Sta Isabel, Rainha de Portugal Viúva |
1ª Leitura (Am
9,11-15): Eis o que diz o Senhor: «Naquele
dia voltarei a erguer a tenda arruinada de David, repararei as suas brechas,
restaurarei as suas ruínas e reconstrui-la-ei como nos tempos de outrora. Assim
poderão conquistar o resto de Edom e de todas as nações em que o meu nome foi
proclamado, – diz o Senhor, que cumprirá a sua palavra –. Dias virão – diz o
Senhor – em que o homem que lavra seguirá de perto o que ceifa e o que pisa as
uvas seguirá de perto aquele que planta. O vinho novo jorrará dos montes e
escorrerá das colinas. Farei voltar os cativos do meu povo de Israel: eles
reconstruirão as cidades devastadas e habitarão nelas, plantarão vinhas e
beberão o seu vinho, cultivarão pomares e comerão os seus frutos. Plantá-los-ei
na sua terra e não mais serão arrancados da terra que Eu lhes dei» – diz o
Senhor, teu Deus.
Salmo Responsorial: 84
R. O Senhor anuncia a paz ao seu
povo.
Escutemos o
que diz o Senhor: Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis e a quantos de
coração a Ele se convertem.
Encontraram-se
a misericórdia e a fidelidade, abraçaram-se a paz e a justiça. A fidelidade vai
germinar da terra e a justiça descerá do Céu.
O Senhor
dará ainda o que é bom e a nossa terra produzirá os seus frutos. A justiça
caminhará à sua frente e a paz seguirá os seus passos.
Aleluia. As minhas
ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor; Eu conheço as minhas ovelhas e elas
seguem-Me. Aleluia.
Evangelho (Mt
9,14-17): Aproximaram-se de Jesus os
discípulos de João e perguntaram: «Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao
passo que os teus discípulos não jejuam?». Jesus lhes respondeu: «Acaso os
convidados do casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?
Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então jejuarão. Ninguém põe remendo
de pano novo em roupa velha, porque o remendo novo repuxa o pano velho e o
rasgão fica maior ainda. Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os
odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se
põe em odres novos, e assim os dois se conservam».
«Dias virão em que o
noivo lhes será tirado. Então jejuarão»
Rev. D. Joaquim FORTUNY i Vizcarro (Cunit, Tarragona,
Espanha)
Bta Mª Crucifixa Curcio Virgem de nossa Ordem |
Jesus que
nunca deixa a ninguém sem resposta, lhes dirá: «Acaso os convidados do
casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que
o noivo lhes será tirado. Então jejuarão» (Mt 9,15). O jejum era, e é, uma
prática penitencial que contribui para «adquirir o domínio sobre nossos
instintos e a liberdade de coração» (Catecismo da Igreja Católica, n. 2043) e a
implorar à misericórdia divina. Mas nesses momentos, a misericórdia e o amor
infinito de Deus estava no meio deles com a presença de Jesus, o Verbo
Encarnado. Como podiam jejuar? Só havia uma atitude possível: a alegria, o gozo
pela presença de Deus feito homem. Como poderiam jejuar se Jesus havia revelado
uma maneira nova de relacionar-se com Deus, um espírito novo que rompia com
todas aquelas maneiras antigas de viver?
Hoje Jesus
está: «Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28,20) e
também não está, porque voltou ao Pai e por isso clamamos: Vem Senhor Jesus!
Estamos
vivendo tempos de expectativa. Por isso, convém renovar-nos a cada dia, com o
espírito novo de Jesus, desprendendo-nos de nossas rotinas, jejuando de tudo
aquilo que nos impeça de avançar a uma identificação plena com Cristo, à
santidade. «Justo é nosso choro —nosso jejum— se queimamos em desejos de vê-lo»
(Santo Agostinho).
À Santa
Maria, supliquemos que nos outorgue as graças que necessitamos para viver a
alegria de nos sabermos filhos amados de Deus.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
D. Frei Vital, Bispo e Mártir |
* Mateus 9,14: A pergunta dos
discípulos de João em torno da prática do jejum
O jejum é
um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio
Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os
discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os
discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem
saber porque Jesus não insiste no jejum: "Nós e os fariseus fazemos jejum.
Por que os teus discípulos não fazem jejum?"
* Mateus 9,15: A resposta de Jesus
Jesus
responde com uma comparação em forma de pergunta: “Vocês acham que os amigos do
noivo podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles?” Jesus associa o
jejum com luto, e ele se considera o noivo. Enquanto o noivo está com os amigos
do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar.
Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de
casamento. Não precisam nem podem jejuar. Um dia, porém, o noivo vai ser
tirado. Será um dia de luto. Aí, se quiserem, poderão jejuar. Jesus alude à sua
morte. Sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as
autoridades vão querer matá-lo.
* Mateus 9,16-17: Vinho novo em odre
novo!
Nestes dois
versículos, o evangelho de Mateus traz duas sentenças soltas de Jesus sobre o
remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo. Estas palavras
jogam uma luz sobre as discussões e conflitos de Jesus com as autoridades
religiosas da época. Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora
de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém
coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação faz
estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas
autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Tanto os discípulos
de João como os fariseus, os dois procuravam renovar a religião. Na realidade,
porém, faziam apenas remendos e, por isso, corriam o perigo de comprometer e
estragar tanto a novidade deles como os costumes antigos. Não se deve querer
combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Ou um, ou outro! O
vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre velho. Tem que saber separar as
coisas. Muito provavelmente, Mateus traz estas palavras de Jesus para orientar
as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeu-cristãos que queriam
reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes da vinda de Jesus.
Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele não quer é que o velho se imponha
ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Não se pode reler o Vaticano II
com mentalidade pré-conciliar, como alguns procuram fazer hoje.
Para um confronto pessoal
1. Quais os conflitos em torno de práticas religiosas
que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e
polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos,
normas e proibições?
2. Como entender a frase de Jesus: “Não colocar remendo
de pano novo em roupa velha”? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para a
sua comunidade hoje?
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