São Pedro Claver, presbítero
Bto Antônio Frederico Ozanam, leigo
Salmo Responsorial: 150
R. Tudo o que vive e
respira louve o Senhor.
Louvai o Senhor no seu santuário, louvai-O no seu majestoso
firmamento.
Louvai-O pela grandeza das suas obras, louvai-O pela sua
infinita majestade.
Louvai-O ao som da trombeta, louvai-O ao som da lira e da
cítara.
Louvai-O com o tímpano e com a dança, louvai-O ao som da
harpa e da flauta.
Louvai o Senhor, louvai-O com címbalos sonoros.
Louvai-O com címbalos retumbantes. Tudo o que vive e respira
louve o Senhor.
Aleluia. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu
amor em nós é perfeito. Aleluia.
Evangelho (Lc 6,27-38): Naquele tempo, disse Jesus
a seus discípulos: «A vós, porém, que me escutais, eu digo: amai os vossos
inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Falai bem dos que falam mal de vós e
orai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te bater numa face, oferece também
a outra. E se alguém tomar o teu manto, deixa levar também a túnica. Dá a quem
te pedir e, se alguém tirar do que é teu, não peças de volta. Assim como
desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo. Se amais somente
aqueles que vos amam, que generosidade é essa? Até os pecadores amam aqueles
que os amam. E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que
generosidade é essa? Os pecadores também agem assim. E se prestais ajuda
somente àqueles de quem esperais receber, que generosidade é essa? Até os
pecadores prestam ajuda aos pecadores, para receberem o equivalente. Amai os
vossos inimigos, fazei o bem e prestai ajuda sem esperar coisa alguma em troca.
Então, a vossa recompensa será grande. Sereis filhos do Altíssimo, porque ele é
bondoso também para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos como vosso Pai
é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não
sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma medida
boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste,
pois a medida que usardes para os outros, servirá também para vós».
«Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso»
Rev. D. Jaume AYMAR i Ragolta (Badalona, Barcelona, Espanha)
Todas as religiões têm uma máxima de ouro: «Não faças aos
outros o que não queres que te façam a ti». Jesus é o único que a formula de
modo positivo: «Assim como desejais que os outros vos tratem, tratai-os do
mesmo modo» (Lc 6,31). Esta regra de ouro constitui o fundamento de toda a
moral. São João Crisóstomo, comentando este versículo, ensina-nos: «Ainda há
mais, porque Jesus não disse somente: desejai todo o bem para os outros, mas
fazei o bem aos outros»; logo, a máxima de ouro proposta por Jesus não pode
reduzir-se a um mero desejo, mas tem que se traduzir em obras.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 6,27-30: Amar os inimigos! As palavras que Jesus
dirige a este povo são exigentes e difíceis: amar os inimigos, não amaldiçoar,
oferecer a outra face a quem bate no rosto, não reclamar quando alguém toma o
que é nosso. Tomadas ao pé da letra, estas frases parecem favorecer os ricos
que roubam. Mas nem o próprio Jesus as observou ao pé da letra. Quando o
soldado lhe bateu no rosto, não ofereceu a outra face, mas reagiu com firmeza.
“Se falei errado, prove! Se falei certo, porque me bates?” (Jo 18,22-23).
Então, como entender estas palavras? Os versículos seguintes ajudam a entender
o que Jesus quer ensinar.
* Lucas 6,31-36: A Regra de Ouro! Imitar Deus. Duas frases
de Jesus ajudam a entender o que ele quis ensinar. A primeira frase é a assim
chamada Regra de Ouro: "O que vocês desejam que os outros lhes façam,
façam vocês a eles!” (Lc 6,31). A segunda frase é: "Procurem ser
misericordiosos como o Pai do céu é misericordioso!" (Lc 6,36). Estas duas
frases mostram que Jesus não quer simplesmente virar a mesa ou inverter a
situação, pois aí nada mudaria. Ele quer mudar o sistema. O Novo que ele quer
construir vem da nova experiência de Deus como Pai cheio de ternura que acolhe
a todos! As palavras de ameaça contra os ricos não podem ser ocasião para os
pobres se vingarem. Jesus manda ter a atitude contrária: "Amai os vossos
inimigos!" O amor não pode depender do que eu recebo do outro. O amor
verdadeiro deve querer o bem do outro independentemente do que ele ou ela faz
por mim. O amor deve ser criativo, pois assim é o amor de Deus por nós:
"Procurem ser misericordiosos como o Pai do céu é
misericordioso!". Mateus diz a
mesma coisa com outras palavras: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é
perfeito” (Mt 5,48). Nunca ninguém poderá chegar a dizer: Hoje fui perfeito
como o Pai do céu é perfeito! Fui misericordioso como o Pai do céu é
misericordioso”. Estaremos sempre abaixo da medida que Jesus colocou diante de
nós.
* No evangelho de
Lucas, a Regra de Ouro diz: "O que vocês desejam que os outros lhes façam,
façam vocês a eles!” (Lc 6,31) O evangelho de Mateus traz uma formulação um
pouco diferente: "Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês,
façam vocês também a eles” e acrescenta: “Pois nisso consistem a Lei e os
Profetas" (Mt 7,12). Praticamente todas as religiões do mundo inteiro tem
a mesma Regra de ouro com formulações diversas. Sinal de que aqui se expressa
uma intuição ou um desejo universal que nasce do fundo do coração humano.
* Lucas 6,37-38: A
medida que vocês usarem para os outros, será usada para vocês. "Não
julguem, e vocês não serão julgados; não condenem, e não serão condenados;
perdoem, e serão perdoados. Deem, e será
dado a vocês; colocarão nos braços de vocês uma boa medida, calcada, sacudida,
transbordante. Porque a mesma medida que vocês usarem para os outros, será
usada para vocês”. São quatro conselhos: dois na forma negativa: não julgar,
não condenar; e dois na forma positiva: perdoar e doar com medida abundante.
Quando diz “e será dado a vocês”, Jesus alude ao tratamento que Deus quer ter
para conosco. Mas quando a nossa maneira de tratar os outros é mesquinha, Deus
não pode usar para conosco a medida abundante e transbordante que Ele gostaria
de usar.
* Celebrar a visita
de Deus. O Sermão da Planície ou Sermão da Montanha, desde o seu começo,
leva os ouvintes a fazer uma escolha, uma opção, a favor dos pobres. No Antigo
Testamento, várias vezes, Deus colocou o povo diante da mesma escolha de bênção
ou de maldição. Ao povo era concedida a liberdade para escolher: "Eu lhes
propus a vida ou a morte, a bênção ou a maldição. Escolha, portanto, a vida,
para que você e seus descendentes possam viver" (Dt 30,19). Não é Deus quem
condena, mas é o próprio povo de acordo com a escolha que fará entre a vida e a
morte, entre o bem e o mal. Estes momentos de escolha são os momentos da visita
de Deus ao seu povo (Gn 21,1; 50,24-25; Ex 3,16; 32,34; Jr 29,10; Sl 59,6; Sl
65,10; Sl 80,15, Sl 106,4). Lucas é o único evangelista a empregar esta imagem
da visita de Deus (Lc 1,68. 78; 7,16; 19,44; At 15,16). Para Lucas Jesus é a
visita de Deus que coloca o povo diante da escolha da bênção ou da maldição:
"Felizes vocês, pobres!" e "Ai de vocês, ricos!" Mas o povo
não reconheceu a visita de Deus (Lc 19,44).
Para um confronto
pessoal
1) Será que nós
olhamos a vida e as pessoas com o mesmo olhar de Jesus?
2) O que quer dizer hoje "ser misericordioso como o Pai do céu é misericordioso"?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO