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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

12 de dezembro: Nossa Senhora de Guadalupe (Rainha do México, Padroeira das Américas e Filipinas)


1a Leitura (Gálatas 4,4-7) - Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus.

Salmo Responsorial - 95/96
R. Manifestai a sua glória entre as nações.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
Cantai e bendizei se santo nome!

Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações
e, entre os povos do universo, seus prodígios!

Publicai entre as nações: "Reina o Senhor!
Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça"

Aleluia. Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! Aleluia.

Evangelho (Lc 1,39-48): Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!» Maria então disse: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz».

«Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, o México celebra solenemente a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, venerada como Rainha do povo mexicano. Toda a América a celebra também como sua Padroeira. Mas ainda há mais: todo o mundo se alegra com esta festa da nossa Mãe. Não foi em vão que o Espírito Santo lhe inspirou estas palavras: «Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada» (Lc 1,48).

Todas as gerações e de todo o mundo! Parece exagero? Pois não é. Perguntemo-nos, por exemplo: quantas vezes hoje mesmo repetiremos no mundo inteiro “bendita és tu entre as mulheres”? Milhões e milhões de vezes. Num só dia! E assim todos os dias! Afinal, o Espírito Santo não se enganou!

Santa Maria é um caso único: nenhuma outra pessoa é tão recordada como ela em todos os lugares do mundo. É um “caso único”, como o é também o seu Filho Jesus, pois «debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos» (Act 4,12).

Em relação à Virgem ainda há outro fato impressionante: Ela é venerada em tantas regiões e lugares diferentes do mundo e, por vezes, frequentemente, é representada de acordo com a fisionomia e os traços próprios do lugar. Isto acontece porque Maria é Mãe de todos e, logicamente, cada um, cada povo a representa de acordo com a sua própria imagem. Os filhos parecem-se fisicamente com a sua Mãe! Por isso, no México, a vemos morena e com traços mestiços. E também não foi por acaso que Maria tenha falado a Juan Diego na língua azteca.

Mas tratemos de nos parecer a Ela, sobretudo, espiritualmente. A Virgem de Guadalupe reflete nos seus olhos o seu querido filho Juan Diego. A Nossa Mãe observa-nos! Que responsabilidade tão grande temos! - Mãe, quisera que nos teus preciosos olhos só se refletissem coisas boas, como a piedade, humildade e obediência de S. Juan Diego… e as flores que tu própria lhe deste e de que tanto gostas…

Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira principal da América Latina

Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis (Arcebispo Emérito de Aparecida)

Celebramos com alegria a festa litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira principal da América Latina. A Palavra de Deus nesta celebração nos convida uma vez mais a contemplar o mistério de Cristo realizado em Maria e a assumirmos também uma atitude proativa em favor do Reino e de nossos irmãos e irmãs com a mesma solicitude de Maria que não poupa esforços para amar e servir, mas tem pressa em encontrar-se com sua prima Isabel para levar-lhe o fruto bendito que está em seu ventre e comunicar-lhe a alegria da realização das promessas de Deus, como escutamos a pouco no relato do evangelista Lucas, pois nós também somos inseridos pelo Batismo a este mistério de salvação.

Grande deve ser nossa alegria, pois somos homens e mulheres da plenitude dos tempos. Deus manifestou-se em nosso meio, assumindo nossa condição, ensinando-nos a viver, restaurando nossa dignidade e tornando-nos em Cristo, filhos e filhas amadas, herdeiros da salvação como nos recorda São Paulo na Carta aos Gálatas. Maria também é a mulher da plenitude dos tempos, pois acolhe a graça divina em seu coração, ela, a bem-aventurada, porque acreditou. Felizes, pois, aqueles que creem como Maria e realizam na vida a vontade do Senhor.

A festa de hoje também nos convida a contemplar a imensidão do amor de Deus manifestado aqui na América Latina. Guadalupe é uma mensagem de consolo e esperança. Nossa Senhora de Guadalupe reflete a misericórdia do Senhor para com os pobres e pequeninos. A solidariedade missionária de Maria nos revela esta verdade, ela é a esperança dos povos sofridos de nosso continente. Recordemos os fatos que nos ajudam a crescer na fé:

No dia 9 de dezembro do ano de 1531, a Virgem Maria apareceu a um indígena chamado Juan Diego, que, saindo de seu povoado caminhava para a cidade do México, a fim de participar da catequese e da Santa Missa. Quando estava na colina de Tepeyac perto da capital mexicana, Maria apareceu-lhe. A Juan Diego, hoje santo de nossa Igreja, a Virgem suplicou para que fosse até o Bispo, pedindo para construir um santuário naquele mesmo local.

O Bispo local com toda prudência pediu ao indígena um sinal da Virgem, e esse sinal somente foi concedido na terceira aparição. Foi quando Juan Diego estava indo buscar um sacerdote para seu tio doente e a Virgem lhe apareceu e disse:

"Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa”. Convidando aquele pobre homem à confiança no seu amor materno, a mesma lhe propõe levar ao bispo rosas colhidas num terreno infértil e pede que diga em seu nome para que nessas rosas, ele veja e cumpra a vontade dela.

Assim o fez o embaixador de Nossa Senhora: chegou diante do bispo e desdobrou o manto em sua presença. E se deu o milagre: junto das rosas, estampado no manto de Juan Diego, estava a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, desenhada com muita beleza e esplendor que ninguém até hoje consegue explicar tal prodígio. A partir do milagre foi construído o santuário que acolhe peregrinos do mundo inteiro para manifestar sua devoção à Virgem Maria que sob o título de Guadalupe é também nossa mãe e padroeira.

Recordo aqui as palavras do Papa Bento XIV, proferidas em 1754, a respeito da Nossa Senhora de Guadalupe: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja tão facilmente como através de um filó; uma Imagem em nada deteriorada, nem no seu supremo encanto, nem no brilho de suas cores, pelas emanações do lago vizinho que, todavia, corroem a prata, o ouro e o bronze... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação.”

Lembro ainda que estamos nesta caminhada rumo à solenidade do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e somos convidados neste tempo do Advento a converter nosso coração ao Senhor, tirando de dentro dele todo obstáculo que impede a vinda de Jesus em nosso mundo. Tempo de renovar a esperança e a fé de que um mundo novo é possível, um ser humano melhor e uma sociedade mais justa e fraterna serão realidades à medida que Cristo renascer em nossos corações e deixarmos sua graça produzir em nós frutos de salvação.

Pedimos ao Senhor, que, pela intercessão da Virgem de Guadalupe, Mãe solícita nas tribulações, sejamos despertados e estimulados à prática da caridade cristã. Sob sua proteção, o povo da América Latina progrida na fé, na fraternidade, na justiça, na igualdade, na promoção da dignidade humana e da paz.

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