São Gonçalo de Amarante, presbítero
Salmo Responsorial-
28/29
R. Que o Senhor abençoe, com a paz,
o seu povo!
Filhos de
Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! * Dai-lhe a glória
devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento!
Eis a voz
do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas intensas! * Eis a voz do
Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa.
Sua voz no
trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” * É o Senhor que
domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre!
2a Leitura (At
10,34-38): Então Pedro tomou a palavra e
disse: “Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, mas em
toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo. Deus
enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz,
por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. Vós sabeis como tudo isso
aconteceu na Judéia, depois de ter começado na Galileia, após o batismo que
João pregou. Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo
e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do
demônio, porque Deus estava com ele”.
Aleluia. Abriram-se os
céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu filho muito amado; escutai-o, todos
vós! Aleluia.
Evangelho (Mc 1,7-11):
Ele proclamava: «Depois de mim vem aquele que é mais
forte do que eu. Eu nem sou digno de, abaixando-me, desatar a correia de suas
sandálias. Eu vos batizei com água. Ele vos batizará com o Espírito Santo».
Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João, no rio
Jordão. Logo que saiu da água, viu o céu rasgar-se e o Espírito, como pomba,
descer sobre ele. E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho amado; em ti está
meu pleno agrado».
«Tu és o meu Filho
amado; em ti está meu pleno agrado»
Mons. Salvador CRISTAU i Coll Bispo Auxiliar de
Terrassa (Barcelona, Espanha)
Nas festas
de Natal vimos como Jesus se manifestava aos pastores e aos magos que, chegando
desde Oriente, o adoraram e lhe ofereceram seus dons. De fato, a vida de Jesus
ao mundo é para manifestar o amor de Deus que nos salva.
E lá, no
Jordão, aconteceu uma nova manifestação da divindade de Jesus: o céu se abriu e
ele Espírito Santo, em forma de uma pomba descendia em sua direção e se ouviu a
voz do Pai: «Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo.» (Mc 1,11). É o Pai do
céu neste caso e o Espírito Santo quem o manifesta. É Deus mesmo que nos revela
quem é Jesus, seu Filho amado.
Mas não era
uma revelação só para João e os judeus. Era também para nós. O mesmo Jesus, o
Filho amado do Pai, manifestado aos judeus no Jordão, se manifesta
continuamente a nós a cada dia. Na Igreja, na oração, nos irmãos, no Batismo
que recebemos e que nos fez filhos do mesmo Pai.
Preguntamos,
pois: —Reconheço sua presença, seu amor em minha vida? —Vivo uma verdadeira
relação de amor filial com Deus? Disse o Papa Francisco: «O que Deus quer do
homem é uma relação “pai-filho”, acaricie, e diga: ‘Eu estou contigo’».
Também a
nós o Pai do céu, no meio de nossas lutas e dificuldades, nos diz: «Tu és o meu
Filho amado; em ti está meu pleno agrado».
O Batismo - nascimento
no Espírito- é o segundo presente da misericórdia divina, depois do nosso
nascimento na carne.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Em primeiro
lugar, Jesus não tinha necessidade do batismo para si, porque não tinha pecado.
Porém, sim teve necessidade do batismo para significar a sua missão: veio para
carregar sobre si os nossos pecados, para morrer ao pecado no nosso lugar, para
ressurgir a uma vida nova: vida que agora está a nossa disposição. João prevê
que o que vem detrás dele administrará um batismo muito mais eficaz que o seu:
“Ele os batizará com o Espírito Santo e fogo”. O batismo de Jesus será eficaz.
O batismo de João é um sinal: serve para indicar o batismo de Jesus, e Jesus o
recebe como sinal da sua própria missão, que consiste em morrer e ressuscitar
por nós, a fim de poder administrar-nos o batismo no Espírito Santo. Por isso,
no evangelho de Lucas que lemos hoje se produz a manifestação do Espírito
Santo. Abrindo-se o céu, desce sobre Jesus o Espírito Santo, como uma aparência
corpórea, como uma pomba.
Em segundo
lugar, o Pai celestial queria estar também presente nesse momento sublime:
“Este é o meu Filho amado, o predileto”. Com estas palavras, o Pai glorifica e
eleva o seu Filho. A humilhação de Jesus de colocar-se na fila dos pecadores
para ser batizado por João é uma humilhação que produz uma glorificação, porque
o Pai celestial confirma a missão salvadora e redentora de Cristo. Deste modo,
temos aqui todo o mistério pascal de Jesus, anunciado com o rito do batismo de
João: descer e se submergir na água, purificar essas águas com a sua divindade
para que tenham a propriedade de lavar os nossos pecados e de sepultá-los, e
depois ressurgir para começar uma vida nova de ressuscitado. Por isso o batismo
é purificação, lavagem, regeneração, iluminação, destruição do pecado e começo
de uma vida nova em Cristo Jesus.
Finalmente,
será São Paulo na segunda leitura de hoje a Tito quem nos lembra do nosso
batismo, a dignidade com a que somos revestidos e as consequências morais a que
nos compromete o dom do batismo na nossa vida. Paulo chama isso de “banho do
segundo nascimento... renovação pelo Espírito Santo”. Presente saído do coração
misericordioso de Deus. Com gratuito, não baseado nas boas obras realizadas
previamente por nós. Graça divina para nos dedicar “às boas obras” e “renunciar
a impiedade e aos desejos mundanos, e levar desde já uma vida sóbria, honrada e
religiosa”.
Para refletir: Agradeço com frequência ao dom do
batismo? Como festejo o dia grandioso do meu santo batismo? Se sou pai ou mãe
de família, batizo quanto antes os meus filhos? Ponho nomes de santos aos meus
filhos? Quem me vê, pode deduzir pela minha conduta justa, santa e reta que sou
batizado, seguidor de Cristo?
Para rezar: Obrigado, Senhor, pelo dom do
batismo, por ter me feito filho adotivo vosso, irmão de Cristo, templo do
Espírito Santo e membro comprometido da vossa Igreja. Que nunca manche o
vestido da minha dignidade cristã. Que nunca permita que apaguem a luz da minha
fé recebida no meu batismo. Que seja fiel às promessas do meu batismo, que
renovei na minha confirmação. Amém.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:
arivero@legionaries.org
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