Bta Maria Teresa de Jesus Scrilli Virgem de nossa Ordem |
1ª Leitura (Tit
2,1-8.11-14): Caríssimo: Ensina o que é conforme à
sã doutrina. Os homens idosos devem ser sóbrios, dignos, ponderados, fortes na
fé, na caridade e na perseverança. De maneira semelhante, as mulheres idosas
devem ter um procedimento digno de pessoas santas: Não devem ser maldizentes
nem dadas ao vinho; pelo contrário, sejam capazes de dar bons conselhos,
ensinando as jovens a amar os seus maridos e filhos e a serem prudentes e
honestas, bondosas, dóceis aos maridos, para que a palavra de Deus não seja
desacreditada. Aconselha igualmente os jovens a serem ponderados em tudo. E
apresenta-te a ti mesmo como exemplo de boas obras, na pureza de doutrina,
dignidade, linguagem sã e irrepreensível, para que os nossos adversários fiquem
confundidos, não tendo nenhum mal a dizer de vós. Na verdade, manifestou-se a
graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ela nos ensina a
renunciar à impiedade e aos desejos mundanos para vivermos, no tempo presente,
com temperança, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a
manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que Se
entregou por nós, para nos resgatar de toda a iniquidade e preparar para Si
mesmo um povo purificado, zeloso das boas obras.
Salmo Responsorial: 36
R. A salvação dos justos vem do
Senhor.
Confia no
Senhor e pratica o bem, possuirás a terra e viverás tranquilo. Põe no Senhor as
tuas delícias e Ele satisfará os anseios do teu coração.
O Senhor
conhece os dias dos bons e a herança deles será eterna. O Senhor consolida os
passos do homem e aprova os seus caminhos.
Afasta-te
do mal e pratica o bem e permanecerás para sempre. Os justos possuirão a terra
e nela habitarão para sempre.
Aleluia. Se alguém Me
ama, guardará a minha palavra, diz o Senhor; meu Pai o amará e faremos nele a
nossa morada. Aleluia.
Evangelho (Lc
17,7-10):
Naquele
tempo, o Senhor disse: «Se alguém de vós tem um servo que trabalha a terra ou
cuida dos animais, quando ele volta da roça, lhe dirá: Vem depressa para a
mesa. Não dirá antes: Prepara-me o jantar, arruma-te e serve-me, enquanto eu
como e bebo. Depois disso, tu poderás comer e beber. Será que o senhor vai
agradecer o servo porque fez o que lhe havia mandado. Assim também vós: quando
tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos simples servos; fizemos o
que devíamos fazer».
«Fizemos o que
devíamos fazer»
Rev. D. Jaume AYMAR i Ragolta (Badalona, Barcelona,
Espanha)
Sto Estanislau, Religioso |
Para o
crente tudo é sinal, para o que ama tudo é dom. Trabalhar para o Reino de Deus
é a nossa recompensa; por isso não devemos dizer com tristeza nem desânimo:
«Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17,19), mas com a
alegria daquele que foi chamado a transmitir o Evangelho.
Nestes dias
temos também presente a festa de um grande santo, de um grande amigo de Jesus,
muito popular na Catalunha, São Martinho de Tours, que dedicou a sua vida ao
serviço do Evangelho de Cristo. Dele escreveu Suplicio Severo: «Homem
extraordinário, que não foi dobrado pelo trabalho nem vencido pela própria
morte, não teve preferência por nenhuma das partes, não temeu a morte, não
recusou a vida! Levantados os seus olhos e as suas mãos para o céu, seu
espírito invicto não deixava de orar». Na oração, no diálogo com o Amigo,
encontramos, efetivamente, o segredo e a força do nosso serviço.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje traz uma parábola que só se
encontra no evangelho de Lucas, sem paralelo nos outros evangelhos. A parábola
quer ensinar que nossa vida deve caracterizar-se pela atitude de serviço. Ela
começa com três perguntas e, no fim, Jesus mesmo dá a resposta.
* Lucas 17,7-9: As três perguntas de
Jesus
Trata-se de
três perguntas tiradas da vida de cada dia, para as quais os ouvintes já
adivinhavam a resposta. As perguntas são formuladas de tal maneira que elas
reenviam cada ouvinte a consultar sua própria experiência e, a partir dela, dar
a sua resposta. A primeira pergunta: “Se alguém de vocês tem um empregado que
trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta
do campo: Venha depressa para a mesa?” Todo mundo responderá: “Não!” Segunda
pergunta: “Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: Prepare-me o jantar,
cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e
beber?” Todo mundo responderá: “Sim! Claro!” Terceira pergunta: “Será que vai
agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado?” Todo mundo
responderá: “Não!” Pela maneira de Jesus
fazer as perguntas, a gente já percebe em que direção ele quer orientar nosso
pensamento. Ele quer que sejamos servidores uns dos outros.
* Lucas 17,10: A resposta de Jesus
No fim,
Jesus mesmo tira a conclusão que já estava implícita nas perguntas: “Assim
também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam:
Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer". Jesus, ele mesmo,
deu o exemplo quando disse: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas
para servir” (Mc 10,45). O serviço é um tema do agrado de Lucas. O serviço
representa a forma como os pobres do tempo de Jesus, os anawim, esperavam o
Messias: não como Messias glorioso rei, sumo sacerdote ou juiz, mas como o
Servo de Javé, anunciado por Isaías (Is 42,1-9). Maria, a mãe de Jesus, se
apresentou ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua
palavra!” (Lc 1,38). Em Nazaré, Jesus se apresenta como o Servo, descrito por
Isaías (Lc 4,18-19 e Is 61,1-2). No batismo e no transfiguração, ele foi
confirmado pelo Pai que cita as palavras dirigidas por Deus ao mesmo Servo (Lc
3,22; 9,35 e Is 42,1). Aos seus seguidores Jesus pede: “Quem quer ser o
primeiro seja o servo de todos” (Mt 20,27). Servos inúteis! É a definição do
cristão. Paulo fala disso aos membros da comunidade de Corinto quando escreve:
“Eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer. Assim, aquele que
planta não é nada, e aquele que rega também não é nada: só Deus é que conta,
pois é ele quem faz crescer” (1Cor 1,6-7). Paulo e Apolo nada são; são apenas
instrumentos, “servidores”. O que vale é o próprio Deus, só Ele! (1Cor 3,7).
* Servir e ser servido. Aqui, neste texto, o servo serve ao
senhor, e não, o senhor ao servo. Mas em outro texto de Jesus se diz o
contrário: “Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando
chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e,
passando, os servirá” (Lc 12,37). Neste texto, é o senhor que serve ao servo, e
não o servo ao senhor. No primeiro texto, Jesus falava do presente. No segundo
texto, Jesus estava falando do futuro. Este contraste é uma outra maneira para
dizer: ganha a vida que está disposto a perdê-la por amor a Jesus e ao
Evangelho (Mt 10,39; 16,25. Quem serve a Deus nesta vida presente, Deus servirá
a ele na vida futura!
Para um confronto pessoal
1) Como defino minha vida?
2) Faça para você as mesmas três perguntas de Jesus? Será
que vivo como um servo inútil?
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