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sábado, 8 de setembro de 2018

Segunda-feira da 23ª semana do Tempo Comum


1ª Leitura (1Cor 5,1-8): Irmãos: É voz corrente que existe entre vós um caso de imoralidade, que nem entre os pagãos se encontra, a ponto de um de vós viver com a mulher de seu pai. E vós andais cheios de orgulho, quando deveríeis andar tristes e obrigar a sair da vossa comunidade quem praticou tal ação. Quanto a mim, ausente de corpo, mas presente em espírito, já tenho a sentença lavrada, como se estivesse presente, contra quem procedeu desse modo: Em nome de Nosso Senhor Jesus, quando vos reunirdes em assembleia, – e eu em espírito convosco – entregareis esse homem a Satanás, pelo poder de Nosso Senhor Jesus. Será para ruína do seu corpo, a fim de o espírito ser salvo no dia do Senhor. Não vos fica bem essa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa? Purificai-vos do velho fermento, para serdes uma nova massa, visto que sois pães ázimos. Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado. Celebremos a festa, não com fermento velho, nem com fermento de malícia e perversidade, mas com os pães ázimos da pureza e da verdade.

Salmo Responsorial: 5
R. Senhor, guiai-me na vossa justiça.

Vós não sois um Deus que se agrade do mal, o perverso não tem aceitação junto de Vós, nem os ímpios suportam o vosso olhar.

Vós detestais todos os malfeitores e exterminais os que dizem mentiras: o Senhor abomina os sanguinários e fraudulentos.

Alegrem-se e rejubilem para sempre os que em Vós confiam: Vós protegeis e alegrais os que amam o vosso nome.

Aleluia. As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor; Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Aleluia.

Evangelho (Lc 6,6-11): Num outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Lá estava um homem que tinha a mão direita seca. Os escribas e os fariseus observavam Jesus, para ver se ele faria uma cura no dia de sábado, a fim de terem motivo para acusá-lo. Ele, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão seca: Levanta-te e fica aqui no meio! Ele se levantou e ficou de pé. Jesus disse-lhes: Eu vos pergunto: em dia de sábado, o que é permitido, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer? Passando o olhar sobre todos eles, Jesus disse ao homem: Estende a mão! O homem assim o fez e a mão ficou curada. Eles se encheram de raiva e começaram a discutir entre si sobre o que fariam contra Jesus.

«Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão»

P. Julio César RAMOS González SDB (Mendoza, Argentina)

Hoje Jesus nos dá exemplo de liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a diferença do que hoje se apregoa e até se vive como liberdade. A de Jesus, é uma liberdade totalmente associada e aderida à ação do Pai. Ele mesmo dirá: Vos garanto que o Filho do homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que vê o Pai fazer; o que faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age por amor.

O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida. Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força recriadora daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende tua mão,(Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando, salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inativa, inclusive, para fazer o bem ao irmão necessitado.

Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com Cristo Salvador.

Reflexão

S. Nicolau de Tolentino, osa
Presbítero
Contexto. Esta passagem apresenta Jesus curando um homem que tinha uma das mãos atrofiada. Ao contrário do contexto dos capítulos 3-4, onde Jesus aparece sozinho, aqui Jesus aparece rodeado por seus discípulos e mulheres que o acompanhavam. Nos estágios iniciais desta jornada, o leitor encontrará diferentes formas de ouvir a palavra de Jesus, seguindo o que em última análise, poderia ser resumida em duas experiências que exigem, por sua vez, dois tipos de aproximação para Jesus: a de Pedro (5,1-11) e a do centurião (7,1-10). Pedro encontra Jesus depois da pesca milagrosa. Jesus o convida para ser um pescador de homens, e Pedro cai depois ajoelhando-se diante de Jesus: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador" (5,8). O centurião não tem comunicação direta com Jesus: ouviu falar coisas boas sobre Jesus e, por isso envia-lhe intermediários para pedir a cura de seu servo que está morrendo; ele não pede algo para si, mas sim para uma pessoa muito querida. A figura de Pedro representa a atitude daquele que, sentindo-se pecador, coloca seu trabalho sob a influência da Palavra de Jesus. O centurião, mostrando sua solicitude pelo servo, aprende a ouvir a Deus. Pois bem, a cura do homem com a mão seca se coloca entre estas vias ou atitudes que caracterizam a intinerância da vida de Jesus. O milagre ocorre em um contexto de discussão ou controvérsia: as espigas arrancadas no sábado e uma cura também no sábado, precisamente a mão atrofiada. Entre as duas discussões, a palavra de Jesus desempenha um papel crucial: "O Filho do Homem é senhor do sábado" (6,5). Indo para a nossa passagem, perguntamo-nos o que significa esta mão atrofiada? É um símbolo da salvação do homem que é conduzido à sua situação original, a da criação. Além disso, a mão direita expressa atividade humana. Jesus devolve a este dia, o sábado, seu sentido mais profundo: é o dia da alegria, da restauração e não da limitação. O sábado Jesus que apresenta é o sábado messiânico, não o sábado legalista; as curas realizadas por ele são sinais do tempo messiânico, da restauração e libertação do homem. 
 
Dinâmica do milagre. Lucas coloca diante de Jesus um homem com uma mão sem força, seca, paralisada. Ninguém se interessa em pedir a sua cura e menos ainda ele diretamente está interessado. Mas a doença não era apenas um problema individual, mas os seus efeitos repercutem em toda a comunidade. Neste relato não emerge tanto o problema da doença, mas sim a sua relação com o sábado. Jesus é criticado porque ele curou em dia de sábado. A diferença entre Jesus e os fariseus consiste em que estes, em dia de sábado, não trabalham com base no mandamento do amor que é a essência da lei. Jesus, depois de ordenar ao homem para se pôr no meio da assembleia, faz uma pergunta decisiva: "É lícito curar no sábado, ou não?". Os espaços de resposta são reduzidos: curar ou não curar (v. 9). Imagine a dificuldade dos fariseus: tinham que excluir que num sábado se pudesse fazer o mal ou conduzir o homem à perdição e menos ainda curar, visto que ajudar no sábado somente era permitido em casos de extrema necessidade. Os fariseus se sentem provocados e isto por sua vez provoca sua agressividade. Aparece evidente que a intenção de Jesus ao curar no sábado é procurar o bem do homem, a pessoa que está doente. Esta motivação de amor nos convida a refletir sobre o nosso comportamento e fundamentá-lo no comportamento de Jesus que salva. Jesus não presta atenção apenas para a cura do enfermo, mas também está interessado no comportamento dos adversários: curá-los de sua distorcida atitude ao observar a lei. Observar o sábado sem ajudar o próximo em suas doenças não está em conformidade com a vontade de Deus. Para o evangelista, a função do sábado é fazer o bem, salvar como Jesus fez em sua vida terrena.   

Para um confronto pessoal
1. Você se sente interpelado pelas palavras de Jesus? Como você se compromete em seu serviço à vida? Você sabe criar condições para que o outro viva melhor?
2. Você sabe colocar no centro da sua atenção a todos os homens e suas necessidades?

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