Salmo Responsorial:
117
R. A pedra que os construtores
rejeitaram tornou-se pedra angular.
Dai graças
ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia. Diga a casa de
Israel: é eterna a sua misericórdia. Digam os que temem o Senhor: é eterna a
sua misericórdia.
A pedra que
os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular. Tudo isto veio do Senhor: é
admirável aos nossos olhos. Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos
de alegria.
Senhor,
salvai os vossos servos, Senhor, dai-nos a vitória. Bendito o que vem em nome
do Senhor, da casa do Senhor nós vos abençoamos. O Senhor é Deus e fez brilhar
sobre nós a sua luz.
Aleluia. Este é o dia
que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria. Aleluia.
Evangelho (Jo
21,1-14): Depois disso, Jesus apareceu de novo
aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: Estavam
juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galileia, os
filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. Simão Pedro disse a eles: «Eu
vou pescar». Eles disseram: «Nós vamos contigo». Saíram, entraram no barco, mas
não pescaram nada naquela noite. Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os
discípulos não sabiam que era Jesus. Ele perguntou: «Filhinhos, tendes alguma
coisa para comer?». Responderam: «Não». Ele lhes disse: «Lançai a rede à
direita do barco e achareis». Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la
para fora, por causa da quantidade de peixes. Então, o discípulo que Jesus mais
amava disse a Pedro: «É o Senhor!». Simão Pedro, ouvindo dizer que era o
Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. Os
outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na
realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. Quando
chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. Jesus
disse-lhes: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes». Então, Simão Pedro subiu
e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes
peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. Jesus disse-lhes:
«Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois
sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a
mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos
mortos, apareceu aos discípulos.
«Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos»
Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart (Tarragona, Espanha)
Naquela
noite eles não pescaram nada! Quando ao amanhecer Jesus aparece, eles não o
reconhecem, até que Ele lhes pede algo para comer. Ao dizer-lhe que não têm
nada, Ele lhes indica onde devem lançar a rede. Muito embora os pescadores
saibam de todas as coisas, e neste caso tinham lutado sem conseguir resultados,
eles lhe obedecem. «Oh, poder da obediência! — O lago de Genezaré negava seus
peixes à rede de Pedro. Uma noite inteira em vão. – Agora, obediente, tornou a
lançar a rede na água e pescaram (...) uma grande quantidade de peixes. Creiam
em mim: o milagre se repete a cada dia» (São Josemaria Escrivá)
O
evangelista faz notar que eram «cento e cinquenta e três» grandes peixes (cf.
Jo 21,11) e, embora sendo tantos, as redes não se romperam. São detalhes que se
deve ter em conta, já que a Redenção foi realizada com obediência responsável e
em meio às tarefas habituais.
Todos
sabiam «que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles» (cf. Jo
21, 12-13). Fez o mesmo com os peixes. Tanto o alimento espiritual como também
o alimento material não faltarão, se obedecemos. Ele ensina aos seus seguidores
mais próximos e nos torna a dizer através de João Paulo II: «No início do novo
milênio ressoam no nosso coração as palavras com que um dia Jesus (...)
convidou o Apóstolo a ‘fazer-se ao largo” para a pesca: ‘Duc in altumc’ (Lc
5,4). Pedro e os primeiros companheiros confiaram na palavra de Cristo e
‘pegaram uma grande quantidade de peixes’ (cf. Lc 5, 6). Estas palavras ressoam
hoje aos nossos ouvidos».
Pela
obediência, como a de Maria, pedimos ao Senhor que continue dando frutos
apostólicos para toda a Igreja.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* Além desta lista de aparições do
evangelho de Marcos, existem outras listas de aparições que nem sempre
coincidem entre si.
Por exemplo, a lista conservada por Paulo na carta aos Coríntios é bem
diferente (1 Cor 15,3-8). Esta variedade mostra que, inicialmente, os cristãos
não se preocupavam em provar a ressurreição por meio das aparições. Para eles a
fé na ressurreição era tão evidente e tão vivida, que não havia necessidade de
prova. Uma pessoa que toma banho de sol na praia não se preocupa em provar que
o sol existe. Ela mesma, bronzeada, é a prova viva de que o sol existe. As
comunidades, elas mesmas, existindo no meio daquele império imenso, eram uma
prova viva da ressurreição. As listas das aparições começam a aparecer mais
tarde, na segunda geração, para rebater as críticas dos adversários.
* Marcos 16,9-11: Jesus aparece a
Maria de Mágdala, mas os outros discípulos não creram nela.
Jesus aparece primeiro a Maria Madalena. Ela foi anunciá-lo aos outros.
Para vir ao mundo, Deus quis depender do sim de uma jovem de 15 ou 16 anos,
chamada Maria, lá de Nazaré (Lc 1,38). Para ser reconhecido como vivo no meio
de nós, quis depender do anúncio de uma moça que tinha sido libertada de sete
demônios, também chamada Maria, lá de Mágdala! (Por isso, era chamada Maria
Magdalena). Mas os outros não acreditaram nela. Marcos diz que Jesus apareceu
primeiro a Madalena. Na lista das aparições, transmitida na carta aos Coríntios
(1 Cor 15,3-8), já não constam as aparições de Jesus às mulheres. Os primeiros
cristãos tiveram dificuldade de crer no testemunho das mulheres. É pena!
* Marcos 16,12-13: Jesus aparece a
dois discípulos, mas os outros não creram neles.
Sem muitos detalhes, Marcos se refere a uma aparição de Jesus a dois
discípulos, “enquanto estavam a caminho do campo”. Trata-se, provavelmente, de
um resumo da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús, narrada por Lucas (Lc
24,13-35). Marcos insiste em dizer que “os outros não acreditaram nem mesmo
nestes”.
* Marcos 16,14-15: Jesus critica a
incredulidade e manda anunciar a Boa Nova a todas as criaturas.
Por fim, Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem
acreditado nas pessoas que o tinham visto ressuscitado. Novamente, Marcos se
refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas
que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que será? Provavelmente, para
ensinar três coisas. Primeiro, que a fé em Jesus passa pela fé nas pessoas que
dão testemunho dele. Segundo, que ninguém deve desanimar, quando a dúvida e a
descrença nascem no coração. Terceiro, para rebater as críticas dos que diziam
que cristão é ingênuo e aceita sem crítica qualquer notícia, pois os onze
discípulos tiveram muita dificuldade em aceitar a verdade da ressurreição!
* O evangelho de hoje termina com o envio: “Ide pelo
mundo inteiro e proclamai a Boa Nova a toda criatura!” Jesus lhes confere a
missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura.
Para um confronto pessoal
1) Maria Madalena,
os dois discípulos de Emaús e os onze discípulos: quem é que teve maior
dificuldade em crer na ressurreição? Por que? Eu me identifico com qual deles?
2) Quais são os sinais que mais convencem as pessoas da
presença de Jesus no nosso meio?
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