Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu
Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra
e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício
que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Ez
47,1-9.12): Naqueles dias, o Anjo reconduziu-me
à entrada do templo. Debaixo do limiar da porta saía água, em direção ao
Oriente, pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente. As águas
corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar. O Anjo
fez-me sair pela porta setentrional e contornar o templo por fora, até à porta
exterior, que está voltada para o Oriente. As águas corriam do lado direito.
Depois saiu na direção do Oriente com uma corda na mão; mediu mil côvados e
mandou-me atravessar: a água chegava-me aos tornozelos. Mediu outros mil
côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil
côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me à cintura. Por fim, mediu
mais mil côvados: era uma torrente que eu não podia atravessar. As águas tinham
aumentado até se perder o pé, formando um rio impossível de transpor. Disse-me
então o Anjo: «Viste, filho do homem?» E fez-me voltar para a margem da
torrente. Quando cheguei, vi nas margens da torrente uma grande quantidade de
árvores, de um e outro lado. O Anjo disse-me: «Esta água corre para a região
oriental, desce até Arabá e entra no mar, para que as suas águas se tornem
salubres. Em toda a parte aonde chegar esta torrente, todo o ser vivo que nela
se move terá novo alento e o peixe será muito abundante. Porque aonde esta água
chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde
chegar esta torrente. À beira da torrente, nas duas margens, crescerá toda a
espécie de árvores de fruto: a sua folhagem não murchará, nem acabarão os seus
frutos. Todos os meses darão frutos novos, porque as águas vêm do santuário. Os
frutos servirão de alimento e as folhas de remédio».
Salmo Responsorial: 45
R. O Senhor do Universo está conosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Deus é o
nosso refúgio e a nossa força, auxílio sempre pronto na adversidade. Por isso
nada receamos, ainda que a terra vacile e os montes se precipitem no fundo do
mar.
Os braços
dum rio alegram a cidade de Deus, a mais santa das moradas do Altíssimo. Deus
está no meio dela e a torna inabalável, Deus a protege desde o romper da
aurora.
O Senhor
dos Exércitos está conosco, o Deus de Jacob é a nossa fortaleza. Vinde e
contemplai as obras do Senhor, as maravilhas que realizou na terra.
Criai em mim, Senhor,
um coração puro, dai-me de novo a alegria da vossa salvação.
Evangelho (Jo
5,1-3.5-16): Depois disso, houve uma festa dos
judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, existe em Jerusalém, perto da Porta das
Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Bezata em hebraico. Muitos
doentes, cegos, coxos e paralíticos ficavam ali deitados Encontrava-se ali um
homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus o viu ali deitado e, sabendo que
estava assim desde muito tempo, perguntou-lhe: «Queres ficar curado?» O enfermo
respondeu: «Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água se
movimenta. Quando estou chegando, outro entra na minha frente». Jesus lhe
disse: «Levanta-te, pega a tua maca e anda». No mesmo instante, o homem ficou
curado, pegou sua maca e começou a andar. Aquele dia, porém, era um sábado. Por
isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: «É sábado. Não te é
permitido carregar a tua maca”. Ele respondeu: “Aquele que me curou disse:
‘Pega tua maca e anda!’» Então lhe perguntaram: «Quem é que te disse: ‘Pega a
tua maca e anda’?» O homem que tinha sido curado não sabia quem era, pois Jesus
se afastara da multidão que se tinha ajuntado ali. Mais tarde, Jesus encontrou
o homem no templo e lhe disse: «Olha, estás curado. Não peques mais, para que
não te aconteça coisa pior». O homem saiu e contou aos judeus que tinha sido
Jesus quem o havia curado. Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus,
porque fazia tais coisas em dia de sábado.
«Jesus o viu e,
perguntou-lhe: Queres ficar curado?»
Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch (Salt, Girona, Espanha)
É curioso!
Jesus sempre está no meio dos problemas. Ali onde há algo para “libertar”, para
fazer feliz às pessoas, ali está Ele. Os fariseus, ao contrário, só pensavam em
se era sábado. Sua má fé matava o espírito. A má baba do pecado gotejava de
seus olhos. Não há pior surdo que o que aquele não quer entender.
O
protagonista do milagre levava trinta e oito anos de invalidez. «Jesus viu o
homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então lhe
perguntou: «Você quer ficar curado?» (Jo 5,6), disse-lhe Jesus. Fazia tempo que
lutava em vão porque não havia encontrado a Jesus. Finalmente, havia encontrado
ao Homem. Os cinco pórticos da piscina de Betsaida retumbaram quando se ouviu a
voz do Mestre: «Jesus disse: ‘Levante-se, pegue sua cama e ande’» (Jo 5,8). Foi
questão de um instante.
A voz de
Cristo é a voz de Deus. Tudo era novo naquele velho paralítico, gastado pelo
desânimo. Mais tarde, São João Crisóstomo dirá que na piscina de Betsaida se
curavam os enfermos do corpo, e no Batismo se restabeleciam os da alma; lá, era
de quando em quando e para um só enfermo. No Batismo é sempre e para todos. Em
ambos os casos se manifesta o poder de Deus através da água.
O
paralítico impotente na beira da água, não te faz pensar na experiência da
própria impotência para fazer o bem? Como pretendemos resolver, sozinhos,
aquilo que tem um alcance sobrenatural? Não vês cada dia, ao teu redor, uma constelação
de paralíticos que se “movem” muito, mas que são incapazes de separar-se de sua
falta de liberdade? O pecado paralisa, envelhece, mata. Devemos pôr os olhos em
Jesus. É necessário que Ele —sua graça— nos submerja nas águas da oração, da
confissão, da abertura de espírito. Eu e você podemos ser paralíticos eternos,
ou portadores e instrumentos de luz.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* João 5,1-2: Jesus vai a Jerusalém. Por ocasião de uma festa dos
judeus, Jesus vai a Jerusalém. Havia ali, perto do Templo, uma piscina com
cinco pórticos ou corredores. Naquele tempo, o culto no Templo exigia muita
água por causa dos inúmeros animais que eram sacrificados, sobretudo nas
grandes festas. Por isso, perto do templo havia várias cisternas, que recolhiam
a água da chuva. Algumas delas tinham a capacidade de mais de um milhão de
litros de água. Lá por perto, por causa da abundância de água, havia um
balneário público, onde os doentes se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura.
A arqueologia informa que, naquela mesma redondeza do Templo, havia o lugar
onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. De um lado, o ensino da Lei de
Deus. Do outro lado, o abandono dos pobres. A água purificava o Templo, mas não
purificava o povo.
* João 5,3-4: A situação dos
doentes. Esses
doentes eram atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo mexia nas
águas e o primeiro que nelas descesse depois do mexido do anjo ficava curado.
Com outras palavras, os doentes eram atraídos por falsas esperanças. Pois a
cura era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje. Só uma única
pessoa ganha um prêmio! A maioria só paga e não ganha nada. É nessa situação de
total abandono, lá no balneário popular, que Jesus vai encontrar os doentes.
* João 5,5-9: Jesus cura em dia de
sábado. Bem perto
do lugar, onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38
anos à espera de alguém que o ajudasse a descer na água para obter a cura. Este
fato revela a falta absoluta de solidariedade e de acolhida aos excluídos! O
número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que
não chegou a experimentar solidariedade nem misericórdia. A religião da época
já não era capaz de revelar a face acolhedora e misericordiosa de Deus. Diante
desta situação dramática, Jesus transgrede a lei do sábado e atende o
paralítico dizendo: "Toma teu leito e anda!" O homem pegou a sua cama
nas costas e foi andando, e Jesus desapareceu no meio da multidão.
* João 5,10-13: Discussão do homem
curado com os judeus.
Logo em seguida, alguns judeus chegam ao local e criticam o homem por ele estar
carregando a cama em dia de sábado. O homem nem soube responder quem foi a
pessoa que o tinha curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus,
passando por aquele lugar dos pobres e doentes, viu aquele fulano, percebeu a
situação dramática em que se encontrava e, sem mais, o curou. Não fez a cura
para que o homem se convertesse, nem para que acreditasse em Deus. Fez, porque
queria ajudá-lo. Queria que ele pudesse experimentar um pouco do amor e de
solidariedade através da sua ajuda e bem-querer.
* João 5,14-16: O reencontro com
Jesus. Andando no
Templo no meio da multidão, Jesus encontra o mesmo fulano e lhe diz: "Você
está curado! Não deve pecar mais, para que não te aconteça algo pior!"
Naquele tempo, o povo dizia: "Doença é castigo de Deus! Se você é
paralítico, é sinal de que Deus está de mal com você!" Jesus não
concordava com este modo de pensar. Curando o homem, ele estava dizendo o
contrário: "Tua doença não é castigo de Deus. Deus está de bem com você!"
Uma vez curado, o homem deve manter-se de bem com Deus e não pecar mais, para
que não lhe aconteça algo pior! Meio ingênuo, o homem foi dizer aos judeus que
tinha sido Jesus quem o curou. Os judeus começam a perseguir Jesus por ele
fazer tais coisas em dia de sábado. No Evangelho de amanhã vem a sequência.
Para um confronto pessoal
1. Você já passou alguma vez por uma experiência como a
do paralítico: ficar tanto tempo sem ajuda? Como é a situação de atendimento
aos doentes no lugar onde você mora? Você percebe sinais de solidariedade?
2. O que tudo isto ensina para nós hoje?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das virgens,
...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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