Evangelho (Lc 2,21-24):
Completados que foram os oito dias para
ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha
chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno. Concluídos os dias da
sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o
apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor: “Todo
primogénito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”. E para oferecerem o
sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.
«Foi-lhe posto o nome
de Jesus»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje,
dentro do ciclo do Natal, celebramos o próprio Nome de Jesus. A veneração deste
Santíssimo Nome surgiu no séc. XIV. São Bernardino de Siena e os seus
discípulos difundiram esta devoção: «Este é aquele santíssimo nome desejado
pelos patriarcas, esperado com ansiedade, suplicado com gemidos, invocado com
suspiros, requerido com lágrimas, dado ao chegar a plenitude da graça» (S.
Bernardino).
Depois de
diversas vicissitudes litúrgicas, S. João Paulo II restabeleceu esta celebração
no missal romano. Neste dia – precisamente - os jesuítas celebram o título da
sua “Companhia de Jesus”.
É próprio
das pessoas – anjos e homens, quer dizer, seres espirituais – distinguir-se na
sua singularidade única com um nome próprio. Porém o caso de Deus é especial:
propriamente, não lhe convém nenhum nome. Ele, pela sua infinita perfeição está
acima de tudo e de todos, está acima de todos os nomes (cf. Fil 2,9), é o
Inefável, é o Inominável…
Contudo,
pela sua infinita Misericórdia, debruçou-se sobre o homem e até aceitou ter um
“nome próprio”. A primeira revelação do seu nome foi feita por Ele próprio no
deserto quando Moisés lhe pediu: «’Quando me perguntarem qual é o teu nome, que
lhes responderei?’ Deus respondeu a Moisés: ‘Eu sou aquele que sou’» (Ex 3,
13-14).
Enquanto
nós temos de dizer que “sou homem”, “sou mulher”, “sou arquiteto” … (temos de
especificar de muitas maneiras o que somos), Deus - pelo contrário -
simplesmente “É”. Portanto, podíamos dizer que “Eu sou aquele que sou” é o nome
filosófico que de algum modo se adapta a Deus.
Porém, na
sua generosa condescendência, Deus Filho encarnou para nos salvar: Ele é
perfeito Deus e perfeito homem. E, como tal, os seus pais «puseram-lhe o nome
de Jesus» (Lc 2,21). “Jeshua” significa “Deus salva”. Aqui está um Nome - o
Santíssimo Nome de Jesus - que merece toda a veneração e total respeito. Assim
o indica o segundo mandamento da Lei de Deus… E assim nos ensinou o próprio
Jesus: «Pai-Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso Nome…».
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