Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu
Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra
e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício
que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Jer
11,18-20): Quando o Senhor me avisou, eu compreendi;
vi então as maquinações dos meus inimigos. Eu era como manso cordeiro levado ao
matadouro e ignorava a conjura que tramavam contra mim, dizendo: «Destruamos a
árvore no seu vigor, arranquemo-la da terra dos vivos, para não mais se falar
no seu nome». Senhor do Universo, que julgais com justiça e sondais os
sentimentos e o coração, seja eu testemunha do castigo que haveis de aplicar-
lhes, pois a Vós confio a minha causa.
Salmo Responsorial: 7
R. Senhor, meu Deus, em Vós espero.
Senhor, meu
Deus, em Vós me refugio, livrai-me de quantos me perseguem e salvai-me. Não me
arrebatem como o leão e me dilacerem sem ter quem me salve.
Julgai-me,
Senhor, segundo a minha justiça, segundo a minha inocência. Acabe a malícia dos
ímpios e confortai o justo, Vós, Deus de justiça, que sondais o íntimo dos
corações.
A minha proteção
está em Deus, que salva os homens retos de coração. Deus é o juiz justo, um
Deus que pode castigar todos os dias.
Felizes os que recebem
a palavra de Deus de coração sincero e generoso e produzem fruto pela
perseverança.
Evangelho (Jo
7,40-53): Ouvindo estas palavras, alguns da
multidão afirmavam: «Verdadeiramente, ele é o profeta!». Outros diziam: «Ele é
o Cristo!» Mas outros discordavam: “O Cristo pode vir da Galileia? Não está na
Escritura que o Cristo será da descendência de Davi e virá de Belém, o povoado
de Davi?». Surgiu, assim, uma divisão entre o povo por causa dele. Alguns
queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos. Os guardas então voltaram aos
sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: «Por que não o
trouxestes?». Responderam: «Ninguém jamais falou como este homem». Os fariseus
disseram a eles: «Vós também vos deixastes iludir? Acaso algum dos chefes ou
dos fariseus acreditou nele? Mas essa gente que não conhece a Lei são uns
malditos!». Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que tinha ido a Jesus
anteriormente, disse: «Será que a nossa Lei julga alguém antes de ouvir ou
saber o que ele fez?». Eles responderam: «Tu também és da Galileia? Examina as
Escrituras, e verás que da Galileia não surge profeta». Depois que cada um
voltou para sua casa.
«Ninguém jamais falou
como este homem»
Abbé Fernand ARÉVALO (Bruxelas, Bélgica)
Verdadeiramente,
Jesus Cristo é esse “sinal de contradição” que Simeão havia anunciado a Maria
(cf. Lc 2,34). Jesus não deixava indiferentes aos que lhe escutavam, até o
ponto em que nesta ocasião e em muitas outras «surgiu uma divisão entre o povo
por causa dele» (Jo 7,46). A resposta dos guardas, que pretendiam prender o
Senhor, centraliza a questão e nos mostra a força das palavras de Cristo:
«Ninguém jamais falou como este homem» (Jo 7,46). É como dizer: suas palavras
são diferentes; não são palavras ocas, cheias de soberba e falsidade. Ele é a
“Verdade” e seu modo de falar reflete este fato.
E se isto
acontecia com relação aos seus ouvintes, com maior razão suas obras provocavam
muitas vezes o assombro, a admiração; e, também, a crítica, a murmuração, o
ódio… Jesus falava a “linguagem da caridade”: suas obras e palavras
manifestavam o profundo amor que sentia por todos os homens, especialmente
pelos mais necessitados.
Hoje como
então, os cristãos somos —temos de ser— “sinal de contradição”, porque não
falamos e atuamos como os demais. Nós, imitando e seguindo a Jesus Cristo,
temos de empregar igualmente “a linguagem da caridade e do carinho”, linguagem
necessária que, definitivamente, todos são capazes de compreender. Como
escreveu o Santo Padre Bento XVI na sua encíclica Deus caritas est, «o amor
—caritas— sempre será necessário, mesmo na sociedade mais justa (…). Quem quer
desfazer-se do amor, prepara-se para se desfazer do homem enquanto homem».
«Ninguém jamais falou
como este homem»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
E não é que
o Redentor deseje a controvérsia e a divisão, e sim que ante Deus não valem as
“meias tintas”: «Quem não está comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo,
espalha» (Lc 11,23). É inevitável! Diante Dele não há nenhuma postura neutra:
ou existe, ou não existe; é meu Senhor, ou não é meu Senhor. Ninguém pode
servir a dois senhores (cf. Mt 6,24).
João Paulo
II considerava que ante Deus temos que optar. A fé simples que nosso bom Deus
nos pede implica uma opção. Devemos optar porque Ele não que nos impor; veio à
Terra de maneira discreta; morreu humilhado, sem chamar a atenção de sua
condição divina (Fl 2,6). É o que expressa maravilhosamente são Tomás de Aquino
no Adoro Te devote: «Na cruz se escondia só a divindade, aqui [na Eucaristia]
se esconde também a humanidade».
Devemos optar!
Deus não se impõe; se oferece. E fica para nós a decisão de optar a favor Dele
ou de não fazê-lo. É uma questão pessoal que cada um —com a ajuda do Espírito
Santo— há de se resolver. De nada servem os milagres, se as disposições do
homem não são de humildade e de simplicidade. Diante dos mesmos fatos, vemos
aos judeus divididos. E é que em questões de amor não se pode dar uma resposta
morna, pela metade: a vocação cristã comporta uma resposta radical, tão radical
como foi o testemunho de entrega e obediência de Cristo na Cruz.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* João 7,40-44: A confusão no meio
do povo. A reação
do povo é a mais variada possível. Uns dizem: é o profeta. Outros: é o Messias,
o Cristo. Outros rebatem: não pode ser, porque o messias virá de Belém e esse
aí vem da Galileia! Estas várias ideias sobre o Messias provocavam divisão e
briga. Havia até gente que queria prendê-lo, mas não o fizeram. Provavelmente,
porque tinham medo do povo (cf. Mc 14,2).
* João 7,45-49: Os argumentos das
autoridades.
Anteriormente, diante das reações do povo favoráveis a Jesus, os fariseus
tinham mandado guardas para prendê-lo (Jo 7,32). Mas os guardas voltaram ao
quartel sem Jesus. Tinham ficado impressionados com a fala tão bonita:
"Ninguém jamais falou como esse homem!" Os fariseus reagiram:
"Até vocês se deixaram enganar!" Para os fariseus, só mesmo
"esse povinho que não conhece a lei" se deixa enganar por Jesus. É
como se dissessem: "Nós, os chefes, conhecemos melhor as coisas e não nos
deixamos enganar!" Eles chamam o povo de "maldito"! As
autoridades religiosas da época tratavam o povo com muito desprezo.
* João 7,50-52: A defesa de Jesus
por Nicodemos.
Diante deste argumento estúpido, a honestidade de Nicodemos se revolta e ele
levanta a voz para defender Jesus: "Desde quando a nossa lei condena
alguém sem primeiro ouvi-lo para saber o que fez?" A reação dos outros é
de deboche: "Até você, Nicodemos, virou Galileu, hein!? Dê uma olhada na
Bíblia e verá que da Galileia não pode vir nenhum profeta!" Eles estão
seguros! Com o livrinho do passado na mão se defendem contra o futuro que chega
incomodando. Assim muita gente faz até hoje! Só aceito o novo se ele estiver de
acordo com as ideias deles que são do passado.
Para um confronto pessoal
1. Quais são hoje as diferentes opiniões sobre Jesus que
existem no meio do povo? E na sua comunidade, existem diferentes opiniões que
geram confusão? Quais? Conte.
2. Há pessoas que só aceitam o novo se ele estiver de
acordo com as ideias deles que são do passado. E eu?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria,
rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das virgens,
...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso
Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo.
Amém.
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