Evangelho (Mc 16,1-7): Quando terminou o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram especiarias aromáticas para ungir o corpo de Jesus. No primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro, perguntando umas às outras: "Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?" Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida. Entrando no sepulcro, viram um jovem vestido de roupas brancas assentado à direita e ficaram amedrontadas. "Não tenham medo", disse ele. "Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Não está aqui. Vejam o lugar onde o haviam posto. Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: Ele está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão, como ele disse."
«Jesus de Nazaré, o
Crucificado. Ressuscitou»
+ Mons. Ramon MALLA i Call ( Bispo Emérito de Lleida (Lleida,
Espanha)
Hoje, a
Igreja celebra com júbilo a festa principal: o triunfo de sua Cabeça, Cristo
Jesus. A Ressurreição de Jesus Cristo é um fato do qual não podemos duvidar. É
compreensível que não seja estranho que um fato celestial, um corpo ressuscitado,
não possa ser captado por meios terrenais. Mas, logo Maria Madalena e a mãe do
Apóstolo Thiago, recebiam um testemunho indubitável, comprovado depois com
muitas aparições, realizadas de modo tal que excluem totalmente a suspeita de
alucinações. «Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi
crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram!» (Mc
16,6).
Além do
gozo pelo fato da Ressurreição de Cristo, este acontecimento nos trai a alegria
de contar com uma resposta, jubilosa e clara, aos interrogantes do homem: Que
nos espera no final da vida? Que sentido tem o sofrimento na Terra? Não podemos
duvidar que, depois da morte, espera-nos uma vida nova, que será eterna: «Lá o
vereis, como ele vos disse!» (Mc 16,7). São Paulo o afirma com grande
convencimento: «E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com
Ele. Sabemos que Cristo, ressuscitado, dos mortos, não morre mais. A morte não
tem mais poder sobre ele» (Rom 6,8-9). Logicamente, à interrogante sobre o
final da vida, o cristão responde com alegre esperança.
O Evangelho de hoje ressalta que o jovem —o anjo— que fala às mulheres, une os dois conceitos de dor e glória: O que ressuscitou no mesmo que foi crucificado. Diz são Leão Magno: «...(pela tua cruz) os crentes recebem a força da debilidade, glória do opróbio e, vida da morte», as cruzes quotidianas são, então, caminho da Ressurreição.
Missa do dia
1ª Leitura (At
10,34a.37-43): Naqueles dias, Pedro tomou a palavra
e disse: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia,
depois do baptismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a
Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando a todos os que eram
oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de
tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n'O,
suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe
manifestar-Se¬, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por
Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos
mortos. Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele foi constituído
por Deus juiz dos vivos e dos mortos. É d'Ele que todos os profetas dão o
seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos
pecados».
Salmo Responsorial:
117
R. Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
Dai graças
ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia. Diga a casa de
Israel: é eterna a Sua misericórdia.
A mão do
Senhor fez prodígios, a mão do Senhor foi magnífica. Não morrerei, mas hei-de
viver, para anunciar as obras do Senhor.
A pedra que
os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular. Tudo isto veio do Senhor: e
é admirável aos nossos olhos.
2ª Leitura (Col 3,1-4):
Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas
do alto, onde Cristo Se encontra, sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às
coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está
escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar,
então também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
SEQUÊNCIA PASCAL
À Vítima
pascal Ofereçam os cristãos sacrifícios de louvor O Cordeiro resgatou as
ovelhas: Cristo, o Inocente, reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a
vida travaram um dmirável combate: depois de morto, vive e reina o Autor da
vida. Diz-nos, Maria: Que viste no caminho? Vi o sepulcro de Cristo vivo, e a
glória do ressuscitado. Vi as testemunhas dos Anjos, vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou
Cristo, minha esperança: precederá os seus discípulos na Galileia. Sabemos e
acreditamos: Cristo ressuscitou dos mortos: Ó Rei vitorioso, tende piedade de
nós.
Aleluia. Cristo, nosso
Cordeiro Pascal, foi imolado: celebremos a festa do Senhor. Aleluia.
Evangelho (Jo 20,1-9):
No primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando
ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido
retirada do túmulo. Ela saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com
o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava. Disse-lhes: «Tiraram o Senhor
do túmulo e não sabemos onde o colocaram». Pedro e o outro discípulo saíram e
foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais
depressa, chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no
chão, mas não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou
no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto
a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à
parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também,
viu e creu. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura segundo a
qual ele devia ressuscitar dos mortos.
«O outro discípulo,
que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu»
Mons. Joan Enric VIVES i Sicília Bispo de Urgell (Lleida,
Espanha)
Vivamos a
Páscoa com muita alegria. Cristo ressuscitou: celebremo-lo cheios de alegria e
de amor. Hoje, Jesus Cristo venceu a morte, o pecado, a tristeza… e nos abriu
as portas da nova vida, a autêntica vida que o Espírito Santo continua a nos
dar por pura graça. Que ninguém fique triste! Cristo é nossa Paz e nosso
Caminho para sempre. Ele, hoje, «revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua
vocação sublime» (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes 22).
O grande
sinal que nos dá o Evangelho é que o sepulcro de Jesus está vazio. Já não temos
de procurar entre os mortos Aquele que vive, porque ressuscitou. E os
discípulos, que depois o verão Ressuscitado, isto é, que o experimentarão vivo
em um maravilhoso encontro de fé, percebem que há um vazio no lugar de sua sepultura.
Sepulcro vazio e aparições serão os grandes sinais para a fé do crente. O
Evangelho diz que «o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo,
entrou também, viu e creu» (Jo 20,8). Ele soube compreender, pela fé, que
aquele vazio e, por sua vez, aquela mortalha e aquele sudário bem dobrados,
eram pequenos sinais do passo de Deus, da nova vida. O amor sabe captar, a
partir de pequenos detalhes, o que os outros, sem ele, não captam. O «discípulo
que Jesus mais amava» (Jo 20,2) guiava-se pelo amor que havia recebido de
Cristo.
O “ver” e o
“crer” dos discípulos hão de ser também os nossos. Renovemos nossa fé pascoal.
Que Cristo seja, em tudo, o nosso Senhor. Deixemos que sua Vida vivifique a
nossa e renovemos a graça do batismo que recebemos. Façamo-nos seus apóstolos e
seus discípulos. Guiemo-nos pelo amor e anunciemos a todo o mundo a felicidade
de crer em Jesus Cristo. Sejamos testemunhos esperançosos de sua Ressurreição.
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