São João Gabriel Perboyre, presbítero e mártir
Salmo Responsorial: 112
R. Bendito seja o
nome do Senhor para sempre.
Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito
seja o nome do Senhor, agora e para sempre.
Desde o nascer ao pôr do sol, seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor domina sobre todos os povos, a sua glória está acima dos céus.
Quem se compara ao Senhor nosso Deus, que Se inclina lá do
alto a olhar o céu e a terra? Levanta do pó o indigente e tira o pobre da
miséria, para o fazer sentar com os grandes do seu povo.
Aleluia. Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o Senhor; meu
Pai o amará e faremos nele a nossa morada. Aleluia.
Evangelho (Lc 6,43-49): Naquele tempo, Jesus disse
a seus discípulos: «Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim
que dê frutos bons. Cada árvore se reconhece pelo seu fruto. Não se colhem
figos de espinheiros, nem uvas de urtigas. Quem é bom tira coisas boas do
tesouro do seu coração, que é bom; mas quem é mau tira coisas más do seu
tesouro, que é mau. Pois a boca fala daquilo de que o coração está cheio. Por
que me chamais: Senhor! Senhor! mas não fazeis o que vos digo? Vou mostrar-vos
com quem se parece todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe
em prática. É semelhante a alguém que, para construir uma casa, cavou fundo e firmou
o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a correnteza atingiu a casa, mas não
conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída. Aquele, porém, que ouve e
não põe em prática, é semelhante a alguém que construiu uma casa no chão, sem
alicerce. A correnteza atingiu a casa, e ela, imediatamente, desabou e ficou
totalmente destruída».
«Cada árvore se reconhece pelo seu fruto»
P. Raimondo M. SORGIA
Mannai OP (San Domenico de Fiesole, Florença, Itália)
Hoje afirma que quem «vem a mim, ouve as minhas palavras e
as põe em prática» é prudente, «semelhante a alguém que, para construir uma
casa, cavou fundo e firmou o alicerce sobre a rocha» (Lc 6,47-48), desse jeito
obtém uma construção sólida e firme, que pode desafiar as batidas do mau tempo.
Se, do outro jeito, quem edifica não tiver prudência, encontrará à casa
derrubada, e se ele mesmo estiver no interior, no momento da batida da chuva,
perderá a casa, mas também à vida.
Não é suficiente aproximar-se de Jesus, também é preciso
ouvir com muita atenção seus ensinamentos e, principalmente, pô-los em prática,
já que, inclusive, o curioso se aproxima dele, também o herege, o estudioso da
história e da filologia… Mas apenas será aproximando-nos, ouvindo, e
fundamentalmente praticando a doutrina de Jesus, que levantaremos o edifício da
santidade cristã, para exemplo de fiéis peregrinos e para glória da Igreja
celestial.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 6,43-45: A
parábola da árvore que dá bons frutos. "Não existe árvore boa que dê
frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons; porque toda árvore é
conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham
uvas de plantas espinhosas”. A carta do apóstolo Tiago serve como comentário
para esta palavra de Jesus: “Por acaso, a fonte pode fazer jorrar da mesma mina
água doce e água salobra? Meus irmãos,
por acaso uma figueira pode dar azeitonas, e uma videira pode dar figos? Assim
também uma fonte salgada não pode produzir água” (Tiago 3,11-12). A pessoa bem
formada na tradição da convivência comunitária faz crescer dentro de si um bom
índole que a leva a praticar o bem. Ele “tira coisas boas do bom tesouro do seu
coração”, mas a pessoa que descuidou da sua formação terá dificuldade de
produzir coisas boas. Ao contrário, “ele tira do seu mal coisas más, porque a
boca fala daquilo de que o coração está cheio". A respeito do “bom tesouro do coração” vale a
pena lembrar o que diz o livro do Eclesiástico sobre o coração como fonte do
bom conselho: “Siga o conselho do seu próprio coração, porque mais do que este
ninguém será fiel a você. O coração do homem frequentemente o avisa melhor do
que sete sentinelas colocadas em lugar alto. Além disso tudo, peça ao Altíssimo
que dirija seu comportamento conforme a verdade” (Eclo 37,13-15).
* Lucas 6,46: Não
basta dizer Senhor, Senhor. O importante não é falar bonito sobre Deus, mas
é fazer a vontade do Pai e ser assim uma revelação do seu rosto e da sua
presença no mundo.
* Lucas 6,47-49:
Construir a casa sobre a rocha. Ouvir e praticar, esta é a conclusão final
do Sermão da Montanha. Muita gente procurava segurança e poder religioso
através de dons extraordinários ou de observâncias. Mas a segurança verdadeira
não vem do poder, não vem de nada disso. Ela vem de Deus! E Deus se torna fonte
de segurança, quando procuramos praticar a sua vontade. Aí, Ele será a rocha que
nos sustenta na hora das dificuldades e das tempestades.
* Deus como rocha da
nossa vida. No livro dos Salmos, frequentemente encontramos a expressão:
“Deus é a minha rocha e a minha fortaleza... Meus Deus, rocha minha, meu
refúgio, meu escudo, força que me salva...” (Sl 18,3). Ele é a defesa e a força
de quem nele acredita e busca a justiça (Sl 18,21.24). As pessoas que confiam
neste Deus, tornam-se, por sua vez, uma rocha para os outros. Assim, o profeta
Isaías faz um convite ao povo que estava no cativeiro: "Vocês que estão à
procura da justiça e que buscam a Deus! Olhem para a rocha da qual foram
talhados, para a pedreira da qual foram extraídos. Olhem para Abraão, seu pai,
e para Sara, sua mãe” (Is 51,1-2). O profeta pede para o povo não esquecer o
passado e lembrar como Abraão e Sara pela fé em Deus se tornaram rocha, começo
do povo de Deus. Olhando para esta rocha, o povo devia criar coragem para lutar
e sair do cativeiro. Do mesmo modo, Mateus exorta as comunidades para que
tenham como alicerce a mesma rocha (Mt 7,24-25) e possam, dessa maneira, elas
mesmas ser rocha para fortalecer os seus irmãos na fé. Este é também o sentido
do nome que Jesus deu a Pedro: “Você é Pedro e sobre esta pedra construirei a
minha Igreja” (Mt 16,18). Esta é a vocação das primeiras comunidades, chamadas
a unir-se a Jesus, a pedra viva, para tornarem-se, também elas, pedras vivas
pela escuta e pela prática da Palavra (Pd 2,4-10; 2,5; Ef 2,19-22).
Para um confronto
pessoal
1) Qual a
qualidade do meu coração?
2) Minha casa
está construída sobre a rocha?
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