Salmo 131(132)
R. O Senhor vai dar-lhe o trono de
seu pai, o rei Davi.
— O Senhor
fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais renegará: “um herdeiro que é
fruto do teu ventre colocarei sobre o trono em teu lugar!”
— Pois o
Senhor quis para si Jerusalém e a desejou para que fosse sua morada: “Eis o
lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”
— “De Davi
farei brotar um forte herdeiro, acenderei ao meu ungido uma lâmpada. Cobrirei de
confusão seus inimigos, mas sobre ele brilhará minha coroa!”
Aleluia. Esperavam
estes pais a redenção de Israel, e o Espírito do Senhor estava sobre eles.
Aleluia.
Evangelho (Mt
13,16-17): Naquele tempo, Jesus disse aos
discípulos: «Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem!
Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! Eu vos declaro, em verdade: muitos
profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e
não ouviram».
«Bem-aventurados os
vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem!»
+ Rev. D. Pere CAMPANYÀ i Ribó (Barcelona, Espanha)
Assim, Deus
serve-se de uns elementos humanos como preparação do novo tempo: para fazer
parte da nossa história, o Filho de Deus precisa de uma mãe, e esta será Maria;
a Virgem também precisa de uns pais que foram Joaquim e Ana. Eles, sem o saber,
serão os avós do Messias. Aplicando as palavras de S. Paulo aos Efésios
(1,9-10), podem dizer: Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua vontade,
que formara desde sempre, para realizá-lo em Cristo na plenitude dos tempos.
Com razão
S. João Damasceno felicita os santos esposos com estas palavras: «Oh,
matrimónio feliz de Joaquim e Ana, limpo na verdade de toda a culpa! Sereis
conhecidos pelo fruto das vossas entranhas». Que felicidade para os padres que
têm a sorte de ter filhos que podem admirar a sua fidelidade e agradecer o seu
comportamento generoso, pelo qual receberam a sua existência humana e cristã.
Mas também que felicidade para os filhos que têm a sorte de conhecer Jesus
Cristo mais e melhor, por terem recebido de seus pais a formação cristã, com o
exemplo de vida e de oração familiar.
REFLEXÃO
Por isso, com
justiça aplica-se a eles as palavras deste evangelho “Mas quanto a vós, bem
aventurados os vossos olhos, por que veem! Ditosos os vossos ouvidos porque ouvem!”
Joaquim e
Ana são mesmo comparáveis aos grandes e Santos Homens de Israel, que no passado
também souberam ver e ouvir o Deus da Aliança que a eles se revelava, e ao
cumprirem sua missão contribuíram diretamente para a Vinda do Messias. Joaquim
e Ana são os idosos e idosas de nossas comunidades, que trazem a sabedoria
acumulada, e um coração repleto da Graça de Deus. Nossos idosos são tesouros
inestimáveis nos quais precisamos prestar mais atenção, pois como esteios das
comunidades, dão seu testemunho de vida.
Os Idosos
sempre são bem destacados no Novo Testamento, basta nos lembrar da apresentação
de Jesus no templo onde Simeão e Ana, que representam o Povo de Israel, têm o
privilégio de ver o Messias, e portanto, a Salvação.
Em uma
sociedade onde nossos idosos, considerados inativos, pouco são lembrados e
muito menos valorizados, façamos por todos eles uma prece, principalmente na
família e na comunidade, agradecendo a Deus pela sua presença em nosso meio,
testemunhas vivas do evangelho, cujos cabelos brancos, marca que o tempo
deixou, simbolizam a pureza de coração dos que colocaram toda sua esperança nas
mãos de Deus.
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