Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu
Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra
e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício
que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (2Cron
36,14-16.19-23): Naqueles dias, todos os príncipes
dos sacerdotes e o povo multiplicaram as suas infidelidades, imitando os
costumes abomináveis das nações pagãs, e profanaram o templo que o Senhor tinha
consagrado para Si em Jerusalém. O Senhor, Deus de seus pais, desde o princípio
e sem cessar, enviou-lhes mensageiros, pois queria poupar o povo e a sua
própria morada. Mas eles escarneciam dos mensageiros de Deus, desprezavam as
suas palavras e riam-se dos profetas, a tal ponto que deixou de haver remédio,
perante a indignação do Senhor contra o seu povo. Os caldeus incendiaram o
templo de Deus, demoliram as muralhas de Jerusalém, lançaram fogo aos seus palácios
e destruíram todos os objetos preciosos. O rei dos caldeus deportou para
Babilónia todos os que tinham escapado ao fio da espada; e foram escravos deles
e de seus filhos, até que se estabeleceu o reino dos persas. Assim se cumpriu o
que o Senhor anunciara pela boca de Jeremias: «Enquanto o país não descontou os
seus sábados, esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua
desolação, até que se completaram setenta anos». No primeiro ano do reinado de
Ciro, rei da Pérsia, para se cumprir a palavra do Senhor, pronunciada pela boca
de Jeremias, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar, em
todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação: «Assim
fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da
terra e Ele próprio me confiou o encargo de Lhe construir um templo em
Jerusalém, na terra de Judá. Quem de entre vós fizer parte do seu povo ponha-se
a caminho e que Deus esteja com ele».
Salmo Responsorial:
136
R. Se eu me não lembrar de ti,
Jerusalém, fique presa a minha língua.
Sobre os
rios de Babilónia nos sentámos a chorar, com saudades de Sião. Nos salgueiros
das suas margens, dependurámos nossas harpas.
Aqueles que
nos levaram cativos queriam ouvir os nossos cânticos e os nossos opressores uma
canção de alegria: «Cantai-nos um cântico de Sião».
Como
poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estrangeira? Se eu me
esquecer de ti, Jerusalém, esquecida fique a minha mão direita.
Apegue-se-me
a língua ao paladar, se não me lembrar de ti, se não fizer de Jerusalém a maior
das minhas alegrias.
2ª Leitura (Ef
2,4-10): Irmãos: Deus, que é rico em
misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós, que estávamos
mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Cristo – é pela
graça que fostes salvos – e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar
nos Céus. Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua
graça e da sua bondade para conosco, em Jesus Cristo. De facto, é pela graça
que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus. Não
se deve às obras: ninguém se pode gloriar. Na verdade, nós somos obra de Deus,
criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou,
como caminho que devemos seguir.
Deus amou tanto o mundo
que lhe deu o seu Filho Unigénito: quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
Evangelho (Jo
3,14-21): «Como Moisés levantou a serpente no
deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que
nele crer tenha vida eterna. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu
Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que
o mundo seja salvo por ele. Quem crê nele não será condenado, mas quem não crê
já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus. Ora, o
julgamento consiste nisto: a luz veio ao mundo, mas as pessoas amaram mais as
trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo o que pratica o mal
odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam
denunciadas. Mas quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que suas ações
sejam manifestadas, já que são praticadas em Deus».
«Deus amou tanto o
mundo, que deu o seu Filho único»
Rev. D. Joan Ant. MATEO i García (Tremp, Lleida,
Espanha)
Deus quer
que estejamos contentes. A psicologia mais elementar diz-nos que uma pessoa que
não vive contente acaba enferma de corpo e espírito. Mas, a nossa alegria deve
estar bem fundamentada, deve ser a expressão da serenidade de viver uma vida
com pleno sentido. De outra forma, a alegria degeneraria em superficialidade,
em tolice. Santa Teresa distinguia acertadamente entre “santa alegria” e “louca
alegria”. Esta última é apenas exterior, dura pouco e deixa um sabor amargo.
Vivemos
tempos difíceis para a vida da fé. Mas também são tempos apaixonantes.
Experimentamos, de certa forma, o exílio babilônico que canta o salmo. Na
verdade, também nós podemos viver uma experiência de exílio «chorando a nostalgia
de Sião» (Sal 136,1). As dificuldades exteriores e, sobretudo o pecado, pode
levar-nos perto dos rios da Babilônia. Apesar de tudo, temos motivos de
esperança e Deus continua dizendo: «Que se me cole a língua ao paladar se não
me lembrar de ti» (Sal 136,6).
Podemos
viver sempre contentes porque Deus nos ama loucamente, tanto que nos «deu o seu
Filho único» (Jo 3,16). Brevemente acompanharemos este Filho único no seu
caminho de morte e ressurreição. Contemplaremos o amor Daquele que tanto ama,
que se entregou por nós, por ti e por mim. Ficaremos cheios de amor e olharemos
Aquele que trespassaram (Jo 19,37), e crescerá em nós uma alegria que ninguém
nos poderá tirar.
A
verdadeira alegria que ilumina a nossa vida não provem do nosso esforço. São
Paulo recorda-nos: não vem de vós, é um dom de Deus, somos obra sua (Col 1,11).
Deixemo-nos amar por Deus e amemo-lo, e a alegria será grande na próxima Páscoa
e na vida. E não nos esqueçamos de nos deixarmos acariciar e regenerar por Deus
com uma boa confissão antes da Páscoa.
Reflexão do Pe.
Franclim Pacheco - Diocese de Aveiro
Na primeira
parte do texto temos a comparação com a serpente de bronze levantada por Moisés
no deserto como primeiro anúncio da elevação e exaltação do homem Jesus sobre a
cruz.
Aos filhos
de Israel, mordidos pelas serpentes venenosas do deserto, Moisés oferece a
possibilidade de salvação, olhando para uma serpente de bronze. Quando o homem
consegue levantar a cabeça e olhar para o alto, Deus prepara para ele uma
alternativa. Não obriga, mas põe-se à disposição. O Filho do Homem, no deserto
do mundo, será levantado sobre a cruz como sinal de salvação para todos aqueles
que sentirem a necessidade de continuar a viver e não se deixarem morder por
escolhas erradas. Olhando Jesus, fixando o olhar no amor que Ele manifestou, e
crendo nele obtém-se a salvação, a vida na sua plenitude, a vida eterna.
A segunda
parte do texto apresenta a missão de Jesus como Filho do Homem exaltado que
encontra a sua origem no amor de Deus pelo mundo que quer salvar,
concedendo-lhe a vida para sempre.
A expressão
«Filho unigénito» faz lembrar a atitude de Abraão em relação ao seu filho
Isaac, a quem está disposto a sacrificar por amor a Deus (cf. Gn 22,16). Neste
caso é Deus quem, por amor dos homens, entrega o seu Filho em sacrifício. Por
isso, a atitude de Deus para com a humanidade não pode ser de
julgamento-condenação, mas de salvação. Deus oferece a salvação ao homem que a
quer aceitar e viver na Luz, ou seja, no Filho de Deus, praticando as obras da
Luz, deixando de estar nas trevas, no pecado. A não aceitação da proposta de
vida que Deus oferece implica para o homem a sua própria condenação.
O texto
gira à volta de alguns verbos fundamentais: levantar, amar, enviar, crer.
Alguns verbos referem-se a Deus: o primeiro verbo é «levantar»: pôr em
evidência, erguer para que todos vejam e percebam o grande dom recebido. O
segundo verbo é «amar»: só Deus sabe amar assim, sem pedir nada em troca. Toda
a história da salvação é história do amor de Deus por nós. O terceiro verbo é
«enviar»: o Pai enviou o Filho unigénito, aquele que ele ama, para que o mundo
se salve. Os outros verbos dizem respeito a nós, à nossa atitude em relação a
Deus e ao seu dom. Somos chamados a «acreditar», ou seja, a acolher o seu amor.
Da fé jorra a vida, como duma fonte. Se cremos verdadeiramente, o nosso
comportamento exprimirá a nossa fé: é o que significa ser «filhos da Luz», tal
como Jesus que é a Luz verdadeira que veio a este mundo.
Porque ama
a humanidade, Deus enviou o seu Filho único ao mundo com uma proposta de
salvação. Essa oferta nunca foi retirada; continua aberta e à espera de
resposta. Diante da oferta de Deus, o homem pode escolher a vida eterna, ou
pode excluir-se da salvação.
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria,
rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das virgens,
...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso
Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo.
Amém.
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