S. FRANCISCO DE SALES, BISPO E DOUTOR DA IGREJA
Salmo Responsorial-
24/25
R. Mostrai-me, ó Senhor, vossos
caminhos, Vossa verdade me oriente e me conduza.
Mostrai-me,
ó Senhor, vossos caminhos e fazei-me conhecer a vossa estrada! * Vossa verdade
me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.
Recordai,
Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão, que são eternas! * De mim
lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!
O Senhor é piedade e retidão e reconduz ao bom caminho os pecadores. * Ele dirige os humildes na justiça e aos pobres ele ensina o seu caminho.
2ª Leitura (1 Cor
7,29-31): Mas eis o que vos digo, irmãos: o
tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se a não
tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não
se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo,
como se dele não usassem. Porque a figura deste mundo passa.
Aleluia. O reino do
céu está perto! Convertei-vos, irmãos, é preciso! Crede todos no evangelho!
Aleluia.
Evangelho (Mc
1,14-20): Depois que João foi preso, Jesus
veio para a Galileia, proclamando a Boa Nova de Deus: «Completou-se o tempo, e
o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa Nova». Caminhando à
beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e o irmão Então disse-lhes:
«Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens». E eles, imediatamente,
deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo um pouco adiante, viu também
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão, João, consertando as redes no barco.
Imediatamente, Jesus os chamou. E eles, deixando o pai Zebedeu no barco com os
empregados, puseram-se a seguir Jesus.
«Convertei-vos e crede
na Boa Nova»
+ Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué (Manresa, Barcelona,
Espanha)
Toda ação humana conecta com o desígnio eterno de Deus sobre nós e com a vocação a escutar Jesus, segui-lo em tudo e para tudo e, proclamá-lo tal como o fizeram os primeiros discípulos, tal como o fizeram e procuramos fazê-lo milhões de pessoas.
Agora é a oportunidade de encontrar a Deus em Jesus Cristo; agora é o momento de nossa vida que empalma com a eternidade feliz ou desgraçada; agora é o tempo que Deus nos oferece para encontrar-nos com Ele, viver como seus filhos e fazer que os acontecimentos diários tenham a carga divina que Jesus Cristo —com sua vida no tempo — lhes imprimiu.
Não podemos perder a oportunidade presente! Esta vida mais ou menos comprida no tempo, mas sempre curta, pois «a figura deste mundo passa» (1Cor 7,31). Depois, uma eternidade com Deus e com seus fiéis na vida e felicidade plenas, ou longe de Deus —com os infiéis—na vida e infelicidade totais.
Assim, as
horas, os dias, os meses e os anos, não são para mal gastá-los, nem para
aposentar-se e passá-los sem pena nem glória com um simples “vamos indo”. São
para viver —aqui e agora— o que Jesus proclamou no Evangelho salvador: viver em
Deus, amando-o todo e a todos. E, assim os que amaram —Maria, Mãe de Deus e
nossa Mãe; os santos; os que foram fiéis até o fim da vida terrenal— puderam
escutar: «‘Parabéns, servo bom e fiel! (...): Vem participar da alegria do teu
senhor!’» (Mt 25,23).
Convertamo-nos!
Vale a pena: amaremos, e seremos felizes desde agora.
Cristo chama uns quantos
para que o ajudem, no corpo e na alma, na obra da salvação, às vinte quatro
horas do dia, os sete dias da semana e os doze meses do ano.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Em primeiro
lugar, quem é o que os chama? Jesus, o Filho do Deus Vivo, o Messias, o Senhor,
o Mestre, o bom Pastor, o Pão da vida, a Luz do mundo, o Caminho e a Verdade e
a Vida. Jesus, o filho de Maria, a de Nazaré que lhe deu carne e batimento
humano. Jesus, o grande Pescador de homens, lançado neste mar da vida para
salvar dos dentes dos tubarões o que pronunciar o seu nome e o aceitar como
único Redentor, subindo na cabotagem da sua Igreja, cujos primeiros remadores
são estes discípulos de Galileia. Sim, é Jesus de Nazaré quem os escolhe; esse
Jesus pobre, austero, livre, confiante na Providência divina. Não lhes promete
coisas nem dinheiro, pois o dinheiro em mãos dos consagrados pode ser perigoso,
criar dependência humana, rebaixar a dependência divina, corromper a
austeridade de vida. E se não, que fale a história de algumas ordens
religiosas: a sua corrupção ou relaxamento sempre por causa da sua riqueza.
Muito melhor livres, sozinhos, distintos e distantes. E se não, que fale Jesus
por nós.
Em segundo
lugar, e quem chama? Não filósofos, nem sábios, nem arquitetos, nem sumos
sacerdotes ou escribas. Não. Chama pobres pescadores. Não eram mendigos, mas
sim trabalhadores; iam à sinagoga nos sábados, mas não pisaram a escola nos
dias da sua vida; não tinham gota de sangue azul nas suas artérias nem um
centavo no bolso nem outro horizonte de vida que os montes, os ventos e as
ondas do seu lago natal. Eram proletários, esses que parecem agradar a Deus e
temos que tomar em consideração a quantidade desses que Ele elege! Dessa
pedreira Cristo tirou uns apóstolos que deram a sua vida por Ele. Arquimedes
disse três séculos antes de Jesus: “dá-me um ponto de apoio e eu moverei a
terra”. E a alavanca não funcionou. Jesus disse: “dá-me doze simples pescadores
e mudarei o mundo”. Foi êxito seguro. Pescadores com barcos e quilhas bem
chacoalhadas, as suas redes remendadas, as suas mãos cheias de calos, o seu
coração no ar e dependendo da providência. Chamou esses com amor e livremente.
Finalmente,
por que e para que os chama? O porquê está bem claro: porque os amou antes da
nossa criação, não pelos seus méritos, que não tinham; e sim muitos deméritos
para que não os escolhesse. E para que, bem diz a famosa canção de Cesáreo
Gabarain: “Lá na praia eu larguei o meu barco, junto a Ti buscarei outro mar”.
Para isso, nada mais e nada menos para isso: lançar-se ao mar no mesmo barco de
Jesus para pescar muitos peixes e assim não ser devorados pelos tubarões das
ideologias da moda e das falácias do mundo, e atrai-los para o mar de Jesus;
pois são peixes que o sangue redentor de Cristo ganhou e limpou e formou no
esplêndido cardume. Um mar amplo e espaçoso onde terá abundantes peixes de
todos os tamanhos e cores: peixes miúdos e grandes; peixes esquálidos e
saudáveis; peixes que estão no barco da educação, dos hospitais, dos asilos de
anciãos, e em todas as periferias existenciais. Mas também um mar que terá-como
tudo na vida-as suas ondas fortes, os seus momentos de calma. Um mar, onde por
momentos soprarão os ventos das monções e dos mormaços que parecem que vão nos
asfixiar, mas também ventos alísios que nos adormecem na mediocridade; e os
glaciares, os que buscarão nos congelar. Um mar cheio de desafios e de piratas
e de sereias. Porém, um mar onde Jesus guia o barco e está no timão. O que
temer, quem temer? Por isso, quem é escolhido por Cristo como pescador de
homens deve rezar todos os dias a oração de santo Inácio de Loiola: “Tomai,
Senhor, e recebei toda a minha liberdade, a minha memória, o meu entendimento;
tudo o que sou e possuo. Vós me destes tudo, a Vós, Senhor, devolvo tudo. Tudo
é vosso, disponde de mim como quiserdes. Dai-me o vosso amor e a vossa graça e
isto me basta…”.
Para refletir: se fui eleito pelo Senhor para ser
pescador de homens, estou feliz e agradecido com Ele? Deixei Cristo no timão do
meu barco? Lanço as redes com toda a minha arte e com a confiança posta no
Senhor que vai dentro do meu barco? Prefiro ir a alto mar ou fico na margem do
medo e da preguiça?
Para rezar: Senhor, obrigado por ter me
escolhido. Limpai as minhas redes. Restaurai os meus remos. Tomai o timão do
meu barco. Convosco, estou feliz. Se me derdes abundantes peixes, estou feliz.
Se quiserdes que experimente a esterilidade, também estarei feliz. Com tal de
ir contigo, o que mais me importa? Contente, Senhor, contente, como santo
Alberto Hurtado.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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