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domingo, 31 de março de 2019

Segunda-feira da 4ª semana da Quaresma


1ª Leitura (Is 65,17-21): Assim fala o Senhor: «Eu vou criar os novos céus e a nova terra e não mais se recordará o passado, nem voltará de novo ao pensamento. Haverá alegria e felicidade eterna por aquilo que Eu vou criar: vou fazer de Jerusalém um motivo de júbilo e do seu povo uma fonte de alegria. Exultarei por causa de Jerusalém e alegrar-Me-ei por causa do meu povo. Nunca mais se hão de ouvir nela vozes de pranto nem gritos de angústia. Já não haverá ali uma criança que viva só alguns dias, nem um velho que não complete o número dos seus anos, porque o mais novo morrerá centenário e quem não chegar aos cem anos terá incorrido em maldição. Construirão casas e habitarão nelas; plantarão vinhas e comerão os seus frutos».

Salmo Responsorial: 29
R. Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos. Tirastes a minha alma da mansão dos mortos, vivificastes-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis, e dai graças ao seu nome santo. A sua ira dura apenas um momento e a sua benevolência a vida inteira.

Ao cair da noite vêm as lágrimas e ao amanhecer volta a alegria. Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim, Senhor, sede Vós o meu auxílio. Vós convertestes em júbilo o meu pranto: Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.

Buscai o bem e não o mal, para que vivais, e o Senhor estará convosco.

Evangelho (Jo 4,43-54): Passados os dois dias, Jesus foi para a Galileia. Jesus mesmo tinha declarado, de fato, que um profeta não é reconhecido em sua própria terra. Quando então chegou à Galileia, os galileus o receberam bem, porque tinham visto tudo o que fizera em Jerusalém, por ocasião da festa. Pois também eles tinham ido à festa. Jesus voltou a Caná da Galileia, onde tinha mudado a água em vinho. Havia um funcionário do rei, cujo filho se encontrava doente em Cafarnaum. Quando ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia, ele foi ao encontro dele e pediu-lhe que descesse até Cafarnaum para curar o seu filho, que estava à morte. Jesus lhe disse: «Se não virdes sinais e prodígios, nunca acreditareis». O funcionário do rei disse: «Senhor, desce, antes que meu filho morra!» Ele respondeu: «Podes ir, teu filho vive». O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu.  Enquanto descia para Cafarnaum, os empregados foram-lhe ao encontro para dizer que seu filho vivia. O funcionário do rei perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam: «Ontem, à uma da tarde, a febre passou”. O pai verificou que era exatamente nessa hora que Jesus lhe tinha dito: “Teu filho vive». Ele, então, passou a crer, juntamente com toda a sua família. Também este segundo sinal, Jesus o fez depois de voltar da Judeia para a Galileia.

«Jesus foi para a Galileia»

Rev. D. Ramon Octavi SÁNCHEZ i Valero (Viladecans, Barcelona, Espanha)

Hoje voltamos a encontrar Jesus nos cinco pórticos da piscina de Betsaida, onde tinha realizado o conhecido milagre da conversão da água em vinho. Agora, nesta ocasião, faz um novo milagre: a cura do filho de um funcionário real. Mesmo que o primeiro foi espetacular, este é — sem dúvida — mais valioso, porque não é algo material o que se soluciona com o milagre, e sim que se trata da vida de uma pessoa.

O que chama atenção deste novo milagre é que Jesus atua à distância, não acode a Cafarnaum para curar diretamente ao enfermo, e sem mover-se de Canaã faz possível o restabelecimento: «O funcionário do rei disse: ‘Senhor, desce, antes que meu filho morra!’» Jesus disse-lhe: «Pode ir, seu filho está vivo» O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora» (Jo 4,49.50).

Isto nos lembra a todos nós que podemos fazer muito bem à distância, quer dizer, sem ter que estar presentes no lugar onde é solicitada nossa generosidade. Assim, por exemplo, ajudamos ao Terceiro Mundo colaborando economicamente com nossos missioneiros ou com entidades católicas que estão ali trabalhando. Ajudamos aos pobres de bairros marginais das grandes cidades com nossas contribuições a instituições como Caritas, sem que devamos pôr os pés em suas ruas. Ou, inclusive, podemos dar uma alegria a muita gente que está muito distante de nós com uma chamada de telefone, uma carta ou um correio eletrônico.

Muitas vezes nos escusamos de fazer o bem porque não temos possibilidades de estar fisicamente presentes nos lugares onde há necessidades urgentes. Jesus não se escusa porque não estava em Cafarnaum, senão que fez o milagre.

A distância não é nenhum problema na hora de ser generoso, porque a generosidade sai do coração e traspassa todas as fronteiras. Como diria Santo Agostinho: «Quem tem caridade em seu coração, sempre encontra alguma coisa para dar».

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* Jesus tinha saído da Galileia, andou pela Judéia, foi até Jerusalém por ocasião da festa (Jo 4,45) e, passando pela Samaria, ia voltar para a Galileia (Jo 4,3-4). Para os judeus observantes era proibido passar pela Samaria, nem era costume conversar com os samaritanos (Jo 4,9). Jesus não se importa com estas normas que impedem a amizade e o diálogo. Ele ficou vários dias na Samaria e muita gente se converteu (Jo 4,40). Depois disso ele resolveu voltar para a Galileia.

* João 4,43-46ª: O retorno para a Galileia.
Mesmo sabendo que o povo da Galileia olhava para ele com uma certa reserva, Jesus quis voltar para a sua terra. Provavelmente, João se refere à má acolhida que Jesus recebera em Nazaré da Galileia. Jesus mesmo tinha dito: “Um profeta não é honrado em sua pátria” (Lc 4,24). Mas agora, diante da evidência dos sinais de Jesus em Jerusalém, os galileus mudaram de opinião e lhe fizeram uma boa acolhida. Jesus voltou para Caná, onde tinha feito o primeiro “sinal” (Jo 2,11).

* João 4,46b-47: O pedido de um funcionário do rei.
Trata-se de um pagão. Pouco antes, na Samaria, Jesus tinha conversado com uma samaritana, pessoa herética para os judeus, à qual Jesus revelara sua condição de messias (Jo 4,26). E agora, na Galileia, ele recebe um pagão, funcionário do Rei, que buscava ajuda para o filho doente. Jesus não se fecha na sua raça nem na sua religião. Ele é ecumênico e acolhe a todos.

* João 4,48: A resposta de Jesus ao funcionário.
O funcionário queria que Jesus fosse com ele até à casa dele para curar o filho. Jesus responde: “Se vocês não veem sinais e prodígios vocês não acreditam!”. Resposta dura e estranha. Por que será que Jesus respondeu assim? Qual era o defeito do pedido do funcionário? O que Jesus queria alcançar com esta resposta? Jesus quer ensinar como deve ser a fé. O funcionário do rei só acreditaria se Jesus fosse com ele até à casa dele. Ele queria ver Jesus fazendo a cura. No fundo, esta é e continua sendo a atitude normal de todos nós. Não nos damos conta da deficiência da nossa fé.

* João 4,49-50: O funcionário repete o pedido e Jesus repete a resposta.
Apesar da resposta dura de Jesus, o homem não se abalou e repetiu o mesmo pedido: “Desça comigo antes que meu filho morra!” Jesus continuou firme. Ele não atendeu ao pedido e não foi com o homem até à casa dele e repetiu a mesma resposta, mas formulada de outra maneira: “Vai! Teu filho vive!” Tanto na primeira resposta como agora na segunda resposta, Jesus pede fé, muita fé. Pede que o funcionário acredite que o filho já esteja curado. E o verdadeiro milagre aconteceu! Sem ver nenhum sinal nem prodígio, o homem acreditou na palavra de Jesus e voltou para casa. Não deve ter sido fácil. Este é o verdadeiro milagre da fé: acreditar sem nenhuma outra garantia a não ser a Palavra de Jesus. O ideal é crer na palavra de Jesus, mesmo sem ver (cf. Jo 20,29).

* João 4,51-53: O resultado da fé na palavra de Jesus.
Enquanto o homem vai indo para casa, os empregados lhe vem ao encontro para dizer que o filho estava curado. Ele investigou a hora e descobriu que era exatamente a hora em que Jesus tinha dito: “Teu filho vive!” Ele teve a confirmação da sua fé.

* João 4,54: Um resumo da parte de João, o evangelista.
João termina dizendo: “Este foi o segundo sinal que Jesus fez”. João prefere falar sinal e não milagre. A palavra sinal evoca algo que eu vejo com os olhos, mas cujo sentido profundo só a fé me faz descobrir. A fé é como Raio-X: faz descobrir o que a olho nu não se vê.

Para um confronto pessoal
1) Como você vive a sua fé? Confia na palavra de Jesus ou só crê na base de milagres e experiências sensíveis?
2) Jesus acolhe pessoas heréticas e estrangeiras. E eu, como me relaciono com as pessoas?

31 de março


Beata Joana de Toulouse
Virgem de nossa Ordem
Primeira Carmelita da Ordem Terceira.

Joana de Toulouse era filha e herdeira de Raimundo VII, Conde de Toulouse, e de Joana da Inglaterra, teria nascido em 1220. Ela mesma era Condessa de Toulouse desde 1249 até a sua morte. Decidiu viver reclusa, no convento carmelita de Toulouse (França), onde se distinguiu por sua austeridade. Joana recebeu o hábito de terciária das mãos de São Simão Stock, merecendo assim ser considerada fundadora da Ordem Terceira do Carmelo. Ela não apenas empregou inteiramente o seu tempo, como também o seu dinheiro, para a formação dos religiosos carmelitas Amava falar das coisas celestes com os jovens religiosos e rezava muito por eles, o que por sua vez lhe trazia grande proveito espiritual. Joana é citada ao mesmo tempo como terciária e como monja; não é de se excluir que tenha professado a regra carmelitana, como fizeram outras mulheres "conversas" suas contemporâneas. Faleceu em 25 de agosto de 1271. Foi oficialmente beatificada por Leão XIII em 1895.

Comum das virgens, ou das Santas Mulheres (para Religiosas)

Oração
Ouvi, Senhor, as súplicas dos vossos fiéis que devotamente celebram as virtudes da Beata Joana. e concedei-lhes a graça de crescerem sempre no vosso amor e nele perseverarem até à morte. Por Nosso Senhor.

sábado, 30 de março de 2019

IV Domingo da Quaresma


1ª Leitura (Jos 5,9a.10-12): Naqueles dias, disse o Senhor a Josué: «Hoje tirei de vós o opróbrio do Egito». Os filhos de Israel acamparam em Gálgala e celebraram a Páscoa, no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. No dia seguinte à Páscoa, comeram dos frutos da terra: pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia. Quando começaram a comer dos frutos da terra, no dia seguinte à Páscoa, cessou o maná. Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná, mas, naquele ano, já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.

Salmo Responsorial: 33
R. Saboreai e vede como o Senhor é bom.

A toda a hora bendirei o Senhor, o seu louvor estará sempre na minha boca. A minha alma gloria-se no Senhor: escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo ao Senhor e exaltemos juntos o seu nome. Procurei o Senhor e Ele atendeu-me, libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes, o vosso rosto não se cobrirá de vergonha. Este pobre clamou e o Senhor o ouviu, salvou-o de todas as angústias.

2ª Leitura (2Cor 5,17-21): Irmãos: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi renovado. Tudo isto vem de Deus, que por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus. A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.

Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.

Evangelho (Lc 15,1-3.11-32): Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Então ele contou-lhes esta parábola: E Jesus continuou. «Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.  Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.  O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado’».

«Pai, pequei contra Deus e contra ti»

Rev. D. Joan Ant. MATEO i García (La Fuliola, Lleida, Espanha)

Hoje, domingo Laetare (“Exultai”), quarto da Quaresma, escutamos este fragmento íntimo do Evangelho segundo São Lucas, no que Jesus justifica a sua pratica inaudita de perdoar os pecados e recuperar os homens para Deus.

Sempre me perguntei se a maioria das pessoas entendia bem a expressão “o filho pródigo” com a qual se designa esta parábola. Penso que devíamos rebatizá-la com o nome da parábola do “Pai prodigioso”.

Efetivamente, o Pai da parábola — que se comove ao ver que volta aquele filho perdido pelo pecado— é um ícone do Pai do Céu refletido no rosto de Cristo: «Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos» (Lc 15, 20). Jesus dá-nos a entender claramente que todo o homem, inclusive o mais pecador, é para Deus uma realidade muito importante que não quer perder de nenhuma maneira; e que Ele está sempre disposto a conceder-nos com gozo inefável o seu perdão (até ao ponto de não poupar a vida de seu Filho).

Este domingo tem um matiz de serena alegria e, por isso, é designado como o domingo “exultai”, palavra presente na antífona de entrada da Missa de hoje: «Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos. Exultai de alegria». Deus compadeceu-se do homem perdido e extraviado, e manifestou-lhe em Jesus Cristo – morto e ressuscitado – a sua misericórdia.

João Paulo II dizia na sua encíclica Deves in misericórdia que o amor de Deus, numa história ferida pelo pecado, converteu-se em misericórdia, compaixão. A Paixão de Jesus é a medida desta misericórdia. Assim entendemos que a alegria maior que damos a Deus é deixar-nos perdoar apresentando à sua misericórdia a nossa miséria, o nosso pecado. Às portas da Páscoa acudimos de bom grado ao sacramento da penitência, a sua fonte da divina misericórdia: daremos a Deus uma grande alegria, ficaremos cheios de paz e seremos mais misericordiosos com os outros. Nunca é tarde para nos levantarmos e voltar para o Pai que nos ama!

Tiremos ao proscênio da nossa vida os personagens da parábola, sob a inspiração de alguns Santos Padres da Igreja.

Pe. Antonio Rivero L.C.

O Papa Francisco diz na sua carta “Misericordiae vultus”: “Nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a de um Pai que jamais se dá por vencido até que não tenha dissolvido o pecado e superado a rejeição com a compaixão e a misericórdia. Conhecemos estas parábolas; três em particular: a da ovelha perdida e da moeda extraviada, e a do pai e os dois filhos (cf. Lc 15,1-32). Nestas parábolas, Deus se apresenta sempre cheio de alegria, sobretudo quando perdoa. Nelas encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia se mostra como a força que vence tudo, que enche de amor o coração e que consola com o perdão” (n.9). O homem que teve dois filhos é Deus, que tem dois povos. O filho maior é o povo judeu; o menor, o gentil. A herança recebida do pai é a inteligência, a mente, a memória, o engenho e tudo aquilo que Deus nos deu para que conhecêssemos e louvássemos. 

Em primeiro lugar, o filho menor. É o povo gentil. Afastou-se da casa do Pai rumo a uma região longínqua, para esbanjar o tesouro e dissipar a herança que Deus prodigamente lhe tinha confiado. E lá nessa região do pecado a sua imagem e a sua semelhança que o Criador tinha impresso na sua alma foi se escurecendo. Queria uma liberdade sem limites. Deixou-se levar por enganos ilusórios, tratando de saciar a sede de felicidade que se aninhava no seu coração com os prazeres deste mundo. O que aconteceu? Caiu na mais profunda degradação espiritual moral existencial. Dois elementos foram fundamentais para voltar para casa: a reflexão e o sentido da família na formação espiritual dos filhos. Primeiro, a reflexão. Este filho menor refletiu. Deus permite a nossa miséria para que, voltando sobre nós mesmos, experimentando a nossa indigência, sintamos saudade da casa do Pai e voltemos ao único Bem que pode apagar a nossa sede de infinito. “Fizestes-nos, Senhor, para Vós, e os nosso coração está inquieto até não descansar em Vós” (Santo Agostinho, Confissões, I, 1). Será a reflexão sobre os nossos passos que nos permitirá conhecer-nos melhor à luz de Deus, confessando assim a nossa miséria. Santa Teresa de Jesus, mestra do diálogo entre a alma e Deus, dizia que o primeiro passo da vida de oração era conhecer-se à luz de Deus. E segundo, o sentido da família. Se este filho menor decide voltar é porque na casa do seu Pai sente segurança, o amor e a ternura do seu Pai, ademais das comodidades que lhe brindava a vida familiar. Atenção aos pais de família para que encham os seus filhos de carinho, calor e abraços, para que não se deixem levar das exigências da carne e dos paraísos enganosos da droga e das falsas ideologias! É na família onde se semeiam as primeiras sementes da fé se formam os hábitos que libertam os filhos da escravidão interior.  

Em segundo lugar, o filho maior. É o povo judeu cumpridor da lei, fiel à Aliança divina, guiado pelos Patriarcas e Profetas. Porém, pouco a pouco, um verme foi carcomendo esta fidelidade, o pior dos males, a soberba. Esquecendo que a eleição divina era um dom gratuito, e não algo que lhe era devido em justiça, começou a desprezar aqueles que tinham ido a regiões longínquas. Perdeu o sentido universal da sua missão, enterrou o talento que lhe tinha sido confiado, sem fazê-lo produzir para o bem de todos. Povo este sem misericórdia e despiedado com quem não cumpriam ao pé da letra o que eles consideravam a lei de Deus. Pensavam ter direitos diante do seu pai. Achavam que eram justos. À soberba e presunção do mérito próprio, juntaram o ressentimento, a inveja, a ira, a tristeza interior. Que pena, pois este filho maior veio para quebrar a sinfonia maravilhosa da casa e não quis entrar na festa da misericórdia!

Finalmente, o Pai misericordioso. Misericordioso com o filho menor e com o maior, também. Com os dois usou da sua infinita misericórdia. Com o filho menor, misericórdia concretizada nestes detalhes: respeita a liberdade, sabe esperar com paciência o tempo da maduração do seu filho, recebe-o com júbilo e esplendidez, e o restitui na sua dignidade humana e espiritual. Com o filho maior, misericórdia concretizada nestes detalhes: sai para chamar o filho, convida-o à festa comum, suporta a humilhação do seu filho ao jogar na sua cara tanta misericórdia com o menor, e lhe diz que em casa não é escravo, mas filho, e que pode dispor dos bens da família. Derramou lágrimas de alegria, sim, pela volta do filho menor, mas também de tristeza e pena, pelo filho maior.

Bta Joana de Toulouse
Virgem de nossa Ordem
1ª Irmã Terceira Carmelita
Para refletir: Sou consciente da luta e violência terrível que o demônio e o espirito do mundo desatam contra a família, contra a pureza do amor humano tal qual Deus os criou e redimiu em Cristo, contra a inocência das crianças despertando neles a desconfiança aos seus pais e à toda autoridade legítima, propondo “novos mestres”, falando de amor livre, de divórcio, chamando normais condutas destrutivas para a família, manipulando a vida humana pelos abusos da engenharia genética? Com qual dos dois filhos me identifico? Tenho coração misericordioso como esse pai da parábola?

Para rezar: Nunca melhor do que hoje para rezar o ato de contrição: “Meu Senhor Jesus Cristo! Deus e Homem verdadeiro, Criador, Pai e Redentor meu; por ser Vós quem sois, Bondade infinita, e porque vos amo sobre todas as coisas, pesa-me de todo coração ter-vos ofendido; também me pesa porque podeis me castigar com as penas do inferno. Ajudado pela vossa divina graça, proponho firmemente nunca mais pecar, confessar-me e cumprir a penitencia que for imposta. Amém”. Ou estas linhas de Santa Faustina Kowalska: “Desejo me transformar na vossa misericórdia e ser um vivo reflexo de Vós, ó Senhor. Que este maior atributo de Deus, isto é a sua insondável misericórdia, passe através do meu coração e da minha alma ao próximo. Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso, para que eu sinta todos os sofrimentos do meu próximo. A ninguém recusarei o meu coração. Serei sincera inclusive com aqueles dos quais sei que abusarão da minha bondade. E eu mesmo me fecharei no misericordiosíssimo Coração de Jesus. Suportarei os meus próprios sofrimentos em silêncio. Que a vossa misericórdia, xodó Senhor, repouse dentro de mim. Meu Jesus, transformai-me em Vós porque Vós podeis tudo. Amém”. (Diário 163). 

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

sexta-feira, 29 de março de 2019

Sábado III da Quaresma


1ª Leitura (Os 6,1-6): Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará. Se nos atingiu com os seus golpes, Ele tratará as nossas feridas. Ao fim de dois dias, Ele nos fará viver de novo; ao terceiro dia nos levantará e viveremos na sua presença. Procuremos conhecer o Senhor: a sua vinda é certa como a aurora. Virá a nós como o aguaceiro de Outono, como a chuva da Primavera sobre a face da terra. «Que farei por ti, Efraim? Que farei por ti, Judá?» – diz o Senhor – «O vosso amor é como o nevoeiro da manhã, como o orvalho da madrugada que logo se evapora. Por isso os castiguei por meio dos Profetas e os matei com palavras da minha boca; e o meu direito resplandece como a luz. Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus, mais que os holocaustos».

Salmo Responsorial: 50
R. Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios.

Compadecei-Vos de Mim, ó Deus, por vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.

Não é do sacrifício que Vos agradais e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis. Sacrifício agradável a Deus é o espírito arrependido: não desprezareis, Senhor, um espírito humilhado e contrito.

Pela vossa bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruí os muros de Jerusalém. Então Vos agradareis dos sacrifícios devidos, oblações e holocaustos, então serão oferecidas vítimas sobre o vosso altar.

Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

Evangelho (Lc 18,9-14): Para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: «Dois homens subiram ao templo para orar. Um era fariseu, o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de toda a minha renda’. O publicano, porém, ficou a distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!’ Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, mas o outro não. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado».

«Eu vos digo: este último voltou para casa justificado»

Fr. Gavan JENNINGS (Dublín, Irlanda)

Hoje, Cristo apresenta-nos dois homens que, a um observador casual, podiam parecer quase idênticos, já que se encontram no mesmo lugar, realizando a mesma atividade: ambos «subiram ao templo para orar» (Lc 18,10). Porém, para além das aparências, no mais profundo das suas consciências, os dois homens são radicalmente diferentes: um, o fariseu, tem a consciência tranquila, enquanto que o outro, o publicano—cobrador de impostos — está inquieto devido a sentimentos de culpa.

Hoje em dia tendemos a considerar os sentimentos de culpa – os remorsos — como algo próximo de uma aberração psicológica. Contudo, o sentimento de culpa permite ao publicano sair reconfortado do Templo, uma vez que «este voltou para casa justificado, mas o outro não» (Lc 18,14). «O sentimento de culpa», escreveu Bento XVI, quando ainda era Cardeal Ratzinger (“Consciência e verdade”), afasta a falsa tranquilidade de consciência e podemos chamar-lhe “protesto da consciência” contra a minha existência auto-satisfeita. É tão necessário para o homem como a dor física, que significa uma alteração corporal do funcionamento normal».

Jesus não nos induz a pensar que o fariseu não esteja a dizer a verdade quando afirma que não é ladrão, nem desonesto, nem adúltero e paga o dízimo no Templo (cf. Lc 18,11); nem que o cobrador de impostos esteja a delirar ao considerar-se a si próprio como um pecador. A questão não é essa. O que realmente acontece é que «o fariseu não sabe que também tem culpas. Ele tem uma consciência plenamente clara. Mas o “silêncio da consciência” fá-lo impenetrável perante Deus e perante os homens, enquanto que o “grito de consciência”, que inquieta o publicano, o torna capaz da verdade e do amor. Jesus pode remover os pecadores!» (Bento XVI).

«Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado»

Rev. D. David COMPTE i Verdaguer (Manlleu, Barcelona, Espanha)

Hoje, imersos na cultura da imagem, o Evangelho proposto tem uma profunda carga de conteúdo. Mas vamos por partes.

Na passagem que contemplamos vemos que na pessoa há um nó com três cordas, de maneira que é impossível desfazê-lo se não temos presentes as três cordas mencionadas. A primeira nos relaciona com Deus; a segunda, com os outros; e a terceira com nós mesmos. Reparemos nisto: aqueles a quem dirige-se Jesus «que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros» (Lc 18,9) e, desta maneira, rezavam mal. As três cordas estão sempre relacionadas!

Como fundamentar bem essas relações? Qual é o segredo para desfazer o nó? Nos diz a conclusão dessa incisiva parábola: a humildade. Assim mesmo expressou Santa Teresa de Ávila «A humildade é a verdade».

É certo: a humildade nos permite reconhecer a verdade sobre nós mesmos. Nem envaidecer-nos, nem menosprezar-nos. A humildade nos faz reconhecer como tal os dons recebidos, e permite-nos apresentar ante Deus o trabalho da jornada. A humildade reconhece também os dons dos outros. E mais ainda, alegra-se deles.

Finalmente, a humildade é também a base da relação com Deus. Pensemos que, na parábola de Jesus, o fariseu leva uma vida irrepreensível, com as práticas religiosas semanais e, inclusive, exerce a esmola! Mas não é humilde e isto carcome todos os seus atos.

Temos perto a Semana Santa. Prontamente contemplaremos –uma vez mais!- a Cristo na Cruz. «O Senhor crucificado é um testemunho insuperável de amor paciente e de humilde mansidão» (João Paulo II). Ali veremos como, ante a súplica de Dimas –«Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar» (Lc 23,42) — o Senhor responde com uma “canonização fulminante”, sem precedentes: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43). Esta personagem era um assassino que fica, finalmente, canonizado pelo próprio Cristo antes de morrer.

É um caso inédito e, para nós, um consolo...: nós não “fabricamos” a santidade, mas antes é entregada por Deus, se Ele encontra em nós um coração humilde e convertido.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* No Evangelho de hoje, Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano para ensinar como rezar. Jesus tinha outra maneira de ver as coisas da vida. Ele via algo de positivo no publicano, de quem todo mundo dizia: “Ele nem sabe rezar!” Jesus vivia tão unido ao Pai pela oração, que tudo se tornava expressão de oração para ele.

* A maneira de apresentar a parábola é muito didática.
Lucas dá uma breve introdução que serve como chave de leitura. Em seguida, Jesus conta a parábola e, no fim, o próprio Jesus faz a aplicação da parábola na vida.

* Lucas 18,9: A introdução.
A parábola é apresentada com a seguinte frase: "Jesus contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros!" A frase é de Lucas. Ela se refere, ao tempo de Jesus. Mas ela também se refere ao tempo do próprio Lucas e ao nosso tempo. Sempre há pessoas e grupos de pessoas que se consideram justos e fiéis e que desprezam os outros como ignorantes e infiéis.

* Lucas 18,10-13: A parábola.
Dois homens sobem ao templo para rezar: um fariseu e um publicano. Na opinião do povo daquela época, os publicanos não prestavam para nada e não podiam dirigir-se a Deus, pois eram pessoas impuras. Na parábola, o fariseu agradece a Deus por ser melhor do que os outros. A sua oração nada mais é do que um elogio de si mesmo, uma auto-exaltação das suas boas qualidades e um desprezo pelos outros e pelo próprio publicano. O publicano nem sequer levanta os olhos, bate no peito e apenas diz: "Meu Deus, tem dó de mim que sou um pecador!" Ele se coloca no seu lugar diante de Deus.

* Lucas 18,14: A aplicação.
Se Jesus tivesse deixado ao povo opinar para dizer quem dos dois voltou justificado para casa, todos teriam respondido: "É o fariseu!" Pois esta era a opinião comum naquela época. Jesus pensa diferente. Para ele, quem voltou justificado para casa, isto é, em boas relações com Deus, não é o fariseu, mas sim o publicano. Jesus virou tudo pelo avesso. As autoridades religiosas da época não devem ter gostado da aplicação que ele fez desta parábola.

* Jesus Orante.
É sobretudo Lucas que nos informa sobre a vida de oração de Jesus. Ele apresenta Jesus em constante oração. Eis uma lista de textos do evangelho de Lucas, nos quais Jesus aparece em oração: Lc 2,46-50; 3,21: 4,1-12; 4,16; 5,16; 6,12; 9,16.18.28; 10,21; 11,1; 22,32; 22,7-14; 22,40-46; 23,34; 23,46; 24,30. Lendo o evangelho de Lucas você poderá encontrar outros textos que falam da oração de Jesus. Jesus vivia em contato permanente com o Pai. A respiração da vida dele era fazer a vontade do Pai (Jo 5,19). Jesus rezava muito e insistia, para que o povo e seus discípulos fizessem o mesmo, pois é no contato com Deus que a verdade aparece e que a pessoa se encontra consigo mesma em toda a sua realidade e humildade. Em Jesus, a oração estava intimamente ligada aos fatos concretos da vida e às decisões que ele devia tomar. Para poder ser fiel ao projeto do Pai, ele buscava estar a sós com Ele para escutá-lo. Jesus rezava os Salmos. Como todo judeu piedoso, conhecia-os de memória. Jesus chegou a fazer o seu próprio salmo. É o Pai Nosso. Sua vida era uma oração permanente: "Eu a cada momento faço o que o Pai me mostra para fazer!" (Jo 5,19.30). A ele se aplica o que diz o Salmo: "Eu sou oração!" (Sl 109,4).

Para um confronto pessoal
1. Olhando no espelho desta parábola, eu sou como o fariseu ou como o publicano?
2. Tem pessoas que dizem que não sabem rezar, mas elas conversam com Deus o tempo todo. Você conhece pessoas assim?

quinta-feira, 28 de março de 2019

VIA SACRA COM SANTA TERESA DO MENINO JESUS


I Estação: JESUS NO HORTO DA OLIVEIRAS.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.  E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.(Mt 26,38-39)

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Não quero que Jesus sofra; quisera enxugar as lágrimas que Ele derrama pelos pecadores, convertendo-os todos”. “Oh! Não percamos tempo, salvemos as almas! As almas caem no inferno tão numerosas quanto os flocos de neve em um dia de inverno (Sta. Teresa de Jesus) e Jesus chora; e nós pensamos em nossas dores, sem pensar em consolá-Lo”.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

II Estação: JESUS É TRAÍDO POR JUDAS E PRESO.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

O traidor havia combinado um sinal com eles, dizendo-lhes: "Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele; prendam-no". Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: "Salve, Mestre!", e o beijou. (Mt 26, 48-49).

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Para me conquistar, Te fizeste mortal, igual a mim; derramaste teu sangue, mistério supremo. Antes de entrar na celeste glória, o Deus-Homem tinha que sofrer. Quantos desprezos sofreste por meu amor, em terra estrangeira”.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

III Estação: JESUS É JULGADO PELO SINÉDRIO.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando um depoimento falso contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte. Mas nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. (Mt 26:59-60)

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Eu gosto do que Ele faz. Eu gosto de tudo o que Deus me dá. Jesus não pode desejar para nós sofrimentos inúteis”.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

IV Estação: JESUS É NEGADO POR PEDRO.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.(Mt 26:73-75)

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "O Bom Deus me dá coragem na proporção dos meus sofrimentos. Sinto que, no momento, não poderia suportar mais, mas não tenho medo, pois se Ele os aumentar, aumentará, ao mesmo tempo, minha coragem".

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

V Estação: JESUS É JULGADO POR PILATOS.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso. E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos Então soltou-lhes Barrabás, e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado. (Mt 27:24-26).

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "Vou cantar a inefável graça de ter sofrido e carregado a cruz. Compreendi que pela cruz se salvam os pecadores. Pela cruz minha alma viu abrir-se um horizonte novo”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

VI Estação: JESUS É FLAGELADO E COROADO DE ESPINHOS.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Pilatos tomou a Jesus, e mandou açoitá-lo. 2 E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça, e lhe vestiram um manto de púrpura; 3 e chegando-se a ele, diziam: Salve, rei dos judeus! e e davam-lhe bofetadas.(Jo 19,1-3).

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "Soframos ainda que com amargura e sem coragem. Também Jesus sofreu de tristeza."

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

VII Estação: JESUS CARREGA A CRUZ.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota. (Jo 19,17).

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Jesus prodigaliza as suas cruzes como o sinal mais seguro da sua ternura, porque deseja fazer-te semelhante a Ele. Porquê ter medo de não ser capaz de levar a cruz sem desfalecer?”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

VIII Estação: JESUS É AJUDADO PELO CIRINEU.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

E quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus. (Lc 23:26)

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "Quando se quer atingir um fim, deve-se procurar os seus meios. Jesus me fez compreender que era pela cruz que Ele queria me dar almas e minha atração pelo sofrimento cresceu na medida em que o sofrimento aumentou".

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

IX Estação: JESUS CONSOLA AS MULHERES DE JERUSALÉM.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos, e o lamentavam. Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. (Lc 23:27,28)

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "Se um suspiro pode salvar uma alma, que não podem fazer os sofrimentos como os nossos? Não recusemos nada a Jesus!"

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

X Estação: JESUS É CRUCIFICADO.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

E era a hora terceira, e o crucificaram. E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. E os que passavam blasfemavam dele, meneando as suas cabeças, e dizendo: Ah! tu que derrubas o templo, e em três dias o edificas, Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz. (Mc 15, 25-27. 29,30).

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "Às vezes custa à nossa fraqueza dar a Nosso Senhor aquilo que Ele pede. E, porque custa, é meritório e precioso o nosso sacrifício."

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

XI Estação: JESUS PROMETE SEU REINO AO BOM LADRÃO.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

“Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso (Lc 23:42,43).

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Tomei a resolução de estar sempre, em espírito, ao pé da cruz para receber o divino orvalho que se desprendia dela, e compreendi que, a seguir, teria que derramá-lo sobre as almas” (A,45v).

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

XII Estação: JESUS CRUCIFICADO, A MÃE E O DISCÍPULO AMADO.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. (Jo19:26,27)

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "Amar aos pés da cruz é mais belo e heroico do que amar nos esplendores do Tabor. É ali que se prova o verdadeiro amor."

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

XIII Estação: JESUS MORRE NA CRUZ.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; (Mt 27:50,51)

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. "Não acreditemos que existe o amor sem o sofrimento."

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

XIV Estação: JESUS É SEPULTADO.

V. Nós vos adoramos, ó Cristo.
R. Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol, E o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se. Estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro. (Mt 27:59-61).

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Meu coração está por completo colocado na vontade de Deus, por isso permaneço em profunda paz”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.