Salmo Responsorial:
111
R. Ditoso o homem de coração bondoso
e compassivo.
Feliz o
homem que teme o Senhor e ama ardentemente os seus preceitos. A sua
descendência será poderosa sobre a terra, será abençoada a geração dos justos.
Ditoso o
homem que se compadece e empresta e dispõe das suas coisas com justiça. Este
jamais será abalado; o justo deixará memória eterna.
Ele não
receia más notícias, seu coração está firme, confiado no Senhor, O seu coração
é inabalável, nada teme e verá os adversários confundidos.
Reparte com
largueza pelos pobres, a sua generosidade permanece para sempre e pode levantar
a cabeça com dignidade.
Aleluia. Quem Me segue
não anda nas trevas, mas terá a luz da vida, diz o Senhor. Aleluia.
Evangelho (Jo
12,24-26): Naquele tempo, disse Jesus a seus
discípulos: «Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na
terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à
sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de
guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu
estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o
honrará».
«Se alguém quer me
servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
A Lei Moral
é santa e inviolável. Esta afirmação, certamente, contrasta com o ambiente
relativista que impera em nossos dias, onde com facilidade cada um adapta as
exigências éticas à própria comodidade pessoal ou às suas próprias debilidades.
Não encontraremos ninguém que diga: Eu sou imoral; Eu sou um inconsciente; Eu
sou uma pessoa sem verdade... Qualquer pessoa que dissesse isso se
desqualificaria a si mesma imediatamente.
Mas a
pergunta relevante seria: de que moral, de que consciência e de que verdade
estamos falando? É evidente que a paz e a sadia convivência sociais não se
podem basear em uma moral à la carte, onde cada um tira conforme lhe pareça,
sem levar em conta as inclinações e as aspirações que o Criador dispôs para
nossa natureza. Esta moral, longe de nos conduzir por «caminhos seguros» para
os «verdes prados» que o Bom Pastor deseja para nós (cf. Sal 23, 1-3), nos
levaria irremediavelmente às areias movediças do relativismo moral, onde
absolutamente tudo se pode pactuar e justificar.
Os mártires
são testemunhas inapeláveis da santidade da lei moral: há exigências de amor
básicas que não admitem nunca exceções nem adaptações. De fato, «Na Nova
Aliança encontram-se numerosas testemunhas de seguidores de Cristo que (...)
aceitaram as perseguições e a morte antes de fazer o gesto idólatra de queimar
incenso diante a estátua do Imperador (S. João Paulo II).
No ambiente
da Roma do imperador Valeriano, o diácono «São Lourenço amou a Cristo na vida,
imitou a Cristo na morte» (Santo Agostinho). E, uma vez mais, cumpriu-se que
«quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida
eterna» (Jo 12, 25). Felizmente para nós, a memória de São Lourenço, ficará
para sempre, como sinal de que o seguimento de Cristo merece que se dê a própria
vida e, não admitir frívolas interpretações do seu caminho.
Se alguém me quer
servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo.
Monsenhor Paulo Daher
A morte, a
perda sempre incomodou as pessoas. A forma como Jesus falava da morte, para
quem vê neste final da vida algo terrível, transforma a visão e o sentimento de
cada pessoa. Deus faz-nos experimentar durante toda a nossa vida que a perda de
coisas e pessoas, faz parte de nossa vida na terra. Tudo aqui é passageiro. Mas
tem uma grande finalidade. Aprendemos a escolher melhor. Já sentimos muitas
vezes o sabor de momentos agradáveis em nossa vida que são sinais do que Deus
reserva para nós com a vida eterna. Perder, ganhar faz parte de nossa vida. Só
que precisamos entender o que seria mesmo perda ou lucro! Erramos muito porque nos
apegamos a tudo que nos agrada, como se nunca ninguém pudesse tirar isso de
nós.
O remédio é
seguir o que Cristo nos propõe: descobrir que aqui caminhamos. Só após a morte
podemos encontrar o que será para nós todo o bem definitivo.
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