Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Gn
37,3-4.12-13a.17b-28): Jacob gostava mais de José que dos
seus outros filhos, porque ele era o filho da sua velhice; e mandou fazer-lhe
uma túnica de mangas compridas. Os irmãos, vendo que o pai o preferia a todos
eles, começaram a odiá-lo e não eram capazes de lhe falar com bons modos. Um
dia foram para Siquém apascentar os rebanhos do pai. Jacob disse a José: «Os
teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. Vem cá, pois quero mandar-te ir
ter com eles». José partiu à procura dos irmãos e encontrou-os em Dotain. Eles
viram-no de longe e, antes que chegasse perto, combinaram entre si a sua morte.
Disseram uns aos outros: «Aí vem o homem dos sonhos. Vamos matá-lo e atirá-lo a
uma cisterna e depois diremos que um animal feroz o devorou. Veremos então em
que vão dar os seus sonhos». Mas Rúben ouviu isto e, querendo livrá-lo das suas
mãos, disse: «Não lhe tiremos a vida». Para o livrar das suas mãos e entregá-lo
ao pai, Rúben disse aos irmãos: «Não derrameis sangue. Lançai-o nesta cisterna
do deserto, mas não levanteis as mãos contra ele». Quando José chegou junto dos
irmãos, eles tiraram-lhe a túnica de mangas compridas que trazia, pegaram nele
e lançaram-no dentro da cisterna, uma cisterna vazia, sem água. Depois
sentaram-se para comer. Mas, erguendo os olhos, viram uma caravana de
ismaelitas que vinha de Galaad. Traziam camelos carregados de goma de
tragacanto, resina aromática e láudano, que levavam para o Egito. Então Judá
disse aos irmãos: «Que interesse haveria em matar o nosso irmão e esconder-lhe
o sangue? Vamos vendê-lo aos ismaelitas, mas não lhe ponhamos as mãos, porque é
nosso irmão, da mesma carne que nós». Os irmãos concordaram. Passando por ali
uns negociantes de Madiã, tiraram José da cisterna e venderam-no por vinte
moedas de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito.
Salmo Responsorial:
104
R/. Recordai as maravilhas do
Senhor.
Deus chamou
a fome sobre aquela terra e privou-os do pão que dá o sustento. Adiante deles
enviara um homem: José vendido como escravo.
Apertaram-lhe
os pés com grilhões, lançaram lhe ao pescoço uma coleira de ferro, até que se
cumpriu a profecia e a palavra do Senhor o mostrou inocente.
Então o rei
mandou que o soltassem, o soberano dos povos deu-lhe a liberdade; e fê-lo
senhor da sua casa e governador de todos os seus domínios.
Deus amou tanto o
mundo que entregou o seu Filho Unigénito; quem acredita n’Ele tem a vida
eterna.
Evangelho (Mt
21,33-43.45-46): «Escutai esta outra parábola: Certo
proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, cavou nela um lagar
para pisar as uvas e construiu uma torre de guarda. Ele a alugou a uns
agricultores e viajou para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da colheita,
ele mandou os seus servos aos agricultores para receber seus frutos. Os
agricultores, porém, agarraram os servos, espancaram a um, mataram a outro, e a
outro apedrejaram. Ele ainda mandou outros servos, em maior número que os
primeiros. Mas eles os trataram do mesmo modo. Por fim, enviou-lhes o próprio
filho, pensando: ‘A meu filho respeitarão’. Os agricultores, porém, ao verem o
filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e tomemos posse de
sua herança! ’ Então agarraram-no, lançaram-no fora da vinha e o mataram. Pois
bem, quando o dono da vinha voltar, que fará com esses agricultores?». Eles
responderam: «Dará triste fim a esses criminosos e arrendará a vinha a outros
agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo». Então, Jesus lhes
disse: «Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram,
esta é que se tornou a pedra angular. Isto foi feito pelo Senhor, e é admirável
aos nossos olhos’? Por isso vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e
entregue a um povo que produza frutos». Os sumos sacerdotes e os fariseus
ouviram as parábolas de Jesus e entenderam que estava falando deles. Procuraram
prendê-lo, mas ficaram com medo das multidões, pois elas o tinham na conta de
profeta.
«A pedra que os
construtores rejeitaram, esta é que se tornou a pedra angular»
Rev. D. Melcior QUEROL i Solà (Ribes de Freser, Girona,
Espanha)
No início
do Evangelho segundo São Mateus, a Boa Nova parece ser dirigida unicamente a
Israel. O povo escolhido, já na Antiga Aliança, tem a missão de anunciar e de
levar a salvação a todas as nações. Mas Israel não foi fiel à sua missão.
Jesus, o mediador da Nova Aliança, congregará à sua volta os doze Apóstolos,
símbolo do “novo” Israel, chamado a dar frutos de vida eterna e a anunciar a
todos os povos a salvação.
Este novo
Israel é a Igreja, todos os batizados. Nós temos recebido, na pessoa de Jesus e
na Sua mensagem, uma graça única que temos que fazer frutificar. Não podemos
conformar–nos com uma vivência individualista e fechada à nossa fé; há que
comunicá-la e oferecê-la a cada pessoa que está próxima de nós. Daqui decorre
que o primeiro fruto é viver a nossa fé no calor da nossa família, bem como no
da comunidade cristã. Tal será simples pois «onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18,20).
Mas
trata-se de uma comunidade cristã aberta, o que quer dizer que é eminentemente
missionária (segundo fruto). Pela força e pela beleza do Ressuscitado “no meio de
nós”, a comunidade atrai através todos os seus gestos e atos, e cada um dos
seus membros goza da capacidade de envolver homens e mulheres na nova vida do
Ressuscitado. E um terceiro fruto consiste em que vivamos na convicção e na
certeza de que no Evangelho encontramos a solução para todos os problemas.
Vivamos no
santo temor de Deus, para que não aconteça que o Reino de Deus nos seja tirado
e dado a outros.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
1) Ele faz uma contra-pergunta e quer saber deles se João
Batista era do céu ou da terra (Mt
21,24-27).
2) Conta a parábola dos dois filhos (Mt 21,28-32).
3) Conta a parábola da vinha (Mt 21,33-46) que é o
evangelho de hoje.
* Mateus 21,33-40: A parábola da
vinha.
Jesus
começa assim: "Escutem essa outra parábola: Certo proprietário plantou uma
vinha, cercou-a, fez um tanque para pisar a uva, e construiu uma torre de
guarda”. A parábola é um resumo bonito da história de Israel, tirado do profeta
Isaías (Is 5,1-7). Jesus se dirige aos chefes dos sacerdotes, aos anciãos (Mt
21,23) e aos fariseus (Mt 21,45) e dá uma resposta à pergunta que eles tinham
feito sobre a origem da sua autoridade (Mt 21,23). Por meio desta parábola,
Jesus esclarece várias coisas:
(1) Revela qual a origem da sua
autoridade: ele é o filho, o herdeiro.
(2) Denuncia o abuso da autoridade dos
vinhateiros, isto é, dos sacerdotes e anciãos que não cuidavam do povo de Deus.
(3) Defende a autoridade dos profetas,
enviados por Deus, mas massacrados pelos sacerdotes e anciãos.
(4) Desmascara as autoridades que
manipulam a religião e matam o filho, porque não querem perder a fonte de renda
que conseguiram acumular para si, ao longo dos séculos.
* Mateus 21,41: A sentença dada por
eles mesmos
No fim da parábola, Jesus pergunta: “Pois
bem: quando o dono da vinha voltar, o que irá fazer com esses agricultores?”
Eles não se deram conta de que a parábola estava falando deles mesmos. Por
isso, pela resposta dada eles decretaram sua própria condenação: “Os chefes dos
sacerdotes e os anciãos do povo responderam: É claro que mandará matar de modo
violento esses perversos, e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe
entregarão os frutos no tempo certo". Várias vezes Jesus usa esse mesmo
método. Ele leva a pessoa a dizer a verdade sem ela se dar conta de que está se
condenando-se a si mesma. Por exemplo, no caso do fariseu que condenou a moça
como pecadora (Lucas 7,42-43) e no caso da parábola dos dois filhos Mt
21,28-32).
* Mateus 21,42-46: A sentença dada
por eles mesmos é confirmada pelo comportamento deles.
Pelo
esclarecimento de Jesus, os sacerdotes, os anciãos e os fariseus entenderam que
a parábola falava deles mesmos, mas eles não se converteram. Pelo contrário!
Mantiveram o seu projeto de matar Jesus. Rejeitaram “a pedra fundamental”. Mas
não tiveram a coragem de fazê-lo abertamente porque tinham medo do povo.
* Os vários grupos no poder no tempo
de Jesus. No
evangelho de hoje apareceram alguns dos grupos que, naquele tempo, exerciam o
poder junto ao povo: sacerdotes, anciãos e fariseus. Segue aqui uma breve
informação sobre o poder de cada um destes e de alguns outros grupos:
1. Sacerdotes:
Eram os encarregados do culto no Templo. Era para o Templo que o povo
levava o dízimo e as outras taxas e ofertas para pagar suas promessas. O sumo
sacerdote ocupava um lugar muito importante na vida da nação, sobretudo depois
do exílio. Era escolhido ou nomeado entre as três ou quatro famílias
aristocratas, que detinham mais poder e maior riqueza.
2. Anciãos ou Chefes
do povo: Eram os líderes locais nas várias aldeias e
cidades. Sua origem vinha das chefias das tribos de antigamente.
3. Saduceus: Eram a elite leiga aristocrata da
sociedade. Muitos deles eram ricos comerciantes ou latifundiários. Do ponto de
vista religioso eram conservadores. Não aceitavam as mudanças defendidas pelos
fariseus, como por exemplo, a fé na ressurreição e a existência de anjos.
4. Fariseus:
Fariseu significa: separado. Eles lutavam para que, através da
observância perfeita da lei da pureza, o povo chegasse a ser puro, separado e
santo como o exigiam a Lei e a Tradição! Por causa do testemunho exemplar da
sua vida dentro das normas da época, eles tinham uma liderança moral muito
grande nas aldeias da Galileia.
5. Escribas ou
doutores da lei: Eram os encarregados do ensino. Dedicavam sua
vida ao estudo da Lei de Deus e ensinavam ao povo como fazer para observar em
tudo a Lei de Deus. Nem todos os escribas eram da mesma linha. Uns estavam
ligados aos fariseus, outros, aos saduceus.
Para um confronto pessoal
1. Alguma vez, você já se sentiu controlado/a,
indevidamente, em casa, no trabalho, na igreja? Qual foi a sua reação? Como
Jesus?
2. Se Jesus voltasse hoje e contasse a mesma parábola,
como eu iria reagir?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São José, rogai
por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das
virgens, ...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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