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terça-feira, 31 de março de 2020

II VIA SACRA COM SANTA TERESA DE JESUS


Santa Teresa viveu sua espiritualidade profundamente voltada para a "Sacratíssima  Humanidade de Nosso Senhor" (M 6,7), recomendando que A buscasse com todas as forças (V 12,9). E ao falar do mistério da Cruz, afirmava ser este o "selo dos fortes amigos de Cristo". (C 17,7)

O Catecismo vem nos lembrar que ao entregar o seu Filho pelos nossos pecados, Deus manifesta que o seu plano sobre nós é um desígnio de amor benevolente, independente de qualquer mérito da nossa parte, pois "Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores" - cf. Rm 5, 8. (CEC 604).

Rezemos com confiança esta Via Sacra, contemplando os mistérios de nossa salvação, com o auxílio dos escritos de santa Madre Teresa de Jesus.

ORAÇÃO INICIAL:
Senhor Jesus, queremos nesta via-sacra seguir vossos passos no caminho para o Calvário, com a ajuda de vossa amantíssima esposa Teresa. Neste longo e doloroso trajeto, suportastes dores, injúrias e humilhações. Ajudai-nos a meditar estas estações com muita fé e devoção. Queremos aprender de Vós a fidelidade a Deus, mesmo diante das dificuldades que nos cercam ao longo da vida.

I. JESUS É CONDENADO À MORTE.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Muitos anos, a maior parte das noites, antes que adormecesse, quando para dormir me encomendava a Deus, pensava sempre um pouco neste passo da oração do Horto, ainda mesmo antes de ser freira, porque me disseram que se ganhavam muitos perdões. Tenho para mim que assim ganhou muito a minha alma, porque comecei a ter oração sem saber que coisa era e já o costume tão assente em mim me fazia não a deixar, bem como de me persignar para dormir. Em especial achava-me muito bem na oração do Horto; ali era o fazer-Lhe eu companhia. Pensava naquele suor e aflição que ali tinha tido. Se pudesse, desejaria limpar-Lhe aquele tão penoso suor, mas recordo-me de que jamais ousava determinar-me a fazê-lo, pois se me representavam os meus tão graves pecados. Ficava-me ali com Ele o mais que me permitiam meus pensamentos, porque eram muitos os que me atormentavam". (Vida 9,4)

"Ficai aqui e vigiai comigo. Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca". (Mt 26,41)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

II. JESUS TOMA A CRUZ NOS OMBROS.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Já Vós sabeis, meu Bem, que, se tenho algum bem, não é dado por outras mãos senão pelas Vossas. Pois, que se Vos dá, Senhor, em antes dar muito do que dar pouco? Se é por eu não o merecer, tão-pouco merecia as graças que me tendes feito (...) Não, não se pode sofrer, Deus meu - nem quisera eu sofrêsseis Vós - que haja em Vossa serva coisa que não contente os Vossos olhos. Pois olhai, Senhor, que os meus estão cegos e se contentam com muito pouco. Dai-me Vós a luz e fazei que, com verdade, deseje que todos me aborreçam, pois tantas vezes Vos tenho deixado a Vós, que me amais com tanta fidelidade!" (C 15,5)

"Seguia-o uma grande multidão de povo..." (Lc 23,27a)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

III. JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Era a de Cristo muito chagado e tão devota que, ao pôr nela os olhos, toda eu me perturbei por O ver assim, porque representava bem o que passou por nós. Foi tanto o que senti por tão mal Lhe ter agradecido aquelas chagas, que o coração, me parece, se me partia e arrojei-me junto d' Ele com grandíssimo derramamento de lágrimas, suplicando-Lhe me fortalecesse de uma vez para sempre para não O ofender". (Vida 9,1)

"Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz..." (Jo 19,17)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

IV. JESUS ENCONTRA SUA MÃE.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"O Senhor toma a cruz da Santa e a restitui adornada de cinco pedras preciosas (...) Também vos parecerá que quem goza de coisas tão sublimes, não terá meditação nos mistérios da sacratíssima Humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque já se exercitará toda em amor (...) Também lhes parecerá a algumas que não podem pensar na Paixão; pois menos poderão pensar na Santíssima Virgem, nem na vida dos Santos, que tão grande proveito e alento nos dá a sua memória". (V 29,7; M 6,7,4-6)

"Simeão disse a Maria, sua mãe: uma espada de dor transpassará a tua alma". (Lc 2,35)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)
C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

V. JESUS É AJUDADO POR SIMÃO CIRINEU.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Ele Vos quer levar como almas fortes, dando aqui a cruz que Sua Majestade sempre teve. E que maior amizade do que escolher para vós o que escolheu para Si? Talvez não fôsseis tão recompensadas no caminho da contemplação. A Deus cabem os julgamentos, não havendo razão para interferirmos neles (...) Tudo é dado por Deus. Mas penso que para isto podemos contribuir muito, considerando nossa baixeza e a ingratidão que temos para com Deus, o muito que fez por nós, Sua Paixão com tão graves dores, Sua vida tão atormentada; e deleitando-nos de ver Suas obras, Sua grandeza, o quanto nos ama e outras muitas coisas em que tropeça muitas vezes quem com cuidado quer aproveitar, embora não ande com muita advertência". (C 18,7; Vida 10,2)

"Encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus". (Mt 27,32)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

VI. VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Se, para isto, há algum amor, regala-se a alma, enternece-se o coração, vêm as lágrimas. Algumas vezes parece que as arrancamos à força; outras que o Senhor no-las dá para não podermos resistir. Parece que nos paga Sua Majestade aquele cuidadito com um dom tão grande como é o consolo que dá a uma alma ver que chora por tão grande Senhor; e não me espanto, pois lhe sobra razão de se consolar. Ali se regala, ali folga". (Vida 10,2)

"Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam." (Lc 23,27)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

VII. JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Pensava naquele suor e aflição que ali tinha tido. Se pudesse, desejaria limpar-Lhe aquele tão penoso suor, mas recordo-me de que jamais ousava determinar-me a fazê-lo, pois se me representavam os meus tão graves pecados (...) Pensar em Cristo atado à coluna, é bom discorrer um pouco e pensar nas penas que ali teve e por que as teve e quem é Aquele que as teve e o amor com que as passou. Mas não se canse em andar sempre a buscar isto, antes se fique ali com Ele, aquietado o entendimento. Se puder ocupá-lo em ver que o Senhor o olha, e acompanhe-O, e fale, e peça, e humilhe-se, e regale-se com Ele, e lembre-se que não merecia estar ali.” (V 9,4;13,22)

"Jesus carregava a sua cruz para fora da cidade...". (Jo 19,17)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

VIII. JESUS CONSOLA AS MULHERES PIEDOSAS.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"É que somos tão miseráveis e tão inclinados às coisas da terra, que mal poderá aborrecer, de fato, tudo o que é cá de baixo e com grande desapego, quem não entender que tem algum penhor lá de cima. É com estes dons que o Senhor nos dá a fortaleza que perdemos com os nossos pecados. E como poderá desejar que todos se descontentem com ele e o aborreçam, e como praticará todas as demais grandes virtudes que possuem os perfeitos quem não tiver alguma prova do amor que Deus lhe tem, juntamente com uma fé viva?" (Vida 10,6)

"Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai por vós mesmas e por vossos filhos".
(Lc 23,28)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

IX. JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Ó Filho do Pai Eterno, Jesus Cristo, Nosso Senhor, Rei verdadeiro de tudo! Que deixastes no mundo! Que podemos herdar de Vós os Vossos descendentes? Que possuístes, Senhor meu, além de sofrimentos, dores e desonras, e não tivestes mais do que um madeiro para sorver o trabalhoso trago da morte? Enfim, Deus meu, os que quisermos ser de fato filhos Vossos e não renunciar à herança não devemos fugir do padecimento". (F 10,11)

"Jesus carregava a cruz... em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota".
(Jo 19,17)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

X. JESUS É DESPOJADO DE SUAS VESTES.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Umas vezes parece-me que estou muito desprendida e, na verdade, chegando-me à prova, vejo que o estou de fato; outras vezes encontro-me tão apegada e, porventura, a coisas de que no dia anterior eu zombara, que quase não me reconheço. Outras vezes me parece ter muito ânimo, e que a coisas que fossem servir a Deus não voltaria o rosto; e está provado que assim o tenho em algumas. Vem outro dia em que não me acho com ele para matar uma formiga por Deus, se achasse nisso contradição (...) Vem outros dias em que uma só palavra me aflige e quereria ir-me deste mundo, porque tudo nele me cansa. E isto não acontece só a mim, pois o tenho visto em muitas pessoas melhores do que eu, e sei que é assim que se passam as coisas". (C 38,5)

"Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica". (Jo 19,24)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

XI. JESUS É CRUCIFICADO.
V. Nós vos  adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus!
R. Porque porque pela vossa cruz remistes o mundo.

"Desnudo colocaram-No na cruz (...) Ponde os olhos no Crucificado e tudo se vos fará pouco. Se Sua Majestade nos mostrou o Seu amor com tão espantosas obras e tormentos, como quereis contentá-lo só com palavras? Sabeis o que é ser espiritual de verdade? É fazer-se escravos de Deus, para que, marcados com o Seu ferrete que é a cruz, pois já Lhe deram a sua liberdade, os possa vender por escravos de todo o mundo, como Ele o foi... Acontecia-me, nesta representação que eu me fazia de me pôr ao pé de Cristo - da qual já falei e até algumas vezes lendo, vir-me a desoras um tal sentimento da presença de Deus, que de nenhuma maneira podia duvidar que estivesse dentro de mim e eu toda engolfada n'Ele. Isto não era a modo de visão". (M 5, 3, 2; 7,4,8; Vida 10,1)

"Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram..." (Lc 23,33)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

XII. JESUS MORRE NA CRUZ.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Pus os olhos em Jesus que estava na cruz correndo sangue (...) Tudo quanto podemos fazer é asco em comparação com uma gota de sangue das que o Senhor derramou por nós (...) Pensar e esquadrinhar o que o Senhor passou por nós, move-nos à compaixão e é saborosa esta pena e as lágrimas que daqui procedem (...) Vossas armas são cinco chagas. Esta há de ser a nossa divisa, se quisermos herdar o Seu reino; não com descansos, não com prazeres, não com honras, não com riquezas haveremos de ganhar o que Ele adquiriu com tanto sangue". (F 22,6; V 39,16; 12,1; F 10,11)

"Jesus deu um grande brado e expirou. O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes". (Mc 15,37-38)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

XIII. JESUS É DESCIDO DA CRUZ E ENTREGUE A SUA MÃE.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Será bom dizer-vos, qual o fim para que o Senhor trouxe tantos merecimentos neste mundo... Sua Majestade não nos pôde fazer maior que em dar-nos vida, que seja imitando a que viveu Seu Filho tão amado; e assim tenho por certo serem estes merecimentos para fortalecer a nossa fraqueza - como aqui já tenho dito alguma vez para podê-Lo imitar no muito padecer... Sempre temos visto que aqueles que mais de perto acompanhavam a Cristo Nosso Senhor, foram os que tiveram maiores trabalhos. Vejamos os que passou Sua gloriosa Mãe... Toda a memória se lhe vai em contentá-l'O mais, e em quê ou como Lhe mostrará o amor que Lhe tem". (M 7,4,4-6)

"Junto à cruz... Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe". (Jo 19,25-27a)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

XIV. JESUS É SEPULTADO.
V. Nós vos adoramos e vos bendizemos, Senhor Jesus Cristo!
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

"Oh! almas redimidas pelo sangue de Jesus Cristo (...) Não com riquezas se há de ganhar o que Ele comprou com tanto sangue (...) Não olheis nossa cegueira, meu Deus, mas o muito sangue que derramou vosso Filho por nós". (M 1,2,4; F 10,11; E 8,3)

"Ele o desceu da cruz, envolveu-o num pano de linho e colocou-o num sepulcro, escavado na rocha, onde ainda ninguém havia sido depositado". (Lc 23,53)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

"Ó Senhor meu! quando penso de quantas maneiras padecestes, e que de nenhuma o merecíeis, não sei o que diga de mim, nem onde o tinha sido quando não desejava padecer, nem onde estou quando me desculpo". (C 15,5)

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

ORAÇÃO FINAL:
Senhor Jesus, terminamos o percurso da via-sacra, na qual meditamos e rezamos, com a ajuda de Santa Teresa, os vossos passos no caminho até o Calvário. Sobre vossa cruz resplandece a luz da esperança, que não nos permite voltar atrás. A vossa cruz se torne para nós sinal de vitória. Ajudai-nos a abraçá-la com amor para que possamos vislumbrar o brilho da vossa ressurreição. Vós que viveis e reinais para sempre.

Quarta-feira da 5ª semana da Quaresma

Mês de abril - dedicado a
Nossa Senhora do Bom Conselho

1ª Leitura (Dn 3,14-20.91-92.95): Naqueles dias, Nabucodonosor, rei de Babilónia, disse aos três jovens israelitas: «Será verdade, Sidrac, Misac e Abdénago, que não prestais culto aos meus deuses, nem adorais a estátua de ouro que mandei levantar? Pois bem. Quando ouvirdes tocar a trombeta, a flauta, a cítara, a harpa, o saltério, a gaita de foles e todos os outros instrumentos, estais dispostos a prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Se não a quiserdes adorar, sereis imediatamente lançados na fornalha ardente. E qual é o deus que poderá livrar-Vos das minhas mãos? ».  Sidrac, Misac e Abdénago responderam ao rei Nabucodonosor: «Não é necessário responder-te a propósito disto, ó rei. O nosso Deus, a quem prestamos culto, pode livrar-nos da fornalha ardente e livrar-nos também das tuas mãos. Mas ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não prestamos culto aos teus deuses, nem adoraremos a estátua de ouro que mandaste levantar». Então Nabucodonosor encheu-se de cólera e alterou o semblante contra Sidrac, Misac e Abdénago. Mandou aquecer a fornalha sete vezes mais do que o costume e ordenou a alguns dos seus mais valentes guerreiros que ligassem Sidrac, Misac e Abdénago e os lançassem na fornalha ardente. Entretanto, o rei Nabucodonosor, sobressaltado, levantou-se precipitadamente e perguntou aos seus conselheiros: «Não é verdade que ligámos e lançámos três homens na fornalha ardente?» Eles responderam: «Certamente, ó rei». Continuou o rei: «Mas eu vejo quatro homens a passearem livremente no meio do fogo sem nada sofrerem e o quarto tem o aspecto de um filho dos deuses». Então Nabucodonosor exclamou: «Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdénago, que enviou o seu Anjo para livrar os seus servos, que, confiando n’Ele, desobedeceram à ordem do rei e arriscaram a sua vida a fim de não prestarem culto ou adoração a qualquer divindade que não fosse o seu Deus».

Salmo Responsorial: Dn 3
R. Digno é o Senhor de louvor e de glória para sempre.

Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais: digno de louvor e de glória para sempre. Bendito o vosso nome glorioso e santo: digno de louvor e de glória para sempre.

Bendito sejais no templo santo da vossa glória: digno de louvor e de glória para sempre. Bendito sejais no trono da vossa realeza: digno de louvor e de glória para sempre.

Bendito sejais, Vós que sondais os abismos e estais sentado sobre os Querubins: digno de louvor e de glória para sempre. Bendito sejais no firmamento do céu: digno de louvor e de glória para sempre.

Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração sincero e generoso e produzem fruto pela perseverança.

Evangelho (Jo 8,31-42): Jesus, então, disse aos judeus que acreditaram nele: «Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres». Eles responderam: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres’?» Jesus respondeu: «Em verdade, em verdade, vos digo: todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre na casa, o filho nela permanece para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois descendentes de Abraão. No entanto, procurais matar-me, porque minha palavra não encontra espaço em vós. Eu falo do que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai». Eles responderam: «Nosso pai é Abraão». Jesus, então, lhes disse: «Se fôsseis filhos de Abraão, praticaríeis as obras de Abraão! Agora, no entanto, procurais matar-me, porque vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto Abraão não fez. Vós fazeis as obras do vosso pai». Eles disseram então a Jesus: «Nós não nascemos da prostituição. Só temos um pai: Deus». Jesus respondeu: «Se Deus fosse vosso pai, certamente me amaríeis, pois é da parte de Deus que eu saí e vim. Eu não vim por conta própria; foi ele quem me enviou».

«Se Deus fosse vosso pai, certamente me amaríeis»

Pe. Givanildo dos SANTOS Ferreira (Brasília, Brasil)

Hoje, o Senhor dirige duras palavras aos judeus. Não a quaisquer judeus, mas, precisamente, àqueles que abraçaram a fé: Jesus falou «aos judeus que acreditaram nele» (Jo 8,31). Sem dúvida, este diálogo de Jesus reflete o início daquelas dificuldades causadas pelos cristãos judaizantes na primeira hora da Igreja.

Como descendiam de Abraão segundo a carne, esses tais discípulos de Jesus consideravam-se acima não somente dos gentios que viviam longe da fé, mas também acima de qualquer discípulo não judeu partícipe da mesma fé. Diziam eles: «Nós somos descendentes de Abraão» (Jo 8,33); «nosso pai é Abraão» (v. 39); «só temos um pai, Deus» (v. 41). Apesar de serem discípulos de Jesus, temos a impressão de que Jesus nada representava para eles, nada acrescentava ao que já possuíam. Mas é aí mesmo que se encontra o grande erro de todos eles. Os verdadeiros filhos não são os descendentes segundo a carne, mas os herdeiros da promessa, isto é, aqueles que creem (cf. Rom 9,6-8). Sem a fé em Jesus não é possível que alguém alcance a promessa de Abraão. Assim sendo, entre os discípulos, "não há judeu ou grego; não há escravo ou livre; não há homem ou mulher", porque todos são irmãos pelo batismo (cf. Gal 3,27-28).

Não nos deixemos seduzir pelo orgulho espiritual. Os judaizantes se consideravam superiores aos outros cristãos. Não é necessário falar, aqui, dos irmãos separados. Mas pensemos em nós mesmos. Quantas vezes alguns católicos se consideram melhores do que os outros católicos porque seguem este ou aquele movimento, porque observam esta ou aquela disciplina, porque obedecem a este ou àquele uso litúrgico. Uns, porque são ricos; outros, porque estudaram mais. Uns, porque ocupam cargos importantes; outros, porque vêm de famílias nobres. «Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão... Deus guia a sua Igreja, a apoia mesmo e sobretudo nos momentos difíceis» (Bento XVI).

«Conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres»

Rev. D. Iñaki BALLBÉ i Turu (Terrassa, Barcelona, Espanha)

1º de abril
morte de S. Nuno de Sta Maria
Hoje quando estão faltando poucos dias para a Semana Santa, o Senhor pede-nos que lutemos para viver coisas concretas, pequenas, mas às vezes, não fáceis. Ao longo da reflexão as iremos explicando: basicamente trata-se de perseverar na sua palavra. Que importante é referir nossa vida sempre no Evangelho! Podemo-nos perguntar: que faria Jesus nesta situação que devo afrontar? Como trataria a esta pessoa que me custa especialmente? Qual seria a sua reação ante esta circunstância? O cristão deve ser — segundo São Paulo— “outro Cristo”: «Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim» (Gl 2,20). O reflexo do Senhor na nossa vida de cada dia, Como é? Sou seu espelho?.

O Senhor assegura-nos que se perseveramos na sua palavra, conheceremos a verdade e, a verdade nos fará livres (cf. Jo 8,32). Dizer a verdade não sempre é fácil. Quantas vezes se nos escapam pequenas mentiras, dissimulamos, fazemos como se não ouvíssemos? Não podemos enganar a Deus. Ele vê-nos, nos contempla, nos ama e nos acompanha no nosso dia-a-dia. No oitavo mandamento ensina-nos que não podemos fazer falsos testemunhos, nem dizer mentiras, por pequenos que sejam, ainda que podem parecer insignificantes. Tampouco tem cabimento as mentiras “de piedade”. «Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não» (Mt 5,37), nos diz Jesus em outro momento. A liberdade, esta tendência ao bem, está muito relacionada com a verdade. Algumas vezes não somos suficientes livres porque na nossa vida há como um duplo fundo, não somos claros. Temos de ser contundentes. O pecado da mentira nos escraviza.

«Se Deus fosse vosso Pai, certamente me amaríeis» (Jo 8,42), diz o Senhor. Como se concreta nosso interesse diário por conhecer o Mestre? Com que devoção lemos o Evangelho, por pouco que seja o tempo de que dispomos? Que posso deixar na minha vida, no meu dia? Os que me veem poderiam dizer que leio a vida de Cristo?

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* No evangelho de hoje, continua a reflexão sobre o capítulo 8 de João.
Em forma de círculos concêntricos, João vai aprofundando o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Parece repetição, pois ele sempre torna a falar do mesmo assunto. Na realidade, é o mesmo assunto, mas é cada vez num nível mais profundo. O evangelho de hoje aborda o tema do relacionamento de Jesus com Abraão, o Pai do povo de Deus. João procura ajudar as comunidades a compreender como Jesus se situa dentro do conjunto da história do Povo de Deus. Ajuda-as a perceber a diferença que existe entre Jesus e os judeus, pois também os judeus e aliás todos nós somos filhos e filhas de Abraão.

* João 8,31-32: A liberdade que nasce da fidelidade à palavra de Jesus.
Jesus afirma aos judeus: "Se vocês guardarem a minha palavra, vocês de fato serão meus discípulos; conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês". Ser discípulo de Jesus é o mesmo que abrir-se para Deus. As palavras de Jesus são na realidade palavras de Deus. Elas comunicam a verdade, pois fazem conhecer as coisas do jeito que elas são aos olhos de Deus e não aos olhos dos fariseus. Mais tarde, durante a última Ceia, Jesus ensinará a mesma coisa aos discípulos.

* João 8,33-38: O que é ser filho e filha de Abraão?
A reação dos judeus é imediata: "Nós somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: 'vocês ficarão livres'?” Jesus rebate fazendo uma distinção entre filho e escravo e diz: "Quem comete o pecado, é escravo do pecado. O escravo não fica para sempre na casa, mas o filho fica aí para sempre. Por isso, se o Filho os libertar, vocês realmente ficarão livres”. Jesus é o filho e vive na casa do Pai. O escravo não vive na casa. Viver fora de casa, fora de Deus, é viver em pecado. Se eles aceitarem a palavra de Jesus poderão tornar-se filhos e terão a liberdade. Deixarão de ser escravos. E Jesus continua: “Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; no entanto, estão procurando me matar, porque minha palavra não entra na cabeça de vocês”. Em seguida aparece bem clara a distinção: “Eu falo das coisas que vi junto do Pai; vocês também devem fazer aquilo que ouvem do pai de vocês”. Jesus lhes nega o direito de dizer que são filhos de Abraão, pois as obras deles dizem o contrário.

* João 8,39-41a: Um filho de Abraão pratica as obras de Abraão.
Eles insistem em afirmar: “Nosso Pai é Abraão!” como se quisessem apresentar a Jesus o documento de sua identidade. Jesus rebate: "Se vocês são filhos de Abraão, façam as obras de Abraão. Agora, porém, vocês querem me matar, e o que eu fiz, foi dizer a verdade que ouvi junto de Deus. Isso Abraão nunca fez. Vocês fazem a obra do pai de vocês”. Nas entrelinhas, ele sugere que o pai deles é satanás (Jo 8,44). Sugere que são filhos da prostituição.

* João 8,41b-42: Se Deus fosse pai de vocês, vocês me amariam, porque eu saí de Deus.
Usando palavras diferentes, Jesus repete a mesma verdade: “Quem é de Deus escuta as palavras de Deus”. A origem desta afirmação vem de Jeremias que disse: “Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais precisará ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: "Procure conhecer a Javé". Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão - oráculo de Javé. Pois eu perdoo suas culpas e esqueço seus erros” (Jr 31,33-34). Mas eles não se abriram para esta nova experiência de Deus, e por isso não reconhecem Jesus como o enviado do Pai.

Para um confronto pessoal
1) Liberdade que se submete totalmente ao Pai. Existe algo assim em você? Conhece pessoas assim?
2) Qual a experiência mais profunda em mim que me leva a reconhecer Jesus como o enviado de Deus?

segunda-feira, 30 de março de 2020

31 de março


Beata Joana de Toulouse
Virgem de nossa Ordem
Primeira Carmelita da Ordem Terceira.

Joana de Toulouse era filha e herdeira de Raimundo VII, Conde de Toulouse, e de Joana da Inglaterra, teria nascido em 1220. Ela mesma era Condessa de Toulouse desde 1249 até a sua morte. Decidiu viver reclusa, no convento carmelita de Toulouse (França), onde se distinguiu por sua austeridade. Joana recebeu o hábito de terciária das mãos de São Simão Stock, merecendo assim ser considerada fundadora da Ordem Terceira do Carmelo. Ela não apenas empregou inteiramente o seu tempo, como também o seu dinheiro, para a formação dos religiosos carmelitas Amava falar das coisas celestes com os jovens religiosos e rezava muito por eles, o que por sua vez lhe trazia grande proveito espiritual. Joana é citada ao mesmo tempo como terciária e como monja; não é de se excluir que tenha professado a regra carmelitana, como fizeram outras mulheres "conversas" suas contemporâneas. Faleceu em 25 de agosto de 1271. Foi oficialmente beatificada por Leão XIII em 1895.

Comum das virgens, ou das Santas Mulheres (para Religiosas)

Oração
Ouvi, Senhor, as súplicas dos vossos fiéis que devotamente celebram as virtudes da Beata Joana. e concedei-lhes a graça de crescerem sempre no vosso amor e nele perseverarem até à morte. Por Nosso Senhor.

Terça-feira da 5ª semana da Quaresma


Bta Joana de Toulouse
Virgem de nossa Ordem
1ª Carmelita da Ordem Terceira
1ª Leitura (Num 21,4-9): Naqueles dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor para o Mar Vermelho, contornando a terra de Edom. No caminho o povo impacientou-se e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egito, para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento miserável». Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas pessoas e morreu muita gente de Israel. O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos, ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor, para que afaste de nós as serpentes». E Moisés intercedeu pelo povo. Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado». Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado.

Salmo Responsorial: 101
R. Ouvi, Senhor, a minha oração, chegue até Vós o meu clamor.

Ouvi, Senhor, a minha oração e chegue até Vós o meu clamor. Não escondais o vosso rosto
no dia da minha aflição. Inclinai para mim o vosso ouvido; no dia em que chamar por Vós respondei-me sem demora.

Os povos temerão, Senhor, o vosso nome, todos os reis da terra a vossa glória. Quando o Senhor reconstruir Sião e manifestar a sua glória, atenderá a súplica do infeliz e não desprezará a sua oração.

Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras e o povo que se há de formar louvará o Senhor. Debruçou-Se do alto da sua morada, lá do Céu o Senhor olhou para a terra, para ouvir os gemidos dos cativos, para libertar os condenados à morte.

A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo. Quem O encontra viverá eternamente.

Evangelho (Jo 8,21-30): De novo, Jesus lhes disse: «Eu me vou, e vós me procurareis; mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir». Os judeus, então, comentavam: «Acaso ele irá se matar? Pois ele diz: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’». Ele continuou a falar: «Vós sois daqui de baixo; eu sou do alto. Vós sois deste mundo; eu não sou deste mundo. Eu vos disse que morrereis nos vossos pecados. De fato, se não acreditais que ‘eu sou’, morrereis nos vossos pecados». Eles lhe perguntaram: «Quem és tu, então? Jesus respondeu: «De início, isto mesmo que vos estou falando». Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar também. Mas, aquele que me enviou é verdadeiro, e o que ouvi dele é o que eu falo ao mundo”. Eles, porém, não compreenderam que estava lhes falando do Pai. Por isso, Jesus continuou: «Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que ‘eu sou’, e que nada faço por mim mesmo, mas falo apenas aquilo que o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque eu sempre faço o que é do seu agrado». Como falasse estas coisas, muitos passaram a crer nele.

«Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que ‘Eu Sou’»

Rev. D. Josep Mª MANRESA Lamarca (Valldoreix, Barcelona, Espanha)

Hoje, terça-feira V da Quaresma, a uma semana da contemplação da Paixão do Senhor, Ele nos convida a olhar-lhe antecipadamente redimindo-nos desde a Cruz. «Jesus Cristo é nosso pontífice, seu corpo precioso é nosso sacrifício que Ele ofereceu na ara da Cruz para a salvação de todos os homens» (São João Fisher).

«Quando tiverdes elevado o Filho do Homem...» (Jo 8,28). Efetivamente, Cristo Crucificado —Cristo “levantado”! — é o grande e definitivo signo do amor do Pai à Humanidade caída. Seus braços abertos, estendidos entre o céu e a terra, traçam o signo indelével da sua amizade com nós os homens. Ao lhe ver assim, alçado ante o nosso olhar pecador, saberemos que Ele é (cf. Jo 8,28), e então, como aqueles judeus que o escutavam, também nós creremos Nele.

Só a amizade de quem está familiarizado com a Cruz pode proporcionar-nos o adequado para adentrar-nos no Coração do Redentor. Pretender um Evangelho sem Cruz, despojado do sentido cristão da mortificação, ou contagiado do ambiente pagão e naturalista que nos impede entender o valor redentor do sofrimento, colocar-nos-ia na terrível possibilidade de ouvir dos lábios de Cristo: «Depois de tudo, para que seguir falando-vos?».

Que o nosso olhar à Cruz, olhar sossegado e contemplativo, seja uma pergunta ao Crucificado, em que sem o ruído de palavras lhe digamos: «Quem és tu, então? (Jo 8,25). Ele nos responderá que é «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6), a Videira à qual sem estar unidos, nós, pobres ramos, não poderemos dar fruto, porque só Ele tem palavras de vida eterna. E assim, se não cremos que Ele é, morreremos pelos nossos pecados. Viveremos, no entanto, e viveremos já nesta terra vida de céu se aprendemos Dele a gozosa certeza de que o Pai está conosco, não nos deixa sozinhos. Assim imitaremos o Filho em fazer sempre o que agrada-lhe ao Pai.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* Na semana passada, a liturgia nos levava a meditar o capítulo 5 do Evangelho de João. Esta semana ela nos confronta com o capítulo 8 do mesmo evangelho. Como o capítulo 5, também o capítulo 8 contém reflexões profundas sobre o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticam por ele dar testemunho de si mesmo sem nenhuma prova ou testemunho para legitimar-se diante do povo (Jo 8,13). Jesus responde dizendo que ele não fala a partir de si mesmo, mas sempre a partir do Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).

* Na realidade, os diálogos são também expressão de como era a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado no fim do primeiro século. Eles refletem a leitura orante que os cristãos faziam das palavras de Jesus como expressão da Palavra de Deus. O método de pergunta e resposta ajudava-os a encontrar a resposta para os problemas que, naquele fim de século, os judeus levantavam para os cristãos. Era uma maneira concreta de ajudar a comunidade a ir aprofundando sua fé em Jesus e sua mensagem.

* João 8,21-22: Onde eu vou, vocês não podem me seguir.
Aqui João aborda um novo assunto ou um outro aspecto do mistério que envolve a pessoa de Jesus. Jesus fala da sua partida e diz que, para onde ele vai, os fariseus não podem segui-lo. “Eu vou e vocês me procuram e vão morrer no seu pecado”. Eles procuram Jesus, mas não vão encontrá-lo, pois não o conhecem e o procuram com critérios errados. Eles vivem no pecado e vão morrer no pecado. Viver no pecado é viver afastado de Deus. Eles imaginam Deus de um jeito, e Deus é diferente do que eles o imaginam. Por isso não são capazes de reconhecer a presença de Deus em Jesus. Os fariseus não entendem o que Jesus quer dizer e tomam tudo ao pé da letra: “Será que ele vai se matar?”

* João 8,23-24: Vocês são aqui de baixo e eu sou lá de cima.
Os fariseus se orientam em tudo pelos critérios deste mundo. “Vocês são deste mundo e eu não sou deste mundo!” O quadro de referências que orienta Jesus em tudo que ele diz e faz é o mundo lá de cima, isto é, Deus, o Pai, e a missão que recebeu do Pai. O quadro de referências dos fariseus é o mundo cá de baixo, sem abertura, fechado nos seus próprios critérios. Por isso, eles vivem em pecado. Viver em pecado é não ter o olhar de Jesus sobre a vida. O olhar de Jesus é totalmente aberto para Deus a ponto de Deus estar nele em toda a sua plenitude (cf. Cl 1,19). Nós dizemos: “Jesus é Deus”. João nos convida a dizer: “Deus é Jesus!”. Por isso, Jesus diz. “Se vocês não acreditarem que EU SOU, vocês vão morrer em seus pecados”. EU SOU é a afirmação com que Deus se apresentou a Moisés no momento de libertar o seu povo da opressão do Egito (Ex 3,13-14). É a expressão máxima da certeza absoluta de que Deus está no meio de nós através de Jesus. Jesus é a prova definitiva de que Deus está conosco, Emanuel.

* João 8,25-26: Quem é você?  
O mistério de Deus em Jesus não cabe nos critérios com que os fariseus olham para Jesus. De novo perguntam: “Quem é você?” Eles nada entenderam porque não entendem a linguagem de Jesus. Jesus teria muito a falar a eles a partir de tudo que ele experimentava e vivia em contato com o Pai e a partir da consciência da sua missão. Jesus não se autopromove. Ele apenas diz e expressa o que ouve do Pai. Ele é pura revelação porque é pura e total obediência.

* João 8,27-30: Quando vocês tiverem elevado o Filho do Homem saberão que EU SOU. 
Os fariseus não entendem que Jesus, em tudo que diz e faz, é expressão do Pai. Só vão compreendê-lo depois que tiverem elevado o Filho do Homem. “Aí vocês saberão que EU SOU”. A palavra elevar tem o duplo sentido de elevar sobre a Cruz e de ser elevado à direita do Pai. A Boa Nova da morte e ressurreição vai revelar quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio de nós. O fundamento desta certeza da nossa fé é duplo: de um lado, a certeza de que o Pai está sempre com Jesus e nunca o deixa sozinho e, de outro lado, a radical e total obediência de Jesus ao Pai, pela qual ele se torna abertura total e total transparência do Pai para nós

Para um confronto pessoal
1) Quem se fecha nos seus critérios e acha que já sabe tudo, nunca será capaz de compreender o outro. Assim eram os fariseus frente a Jesus. E eu frente aos outros, como me comporto?
2) Jesus é radical obediência ao Pai e por isso é total revelação do Pai. E eu, que imagem de Deus se irradia a partir de mim?