Salmo Responsorial: 26
R. Espero contemplar a bondade do
Senhor na terra dos vivos.
O Senhor é
minha luz e salvação: a quem hei de temer? O Senhor é o protetor da minha vida:
de quem hei de ter medo?
Uma coisa
peço ao Senhor, por ela anseio: habitar na casa do Senhor todos os dias da
minha vida, para gozar da suavidade do Senhor e visitar o seu santuário.
Ouvi,
Senhor, a voz da minha súplica, tende compaixão de mim e atendei-me. A vossa
face, Senhor, eu procuro: não escondais de mim o vosso rosto.
Espero vir
a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê
forte. Tem coragem e confia no Senhor.
2ª Leitura (Rm 2 Cor
4, 14 – 5, 1 ): Como sabemos, irmãos, Aquele que
ressuscitou o Senhor Jesus também nos há de ressuscitar com Jesus e nos levará
convosco para junto d’Ele. Tudo isto é por vossa causa, para que uma graça mais
abundante multiplique as ações de graças de um maior número de cristãos para
glória de Deus. Por isso, não desanimamos. Ainda que em nós o homem exterior se
vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para dia. Porque a
ligeira aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida,
um peso eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis, olhamos para as
invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são
eternas. Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for
desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus e não é
feita pela mão dos homens.
Aleluia. Bendito
sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelastes aos pequeninos os
mistérios do reino. Aleluia.
Evangelho (Lc
23,33.39-43): Quando chegaram ao lugar chamado
Calvário, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à
sua esquerda. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: Tu não és o
Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós! Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes
a Deus, tu que sofres a mesma pena? Para nós, é justo sofrermos, pois estamos
recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal. E acrescentou: Jesus,
lembra-te de mim, quando começares a reinar. Ele lhe respondeu: Em verdade te
digo: hoje estarás comigo no Paraíso
«Construís os túmulos
dos profetas! No entanto, foram vossos pais que os mataram»
Fra. Agustí BOADAS Llavat OFM (Barcelona, Espanha)
Os
sofrimentos da Humanidade são os sofrimentos da Igreja e têm em comum, sem dúvida,
o fato de todo o sofrimento ser de algum modo privação de vida. Por isso a
morte de um ser querido nos causa uma dor tão indescritível que nem a fé
sozinha consegue aliviá-la. Assim, os homens sempre quiseram honrar os
defuntos. Na verdade, a memória é uma forma de fazer com que os ausentes
estejam presentes, de perpetuar a sua vida. Mas os mecanismos psicológicos e
sociais, com o tempo, amortecem as recordações. E se, humanamente, esse fato
pode levar à angústia, os cristãos, graças à ressurreição, têm paz. A vantagem
de nela crermos é que nos permite confiar em que, apesar do esquecimento,
voltaremos a encontrar-nos na outra vida.
Uma segunda
vantagem de crermos consiste em que, ao recordar os defuntos, rezamos por eles.
Fazemo-lo no nosso interior, na intimidade com Deus, e cada vez que rezamos
juntos, na Eucaristia: não estamos sós perante o mistério da morte e da vida,
antes o compartilhamos como membros do Corpo de Cristo. Mais ainda: ao ver a
cruz, suspensa entre o céu e a terra, sabemos que se estabelece uma comunhão
entre nós e os nossos defuntos. Por isso S. Francisco proclamou agradecido:
Louvado sejas, Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal.
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