Salmo Responsorial -
Lc 1
R. O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome.
A minha
alma engrandece o Senhor, * e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador.
Pois ele
viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de
bendita. * O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome!
Seu amor,
de geração em geração, chega a todos os que o respeitam. * Demonstrou o poder
de seu braço, dispersou os orgulhosos.
Derrubou os
poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. * De bens saciou os famintos e
despediu, em nada, os ricos.
Acolheu
Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, * como havia prometido aos nossos pais em
favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.
Aleluia. Feliz quem
ouve e observa a palavra de Deus! Aleluia.
Evangelho (Mt
12,46-50): Naquele tempo, Jesus falava ainda à
multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a
ocasião de lhe falar. Disse-lhe alguém: «Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e
querem falar-te». Jesus respondeu-lhe: «Quem é minha mãe e quem são meus
irmãos?» E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: «Eis aqui
minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos
céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».
«Todo aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
A tradição
cristã está convencida de que Maria - sendo muito nova - decidiu dedicar-se
plenamente de alma e corpo a Deus. Na realidade, este foi o motivo pelo qual num
dia como hoje, mas no ano 543, em Jerusalém, foi feita a dedicação da igreja de
Santa Maria a Nova.
A tradição cristã está convencida de que Maria - sendo muito nova - decidiu dedicar-se plenamente de alma e corpo a Deus. Na realidade, este foi o motivo pelo qual num dia como hoje, mas no ano 543, em Jerusalém, foi feita a dedicação da igreja de Santa Maria a Nova.
O que são
os caminhos de Deus! frequentemente discretos e sempre eficazes. Na antiguidade
era totalmente impensável que uma rapariga não fosse dada em casamento. Uma
rapariga “solteira”, estava sujeita a que dela se suspeitasse o contrário do
que Maria pretendia. Porém assim, - coisas do Espírito Santo! - a jovem Maria
foi desposada por José. Sem dúvida, a Divina Providência tinha preparado um
homem santo - também o imaginamos jovem - capaz de cuidar de Maria tal “como
Deus manda”.
Não sabemos
como, mas podemos pensar que Maria e José tinham acordado entregar-se
completamente a Deus partilhando um “matrimónio virginal” (algo também
impensável). Se não fosse através deste caminho peculiar, como se podia
proteger a virgindade de Santa Maria? Seguramente S. José era o único rapaz
judeu capaz de aceitar a missão de proteger a virgindade de Maria através de um
matrimónio também virginal. Os dois, como irmãos dedicados plenamente ao querer
de Deus.
Finalmente,
aconteceu que esse matrimónio tão característico – virginal – fosse o
instrumento necessário que Deus preparou para o seu Filho “entrar” na terra,
«nascido de uma mulher, e submetido a uma lei» (Gal 4,4). «Maria concebeu
Cristo no seu coração pela fé antes de O conceber fisicamente no seu corpo»
(Santo Agostinho). Também nós, imitando a Virgem Santa Maria, podemos conceber
Jesus no nosso coração através da fé e da obediência a Deus, uma vez que «Todo
aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha
mãe» (Mt 12,50).
Reflexão de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
• No antigo
Israel, o clã, ou seja, a grande família (a comunidade) era a base da
convivência social. Era a proteção das famílias e das pessoas, a garantia da
posse da terra, o fluxo principal da tradição, a defesa da identidade. Era a
maneira concreta de que as pessoas da época tinham a encarnar o amor de Deus no
amor ao próximo. Defender o clã era o mesmo que defender a Aliança.
• Na Galileia
no tempo de Jesus, por causa do sistema implantado durante o longo governo de
Herodes, o Grande (37 aC a 4 aC) e seu filho Herodes Antipas (4 aC a 39 dC), o
clã (a comunidade) estava se enfraquecendo. Devia-se pagar impostos tanto para
o governo como para o Templo, a dívida pública crescia, dominava a mentalidade
individualista da ideologia helenista, havia frequentes ameaças de repressão
violenta da parte dos romanos, a obrigação de acolher os soldados e dar-lhes
hospitalidade, os problemas cada vez maiores da sobrevivência, tudo isto levava
as famílias fecharem-se em suas próprias necessidades. Este fechamento era
reforçado pela religião da época. Por exemplo, quem dava a sua herança para o
Templo, eles poderiam deixar seus pais sem ajuda. Isso enfraqueceu o quarto
mandamento, que era a dobradiça do clã (Mc 7,8-13). Além disso, a observância
das normas de pureza era fator de marginalização de muitas pessoas: mulheres,
crianças, samaritanos, estrangeiros, leprosos, endemoniados, publicanos,
doentes, aleijados, paralíticos.
• E assim,
a preocupação com os problemas da própria família impedia que as pessoas se
unissem em comunidade. Então, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se na
vida comunitária do povo, as pessoas tinham de ir além dos limites estreitos da
pequena família e abrir-se novamente para a grande família, para a Comunidade.
Jesus nos dá o exemplo. Quando sua família tentou agarrá-lo, reagiu e alargou o
sentido da família: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" E,
estendendo a mão para os seus discípulos, disse: "Aqui estão minha mãe e
meus irmãos. Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão,
minha irmã e minha mãe ". Criou comunidade.
• Jesus
pedia o mesmo para todos os que queiram segui-lo. As famílias não poderiam
fechar-se em si mesmas. Os excluídos e marginalizados deviam ser recebidos
dentro da convivência e, assim, se sentir acolhidos por Deus (cf. Lc 14,12-14).
Este era o caminho para alcançar o objetivo da Lei que dizia: "Não deve
haver pobres entre vós" (Dt 15,4). Como os grandes profetas do passado,
Jesus procurava fortalecer a vida comunitária nas aldeias da Galileia. Ele
retoma o sentido mais profundo do clã, família, da comunidade, como expressão
da encarnação do amor de Deus no amor ao próximo.
Para um confronto pessoal
• Viver a
fé em comunidade. Qual é o lugar e a influência das comunidades em minha
maneira de viver a fé?
• Hoje, em
grandes cidades, a massificação promove o individualismo que é contrário da
vida em comunidade. O que estou fazendo para combater este mal?
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