1ª leitura (Ef
1,1-10): Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela
vontade de Deus, aos santos e fiéis em Cristo Jesus: a vós, graça e paz, da
parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Bendito seja Deus, Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito
em virtude de nossa união com Cristo, no céu. Em Cristo, ele nos escolheu,
antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu
olhar, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por
intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, para o louvor da
sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu Bem-amado. Pelo seu
sangue, nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas, segundo a
riqueza da sua graça, que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a
toda a sabedoria e prudência. Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, o
desígnio benevolente que de antemão determinou em si mesmo, para levar à
plenitude o tempo estabelecido e recapitular em Cristo, o universo inteiro:
tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra.
Salmo Responsorial: Sl
97(98)
R. O Senhor fez conhecer a salvação/
e às nações revelou sua justiça.
— Cantai ao
Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço
forte e santo/ alcançaram-lhe a vitória.
— O Senhor
fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça;/ recordou o seu amor
sempre fiel/ pela casa de Israel.
— Os confins
do universo contemplaram/ a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó
terra inteira, / alegrai-vos e exultai!
Aleluia. Sou o
caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim. Aleluia.
Evangelho (Mt
11,25-30): Naquele tempo, Jesus pronunciou
estas palavras: «Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque
escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos.
Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me
foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém
conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo. Vinde a
mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu
jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de
coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e
meu peso é leve».
«Escondeste estas
coisas aos sábios e entendidos e revelaste-as aos pequenos»
Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell (Agullana, Girona, Espanha)
Deus, nosso
Pai, não nos abandona nunca. Pelo contrário, somos nós que temos de nos
abandonar nas mãos de Deus. O Evangelho de hoje a isso nos convida: confiar
n’Aquele que nos acompanha sempre. Ter confiança e ser humilde não está na
moda, mas é com certeza o único caminho para chegar a Deus. Santa Teresa
afirma-o expressamente: «Vi claramente que, se queremos que a soberana
majestade nos revele grandes segredos, temos de entrar por esta porta [a
contemplação de Jesus]. Ninguém queira nenhum outro caminho (...). Este caminho
há de percorrer-se com liberdade, abandonando-nos nas mãos de Deus».
Perguntemo-nos,
especialmente hoje, como é a nossa vida: guardamos silêncio para deixar que
Deus fale? Rezamos abandonando-nos nas suas mãos? Mas confiar e ser humilde são
dois objetivos que temos de aprender dentro da Igreja, nossa Mãe: confiamos
humildemente nela e amamo-la?
Reflexão de Frei
Carlos Mesters, OCarm.
No
Evangelho de hoje, Jesus acolhe os pequenos e manifesta o desejo de que os
pobres encontrem descanso e paz. Por causa desta sua opção pelos pobres e
excluídos, Jesus foi criticado e perseguido. Muita gente não foi capaz de
entendê-lo. O próprio João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado,
ficou na dúvida (Mt 11,1-15). O povo, que olhava para Jesus com finalidade
interesseira, não soube como acolhê-lo (Mt 11,16-19). As grandes cidades ao
redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não
quiseram aceitar a sua mensagem (Mt 11,20-24). Os sábios e doutores, que
julgavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entendê-lo
(Mt 11,25). Só os pequenos o entendiam e aceitavam a Boa Nova do Reino (Mt
11,25-30).
* Mateus 11,25-26: O Evangelho
revelado aos pequenos
Diante
desta contradição que marcava a sua vida, Jesus fez esta prece: "Eu te
louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios
e inteligentes e as revelaste aos pequenos”.
Os sábios, os doutores, animados por uma ideia errada de Deus, tinham
criado uma série de leis que eles impunham ao povo em nome de Deus. Mas a lei
do amor, trazida por Jesus, dizia o contrário. O que importa, não é o que nós
fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! O povo
pobre, os pequenos, entendia esta mensagem de Jesus e ficava alegre. Os sábios
achavam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento. E
Jesus termina: Sim, Pai, assim foi do teu agrado! É do agrado do Pai que os sábios e
inteligente não entendam a mensagem. Se quiserem entende-lo, deverão fazer-se
discípulos dos pequenos, dos pobres e excluídos.
* Mateus 11,27: O Filho conhece o
Pai e o revela a quem ele quer
Jesus, como
Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás,
entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o revelou a
Jesus, e Jesus o revela aos pequenos, pois estes se abrem para a sua mensagem.
* Mateus 11,28-30: Vinde a mim vocês
todos
Jesus
convida a todos que estão cansados debaixo do peso das leis, das observâncias e
dos impostos, e promete descanso. Ele diz: “Aprendam de mim que sou manso e
humilde de coração”. Muitas vezes, esta frase foi manipulada para pedir ao povo
submissão, mansidão e passividade. O que Jesus quer dizer é o contrário. Ele
pede que o povo deixe de lado os professores de religião da época e comece a
aprender dele, de Jesus, que é "manso e humilde de coração". Jesus
não é como os escribas que se vangloriam de sua ciência, mas é como o povo que
vive humilhado e explorado. Jesus, o novo mestre, sabe por experiência o que se
passa no povo e o que o povo sofre. Jesus é o abrigo que o Pai oferece ao povo
cansado!
* As comunidades da época de Mateus estavam numa
travessia difícil e perigosa, saindo do mundo fechado das observâncias e dos
sacrifícios para o mundo aberto do amor e da misericórdia. Também nós estamos
numa travessia difícil para um novo tempo e uma nova maneira de sermos
cristãos. O evangelho de hoje é um espelho do que se passa nas nossas
comunidades. Nós também queremos que as nossas comunidades sejam um abrigo que
o Pai oferece ao povo cansado e pobre. Para isto é importante que deixemos que
o Pai tome conta de nossas vidas e que possamos dizer com Jesus: “Nós, filhos e
filhas, conhecemos o Pai, e o Pai nos conhece!” Só assim poderemos ser uma
presença contemplativa e profética no meio do povo pobre.
Para confronto pessoal
1) A ciência pode ajudar e pode impedir de reconhecer e
acolher a mensagem de Jesus. O que mais predomina na minha vida?
2) Os pequenos entendem e aceitam a mensagem. Já aprendi deles algo que eu não sabia?
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