Salmo Responsorial -
Sl 90(91),1-2.3-4.5-6.10-11 (R. 11)
R. O Senhor deu uma ordem aos seus
anjos, para em todos os caminhos te guardarem.
Quem habita
ao abrigo do Altíssimo * e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: "Sois
meu refúgio e proteção, * sois o meu Deus, no qual confio inteiramente". R.
Do caçador
e do seu laço ele te livra. * Ele te salva da palavra que destrói. Com suas
asas haverá de proteger-te, * com seu escudo e suas armas, defender-te. R.
Não temerás
terror algum durante a noite, * nem a flecha disparada em pleno dia; nem a peste
que caminha pelo escuro, * nem a desgraça que devasta ao meio-dia. R.
Nenhum mal
há de chegar perto de ti, * nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor
deu uma ordem a seus anjos * para em todos os caminhos te guardarem. R.
Aleluia. Bendizei ao
Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis sua vontade! Aleluia.
Evangelho (Mt
18,1-5.10): Naquele tempo, os discípulos
aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: «Quem é o maior no Reino dos céus?».
Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: «Em verdade vos
declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não
entrareis no Reino dos céus. Aquele que se fizer humilde como esta criança será
maior no Reino dos céus. E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a
mim que recebe. Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos
digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos
céus».
«Os seus anjos no céu
contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus».
Dr. Antoni PUJALS i Ginabreda (Terrassa, Barcelona,
Espanha)
Jesus,
assim de passagem, quis deixar a doutrina bem clara. «Chamou uma criancinha,
colocou-a no meio deles e disse: (...) Guardai-vos de menosprezar um só destes
pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face
de meu Pai que está nos céus» (Mt 18,2.10). A existência dos anjos «é uma
verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro como a unanimidade da
Tradição» (Catecismo da Igreja, nº 328).
- Eu,
Jesus, nunca tive dúvidas sobre a existência dos anjos. Já em criança, a minha
mãe mó recordava cada manhã quando ia para a escola. Ele guiou todos os meus
passos até me conduzir ao sacerdócio. De novo, o Catecismo ensina: «Desde o seu
começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e
intercessão. ‘Ninguém pode negar que cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor
e pastor para o guiar na vida’ (São Basílio)» (n. 336).
São Josemaria
recomendava não somente ter-lhes devoção, mas também amizade: «Tem confiança
com o teu Anjo da Guarda. - Trata-o como amigo íntimo - é-o efetivamente - e
ele saberá prestar-te mil e um serviços nos assuntos correntes de cada dia».
- Peço-lhe
ajuda frequentemente e nunca deixou de me atender: «Ficas pasmado porque o teu
Anjo da Guarda te tem prestado serviços patentes. - E não devias pasmar; para
isso o colocou o Senhor junto de ti». E quando vou pela rua penso: Este se
calhar não sabe que tem um anjo junto de si. Anjo, ajuda-o! Também é coisa
aprendida com São Josemaria: «Habitua-te a confiar cada uma das pessoas com
quem te dás ao seu Anjo da Guarda».
Daqui
resulta que, «toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa
dos Anjos», diz-nos o Catecismo (nº 334). - Quantos motivos tenho para dar
graças a Deus e a sua Mãe, a Rainha dos Anjos!
Reflexão de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* No Evangelho de hoje vamos meditar
aquela parte que fala do acolhimento a ser dado aos pequenos. A expressão, os pequenos não se
refere só às crianças, mas sim às pessoas sem importância na sociedade,
inclusive as crianças. Jesus pede que os pequenos estejam no centro das
preocupações da comunidade, pois "o Pai não quer que um só destes pequenos
se perca" (Mt 18,14).
* Mateus 18,1: A pergunta dos
discípulos que provocou o ensinamento de Jesus
Os
discípulos querem saber quem é o maior no Reino. Só o fato de alguém fazer esta
pergunta mostra que ele não entendeu bem a mensagem de Jesus. A resposta de
Jesus, isto é, o Sermão da Comunidade todo inteiro, é para fazer entender que
entre os seguidores e as seguidoras de Jesus deve vigorar o espírito de
serviço, doação, perdão, reconciliação e amor gratuito, sem buscar o próprio
interesse.
* Mateus 18,2-5: O critério básico:
o menor é o maior.
“Jesus
chamou uma criança, colocou-a no meio deles”, Os discípulos querem um critério
para poder medir a importância das pessoas na comunidade. Jesus responde que o
critério é a criança! Criança não tem importância social, não pertence ao mundo
dos grandes. Os discípulos, em vez de crescerem para cima e para o centro,
devem crescer para baixo e para a periferia! Assim serão os maiores no Reino! E
o motivo é este: “Quem recebe a um destes pequenos, recebe a mim!” O amor de
Jesus pelos pequenos não tem explicação. Criança não tem mérito, é amada pelos
pais e por todos por ser criança. É a pura gratuidade do amor de Deus que aqui
se manifesta e pede para ser imitada na comunidade pelos que acreditam em
Jesus.
2. Mateus 18,6-9: Não escandalizar
os pequenos.
O evangelho
de hoje omite estes versículos de 6 a 9 e continua no versículo 10. Damos uma
breve chave de leitura para estes versículos 6 a 9. Escandalizar os pequenos
significa: ser motivo pelo qual os pequenos percam a fé em Deus e abandonem a
comunidade. A insistência demasiada em normas e observâncias, como faziam
alguns fariseus, afastava os pequenos, pois já não encontravam a prática
libertadora trazida por Jesus. Diante disso, Mateus conservou frases bem fortes
de Jesus, como aquela da pedra de moinho amarrada no pescoço e aquela outra:
“Ai daquele ou daquela que for causa de escândalo!” Sinal de que naquele tempo
os pequenos já não se identificavam mais com a comunidade e procuravam outros
abrigos. E hoje? Só no Brasil, por ano, são em torno de um milhão de pessoas
que abandonam as igrejas históricas e migram para as pentecostais. E são os
pobres que fazem esta transição. Se eles saem, é porque os pobres, os pequenos,
já não se sentem em casa na nossa casa! Qual o motivo? Para evitar este
escândalo, Jesus manda cortar mão ou pé e arrancar o olho. Estas afirmações de
Jesus não podem ser tomadas ao pé da letra. Elas significam que se deve ser
muito exigente no combate ao escândalo que afasta os pequenos. Não podemos
permitir, de forma nenhuma, que os pequenos se sintam marginalizados na nossa
comunidade. Pois neste caso a comunidade já não seria um sinal do Reino de
Deus. Não seria de Jesus Cristo. Não seria cristã.
3. Mateus 18,10: Os anjos dos
pequenos na presença do Pai
"Cuidado
para não desprezar nenhum desses pequeninos, pois eu digo a vocês: os anjos
deles no céu estão sempre na presença do meu Pai que está no céu”. Hoje, às
vezes, se ouve alguém perguntar: “Será que os anjos existem? Será que não é um
elemento da cultura persa, onde os judeus viveram tantos séculos atrás durante
o exílio da Babilônia?” É possível que seja. Mas isto não é o X da questão, não
é a questão principal. Na Bíblia, o anjo tem um outro significado. Há textos em
que se fala do Anjo de Javé ou Anjo de Deus e de repente se fala de Deus. Troca
um pelo outro (Gn 18,1-2.9.10.13.16: cf Jz 13,3.18). Na Bíblia, anjo é o rosto
de Javé voltado para nós. Anjo de guarda é o rosto de Deus voltado para mim,
para você! É a expressão personalizada da convicção mais profunda da nossa fé,
a saber, que Deus está conosco, comigo, sempre! É uma maneira de concretizar o
amor e a presença de Deus na nossa vida, até nos mínimos detalhes.
Para um confronto pessoal
1) Os pequenos são acolhidos na nossa comunidade? As
pessoas mais pobres do bairro participam da nossa comunidade?
2) Anjos de Deus, Anjo de Guarda. Muitas vezes, o Anjo de
Deus é a pessoa que ajuda outra pessoa. Existem muitos anjos e anjas na sua
vida?
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