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segunda-feira, 16 de julho de 2018

Terça-feira da 15ª semana do Tempo Comum


1ª Leitura (Is 7,1-9): No tempo em que Acaz, filho de Jotão, filho de Ozias, era rei de Judá, Rason, rei dos arameus, e Pecá, filho de Romélia, rei de Israel, marcharam contra Jerusalém para a atacarem, mas não puderam conquistá-la. Quando chegou a notícia à casa de David de que os arameus tinham acampado em Efraim, o coração do rei e do povo estremeceu, como se agitam as árvores da floresta batidas pelo vento. O Senhor disse então a Isaías: «Vai ao encontro de Acaz, com teu filho Sear-Jasub, no extremo do aqueduto da piscina superior, que fica na estrada do Campo do Pisoeiro, e diz-lhe: Tem cuidado, mas não temas; não desanimes nem te assustes à vista desses dois tições fumegantes, da fúria de Rason, rei dos arameus, e do filho de Romélia. Os arameus, com Efraim e o filho de Romélia, decidiram fazer-te mal e disseram: ‘Marchemos contra Judá, para o intimidar, vamos invadi-lo, para que se renda, e estabeleceremos nele como rei o filho de Tabeel’. Assim fala o Senhor Deus: Isto não acontecerá, isto não se realizará. A capital dos arameus é Damasco e o chefe de Damasco é Rason; a capital de Efraim é Samaria e o chefe de Samaria é o filho de Romélia. Mas dentro de sessenta e cinco anos, Efraim será arrasado e deixará de ser um povo. Contudo, se não tiverdes fé, não podereis sobreviver».

Salmo Responsorial: 47
R. Guardai para sempre, Senhor, a vossa morada.

Grande é o Senhor e digno de louvor na cidade do nosso Deus. A sua montanha sagrada é a mais bela das montanhas, a alegria de toda a terra.

O monte Sião, no extremo norte, é a cidade do grande Rei. Deus Se mostrou em seus palácios um baluarte seguro.

Os reis aliaram-se e avançaram todos juntos. Mal a avistaram, tomaram-se de pânico e, perturbados, puseram-se em fuga.

Ali se apoderou deles o pavor, angústia como a da mulher que dá à luz, como quando o vento leste despedaça as naus de Társis.

Aleluia. Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações. Aleluia.

Evangelho (Mt 11,20-24): Naquele tempo, Jesus começou a censurar as cidades nas quais tinha sido realizada a maior parte de seus milagres, porque não se converteram. «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem realizado os milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado arrependimento, vestindo-se de saco e cobrindo-se de cinza. Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. E tu, Cafarnaum! Acaso serás elevada até o céu? Até o inferno serás rebaixada! Pois se os milagres realizados no meio de ti se tivessem produzido em Sodoma, ela existiria até hoje! Eu, porém, te digo: no dia do juízo, Sodoma terá uma sentença menos dura do que tu!»

«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!»

Fr. Damien LIN Yuanheng (Singapore, Singapura)

Beatas Teresa de Sto Agostinho e
companheiras. mártires.
Hoje, Cristo repreende a duas cidades de Galileia, Corozain e Betsaida, por sua incredulidade: «Ai de ti, Corozaín! ¡Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e no Sido, tivessem feito os milagres que se fizeram em vocês, (...) “teriam se convertido» (Mt 11,21). Jesus mesmo dá depoimento em favor das cidades fenícias, Tiro e Sido: estas teriam feito penitência, com grande humildade, de ter experimentado as maravilhas do poder divino.

Ninguém é feliz recebendo uma boa repreensão. No entanto, deve ser especialmente doloroso ser repreendido por Cristo, Ele que nos ama com um coração infinitamente misericordioso. Simplesmente, não há desculpa, não há imunidade quando se é repreendido pela própria Verdade. Recebamos, então, com humildade e responsabilidade cada dia o chamado de Deus à conversão.

Também notamos que Cristo não anda com rodeios. Ele situou a sua audiência frente a frente diante da verdade. Devemos examinar-nos sobre como falamos de Cristo aos outros. Frequentemente, também nós temos que lutar contra nossos respeitos humanos para pôr os nossos amigos diante das verdades eternas, tais como a morte e o juízo. O Papa Francisco, conscientemente, descreveu são Paulo como um “escandaloso”: «O Senhor sempre quer que vamos mais longe... Que não nos refugiemos em uma vida tranquila nem nas estruturas caducas (…). E Paulo, incomodava predicando o Senhor. Mas ele ia adiante, porque tinha dentro de si aquela atitude cristã que é o cuidado apostólico. Não era um “homem de compromisso”». Não devemos evadir do nosso dever de caridade!

Talvez, como eu, encontrarás iluminadoras estas palavras de são Josémaria Escrivá: «(…) Trata-se de falar em sábio, em cristão, mas de modo acessível a todos». Não podemos dormir no ponto —acomodar-nos— para sermos entendidos por muitos, pois devemos pedir a graça de ser humildes instrumentos do Espírito Santo, com o fim de situar de cheio a cada homem e a cada mulher diante da Verdade divina.

«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!»

Rev. D. Pedro-José YNARAJA i Díaz (El Montanyà, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos fala do juízo histórico de Deus sob Corazim, Cafarnaum e outras cidades: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem realizado os milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado arrependimento (...)» (Mt 11,21). Tenho meditado essa passagem entre suas escuras ruínas, que é tudo o que fica delas. Minha reflexão não me deixou alegre pelo fracasso que sofreram. Pensava: nas nossas populações, em nossos bairros, nas nossas casas, por elas também passou o Senhor e... O levamos em conta? Eu o levei em conta?

Com uma pedra na mão, tenho falado comigo mesmo: algo assim ficará de minha existência histórica, se não vivo responsavelmente a visita do Senhor. Lembrei ao poeta: «Alma, assoma-te agora à janela: verás com quanto amor chamar porfia» e, envergonhado reconheço que eu também tenho dito: «Amanhã lhe abriremos... Para o mesmo responder amanhã» (Lope de Vega).

Quando atravesso as inumanas ruas de nossas cidades dormitório, penso: o que pode-se fazer entre esses habitantes com quem me sinto incapaz de estabelecer um diálogo, com quem não posso compartilhar minhas ilusões, a quem me é impossível transmitir o amor de Deus? Lembro, então, o lema que escolheu São Francisco de Sales ao ser nomeado bispo da Genebra o máximo expoente da Reforma protestante naquele tempo: «Precisamos aprender a florescer, onde Deus nos plantou». E, se com uma pedra na mão meditava o juízo severo de Deus que, pode recair sob mim, em outros momentos com uma florzinha silvestre, nascida entre as ervas e o excremento da alta montanha, acho que não devo perder a Esperança. Devo corresponder à bondade que Deus tem me oferecido e, assim a minha pequena generosidade depositada no coração daquele que cumprimento, o olhar interessado e atento daquele que me pede uma informação, o sorriso dirigido ao que me cedeu o passo, florescerá no futuro. E, nosso entorno não perderá a Fé.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Btos Inácio de Azevedo e 39 companheiros
Mártires do Brasil
* O Sermão da Missão ocupou o capítulo 10. Os capítulos 11 e 12 vão descrever como Jesus realizava a Missão. Ao longo destes dois capítulos, aparecem as adesões, as dúvidas e as recusas que a ação evangelizadora de Jesus ia provocando. João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado, não conseguia entendê-lo (Mt 11,1-15). O povo, que olhava para Jesus com finalidade interesseira, não foi capaz de entendê-lo (Mt 11,16-19). As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram abrir-se para a sua mensagem (é o texto do evangelho de hoje) (Mt 11,20-24). Os sábios e doutores, que apreciavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entender a pregação de Jesus (Mt 11,25). Os fariseus que confiavam só na observância da lei, criticavam Jesus (Mt 12,1-8) e decidiram matá-lo (Mt 12,9-14). Diziam que Jesus agia em nome de Belzebu (Mt 12,22-37). Queriam dele uma prova para poder crer nele (Mt 12,38-45). Nem os parentes apoiavam Jesus (Mt 12,46-50). Só os pequenos e o povo doente o entendiam e aceitavam a Boa Nova do Reino (Mt 11,25-30). Iam atrás dele (Mt 12,15-16) e viam nele o Servo anunciado por Isaías (Mt 12,17-21).

* Esta maneira de descrever a ação missionária de Jesus era uma advertência clara para os discípulos e discípulas que andavam com Jesus pela Galileia. Não podiam esperar muita recompensa nem elogio pelo fato de serem missionários de Jesus. A advertência vale também para nós que hoje lemos e meditamos este mesmo Sermão da Missão, pois os evangelhos são escritos envolventes. Eles nos convidam a confrontar nossa atitude frente a Jesus com a atitude das personagens que aparecem no evangelho e a nos perguntar se somos como João Batista (Mt 11,1-15), como o povo interesseiro (Mt 11,16-19), como as cidades incrédulas (Mt 11,20-24), como os doutores que pensavam saber tudo e não entendiam nada (Mt 11,25), como os fariseus que só sabiam criticar (Mt 12,1-45) ou como o povo pequeno que andava à procura de Jesus (Mt 12,15) e que, com a sua sabedoria, soube entender e aceitar a mensagem do Reino(Mt 11,25-30).

* Mateus 11,20: A palavra contra as cidades que não o receberam
O espaço por onde Jesus andou durante aqueles três anos da sua vida missionária era pequeno. Abrangia uns poucos quilômetros quadrados ao longo do Mar da Galileia em torno das cidades Cafarnaum, Betsaida e Corazain. Só! Ora, foi neste espaço tão pequeno que Jesus realizou a maior parte dos seus discursos e milagres. Ele veio salvar a humanidade inteira, e quase não saiu do limitado espaço da sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que o povo daquelas cidades não quis aceitar a mensagem do Reino e não se converteu. As cidades se fixaram na rigidez das suas crenças, tradições e costumes e não aceitaram o convite de Jesus mudar de vida.

* Mateus 11,21-24: Corazain, Betsaida e Cafarnaum são piores que Tiro, Sidônia e Sodoma.
No passado, Tiro e Sidônia, inimigos ferrenhos de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isso, foram amaldiçoadas pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus diz que estas cidades, símbolos de toda a malvadeza, já teriam feito conversão se nelas tivessem acontecido tantos milagres como em Corazain e Betsaida. A cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, foi destruída pela ira de Deus (Gn 18,16 a 19,29). E agora, Jesus diz que Sodoma existiria até hoje, pois teria feito a conversão se tivesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum. Hoje continua o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde criança, temos tantas convicções consolidadas, que ninguém é capaz de nos converter. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e de conversão, tornou-se o reduto das forças mais reacionárias da política do país.

Para um confronto pessoal
1) Como me coloco diante da Boa Nova de Jesus: como João Batista, como o povo interesseiro, como os doutores, como os fariseus ou como o povo pequeno e pobre?
2) Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corozaim e Betsaida?

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