Salmo Responsorial 92/93
R. Reina o Senhor, revestiu-se de
esplendor.
Deus é rei
e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e de esplendor!
Vós firmastes
o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre,
ó Senhor, vós existis!
Verdadeiros
são os vossos testemunhos, refulge a santidade em vossa casa pelos séculos dos
séculos, Senhor!
Aleluia, aleluia,
aleluia. O Filho do homem há de ser levantado, para que quem crer possua a vida
eterna. Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho (Jo 3,7-15):
Jesus disse a Nicodemos: «Não te admires do que eu te
disse: É necessário para vós nascer do alto. O vento sopra onde quer e ouves a
sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele
que nasceu do Espírito»,9Nicodemos, então, perguntou: “Como pode isso
acontecer?” Jesus respondeu: “Tu és o mestre de Israel e não conheces estas
coisas? Em verdade, em verdade, te digo: nós falamos do que conhecemos e damos
testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho. Se não
acreditais quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando eu vos
falar das coisas do céu? Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o
Filho do Homem. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será
levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que nele crer tenha vida
eterna”.
O “mandamento novo”
“dom" e “tarefa”
Dos textos de Bento XVI)(Città del Vaticano, Vaticano)
A inserção
de nosso eu no seu — “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20)
— é o que verdadeiramente importa. O “novo mandamento” está unido à novidade de
Jesus Cristo, ao se submergir progressivamente Nele. “A nova lei é a mesma
graça do Espírito Santo” (Tomás de Aquino), não uma nova norma, senão a nova
interioridade dada pelo mesmo Espírito de Deus. Santo Agostino sintetiza a
verdadeira novidade no cristianismo na fórmula: “Dá-me o que me mandas e
manda-me o que queiras de mim”!
—Ser
Cristão é primeiro que nada um dom, logo se desenvolve na dinâmica do viver e pôr
em prática esse dom ("tarefa").
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* Quando os evangelistas recolhem as
palavras de Jesus, eles têm presente os problemas das comunidades para as quais
escrevem. As
perguntas de Nicodemos a Jesus eram um espelho das perguntas das comunidades da
Ásia Menor do fim do primeiro século. Por isso, as respostas de Jesus a
Nicodemos eram, ao mesmo tempo, uma resposta para os problemas daquelas
comunidades. Era assim que os cristãos faziam a catequese naquele tempo. Muito
provavelmente, o relato da conversa entre Jesus e Nicodemos fazia parte da
catequese batismal, pois diz que as pessoas devem renascer da água e do espírito
(Jo 3,6).
* João 3,7b-8: Nascer do alto,
nascer de novo, nascer do Espírito.
Em grego, a mesma palavra significa de novo e do alto. Jesus tinha dito “Quem não nasce da água e do
Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). E acrescentou: "O que
nasceu da carne é carne. O que nasceu do Espírito é Espírito" (Jo 3,6).
Aqui, carne significa aquilo que nasce só das nossas ideias. O que nasce de nós
tem o nosso tamanho. Nascer do Espírito é outra coisa! E Jesus reafirmou
novamente o que tinha dito antes: “Vocês devem nascer do alto (de novo)”. Ou
seja, devem renascer do Espírito que vem do alto. E ele explica que o Espírito
é como o vento. Tanto no hebraico como no grego, usa-se a mesma palavra para
dizer espírito e vento. Jesus diz: "O vento sopra onde quer e você ouve o
seu ruído, mas você não sabe de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com
todo aquele que nasceu do espírito".
O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Nós percebemos a
direção do vento, por exemplo, o vento Norte ou o vento Sul, mas não conhecemos
nem controlamos a causa a partir da qual o vento se movimenta nesta ou naquela
direção. Assim é o Espírito. "Ninguém é senhor do Espírito" (Ecl
8,8). O que mais caracteriza o vento, o Espírito, é a liberdade. O vento, o
Espírito, é livre, não pode ser controlado. Ele age sobre os outros e ninguém
consegue agir sobre ele. Sua origem é mistério, seu destino é mistério. O
barqueiro deve, primeiro, descobrir o rumo do vento. Depois, deve colocar as
velas de acordo com este rumo. É o que Nicodemos e todos nós temos de fazer.
* João 3,9: Pergunta de Nicodemos:
Como é que isto pode acontecer? Jesus não disse nada mais do que resumir o
que o Antigo Testamento já ensinava sobre a ação do Espírito, do vento santo,
na vida do povo de Deus e que Nicodemos, como mestre e doutor, devia saber.
Mesmo assim, Nicodemos se espantou com a resposta de Jesus e se faz de
ignorante: "Como é que isto pode acontecer?".
* João 3,10-15: Resposta de Jesus: a
fé nasce do testemunho e não do milagre. Jesus dá o
troco: "Você é mestre em Israel e não sabe disso?" Pois para Jesus,
se uma pessoa crê só quando as coisas estão de acordo com os seus próprios
argumentos e ideias, ainda não é perfeita a sua fé. Perfeita, sim, é a fé da
pessoa que acredita por causa do testemunho. Ela deixa de lado seus próprios
argumentos e se entrega, porque crê naquele que testemunhou.
Para um confronto pessoal
1. Você já passou por alguma experiência que lhe deu a
sensação de nascer de novo? Como foi?
2. Jesus compara a ação do Espírito Santo com o vento. O
que esta comparação nos revela sobre a ação do Espírito de Deus em nossa vida?
Você já colocou as velas do barco da sua vida de acordo com o rumo do vento, do
Espírito?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO