Santos Protomártires Franciscanos do Marrocos
Salmo Responsorial: 18
R. As vossas palavras, Senhor, são
espírito e vida.
A lei do
Senhor é perfeita, ela reconforta a alma; as ordens do Senhor são firmes, dão
sabedoria aos simples.
Os
preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; Os mandamentos do Senhor são
claros e iluminam os olhos.
O temor do
Senhor é puro e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são retos.
Aceitai as
palavras da minha boca e os pensamentos do meu coração estejam na vossa
presença: Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.
Aleluia. O Senhor
enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres, a proclamar aos cativos a redenção.
Aleluia.
Evangelho (Mc
2,13-17): Outra vez, Jesus saiu para a beira
do mar. Toda a multidão ia até ele, e ele os ensinava. Ao passar, viu Levi, o
filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: «Segue-me!» Ele
se levantou e seguiu-o. Enquanto estava à mesa na casa de Levi, muitos
publicanos e pecadores puseram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Pois eram
muitos os que o seguiam. Os escribas, que eram fariseus, vendo que ele comia
com os pecadores e os publicanos, disseram aos discípulos de Jesus: «Por que
ele come com os publicanos e os pecadores?». Tendo ouvido, Jesus
respondeu-lhes: «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as
doentes. Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores».
«Não é a justos que
vim chamar, mas a pecadores»
Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart (Tarragona, Espanha)
Hoje, na
cena que nos relata São Marcos, vemos como Jesus ensinava e como todos vinham
para O escutar. A fome de doutrina é patente, então e também agora, porque a
ignorância é o pior inimigo. Tanto assim é, que se tornou clássica a expressão:
«Deixarão de odiar, quando deixarem de ignorar».
Passando
por ali, Jesus viu Levi, filho de Alfeu, sentado na banca de cobrança dos
impostos e, ao dizer-lhe «segue-me», deixando tudo, foi com Ele. Com esta
prontidão e generosidade ele fez o grande “negócio”. Não somente o “negócio do
século”, mas também o da eternidade.
Devemos pensar há quanto tempo acabou o negócio de recolha de impostos para os romanos e, pelo contrário, Mateus — hoje mais conhecido pelo seu novo nome do que por Levi — não deixa de acumular benefícios com os seus escritos, ao ser uma das doze colunas da Igreja. É o que acontece quando se segue o Senhor com prontidão. Ele disse-lhe: «E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna» (Mt 19,29).
Jesus
aceitou o banquete que Mateus lhe ofereceu em sua casa, junto com os outros
cobradores de impostos e pecadores, e com os seus apóstolos. Os fariseus —como
espectadores dos trabalhos dos outros— comentam aos discípulos que o seu Mestre
come com pessoas que eles têm catalogadas como pecadores. O Senhor ouve-os e
sai em defesa do seu modo habitual de agir com as almas: «Não é a justos que vim
chamar, mas a pecadores» (Mc 2,17). Toda a Humanidade necessita do Médico
divino. Todos somos pecadores e, como dirá S. Paulo, «todos pecaram e estão
privados da glória de Deus» (Rom 3,23).
Respondamos
com a mesma prontidão com que Maria sempre respondeu à sua vocação de corredentora.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Jesus ensinava, e o povo gostava
de escutá-lo. Jesus
torna a sair para perto do mar. O povo chega e ele começa a ensinar. Transmite
a Palavra de Deus. No evangelho de Marcos, o início da atividade de Jesus é
marcado por muito ensino e muita aceitação por parte do povo (Mc 1,14.21.38-39;
2,2.13), apesar dos conflitos com as autoridades religiosas. O que será que
Jesus ensinava? Jesus anunciava a Boa Nova de Deus (Mc 1,14). Falava sobre
Deus, mas falava dele de um jeito novo, diferente. Falava a partir da
experiência que ele mesmo tinha de Deus e da vida. Jesus vivia em Deus. Ele
deve ter tocado o coração do povo que gostava de ouvi-lo (Mc 1,22.27). Deus, em
vez de ser um Juiz severo que de longe ameaçava com castigo e inferno,
tornava-se, de novo, uma presença amiga, uma Boa Notícia para o povo.
* Jesus chama um pecador para ser
discípulo e o convida para comer em sua casa. Jesus chama Levi, um publicano, e este, imediatamente,
larga tudo e segue Jesus. Começa a fazer parte do grupo dos discípulos. Em
seguida, o texto diz literalmente: Estando à mesa na sua casa. Alguns entendem
a sua casa, como sendo de Levi. Mas a tradução mais provável é que se trata da
casa do próprio Jesus. É Jesus quem convidou todo mundo para comer na sua casa:
pecadores e publicanos, junto com os discípulos.
* Jesus veio não para os justos mas
para os pecadores. Este gesto de Jesus provocou a raiva das
autoridades religiosas. Era proibido sentar à mesa com publicanos e pecadores,
pois sentar à mesa com alguém era o mesmo que tratá-lo como irmão! Em vez de
falar diretamente com Jesus, os escribas dos fariseus falam com os discípulos:
O quê! Ele come com pecadores e publicanos? Jesus responde: Não são os que têm
saúde que precisam de médico, mas sim os doentes Eu não vim chamar os justos
mas sim os pecadores! Como anteriormente com os discípulos (Mc 1,38), também
agora é a consciência da sua missão que ajuda Jesus a encontrar a resposta e a
indicar o rumo para o anúncio da Boa Nova de Deus.
Para um confronto pessoal
1) Jesus chama um
pecador, um publicano, pessoa odiada pelo povo, para ser seu discípulo. Que
mensagem existe neste gesto de Jesus para nós da Igreja Católica?
2) Jesus diz que
ele veio chamar os pecadores. Existem leis e costumes na nossa igreja que
impedem aos pecadores o acesso a Jesus. Que podemos fazer para mudar tais leis
e costumes?
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