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domingo, 18 de março de 2018

19 de março: São José, esposo da Virgem Maria


1ª Leitura (2Sam 7,4-5a.12-14a.16): Naqueles dias, o Senhor falou a Natã, dizendo: «Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que nascerá de ti e consolidarei a tua realeza. Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real. Serei para ele um pai e Ele será para Mim um filho. A tua casa e o teu reino permanecerão diante de Mim eternamente e o teu trono será firme para sempre».

Salmo Responsorial: 88
R. A sua descendência permanecerá eternamente.
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor e para sempre proclamarei a sua fidelidade. Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre», no céu permanece firme a vossa fidelidade.

Concluí uma aliança com o meu eleito, fiz um juramento a David meu servo: Conservarei a tua descendência para sempre, estabelecerei o teu trono por todas as gerações.

Ele Me invocará: «Vós sois meu Pai, meu Deus, meu Salvador». Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor, a minha aliança com ele será irrevogável.

2ª Leitura (Rom 4,13.16-18): Irmãos: Não foi por meio da Lei, mas pela justiça da fé, que se fez a Abraão ou à sua descendência a promessa de que receberia o mundo como herança. Portanto a herança vem pela fé, para que seja dom gratuito de Deus e a promessa seja válida para toda a descendência, não só para a descendência segundo a Lei, mas também para a descendência segundo a fé de Abraão. Ele é o pai de todos nós, como está escrito: «Fiz de ti o pai de muitos povos». Ele é o nosso pai diante d’Aquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência o que não existe. Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou, tornando-se pai de muitos povos, como lhe tinha sido dito: «Assim será a tua descendência». Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».

Felizes os que habitam na vossa casa, Senhor: eles Vos louvarão pelos tempos sem fim.

Evangelho (Mt 1,16.18-21.24a): Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente.  Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa».

«José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa»

+ Mons. Ramon MALLA i Call Bispo Emérito de Lleida (Lleida, Espanha)

Hoje, a Igreja celebra a solenidade de São José, esposo de Maria. É como um parêntesis alegre dentro da austeridade da Quaresma. Mas a alegria desta festa não é um obstáculo para continuarmos a avançar no caminho de conversão, próprio do tempo quaresmal.

Bom é aquele que, elevando o seu olhar, faz esforços para que a sua própria vida se adapte ao plano de Deus. E bom é aquele que, olhando para os outros, procura interpretar sempre no bom sentido todas as ações que realizam e defender o seu bom nome. Nestes dois aspectos de bondade se nos apresenta São José no Evangelho de hoje.

Deus tem um plano de amor para cada um de nós, já que «Deus é amor» (1Jo 4,8). Porém, a dureza da vida leva a que algumas vezes não o saibamos descobrir. Logicamente, queixamo-nos e resistimos a aceitar as cruzes.

Não deve ter sido fácil para São José ver que Maria «antes de passarem a conviver, se encontrou grávida pela ação do Espírito Santo» (Mt 1,18). Tinha pensado desfazer o acordo matrimonial, mas «secretamente» (Mt 1,19). Contudo, «quando o anjo do Senhor lhe apareceu em sonho» (Mt 1,20) revelando-lhe que tinha de ser pai legal do Menino, aceitou imediatamente «e acolheu sua esposa» (Mt 1,24).

A Quaresma é uma boa ocasião para descobrirmos o que é que Deus espera de nós, e reforçar o nosso desejo de o pôr em prática. Peçamos ao bom Deus «por intercessão do Esposo de Maria», como diremos na Oração Coleta da Missa, que avancemos no nosso caminho de conversão, imitando São José na aceitação da vontade de Deus e no exercício da caridade com o próximo. E, ao mesmo tempo, tenhamos presente que «toda a Santa Igreja está em dívida com a Virgem Mãe, já que por ela recebeu Cristo, assim também, depois dela, São José é o mais digno do nosso agradecimento e reverência (S. Bernardino de Sena).

Solenidade de São José

Pe. Paulo Ricardo

Celebrar hoje a solenidade São José, guardião do Redentor, é para todos nós, fiéis brasileiros, motivo de especial alegria não somente pela terníssima piedade com que os católicos de nossa terra sempre honraram a figura daquele a quem o Filho de Deus encarnado dignou-se chamar de pai, mas sobretudo por ocasião deste Ano Jubilar Mariano com que, em comemoração aos trezentos anos da aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja busca imprimir no coração de seus filhos mais profundos sentimentos de amor e confiança para com a Mãe do nosso divino Salvador. Visto à luz da festividade de hoje, o presente Jubileu é também motivo para nos lembrarmos de que, do mesmo modo como os pais do Senhor estiveram unidos pelo vínculo indissolúvel de um verdadeiro matrimônio (cf. Mt 1, 16; 19, 6), assim também a devoção a São José se encontra de tal maneira unida à de sua Santíssima Esposa que é de todo impossível ter "uma devoção profunda e autêntica a Maria sem sentir também uma veneração especialíssima por seu virginal esposo" .

E disto nos podemos dar conta se, contemplando agora aquela vida escondida em Nazaré, tivermos em mente que, depois de Cristo, nenhuma outra alma amou tanto a Virgem Imaculada quanto aquele escolhido, por inefável providência, para ser o protetor de sua castidade e a mais fiel testemunha de sua intocável virgindade. Este amor singular de São José para com a Mãe de Deus é, por sua vez, uma luz que nos permite entrever com ainda maior clareza qual seja a natureza da família humana. A caridade eminentíssima de São José, com efeito, pela qual ele se fez todo e inteiramente de Maria, nos mostra que a família, para além de sua base biológica, não é outra coisa senão uma aliança de amor em que um, esquecido de si, se dispõe a tudo entregar pelo bem do outro. Assim, pois, vemos as Escrituras retratarem a este santo Patriarca, que, sem nunca pensar em si mesmo, se dedicou a proteger com sumo carinho e solicitude diária a sua Esposa e ao Divino Infante, procurando com seu próprio trabalho tudo quanto fosse necessário ao bem-estar de ambos; livrou da morte a vida ameaçada do Menino Jesus pela inveja do ímpio Herodes, encontrando-lhe um esconderijo seguro; fez-se, enfim, companhia constante e apoio fiel de Jesus e de Maria nos incômodos da viagem ao Egito e nas asperezas do exílio.

Todos esses exemplos nos mostram que São José, do qual nenhuma palavra nos chegou, foi um homem "sem identidade", porque foi um homem dedicado exclusivamente aos demais. Não tinha planos e projetos pessoais; não pensava em seu descanso e comodidade; pouco lhe importavam as dificuldades e durezas de uma vida de trabalho modesto e sem brilho. Uma só coisa lhe ocupava o coração: Jesus e Maria, este duplo e tão caro tesouro — como diz uma conhecida oração — que o Pai lhe confiara. Que o modelo de esquecimento próprio e abnegação do santíssimo esposo de Nossa Senhora nos estimule, ao longo desta Quaresma, a pedirmos a Deus com incessantes orações a graça de, com um coração renovado pela graça, vivermos totalmente para os outros, nos quais o Filho do Homem, por arcano desígnio de sua providência, se faz presente e espera ser amado (cf. Mt 25, 35-40). Aproveitemos, por fim, este Jubileu Mariano para, crescendo a cada dia na devoção à nossa Mãe do Céu e imitando as virtudes de seu virginal marido, não termos outro amor maior do que Jesus e Maria.

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