Salmo Responsorial: 22
R. Habitarei para sempre na casa do
Senhor.
O Senhor é
meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às
águas refrescantes e reconforta a minha alma.
Ele me guia
por sendas direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales
tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo: o vosso cajado e
o vosso báculo me enchem de confiança.
Para mim
preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e
o meu cálice transborda.
A bondade e
a graça hão de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa
do Senhor para todo o sempre.
Aleluia. O Senhor vem
salvar o seu povo: felizes os que estão preparados para ir ao seu encontro.
Aleluia.
Evangelho (Mt
15,29-37): Partindo dali, Jesus foi para as
margens do mar da Galileia, subiu a montanha e sentou-se. Grandes multidões iam
até ele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros
doentes. Eles os trouxeram aos pés de Jesus, e ele os curou. A multidão ficou
admirada, quando viu mudos falando, aleijados sendo curados, coxos andando e
cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. Jesus chamou seus discípulos
e disse: «Sinto compaixão dessa multidão. Já faz três dias que estão comigo, e
não têm nada para comer. Não quero mandá-los embora sem comer, para que não
desfalecem pelo caminho». Os discípulos disseram: «De onde vamos conseguir, num
lugar deserto, tantos pães que possamos saciar tão grande multidão?» Jesus
perguntou: «Quantos pães tendes?» Eles responderam: «Sete, e alguns peixinhos».
Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. Depois tomou os sete pães e
os peixes, deu graças, partiu-os e os deu aos discípulos, e os discípulos os
distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram saciados; e encheram sete
cestos com os pedaços que sobraram.
«Quantos pães tendes?
Eles responderam: Sete, e alguns peixinhos»
Rev. D. Joan COSTA i Bou (Barcelona, Espanha)
O Evangelho
de hoje nos ajuda a dar-nos conta, também, da necessidade de homens que
conduzam outros a Jesus Cristo. Os que levam os doentes a Jesus para que os
cure são imagem de todos aqueles que sabem que o maior ato de caridade para com
o próximo é aproximá-lo a Cristo, fonte de toda a Vida. A vida de fé exige, portanto,
a santidade e o apostolado.
São Paulo
exorta a ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (cf. Fl 2,5). Nosso relato
mostra como é o coração: «Sinto compaixão dessa multidão» (Mt 15,32). Não pode
deixá-los porque estão famintos e fatigados. Cristo busca o homem em toda a
necessidade e faz-se encontrado. Que bom é o Senhor conosco e que importantes
somos as pessoas diante dos seus olhos! Só em pensá-lo dilata-se o coração
humano cheio de agradecimento, admiração e desejo sincero de conversão.
Esse Deus
feito homem, que tudo pode, e que nos ama apaixonadamente e a quem necessitamos
em tudo e para tudo — «sem mim, nada podeis fazer» (Jo 15,5) — precisa,
paradoxalmente, também de nós: esse é o significado dos sete pães e os poucos
peixes que usará para alimentar a multidão do povo. Se nos déssemos conta de
como Jesus se apoia em nós, e do valor que tem tudo o que fazemos para Ele, por
pequeno que seja, nos esforçaríamos mais e mais para Lhe corresponder com todo
o nosso ser.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
*
São sempre os mesmos elementos que compõem o quadro do evangelho: Jesus,
a montanha, o mar, a multidão, os doentes, os necessitados, os problemas da
vida. Apesar de já bem conhecidos, como o sol de cada dia, estes mesmos
elementos sempre trazem uma nova mensagem.
*
Como Moisés, Jesus sobe a montanha e o povo reúne ao redor. Eles trazem
consigo seus problemas: os doentes, os coxos, aleijados, cegos, mudos,
tantos... Não são os grandes, mas os pequenos. Eles são o começo do novo povo
de Deus que se reúne ao redor do novo Moisés. Jesus cura a todos.
*
Jesus chama os discípulos. Ele sente compaixão do povo que não têm o que
comer. Para os discípulos, a solução deve vir de fora: “Onde conseguir pão para
tanta gente?” Para Jesus, a solução deve vir de dentro do povo: “Quantos pães
vocês têm?” – “Sete e uns peixinhos”. Com este pouco Jesus matou a fome de
todos, e ainda sobrou. Se houvesse partilha hoje, não haveria fome no mundo.
Sobrava, e muito! Realmente, um outro mundo é possível!
*
A narração da multiplicação dos pães evoca a eucaristia e dela revela o
valor, ao dizer: “Jesus tomou o pão em suas mãos, deu graças, o partiu e deu
aos seus discípulos”.
Para um confronto pessoal
1. Jesus teve compaixão. Existe compaixão em mim pelos
problemas da humanidade? Faço algo?
2. Os discípulos esperam a solução de fora. Jesus desperta para a solução de dentro. E eu?
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