armadilha sobre todos os
habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a
fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé
diante do Filho do Homem».
«Ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de
tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem»
Rev. D. Antoni CAROL i
Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Mas reparemos num detalhe que é importante entre namorados:
essa atitude de alerta —de preparação— não pode ser intermitente, mas deve ser
permanente. Por isso, nos diz o Senhor: «ficai atentos e orai a todo momento»
(Lc 21,36). A todo momento! essa é a justa medida do amor. A fidelidade não se
faz na base de “agora sim, agora não”. É, portanto, muito conveniente que nosso
ritmo de piedade e de preparação espiritual seja um ritmo habitual (dia a dia e
semana a semana). Tomara que cada jornada da nossa vida vivamo-la com a mentalidade
de estrearmos; tomara que cada manhã —ao acordarmos— logremos dizer: Hoje volto
a nascer (obrigado, meu Deus!); hoje volto a receber o Batismo; hoje volto a
fazer a Primeira Comunhão; hoje me caso novamente... Para perseverar com ar
alegre, há de se “reestreia” e se renovar.
Nesta vida não temos cidade permanente. Chegará o dia que
incluso «as potências celestes serão abaladas» (Lc 25,26). Bom motivo para
permanecer em estado de alerta! Mas, neste Advento, a Igreja acrescenta um
motivo muito bonito para nossa gozosa preparação: certamente, um dia os homens
«verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória» (Lc
25,27), mas agora Deus chega à terra com mansidão e discrição; em forma de
recém-nascido, até o ponto que «Cristo viu-se envolto em fraldas dentro de um
presépio» (São Cirilo de Jerusalém). Somente um espírito atento descobre neste
Menino a magnitude do amor de Deus e sua salvação (cf. Sal 84,8).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Proclamamos a vinda de Cristo, não apenas a Sua primeira
vinda, mas também uma segunda. A primeira está marcada pelo signo da paciência
enquanto a outra trará o diadema da realeza divina» (S. Cirilo de Jerusalém)
«O Advento, tempo próprio para preparar os nossos corações
para receberem o Salvador, ou seja, o único Justo e o único Juiz que pode dar a
cada um o que merece. A salvação que se espera em Deus tem igualmente o sabor
do amor» (Papa Francisco)
«A vinda do Filho de Deus à Terra é um acontecimento tão
grandioso, que Deus quis prepará-lo durante séculos. Ritos e sacrifícios,
figuras e símbolos da “primeira Aliança” (Hb 9,15), tudo Deus faz para
convergir para Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 522)
Advento: Tempo de Esperança
Dom Antonio Emidio Vilar, sdb Bispo Diocesano de S. João da Boa Vista (SP)
Advento, tempo de esperança, celebra: Um fato passado: Vinda
histórica de Cristo prometida a Abraão, lembrada pelos profetas, esperada pelo
povo, realizada em Belém. Um fato presente: Vinda de Jesus presente na Igreja,
na Palavra, Eucaristia e irmãos. Um fato futuro: A segunda vinda, no fim do
mundo. A liturgia fala de um novo tempo marcado de esperança e de alegria:
Em Jr 33,14-16,
olhamos para o Passado. Após um longo exílio, o Povo, cansado e abatido,
retorna para a sua terra, mas encontra tudo destruído, precisa recomeçar tudo
de novo. O profeta Jeremias proclama a chegada de dias melhores; recorda as
promessas de Deus, elimina a saudade do passado, o medo do presente e instaura
o clima da Esperança. Surgirá um descendente de Davi que trará paz e salvação.
O rebento esperado é Jesus de Nazaré. Com ele teve início o Reino de Paz e
Justiça. Mas, a construção desse mundo novo não termina com o seu nascimento de
Cristo, mas pede mais tempo, nossa ajuda e empenho.
Em 1Ts 3,12-4,2 vemos
o Presente. Paulo lembra que a melhor maneira de esperar a vinda do Senhor
é crescer no amor recíproco. Sem esse amor, é vazio o Advento e o próprio
Natal.
Em Lc 21,25-28.34-36,
vemos o Futuro. Os últimos dias da vida terrena de Jesus anunciam tempos
difíceis de sofrimento, perseguição. Em linguagem apocalíptica, a segunda vinda
de Cristo, com sinais catastróficos, não é um quadro do fim do mundo: as
imagens dos profetas falam do dia do Senhor, quando Ele vai intervir na
história para libertar o seu Povo.
A intenção é reavivar a Esperança pelo novo dia que surgirá
e motivar a Vigilância para reconhecer e acolher o Senhor que vem. ‘Fiquem de
pé e levantem a cabeça, pois a vossa libertação está próxima’. O Evangelho
ensina a não esperar passivamente a vinda do Filho do Homem. É preciso estar
atento a essa salvação oferecida e aceitá-la. É necessário reconhecer Jesus que
vem nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e
que buscam a libertação. É preciso ter a vontade e a liberdade de acolher o dom
de Jesus, deixar que ele nos transforme o coração e se faça vida em nossos
gestos e palavras. É preciso ter presente, que este mundo novo está em
construção e que depende de nossa resposta.
Como preparamos o
Natal? Só com presentes, enfeites, músicas e festas, comes e bebes, ou
preparamos um Natal verdadeiramente cristão, vivido num Clima de:
ORAÇÃO: na
Comunidade, a liturgia do Advento; nas famílias, a Novena de Natal…
VIGILÂNCIA para
perceber os sinais da presença de Deus; por Deus em primeiro lugar; ler a
realidade com o olhar voltado à eternidade; crer que o Reino de Deus está
presente entre nós. O perigo: Não fiquem insensíveis por causa da gula, da
embriaguez e preocupações da vida.
ESPERANÇA:
Advento é participar de uma espera profunda de todos os homens pela vinda de
Deus. De cabeça erguida apesar dos problemas que nos cercam.
CONVERSÃO:
preparar o presépio e o coração. Natal cristão existe se Cristo vem ao coração.
Senão, sua vinda é inútil se não removemos a bagagem inútil que impede caminhar
para Cristo.
Como há dois mil anos em Belém, Cristo busca um lugar em
nossa casa, em nosso coração.
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