S. Manuel Gonzalez "O Bispo dos Sacrários Abandonados" |
1ª
Leitura (1Jo 3,7-10): Meus filhos, ninguém vos engane.
Quem pratica a justiça é justo como Ele, Jesus, é justo. Quem comete o pecado é
do Diabo, porque o Diabo é pecador desde o princípio. Foi para destruir as
obras do Diabo que o Filho de Deus Se manifestou. Quem nasceu de Deus não
comete o pecado, porque permanece nele uma semente divina; e não pode pecar,
porque nasceu de Deus. Nisto se distinguem os filhos de Deus e os filhos do
Diabo: quem não pratica a justiça e não ama o seu irmão não é de Deus.
Salmo
Responsorial: 97
R. Todos os confins da
terra viram a salvação do nosso Deus.
Cantai
ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu
santo braço Lhe deram a vitória.
Ressoe
o mar e tudo o que ele encerra, a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios e as montanhas exultem de alegria.
Diante
do Senhor que vem, que vem para julgar a terra: julgará o mundo com justiça e
os povos com equidade.
Aleluia. O Verbo
fez-Se carne e habitou entre nós. Àqueles que O receberam deu-lhes o poder de
se tornarem filhos de Deus. Aleluia.
Evangelho
(Jo 1,35-42): No dia seguinte, estava lá João
outra vez com dois dos seus discípulos. E, avistando Jesus que ia passando,
disse: Eis o Cordeiro de Deus. Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram
Jesus. Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais?
Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras? Vinde e vede, respondeu-lhes
ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora
décima. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e
que o tinham seguido. Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe:
Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo). Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando
nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer
dizer pedra).
«Rabi (que quer dizer
Mestre), onde moras? Vinde e vede»
Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM (Barcelona, Espanha)
Hoje,
o Evangelho nos lembra as circunstâncias da vocação dos primeiros discípulos de
Jesus. Para preparar-se ante a vinda do Messias, João e seu companheiro André
haviam escutado e seguido durante um tempo a João Batista. Um bom dia, este aponta
a Jesus com o dedo, chamando-o Cordeiro de Deus. Imediatamente, João e André o
entendem: o Messias esperado é Ele! e, deixando a João Batista, começam a
seguir a Jesus.
Jesus
ouve os passos atrás Dele. Volta-se e fixa a olhada nos que o seguiam. As miradas
se cruzam entre Jesus e aqueles homens simples. Eles ficaram extasiados. Esta
olhada comove seus corações e sentem o desejo de estar com Ele: «Voltando-se
Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais? Disseram-lhe: Rabi
(que quer dizer Mestre), onde moras» (Jo 1,38), lhe perguntam. «Vinde e vede,
respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era
cerca da hora décima» (Jo 1,39), lhes responde Jesus. Os convida a ir com Ele e
a ver, contemplar.
Vão
e, o contemplam escutando-o. E convivem com Ele aquele anoitecer, aquela noite.
É a hora da intimidade e das confidencias. A hora do amor compartilhado. Ficam
com Ele até o dia seguinte, quando o sol se levanta por cima do mundo.
Acesos
com a chama daquele «Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai
trazer do alto a visita do Sol nascente, que há de iluminar os que jazem nas
trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz.» (cf.
Lc 1,78-79). Excitados, sentem a necessidade de comunicar o que contemplaram e
viveram aos primeiros que encontram ao seu passo: «Foi ele então logo à procura
de seu irmão e disse-lhe: Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)» (Jo
1,41). Os santos também o têm feito assim. São Francisco, ferido de amor, ia
pelas ruas e praças, pelas vilas e bosques gritando: «O Amor não está sendo
amado».
O
essencial na vida cristã é deixar-se ver por Jesus, ir e ver onde ele se aloja,
estar com Ele e compartilhar. E, depois, anunciá-lo. O caminho e o processo que
seguiram os discípulos e os santos. É nosso caminho.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* No evangelho de hoje, João Batista,
novamente, aponta Jesus como “Cordeiro de Deus”. E dois dos seus discípulos,
animados pelo próprio João, foram em busca de Jesus e perguntam: “Onde o senhor
mora?”. Jesus responde: "Venham e vejam!" É convivendo com Jesus, que
eles mesmos poderão verificar e confirmar se era isto que estavam buscando. O
encontro confirmou a busca, pois os dois nunca mais esqueceram a hora do
encontro. Quase setenta anos depois, João lembra: “Eram quatro horas da tarde!”
* Quando uma pessoa é muito amada, ela
costuma receber muitos apelidos, nomes ou títulos que expressam o carinho. No
Evangelho de João, Jesus recebe muitos títulos e nomes que expressam o que ele
significava para os primeiros cristãos. Estes nomes traduzem o desejo dos
primeiros cristãos de conhecer melhor quem é Jesus para poder amá-lo com maior
coerência. O quarto Evangelho é uma catequese muito bem feita. Os títulos e
nomes de Jesus, que vão aparecendo durante os encontros e as conversas das
pessoas com ele, fazem parte desta catequese. Eles ajudam os leitores e as
leitoras a descobrir como e onde Jesus se revela nos encontros do dia-a-dia da
vida. Ao longo dos seus 21 capítulos, através destes nomes e títulos, o
evangelista João nos vai revelando quem é Jesus.
* Também hoje, nossas comunidades
devem poder dizer: "Venham e vejam!" É ver e experimentar para poder
testemunhar. O apóstolo João escreve na sua primeira carta: "A vida se
manifestou. Nós a vimos e dela damos testemunho!" (1Jo 1,2)
* As pessoas que vão sendo chamadas
professam a sua fé em Jesus através de títulos como: Cordeiro de Deus (Jo
1,36); Rabi (Jo 1,38); Messias ou Cristo (Jo 1,41); “aquele de quem escreveram
Moisés, na Lei, e os profetas” (Jo 1,45); Jesus de Nazaré, o filho de José (Jo
1,45), Filho de Deus (Jo 1,49); Rei de Israel (Jo 1,49); Filho do Homem (Jo
1,51). São oito títulos em apenas quinze versos! A cristologia dos primeiros
cristãos não começa com reflexões teóricas, mas com nomes e títulos que
exprimem o carinho, o compromisso e o amor.
* André descobriu que Jesus é o
Messias. Ele gostou tanto do encontro, que partilhou sua experiência com o
irmão e deu testemunho: "Encontramos o Messias!" Em seguida, conduziu
o irmão até Jesus. Encontrar, experimentar, partilhar, testemunhar, conduzir
até Jesus! É assim que a Boa Nova se espalha pelo mundo, até hoje! Conosco pode
acontecer o que aconteceu com o irmão de André. No encontro com Jesus, ele teve
seu nome mudado de Simão para Cefas (Pedra ou Pedro). Mudança de nome significa
mudança de rumo. O encontro com Jesus pode produzir mudanças profundas na vida
da gente. Deus queira!
Para um confronto
pessoal
1. Como foi o chamado de Jesus em sua
vida? Teve alguma mudança de rumo?
2. Você lembra a hora e o lugar de
acontecimentos importantes da sua vida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO